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CAPÍTULO XII



A luz forte do dia, entrando pelas venezianas, bateu no rosti de Rachel e a acordou. Assustada, olhou à sua volta e percebeu qu estava sozinha na cama. Alexis tinha saí do, mas o inconfundí vel pei fume de seu corpo continuava nos lenç ó is, travesseiros e nela mesmí

Nã o tinha a menor ideia das horas, mas nã o se apressou er levantar. Ficou deitada, preguiç osamente enrolada nos lenç ó is, reletr brando cada momento daquela noite junto de Alexis e a seguranç que sentira entre seus braç os.

Um ruí do atrá s do biombo chamou sua atenç ã o e ela olhou ei volta, ansiosa. Jasira apareceu, deixando Rachel aliviada mas, a mesmo tempo, desapontada. Por um momento, pensou que Alex havia mudado de ideia, permanecendo no quarto até de manhã.

Percebendo-a acordada, a criada aproximou-se da cama.

— Bom dia, madenoiselle — cumprimentou, sorrindo. — Dormi bem?

— Razoavelmente, obrigada. Que horas sã o?

— Quase meio-dia, mademoiselte, Monsieur Roehe deu ordens pa que a senhora nã o fosse incomodada, mas madame Nadine achou qu talvez, a senhora preferisse acordar agora.

— Claro que sim. — Rachel sentou-se na cama e só entã o repare na paisagem que as janelas abertas apresentavam: degraus de má more conduziam a um jardim com um pequeno repuxo no centr Havia flores de vá rias espé cies e á rvores frondosas criavam un sombra acolhedora. Aquele jardim pertencia exclusivamente a que ocupasse o quarto onde ela estava.

Jasira voltou, trazendo uma bandeja com o café da manhã, qi colocou no colo de Rachel. Havia croissants quentes, manteiga, gele

e frutas. Rachel gastara muita energia durante a noite e estava faminta. Depois de comer com apetite, sentiu-se mais animada para enfrentar o novo dia.

Os acontecimentos da noite anterior lhe pareciam um sonho e esforç ava-se para nã o pensar neles. Mas era impossí vel e, sem poder resistir, perguntou por Alexis.

— F. le saiu de carro, mademoiselle, na companhia do avô e da prima. — A criada nã o percebeu o efeito de suas palavras sobre Rachel. — Já faz mais de duas horas que eles se foram.

Rachel se enrolou num lenç ol e saiu da cama.

— Você sabe a que horas eles vã o voltar?

— Só no final da tarde — respondeu Jasira, acompanhando Rachel até o banheiro. — Está muito quente para um passeio de carro e momieur Roche achou que a senhora preferiria descansar. http: //www. adororomances. com. br/ 67

Como ele podia convidar Mariana para um passeio, depois de tudo o que dissera a ela em Londres? Ou aquilo seria uma manobra do avô para reconciliar os dois?

Dispensando lasira, Rachel ficou um bom tempo no banho e depois vestiu-se, sem pressa. Com um nó na garganta, percebeu que estava novamente a ponto de explodir de ciú mes.

Sentõ u~se no jardim em frente ao seu quarto e, enquanto escovava os cabelos, procurava decifrar o enigma que Alexis representava para ela. Virou-se, ao ouvir um ruí do. Era a mã e de Mariana que se aproximava, com o mesmo ar de poucos amigos que na noite anterior, Rachel sentiu um calafrio ao encontrar seus olhos ameaç adores.

— Bom dia, madame — cumprimentou, educada.

— Entã o, você ainda está aqui. , . — Nem respondeu ao cumprimento dela.

— Como a senhora pode ver. — Será que a velha esperava que ela tivesse sumido no meio da noite? — Está uma linda manhã, nã o é mesmo? Muito mais agradá vel que a noite de ontem. O Sirocco é sempre assim, tã o violento?

— Costuma ventar forte nessa é poca do *ino. Costumamos dizer que o Sirocco provoca um certo delí rio nas pessoas, tirando-as do seu estado normal. — Rachel fez de conta que nã o tinha percebido o duplo sentido daquelas palavras.

— É interessante como cada lugar tem suas lendas. — Nã o sabia o que a mã e de Mariana queria e nã o estava interessada em descobrir.

Era mais seguro fazer a conversa girar em torno de assuntos banais. — Já está na hora do almoç o? Dormi demais e nã o sei quais sã o os

há bitos da casa.

