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CAPÍTULO VI



Quando chegou à casa de Alexis em Eaton News, Rachel ainda nã o acreditava que aquilo estivesse acontecendo de verdade. Em poucos dias, sua vida mudara completamente! Os acontecimentos a envolviam e o pior de tudo era que nã o tinha ideia de como sair daquela situaç ã o.

A casa, tí pica residê ncia de um milioná rio, ficava num dos bairros mais requintados de Londres, era totalmente cercado por um imenso jardim.

— Vamos tomar café na biblioteca, Karim — Alexis falou ao empregado que os recebeu. Pelo visto, nã o havia a menor intimidade entre patrã o e criado; cada um assumia a posiç ã o que ocupava. Curvando-se respeitosamente e sem dizer uma palavra, Karim se afastou em direç ã o ao interior da casa.

Apesar de seu estado de espí rito, Rachel nã o deixou de apreciar o lugar onde estava. As salas de estar eram grandes e confortá veis. A mobí lia italiana, as cortinas drapeadas e os tapetes orientais nã o se chocavam, pelo contrá rio, harmonizavam-se criando uma atmosfera de só bria elegâ ncia e davam uma ideia do fino gosto de seu proprietá rio. A personalidade forte de Alexis parecia presente em cada canto da casa.

— Por aqui, Rachel — indicou Alexis, mas ficou parado ao pé da escada ao ver a hesitaç ã o dela. — A biblioteca fica no andar de cima. — Enquanto subiam as escadas ele reparou divertido no olhar assustado dela.

— Nã o fique tã o desconfiada! Nã o costumo raptar mulheres e mantê -las prisioneiras, embora, nesse caso, talvez fosse muito agradá vel.

— Nã o sei o que você quer dizer.

— Nã o tem importâ ncia. Você está nervosa, mas depois de uma boa xí cara de café vai se sentir melhor.

Rachel o seguia com relutâ ncia. A casa de Alexis era o ú ltimo lugar para onde deveria ter ido depois de tudo o que acontecera. Por outro lado, sentia-se aliviada por nã o ter ido direto para seu apartamento. Lá, teria que explicar a Jane o rompimento com Roger e ainda nã o estava com coragem para enfrentar aquela realidade. Sentia-se deprimida, mas nã o desesperada. Uma estranha sensaç ã o de iné rcia parecia dominá -la. Era como se estivesse anestesiada contra iodas as emoç õ es e aquilo era bom: enquanto se sentisse assim nada poderia machucá -la.

— Sente-se. — A voz de Alexí s tirou-a de seus pensamentos. Ele lhe indicou uma das grandes poltronas de couro pró ximas à lareira e ela aceitou sua sugestã o em silê ncio. Aquele ambiente imponente e a companhia de um homem tã o dominador deixavam-na desprotegida: Apesar de tudo, nã o poderia culpá -lo pelo que aconteceu.

Nã o diretamente, pelo menos. Os problemas de seu pai e a incompreensã o de Roger tinham criado uma barreira entre eles antes mesmo da chegada de Alexis. Karim http: //www. adororomances. com. br/ 23

apareceu trazendo café e depois de servi-los ficou parado à espera de alguma nova ordem de seu patrã o. Usava roupas ocidentais, mas seu modo submisso parecia de um servo oriental. — Pode sair, Karim. Obrigado.

O café fora servido em finí ssimas xí caras de porcelana e estava delicioso. Havia també m deliciosos bombons e biscoitos na bandeja, mas Rachel nã o era capaz de provar nada naquele momento. Alexis, peí o contrá rio, comia-os com evidente prazer. Seu fraco por doces nã o lhe prejudicava a aparê ncia, e mantinha o corpo esbelto, perfeito, sé m nada que indicasse uma tendê ncia para engordar. Aqueles pensamentos irritaram-na; que importâ ncia tinha o aspecto dele? Afinal, nã o tinha o menor interesse por Alexis Roche.

— Em que você está pensando? — ele perguntou. — Esqueç a Roger. Foi melhor assim, pode acreditar em mim. Tenho certeza de que você vai achar uma pessoa muito mais conveniente.

— Como você, por exemplo? — ela perguntou, com sarcasmo. — Por que foi falar com ele só hoje? Eu tinha entendido que você iria procurá -lo ontem à noite.

— Eu tinha outros compromissos — ele disse, servindo-se de mais café. — De qualquer forma, você devia ter confiado mais em

mim. Quando eu tomo uma decisã o ou assumo um compromisso jamais volto atrá s. Vou até o fim e nada — olhou significativamente para ela —, nada mesmo representa um obstá culo para mim,

Rachel nã o soube o que responder. Na verdade nã o confiava nem um pouco naquele homem e, embora ele estivesse mostrando uma certa consideraç ã o pelos seus sentimentos, nã o podia se esquecer de como ele a tinha perseguido antes.