— Você nã o sabe nada nem sobre nossa casa nem sobre nossa famí lia — Sophia falou, friamente. — Você é uma estranha e sua presenç a, uma afronta para nó s. Nã o sei o que o meu sobrinho lhe falou, mas ele vai se casar com Mariana. Isto já está estabelecido há muito tempo e, continuando aqui, você só vai causar problemas para minha filha.

Rachel sabia que Sophia ia acabar tocando naquele assunto.

— Nã o vim aqui para desfazer compromissos ou causar constrangimento. A senhora pode ficar sossegada. — Sentia-se cada vez mais infeliz e procurava evitar uma discussã o com a mã e de Mariana. — Se a senhora permitir, gostaria de terminar de me arrumar.

— Ainda nã o. — Sophia aproximou-se lentamente e parou em frente a Rachel. A dureza e a hostilidade de seu olhar provocavam medo. Parecia decidida a remover qualquer obstá culo que aparecesse em seu caminho.

— Acho que a senhora nã o está entendendo — Rachel falou, escolhendo as palavras com cuidado. — Alexis e eu nã o temos intenç ã o de nos casar. Nó s somos apenas... amigos. — Ela nã o conseguiu impedir que seu rosto ficasse vermelho.

Só nã o sabia é se Sophia acreditaria nela. A mã e de Mariana era uma mulher perspicaz e devia ter notado o embaraç o de Rachel e como ela ficara vermelha ao se explicar. A culpa estava estampada em seu rosto. E por que nã o deveria estar? Ela era culpada, ou melhor, Alexis era.

— Você sabe que está sendo usada por ele, nã o sabe? — A pergunta foi tã o direta que Rachel nã o soube o que responder. — Mariana me contou. Parece que houve um mal-entendido, envolvendo minha filha e um jovem inglê s que trabalha na companhia. Alexis pensou que eles estivessem tendo um caso. Meu http: //www. adororomances. com. br/ 68

sobrinho tem um temperamento arrebatado e resolveu se vingar de Mariana da forma mais humilhante e pú blica possí vel. E escolheu uma moç a inglesa para isso.

— Que mal-entendido foi esse? — Rachel perguntou com a voz fraca e sentindo um aperto no estô mago.

— Mariana é uma moç a muito bonita. — Sophia andava agitada

de um lado para outro. Nã o devia ser fá cil para ela contar uma possí vel falta da filha. — Malcolm Cross tentou se aproximar deia enquanto Alexis estava em Nova York. Nã o houve nada de mais sé rio entre eles, mas Alexis nã o quis acreditar, nem ouvir explicaç õ es, Preferiu usar você e levá -la para a casa dele em Londres e, agora» trazê -la para cá numa atitude que ofendeu toda a famí lia.

A cabeç a de Rachel rodava de tanto desgosto. A histó ria de Sophia era horrí vel, mas ao mesmo tempo parecia tã o verdadeira! Lembrou-se da reaç ã o de Alexis ao ouvir Mariana referir-se ao outro homem. De repente, as peç as do quebra-cabeç a começ avam a se juntar. Na noite em que eles se conheceram, Alexis tinha acabado de chegar de Nova York e, provavelmente, tinha tomado conhecimento da traiç ã o de Mariana. O plano devia ter surgido na cabeç a dele quando viu Rachel e, por isso, a tinha perseguido oom tanta insistê ncia até forç á -la a participar daquela farsa. Roger nã o era problema para Alexis. Era apenas mais um inglê s, como Malcolm Cross. Que ironia pensar que ele havia destruí do o noivado dela com os mesmos mé todos que o inglê s usara para destruir o de Mariana.

— Pelo seu rosto, posso ver que você sabe que eu tenho razã o — aquela voz odiosa continuou falando. — Nã o sei o que meu sobrinho disse a você, mas isso nã o faz diferenç a. O avó dele jamais permitirá que Alexis se case com você. Um dia, meu sobrinho assumirá uma importante posiç ã o neste paí s e, por isso, nunca terá a ousadia de se casar com uma estrangeira.

— Posiç ã o neste paí s? Do que a senhora está falando?

— Meu pai tem grande poder aqui em Bahdan, é um verdadeiro soberano e Alexis será seu sucessor. Ele nã o lhe contou?

Os dois homens entraram juntos na casa. Ambos eram altos c transmitiam a mesma impressã o dominadora e altiva. Um usava roupas modernas, o outro vestia a tú nica tradicional de seus ancestrais. Mariana vinha na frente, quase correndo, ansiosa para encontrar a mã e e desabafar-se com ela. Sentia-se tã o humilhada, que estava decidida a arrumar suas malas e ir embora naquela noite mesmo,

Alexis entrou apressado na sala. Pretendia ir para seu apartamento, mas o avô seguiu-o e segurou-o pelo braç o.