— Acho que preferia que você nã o tivesse ido — ela disse, finalmente. — Sua ida lá foi um verdadeiro desastre. — À medida que tomava café sua apatia diminuí a e Rachel nã o se espantaria se ele contivesse alguma droga: nada mais vindo de Alexis a surpreenderia. Aqueie pensamento a fez estremecer. Talvez estivesse enganada e o futuro ainda lhe reservasse muitas surpresas.

—Só quis ajudá -la, Rachel. Já lhe disse que me importo com você. Rachel balanç ou a cabeç a.

— Mesmo assim, preferiria que você tivesse ficado fora disto tudo.

— Por quê? — ele perguntou, impaciente. — Será que atrapalhei mesmo? Ou será que eu apenas.. . apressei o desfecho? Quando cheguei, tive a impressã o de que as coisas nã o iam bem. Estou enganado?

— Está. Eu tinha contado tudo a Roger e ele acreditara em mim.

— O que nã o deixava de ser verdade e Rachel omitiu deliberada-mente a outra parte de sua conversa com o noivo. — Ele me ama —- ela completou, desafiando-o.

Alexis nã o parecia convencido.

— Meus sentidos nã o costumam talhar e eu percebi o ambiente tenso. O que houve entã o?

— Nada. — Ela se levantou e foi em direç â o à janela. Como dizer que Roger se recusara a ajudar seu pai? Se Alexis soubesse, conheceria a fragilidade do relacionamento dela com o noivo c nã o hesitaria em tirar partido da situaç ã o.

— Nada mesmo? — Alexis se aproximou e ficou parado atrá s dela. Rachel podia sentir o cheiro de tabaco misturado à envolvente fragrâ ncia que se desprendia do http: //www. adororomances. com. br/ 24

corpo dele. O que lhe acontecia quando estava com Alexis? Por que se tornava cada vez mais vulne rá vel à sua seduç ã o?

— Preciso ir, pois meu pai vai me telefonar na hora do almoç o,

— Era difí cil disfarç ar o nervosismo provocado pelo medo de que de repenle ele a tomasse nos braç os.

— Almoce comigo — ele convidou. O receio dela era infundado, pois Alexis nã o fez nenhum movimento para tocá -la. Era como se ele lesse seus pensamentos e evitasse qualquer gesto capaz de afu-gefitá -Ia. Parecia saber que sua voz provocante e sua forte sensualidade seriam suficientes para enfraquecer a resistê ncia dela.

— Eu nã o posso. — Procurou afastar-se dele. — Obrigada pelo café, mas tenho que ir. Jane deve estar tentando imaginar o que aconteceu comigo.

— Você pode telefonar para ela. — Enquanto falava, aproximou-se, impedindo-a de sair. Ela estava entre ele e a mesa e nã o tinha por onde escapar.

Alexis acariciou a gola da malha de Rachel.

— Esta cor fica muito bem em você. . .

— Por favor, Alexis. — Ergueu os olhos para ele, encarando-o decidida. — Eu preciso ir. Foi bondade sua me trazer aqui e procurar-me distrair, mas ficar em sua casa nã o vai resolver meus problemas. Alé m disso, talvez Roger perceba que foi precipitado e resolva me procurar, e quero estar em casa, se isso acontecer.

— Você sabe que ele nã o vai fazer isso. Roger nã o a ama. — Estava tã o convicto do que dizia que Rachel nã o soube o que responder. — Sempre lhe disse que você estaria melhor sem ele.

— Gostaria que você parasse com isso — ela falou, tremendo. — Meus sentimentos estã o confusos e você está se aproveitando disso. — Rachel voltou para ele os olhos azuis, atormentados. — Afinal, o que você quer de mim?

— Pensei que você tivesse entendido. — Alexis abraç ou Rachel pela cintura, e, segurando-lhe o queixo com a outra mã o, olhou-a provocante. — O que um homem pode querer de uma mulher?

— Você quer fazer amor comigo? --- ela perguntou, com os lá bios secos.

—- Isso mesmo. Você aceitaria?

—- Nã o! — Ela fez um grande esforç o para se livrar dele.

— Você ainda está deprimida e nã o quer se envolver com outro homem já, é isso?

— Nã o. Ê porque nó s mal nos conhecemos. Alexis sorriu.

— O que pode ser facilmente solucionado.

— Você nã o pode estar falando sé rio! Nã o existe nada entre nó s.