— Um momento, meu filho — ele falou, com severidade. — Nã o vamos nos separar dessa forma. Nã o quero que você deixe minha casa. Pelo contrá rio, meu desejo é que você fique aqui em definitivo, pois esta casa, um dia, será mesmo sua.

— Mas o senhor quer que eu fique nas suas condiç õ es? — perguntou Alexis, de braç os cruzados, olhando firmemente para o avô. Estava louco para tomar um banho e depois.., Rachel. A lembranç a dela encheu-o de contentamento. Era inacreditá vel como ela se tornara importante em tã o pouco tempo. Alexis precisava dela acima de qualquer outra coisa e nã o queria esperar nem mais um dia para lhe dizer aquilo. Seu corpo vibrou de desejo, ao se recordar como ela estava linda de manhã, quando a deixou adormecida em seu leito.

— Podemos conversar sobre isso mais tarde — continuou o sheik, com uma certa tristeza. — Talvez eu tenha sido severo demais ao tentar manter a tradiç ã o da famí lia a http: //www. adororomances. com. br/ 69

qualquer preç o. Vou procurar nã o ser tã o rí gido no futuro, porque o que desejo é a sua felicidade. . .

— Grand-pè re...

— Você nã o podia esperar que eu lhe desse meu apoio de imediato quando trouxe essa moç a para cá. Ê verdade que Mariana errou com você e eu nã o quis enxergar isso. Mas como pode ter certeza de que será feliz com Rachel Eleming? Bon sang, Alexis, admita que você a conhece há muito pouco tempo.

Alexis olhou-o com ironia.

— Pensei que o senhor estivesse disposto a compreender, grand-pè re.

— Alexis. . .

— Prometo conversar sobre isso com o senhor mais tarde. Agora estou cansado e queria tomar um banho. Alé m disso, deixei Rachel o dia inteiro sozinha e preciso falar com ela.

— Só mais uma coisa. Qual o problema que houve com o pai de Rachel?

— Ele é um homem fraco, mas vai mudar com o tempo.

— À s suas custas?

Alexis hesitou antes de responder:

— A firma dele pode progredir se for bem dirigida e eu pretende cuidar disso. Com os negó cios em ordem, ele nã o tornará a se envol ver com homens como Devlin outra vez.

— E se isso acontecer?

— Eu cuidarei para que nã o aconteç a. Pretendo dar um verdadeiro impulso na firma e fazer do pai de Rachel uma pessoa mais responsá vel.

— Mas será que ele vai permitir que você se encarregue de tudo? Você entrou com o dinheiro, mas é um desconhecido para ele. . .

— Será fá cil ganhar a confianç a de Charles Fleming. Mais difí cil será conseguir a de Rachel — ele falou, com amargura.

Seu avô olhou-o com espanto.

— O que você quer dizer? Qualquer um pode ver que ela está louca por você.

— Será que está mesmo? Preciso me certificar disso. — Ele sabia que a magoara demais. Ainda haveria tempo para consertar as coisas?

fá estava saindo da sala, quando Nadine Roche chegou correndo. Ela parecia um menino, vestida com um pijama de seda, os cabelos curtos penteados de lado. Alexis se assustou ao ver a expresã o do rosto da mã e.

— Você demorou tanto, Alexis! — ela exclamou, torcendo as mã os, nervosa. — Nã o sei como lhe dizer, meu filho, mas Rachel foi embora. Acho que ela voltou par Londres.

Com a ajuda da sra. Benlty, a empregada, Rachel colocou o apartamento em ordem, gastando todas as suas energias para lavar, polir e varrer. Nã o podia voltar ao escritó rio antes do final de suas fé rias e estava feliz com aquela atividade em casa, que a impedia de pensar.

Parecia cheia de disposiç ã o, mas aquilo era apenas um reflexo do estado de nervos em que se encontrava. Jane estava preocupada com ela, porque Rachel nã o comia e dormia mal à noite.

— Telefone para ele — Jane falou uma manhã, quando Rachel estava pintando o forro do banheiro. — Ainda há tempo para remediar tudo e tenho certeza de que ele vai perdoá -la. http: //www. adororomances. com. br/ 70

Rachel parou o serviç o e olhou intrigada para a amiga.

— Telefonar para quem?

— Para Roger, é claro. Acabaram-se os problemas que atrapalharam seu noivado. Tente mais uma vez, pelo menos.