— Engano seu. Isto está bem claro nos seus olhos, no receio que você sente de que eu me aproxime — falou insinuante. — Nã o adianta tentar se enganar: o seu desejo é tã o intenso quanto o meu. Admita isso, Rachel, e tudo ficará mais fá cil.

— Nã o! Eu quero ir embora. Me solte! — Como ele podia ver tã o claro dentro dela? Mesmo que Alexis tivesse razã o, ela nã o cederia. Nã o naquelas circunstâ ncias.

— E se eu nã o permitir que você se vá? — Ele lhe acariciou o rosto. — Por que pensa que eu a trouxe aqui?

— Você está louco!

— Será loucura desejar beijá -la, tocá -la e ensinar-lhe todas as coisas que você nunca aprenderia com Roger? http: //www. adororomances. com. br/ 25

— Pare...

— Nã o tenha medo. — Alexis passou as mã os por baixo dos cabelos dela e araciciou-lhe a nuca. — Nã o vou machucar você prometo.

— Que tipo de mulher você pensa que eu sou? Que vou para a cama com qualquer homem que me peç a? Só com Roger é que eu, eu...

— Eu sei que, até hoje, você só esteve com Roger — ele completou, com paciê ncia. Rachel estava embaraç ada demais para explicar que nem mesmo com o noivo tivera relaç õ es.

— Está mesmo convencido de que irei para a cama com você? — ela perguntou, incré dula.

Alexis concordou, os olhos fixos nos lá bios dela.

— Pois saiba que está enganado — respondeu Rachel, indignada. Ele riu com espontaneidade e abraç ou-a mais forte.

— Sinto muito, mas nã o acredito em você. Nó s nos sentimos atraí dos um pelo outro desde a primeira noite em que nos vimos. Será que vou precisar provar que você me quer també m? — Alexis procurou a boca de Rachel, mas ela virou o rosto.

— Vai me deixar ir embora ou nã o? — Desviou os olhos dos de Alexis para nã o ver a chama que brilhava neles. — Você nã o parece do tipo de homem que precise pegar uma mulher à forç a, mas talvez isto seja mais estimulante...

Antes que ela terminasse, Alexis a soltou. Rachel sentiu que suas palavras tinham conseguido abalá -lo, mas por que ficara tã o perturbado? As reaç õ es dele, poré m, nã o a interessavam. Só queria ir embora dali e, assim, dirigiu-se para a porta.

— Eu a levarei para casa.

— Nã o é preciso.

— Mesmo assim, faç o questã o. — Alexis abriu a porta para t o deu-lhe passagem. Enquanto seguiam pelo corredor, ela considera como eram conflitantes seus sentimentos por ele.

No carro, Rachel refletia nas palavras de Alexis. O que ele dis podia ser verdadeiro, mas por que um homem com todas as vant gens que ele possuí a sentia-se tã o atraí do por uma mulher qu alé m do mais, só lhe dizia nã o? Rachel tinha certeza de que muitas mulheres nã o pensariam duas vezes para se entregar a ele. Talve Alexis acreditasse que mais dia, menos dia, venceria sua resistê ncia Pois ele nã o havia dito que nã o existia obstá culo suficientemente forte para barrar sua vontade?

Há uma semana ela nem sabia da existê ncia dele e, no entanto, em tã o pouco tempo ele conseguira terminar com o seu noi vado. Mas a culpa seria mesmo dele? Se Alexis nã o tivesse esco Ihido aquela manhã para ir ao apartamento de Roger, as coisas teriam sido diferentes? Nã o, Rachel sentia que nunca seria feliz sabendo que nada fizera para ajudar o pai e o comportamento de Roger naquele caso seria sempre uma sombra entre eles. Pela segunda vez em um só dia, ela foi obrigada a reconhecer que Alexis tinha razã o: Roger nã o servia para ela. O homem que amara nã o era o verdadeiro Roger Harrington e só agora ela se dava conta daquilo. Que imenso vazio Rachel sentia dentro de si! Vivera nos ú ltimos meses em funç ã o de seu casamento e era estranho pensar que ele nã o mais aconteceria. A partir daquele dia, voltava a ser uma pessoa solitá ria como fora até entã o.

Alexis nã o havia dito nenhuma palavra desde que entraram no carro. Estava frio e http: //www. adororomances. com. br/ 26

distante. No que estaria pensando? Olhando para aquele rosto viril, para aquelas mã os que seguravam com firmeza o volante, Rachel sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Até o momento tinha usado seu noivo como um escudo contra as investidas dele. Agora, nã o havia motivos para continuar repelindo-o, mas jamais aceitaria o tipo de relacionamento que ele desejava.

Ao chegarem, havia um carro estacionado em frente ao edifí cio de Rachel. O coraç ã o dela saltou quando reconheceu o veí culo, o que nã o passou despercebido para Alexis.

— É o carro de Roger? — perguntou ele, interpretando mal a reaç ã o dela.

— Nã o — respondeu Rachel, sem entrar em detalhes.

— É de algum namorado de sua amiga? — ele insistiu, acompanhando-a até a entrada. Ela o olhou preocupada. Alexis nã o podia ficar sabendo... Meu Deus! Seria terrí vel!

— Jane nã o tem namorado — respondeu evasiva. Por que ele nã o ia embora logo?

— De quem é aquele carro, Rachel? — Ele apertou o braç o dela com forç a. — Por acaso existe outro homem alé m de Roger?

— Nã o seja ridí culo! — Ela tentou se soltar, mas ele a segurou com mais forç a quando viu um homem sair do edifí cio e se dirigir a eles.

— Papai. . . — ela começ ou a falar.

— Deixe-a em paz! Ela nã o tem nada a ver com meus problemas. Por favor, solte-a. Já disse a Devlin que conseguirei o dinheiro em breve.

Em pé, perto da janela, Rachel viu o carro de seu pai que se afastava. Finalmente ele tinha ido embora! Ví rou-se e percebeu a expressã o de pena no rosto de Jane.

— Está tudo bem — falou tranquila. — Só estou com dor de cabeç a, pois o dia de hoje nã o foi nada fá cil.

— Nunca pensei que Roger pudesse fazer isso — lane- falou, balanç ando a cabeç a com pesar.

— Somos duas, entã o. Mas nã o se preocupe, eu vou sobreviver — ela falou, forç ando um tom de brincadeira,

— Tenho certeza de que Roger vai procurá -la.

— Será? — perguntou Rachel, em dú vida.

— Claro que vai! — Jane procurava falar com convicç ã o. — Afinal, acima de tudo, ele te ama.

— Nã o tenho tanta certeza disso.

— Nã o seja tã o negativa! Você sabe que é verdade. Nã o deixe seu pai estragar tudo.

— Jane, quando você ama algué m, faz o possí vel para ajudar essa pessoa.

— A ajuda seria para seu pai e nã o para você. E você tem que reconhecer que seu pai nunca se esforç ou para fazer alguma coisa pela filha.

— Mas ele está em dificuldades!

— Porque tem perdido muito no jogo.

— Por favor, Jane, vamos deixar esse assunto de lado. O qui acontece é que já nã o estou mais tã o certa sobre os meus senti mentos em relaç ã o a Roger.

— Alexis Roche tem alguma coisa a ver com o rompimento dt você s?

— Claro que nã o!

— Você disse que ele foi ao apartamento de Roger para explicar a situaç ã o, mas nã o entendi ainda por que você foi até a casa dele depois.

— Nó s saí mos juntos e ele me ofereceu uma carona — Rachel contou, embaraç ada. http: //www. adororomances. com. br/ 27

— Mas você s nã o vieram para cá...

— Eu estava deprimida. Ele me ofereceu uma xí cara de café e eu aceitei. O que mais eu poderia ter feito, Jane? Voltado a pé para casa, chorando pela rua?

— Foi só isso mesmo? — Jane parecia adivinhar alguma coisa, atravé s da hesitaç ã o da amiga.

— É claro que foi só isso! — Rachel levantou-se agitada. — Escute, lane, nã o quero mais falar sobre esse assunto, hoje. — Jane era uma boa amiga; mas, como sempre tivera uma vida solitá ria, Rachel nã o estava habituada a repartir seus problemas, a abrir-se com os outros, a confiar. — Foi um dia difí cil e, como se nã o bas-insse, houve aquele contratempo com meu pai quando nó s chegamos.

— Ele pensou que Alexis fosse algué m ligado ao principal credor dele?

— isso mesmo. Quase morri de vergonha. Alexis deve ter pensado que meu pai está sendo perseguido como uni ladrã o.

— O que vai acontecer com o sr. Fleming agora?

— Nã o sei. Segunda-feira, vou entregar a ele todo o dinheiro que tenho. Você sabe, o legado que minha avó deixou para mim.

— Se você acha que deve fazer isso. ..

— É uma questã o de consciê ncia. Nã o ficaria tranquila se nã o fizesse o possí vel por ele.