Rachel suspirou com tristeza, iane pensava que Roger era a causa do seu sofrimento.

— Nã o, eu nã o vou telefonar. — Nã o dava para explicar à amiga tudo o que estava sentindo. Estava machucada demais para querer falar naquilo. — Está tudo bem, Jane. Quando eu voltar ao trabalho,

e minha vida entrar na rotina, tenho certeza de que vou me sentir outra.

— Você acredita mesmo nisso? — lane fez um gesto impaciente, —Pelo amor de Deus, Rachel! Olhe-se no espelho! Você está horrí vel. Tenho certeza de que se Roger a visse.

— Ele nã o me verá.

— E se eu telefonar para ele?

— Nã o! — gritou Rachel, quase deixando cair a lata de tinta.

— Você nã o pode fazer isso! Acredite em mim, Jane. Eu nã o quero ver Roger.

— Por que nã o? Ê por causa de Alexis Roche? Quando você voltou de Bahdan, Ealou que estava tudo terminado, mas você parece cada dia mais infeliz.

— Oh, Jane. . .

— Entã o é isso mesmo. E eu que pensei que, uma vez livre dele, você fosse voltar a ser como antes. Mas você nã o come e basta olhá -la para se notar que nã o tem dormido. Fale de uma vez, Rachel! O que ele fez a você?

— Nada. Já lhe contei o que aconteceu. Ele me levou até lá para provar a seu avô que ningué m poderia forç á -lo a se casar contra a vontade.

— E ele provou isso em apenas um dia? — Jane nã o acreditava

— O que eu nã o entendo, é por que você nã o voltou para casa nc mesmo aviã o particular que a levou para Bahdan. Você fugiu de lá.

— Já lhe disse que nã o havia um aviã o disponí vel, E, depois, voltei sozinha e nã o com um membro da famí lia real — ela falou com ironia.

. — Se nã o aconteceu nada em Bahdan e você deixou a casa de Alexis sem problemas, por que nã o quer telefonar para Roger? — Você ainda o ama, nã o é?

— Jane, o que é isso? Desde quando você é membro do fã -club de Roger Harrington? — Rachel respirou fundo e olhou para a amiga. — Está bem, Jane. Eu sei que você só quer ajudar, mas ei nã o amo Roger. Nem sei se o amei um dia e nã o quero me casa com ele. Isto a convence?

— E você pensa que dizendo isso minha preocupaç ã o termina

— Deveria terminar.

— O que você pensa que eu sou, Rachel? Uma pessoa sem sentimentos que nã o vê o que acontece à sua volta? Se você nã o está sofrendo por causa de Roger, aí é que vou me preocupar realmente. Se o seu problema nã o é ele, entã o é Alexis Roche.

— Oh, Jane! — Rachel falou com a voz embargada.

Nã o podia mais esconder seus verdadeiros sentimentos e, sentando-se na cadeira mais pró xima, cobriu o rosto com as mã os e chorou amargamente. Foi um alí vio poder descarregar toda a sua dor. Jane já estava atrasada para o trabalho, mas abaixou-se ao lado da amiga e abraç ou-a com afeto.

— Como eu nã o percebi antes? — ela murmurou, impaciente. — Você nã o podia se envolver com um homem como Alexis Roche, Rachel. http: //www. adororomances. com. br/ 71

— Você pensa que eu nã o sei disso? — Rachel perguntou, entre soluç os. — Mas eu nã o tive escolha.

Dois dias mais tarde, Rachel tinha acabado de sair do banho quando a campainha tocou. Imaginando que a sra. Bently tivesse esquecido alguma coisa, ela vestiu um robe e enrolou uma toalha nos cabelos molhados. Mas a mulher que estava do lado de fora era a ú ltima pessoa que Rachel esperava ver.

— Madame Roche! — exclamou, tentando controlar o nervosismo. — Que surpresa!

— Posso entrar, Rachel? — A mã e de Alexis olhou para dentro do apartamento. — Você está sozinha?

— Entre, por favor. Minha amiga está trabalhando e só deve voltar daqui a duas horas.

Madame Roche estava muito elegante, com um vestido de seda e casaco de lã e parecia deslocada na pequena sala do apartamento, Rachel se lembrou de que estava apenas de robe. Que contraste com aquela mulher tã o requintada! Mas a mã e de Alexis nã o parecia dar importâ ncia à quilo e Rachel convidou-a a se sentar,

— A senhora gostaria de tomar um chá? — perguntou, sem saber o que falar com ela. Nadine agradeceu, mas recusou.