O dia terminou sem mais novidades. Roger nã o telefonou, o que nã o surpreendeu Rachel. Afinal, ela deixara o apartamento dele na companhia de Alexis, o que representava o fim de tudo, No fundo, ficara um pouco magoada por ver como Roger nã o havia feito o menor esforç o para salvar o relacionamento deles. Ele poderia ter

lhe dado uma chance para se explicar, mas preferiu aceitar a presenç a de Alexis como a prova definitiva da culpa da noiva.

Ao pensar em Alexis, uma onda de calor percorreu-lhe o corpo. Houve momentos na biblioteca em que ela pensou que sua capacidade de resistê ncia à atraç ã o dele tivesse chegado ao fim. Uma atraç ã o puramente sexual, reconhecia, mas, por isso mesmo, poderosa demais.

No domingo de manhã, Rachel nã o sentia a menor vontade de sair da cama e enfrentar seus problemas. Mas seu temperamento era forte e autopiedade nã o fazia parte de seu cará ter. Assim, antes das nove, já estava de pé preparando o café. Nã o ia deixar que os acontecimentos do dia anterior a abatessem: precisava reagir e recomeç ar a viver e aguardar tudo de bom que, com certeza, a vida ainda lhe reservava.

O telefone tocou e, apó s um momento de hesitaç ã o, com o coraç ã o aos saltos, resolveu atender.

— Rachel, é você? — ela reconheceu a voz de Charles.

— Eu mesma, papai.

— É sobre o que aconteceu ontem... — Talvez seu pai estivesse sentindo uma certa culpa pelo rompimento do noivado.

— Nã o se preocupe, papai, foi melhor assim — ela falou, sincera mente. — Descobri em tempo que nã o seria feliz com Roger,

— Roger? — Ela percebeu uma certa confusã o na voz do pa mas Charles logo se recuperou. — Minha querida, ele nunca me enganou. Sempre o vi tal qual ele é. Mas nã o é sobre isso quero falar. http: //www. adororomances. com. br/ 28

— Você encontrou uma forma de resolver sua situaç ã o?

— Nã o. Ou melhor, talvez sim. Só depende de você.

— Se está pensando em pedir o restante do meu legado, fique sossegado. Eu ia oferecê -lo a você hoje mesmo.

— Obrigado, querida. O problema é que quatro mil libras nã o representam nem o começ o de uma soluç ã o.

— O que você quer entã o? Nã o posso nem pensar em pedir Roger...

— Quem falou nele? Agora nã o adiantaria nada nó s recorrermoi a ele. — Fez uma pausa como se o assunto fosse delicado. — Rache você tem uma ideia de quem é aquele homem que estava com você ontem?

— E Alexis Roche.

— O que eu quero dizer é se você tem conhecimento da fortun que ele possui. O patrimó nio do avô dele representa um verdadeir impé rio.

Rachel empalideceu.

— Papai, se você pensa...

— Nã o. Nã o tire conclusõ es apressadas. Só quero saber como voa o conheceu. Ele é cliente da Hector, Hollis e Black?

— Nã o. Papai, infelizmente preciso desligar. Estã o tocando a cam painha e Jane nã o está. — Queria impedir, de qualquer maneira, quí o pai falasse o que ela temia.

— Está bem. Eu sei perceber quando estou sendo inoportuno — falou ofendido. — Sempre procurei fazer o melhor por você. Quando sua mã e foi embora, fui obrigado a deixá -la com tia Amy. Nã o é fá cil para um homem cuidar de uma crianç a sozinho, mas nunca deixei de mandar dinheiro para que você tivesse uma ó tima educaç ã o.

— Papai, o que você quer exatamenie?

Passaram-se alguns segundos antes que ele respondesse, deixando Rachel aflita.

— Nada. Eu nã o deveria tê -la procurado. Sinto muito.

— Pelo amor de Deus, papai. — Ela apertava o fone com forç a, como se desejasse quebrá -lo. — Você nã o pode pretender que eu procure Alexis Roche. Eu mal o conheç o.

— Nã o foi essa a impressã o que tive. Eu vi a maneira como você s se olhavam.

— Ele nã o significa nada para mim.

— Vamos, Rachel, você é minha filha e eu a conheç o bem. Se você telefonasse para ele. . .

— Nã o!

— O que você tem a perder? Nã o estou lhe pedindo que marque um encontro com ele. Use uma desculpa para falar com ele. Diga, por exemplo, que esqueceu uma luva no carro.

— Nã o!

Houve uma longa pausa antes que Charles falasse novamente.

— Está certo. Acho que nã o poderei contar com ningué m nessa hora difí cil. Obrigado, assim mesmo.

— Papai. Amanhã eu estarei no. banco para lhe emprestar... pai? — Mas o pai já havia desligado. http: //www. adororomances. com. br/ 29



  

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