— Agora nã o, minha querida, obrigada. Você nã o gostaria de se sentar perto de mim? Nã o vou me demorar muito.

Rachel obedeceu, confusa, sem saber se deveria pedir licenç a para trocar de roupa antes. Por que madame Roche teria ido vê -la? Talvez fosse a pedido de Alexis.

Madame Roche examinou-a atentamente e Rachel corou diante

daquele olhar. A mã e de Alexis, com certeza, havia reparado como ela estava abatida.

— Você deve estar se perguntando por que eu vim aqui, Rachel. Espero que você entenda que todos nó s ficamos preocupados com sua saí da repentina da casa de meu pai.

— Pensei que sua irmã tivesse dito alguma coisa. Ela sabia que eu tinha voltado para Londres.

— Nã o acha que deveria ter falado com Alexis antes de partir? Você era convidada dele e nã o de Sofia. Meu filho ficou muito perturbado quando voltou para casa e nã o a encontrou.

— Eu sinto muito — Rachel falou, embaraç ada.

— Sente mesmo? — Nadine olhou-a, atentamente. — Ou será que você está orgulhosa por ter conseguido feri-lo tanto?

— Eu feri Alexis? — ela perguntou, com a voz entrecortada.

— é claro que sim. Como esperava que ele se sentisse depois que você fugiu como uma ladra?

— Pensei que ele tivesse ficado irritado apenas, mas nã o estou interessada nos sentimentos dele. Minha ligaç ã o com Alexis está terminada. Quero levar minha vida adiante e acho que ele deveria fazei a mesma coisa.

— O que você quer dizer?

— Foi ele quem mandou a senhora aqui, nã o foi?

— Nã o, você está enganada. — Havia sinceridade na voz dela — Tenho certeza de que meu filho ficaria furioso se soubesse qui eu estou aqui. Mas algué m tinha que verificar o que acontece com você.

Rachel sacudiu a cabeç a.

— Madame Roche, eu nã o pretendia ser indelicada. Nã o era m nha intenç ã o sair http: //www. adororomances. com. br/ 72

daquela forma. As coisas nã o sã o como a senhot pensa. Peç a a Alexis que lhe conte a verdade.

— O que há com você? Só falta me dizer que ele nã o está apa xonado. Escute, Rachel, eu conheç o meu filho tã o bem ou melh

que você.

Rachel ficou pá lida ao ouvir aquelas palavras.

— A senhora nã o entende, madame. Alexis queria recuperar M riana. Foi tudo um jogo planejado por ele. Um jogo bem cruel.

— Você acredita mesmo nisso?

— É a verdade. — Rachel inclinou a cabeç a, para que Nadi nã o visse a tristeza em seus olhos. — Eu sei que isso nã o justifica minha atitude com a senhora e sua famí lia, mas Alexis nã o me deixou outra escolha.

— Alexis me contou que provocou o rompimento entre você e seu noivo. — Rachel ficou surpresa ao ver que ela sabia. — Mas ele també m disse que seu noivado já estava meio problemá tico de qualquer forma.

Rachel concordou.

— É verdade.

— Entã o ele fez um favor a você, nã o?

— Acho que sim.

— Entã o por que você fugiu?

— A senhora sabe por quê. Eu já lhe contei.

— Você só me disse que o relacionamento entre você s começ ou com um jogo.

—- Começ ou e terminou — Rachel falou, com amargura. — Por favor, madame Roche, nã o podemos mudar de assunto?

— Muito-bem. — O alí vio de Rachel durou pouco. — Vamos falar sobre Alexis e Mariana e o motivo do rompimento deles.

— Madame. . .

— O que Alexis contou a você? — Nadine estava mesmo decidida a esclarecer tudo.

— Ele nã o me disse nada. . .

— Entã o eu vou fazer isso por ele e depois você vai dizer qual de nó s duas está certa.

— Eu nã o tenho nada a ver com isso, madame. . .

— Você está enganada. — Fez uma pausa antes de continuar. — Mariana estava tendo um caso com um homem que trabalha nos escritó rios da companhia em Londres.

— Eu sei disso. — A mã e de Alexis ficou surpresa. — Sua irmã me contou e disse que foi tudo um engano.

— Quer dizer que Sophia conversou com você a respeito. . . — Era como se de repente ela visse com clareza o que tinha acontecido. —: Ela nã o nos disse nada.

— Que diferenç a faz isso?

— Faz muita, se você ainda tiver alguma dú vida da culpa de Mariana. Eu lhe asseguro que ela estava saindo com aquele homem. Quando Alexis voltou de Nova York, encontrou os dois juntos. Eles estavam bê bados e Alexis pegou uma garrafa de gin que estava com eles, jogando fora o que tinha sobrado.

— Gin? — Rachel perguntou tré mula.

— Exatamente. É claro que Sophia nã o sabe disso. Seria um grande desgosto para ela saber que a filha andava bebendo. Minha irmã é muito rí gida nesse assunto.

— Isto nã o altera. . . http: //www. adororomances. com. br/ 73

— Nã o? — Nadine nã o a deixou terminar. — Olhe, meu bem, se Sophia disse alguma coisa. .

— Seja sincera, madame Roche. Alexis deve ter ficado despeitado por eu ter vindo embora, mas é com Mariana que ele vai casar. O sheik Rachid nã o permitiria outra coisa.

— Ele nã o vai se casar com ela, Rachel. — Madame Roche levantou-se, falando com veemê ncia. — Nã o importa o que você pense ou as mentiras que Sophia tenha lhe contado. Alexis nunca se casará com ela e já disse isto a meu pai.

— Ele já conseguiu o que queria, entã o — falou Rachel, com os olhos cheios de lá grimas.

— Nã o, ele ainda nã o conseguiu o que queria — Nadine explicou com decisã o. — Você entendeu o que eu falei? Meu filho quer você com ele. Pensei que ele tivesse deixado isso mais claro.

— Quando? — Rachel perguntou, cheia de má goa. — Durante aquele jantar, quando conversou o tempo todo com Mariana. ou no dia seguinte quando saí ram para passear?

— Você ficou com ciú mes? Rachel abaixou os olhos.

— Que importâ ncia tem isso?

— É claro que importa. Ouç a, Rachel, eu amo meu filho e sei que ele está arrasado. Ele quer vê -la.

— Entã o, por que ele nã o veio até aqui? — Rachel tremia tanto, que precisou se apoiar numa cadeira. — Ele nunca ficou conslrangido antes por interferir em minha vida.

— Talvez seja esse o motivo.

— O que a senhora quer dizer?

— Rachel — ela falou, com emoç ã o. — Eu tenho a impressã o de que ele acha que já fez tudo o que era possí vel. Nã o sei exatamente o que aconteceu entre você s, sei apenas que ele nã o é mais

a mesma pessoa. Estou com medo por ele, Rachel, Alexis está sofrendo muito.

Rachel tirou o carro da garagem e dirigiu-se a Eaton News. Quando estacionava o automó vel, viu o Lamborghini cinza parado à porta e suas mã os tremeram.

Tocou a campainha e, enquanto esperava que abrissem a porta, pensou no que faria se Alexis nã o quisesse recebê -la. Era possí vel que a mã e dele estivesse enganada, apesar de parecer tã o segura a respeito dos sentimentos do filho. Talvez Alexis esperasse Mariana e nã o ela. Esse pensamento deu-lhe uma enorme vontade de voltar atrá s.

A pesada porta abriu-se e Karim apareceu, com o mesmo rosto enigmá tico de sempre, que nã o demonstrava nenhum sentimento. Por ele, Rachel nã o poderia saber se seria bem recebida.

— Boa tarde, mademoiseí le — ele cumprimentou,, respeitosamente. — Nã o quer entrar?

Nada parecia surpreender Karim, Rachel subiu os degraus e entrou no hall. Será que o criado esperava que ela fosse até lã?

— Você esperava que eu viesse, Karim? — perguntou, enquanto ele a ajudava a tirar o casaco. O criado sacudiu a cabeç a.

— Devo confessar que estou contente por vê -la outra vez, mademoiseí le. Espere um pouco, por favor, que vou avisar meu patrã o que a senhora está aqui.

— Nã o, espere. . . — Rachel foi atrá s dele. — Prefiro que você nã o me anuncie. Só http: //www. adororomances. com. br/ 74

me diga onde ele está.

Karim pareceu em dú vida.

— Penso que meu patrã o está na biblioteca, mademoiseí le — ele falou devagar. — Mas eu nã o sei. ..

— Pode deixar, Karim — Rachel entregou sua bolsa a ele e dirigiu-se para as escadas. — Direi ao sr. Roche que fui eu que insisti em subir.

Karim hesitou, mas havia um evidente ar de alí vio em seu rosto, que Rachel interpretou como sendo de esperanç a. Talvez ele també m estivesse preocupado com Alexis.

Ao subir o ú ltimo degrau, Rachel sentiu sua confianç a balanç ar. E se madame Roche estivesse enganada? Seria um desastre. Mas nã o podia mais recuar.

Parou diante da porta da biblioteca com o coraç ã o aos saltos e quando se preparava para bater na porta alguma coisa lhe disse que seria melhor entrar em silê ncio. Girou devagar o trinco e entrou.

Alexis estava sentado à mesa, examinando alguns papé is.

— Va-t'en, Karim — disse Alexis, sem levantar os olhos. Continuou falando numa lí ngua que Rachel nã o entendia, mas pelo tom de sua voz deu para perceber que ele nã o queria ser interrompido. Nã o recebendo resposta, Alexis notou que havia alguma coisa estranha e ergueu a cabeç a.

— Rachel! — A forma como pronunciou seu nome foi uma prova da forç a de seus sentimentos. Nadine tinha razã o em dizer que ele nã o estava bem. Alexis estava mais magro e os olhos fundos no rosto.

__ Como vai, Alexis? — disse Rachel, fechando a porta. Tenso,

Alexis se levantou para ir ao encontro dela.

— Rachel... — falou, readquirindo o controle. — Eu nã o ouvi Karim dizer que você estava aqui.

Sua voz era formal e Rachel procurou ignorar a ansiedade que estava sentindo e o medo de que ele a mandasse embora.

— Eu disse a Karim que preferia subir sozinha. — Havia um nó em sua garganta. — Como vai você?

— Eu? — Ele balanç ou os ombros, num gesto indiferente, — Eu estou ó timo e trabalhando muito, como você pode ver. — Apontou para as pilhas de papé is sobre sua mesa.

— Acho que eu estou interrompendo você. . .

— Está. — Ele respirou fundo. — É melhor você dizer por que veio. Seu pai nã o está em dificuldades outra vez, está?

__ Nã o. — Rachel colocou as mã os nos bolsos do casaco, para que ele nã o visse como tremiam. — Ele tem trabalhado duro. Nã o sei o que você lhe disse, mas transformou-o em outro homem.

— Fico contente com isso. — Fez-se um longo silê ncio. — Se nã o foi por causa de Fleming, por que você veio entã o?

__ Você nã o sabe? — ela perguntou, a respiraç ã o suspensa.

Ele deu uma risada nervosa.

— Eu nã o sei de mais nada. Quem sabe, você veio pedir desculpas por me abandonar daquele jeito. Ora, esqueç a. Já é muito tardE para voltar atrá s. http: //www. adororomances. com. br/ 75

Aquelas palavras destruí ram as esperanç as de Rachel. Alexis nã o estava abatido por causa dela, simplesmente ele nã o a amava. Nadine estava enganada. Alexis nao queria uma reconciliaç ã o nem mesmo sua presenç a lá.

— Sinto muito. Eu nã o devia ter vindo. Eu pensei que. . . mas nã o tem importâ ncia. É melhor que eu vá embora. — Dizendo isso, voltou-se para a porta e segurou na maç aneta.

— Rachel! — A moç a escutou os passos dele e em segundos os braç os de Alexis enlaç aram-na por trá s. — Rachel, Rachel — ele murmurou, encostando seu rosto no dela.

— Eu te amo, Alexis — falou, simplesmente, erguendo o rosto para ele. Alexis abraç ou-a com forç a e beijou sua boca.

— Que saudades, Rachel! — As mã os de Alexis deslizaram pelo corpo dela possessivamente e só entã o ela percebeu como tinha sentido sua falta.

— Por que você me deixou? — ele. perguntou, sentando-se com ela em uma das poltronas. — Foi por causa de meu avô? De minha mã e?

— Nã o. — Rachel apoiou o rosto no ombro dele. — Eu pensei que você fosse se casar com Mariana. Apesar de tudo o que você linha dilo, você s pareciam tã o pró ximos!

— Meu Deus! — falou Alexis, com voz rouca. — Se ao menos você soubesse! No dia em que você fugiu, Mariana e eu tivemos uma briga terrí vel na presenç a de meu avô. Eu disse a eles que só me casaria com uma pessoa a quem amasse e eu nunca amei Mariana.

— Alex!

— É verdade. Fiquei louco por você desde a noite em que você deu uma de boa samaritana. Fiz o possí vel para nã o reconhecer isso, Rachel, mas eu a amo demais.

O rosto de Rachel ficou triste de repente.

— E Mariana? Você queria mesmo castigá -la, nã o é?

— Eu queria me vingar, sim. Mas só mais larde descobri que nó s dois é que está vamos ficando machucados.

— E Roger, també m. Você nem se preocupou com ele, nã o é?

— Nã o mesmo. Ele mereceu perder você, pela forma como a tratou. Você amou Roger, Rachel? — ele perguntou, de repente.

— Eu estava acostumada com ele. Depois que conheci você percebi que nunca o amei de verdade. Nó s nunca. . .

— Você s nunca fizeram amor, nã o é? — Alexí s encostou a cabeç a dela em seu peito. — Você pode me perdoar, Rachel?

— Que mais eu posso fazer? — ela perguntou, sorrindo.

— Devo confessar que foi tudo premeditado. No começ o, pensei que fosse apenas um jogo, mas quando me apaixonei por você percebi que precisava tê -la de qualquer forma, nã o importando os meios que

precisasse usar.

— Foí por isso que você deu o dinheiro a meu pai?

— Eu sei que o usei — Alexis concordou, honestamente. — Quan-. to ao dinheiro, eu pagaria muito mais, para tê -la comigo para sempre. Ah, Rachel, Rachel! Quando você fugiu de Bahdan, eu fiquei em

pedaç os.

— Mas agora nó s estamos juntos — disse, colocando os braç os em volta do pescoç o http: //www. adororomances. com. br/ 76

dele. — Você parece tã o magro!

— Eu nã o tinha reparado — ele falou, brincando.

— Acho que você també m nã o tem conseguido dormir. Alexis olhou-a com um sorriso malicioso.

— Nã o pense em dormir agora. Pretendo fazer outras coisas mais interessantes. — Abriu os botõ es da blusa dela. — Como isto. por exemplo...

Quando Rachel abriu os olhos, Alexis estava observando-a, com a cabeç a apoiada em uma das mã os.

— Eu quero casar com você — ele falou, chegando mais perto dela e beijando-a de leve. — Este mê s, esta semana, hoje se possí vel. Quero que você se torne minha mulher, antes de voltarmos para Bahdan.

Ela o olhou ansiosa.

— Bahdan? Mas e seu avô? Sua í ia Sophia disse. . .

— O que minha tia disse?

— Alex. . . que importâ ncia isso tem agora?

— Minha mã e sugeriu alguma coisa a respeito mas eu nã o lhe dei ouvidos, mas agora quero que você me diga o que ela falou.

Rachel contou sua conversa com Sophia e o semblante de Alexis foi se endurecendo.

— Eu devia ter adivinhado — ele falou, com raiva contida. — Mas, depois daquela noite que passamos juntos, eu pensei que você ií vesse absoluta certeza de quanto eu a queria.

— O que eu podia pensar? — ela perguntou, brincando com os pê los do peito dele. — Você ficou fora com Mariana o dia inteiro. . .

Os olhos dele brilharam.

— Você ficou com ciú mes!

— Fiquei, sim — ela o beijou de leve. — Eu també m lenho sentimentos,

— Entã o vou lhe dar uma boa notí cia: minha tia e Mariana foram para a itá lia e vã o fixar residê ncia lá.

Rachel ouviu aquilo com alí vio.

— E nó s vamos morar em Bahdan?

— Você gostaria?

— Desde que eu esteja com você, sim.

— Que bom, meu amor, mas por enquanto vamos ficar entre Londres e Paris. Mais tarde, quando meu avô estiver muito velho para cuidar de tudo, passaremos mais tempo lá.

— Você vai ser o rei de Bahdan? — ela perguntou, fazendo uma reverê ncia.

— Nã o — ele respondeu, rindo. — Já c hora de o paí s ter o seu pró prio governo. Os tempos estã o mudando. E, depois, quero me dedicar ao meu trabalho e, principalmente, a você.

—- Você me ama, Alexis?

— Se eu a amo? — ele perguntou, rodeando os ombros dela e olhando-a intensamente. — É muito mais que amor, Rachel, o que eu sinto.

— Sua mã e tem razã o: você está tã o magro! — Ela passou as mã os pelo rosto dele.

— Minha mã e? Ela foi visitá -la, por acaso?

— Foi, mas nã o foi por isso que eu vim. Quer dizer, eu tinha medo de procurá -lo, mas

ela me garantiu que eu seria bem recebida.

— Minha mã e fez tudo direitinho para nos reconciliar. Isto quer dizer que ela aprova.

— Eu fiquei tã o preocupada com você! Ele acariciou seu rosto.

— Eu nã o tenho nada que você nã o possa curar, meu amor — falou, sorrindo, e Rachel concordou feliz.

FIM

 



  

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