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CAPÍTULO VIII



Rachel abandonou-se à quela sensaç ã o cada vez maior de prazer, que lhe escapava ao controle e dominava cada centí metro do seu corpo. Alexis conseguira dominá -la e colocá -la em uma situaç ã o da qual tentara fugir de todas as formas. As carí cias dele despertavam emoç õ es até entã o desconhecidas e Rachel, apesar de ir contra seus princí pios, desistiu de lutar e correspondeu sem reservas à paixã o dele. Mas tudo aconteceu depressa demais para ela. Alexis atingira o auge, deixando-a no meio do caminho, e o que lhe restou foi uma amarga decepç ã o. Talvez ele nã o fosse tã o diferente de Roger e buscasse apenas a pró pria satisfaç ã o, nã o se interessando pelas expectativas dela.

Alexis se deitou ao seu lado, em silê ncio, cobrindo os olhos com um dos braç os. Sua respiraç ã o, ainda alterada, foi gradualmente voltando ao normal. Pensando que ele estivesse adormecido, tentou í evantar-se, mas Alexis passou o braç o por seus ombros, impedindo-a de se afastar.

— Eu imagino o que você está sentindo, Rachel — ele falou, olhando para ela, http: //www. adororomances. com. br/ 37

com uma expressã o que a moç a nã o tinha visto até entã o, uma mistura de arrependimento e melancolia. — Fui muito rá pido, nã o fui? Mas nã o me censure demais. Esperei muito tempo por você, mais do que qualquer homem poderia suportar.

— Nã o quero falar sobre isso.

Colocando uma mecha dos cabelos dela, que caí ra sobre a testa, para trá s, Alexis puxou-lhe ternamente a ponta de uma das orelhas com a boca.

— Você ainda nã o entendeu, nã o é mesmo? Mas nó s temos muito tempo e você vai me dar uma chance para provar como isso pode ser bom e gratí ficante para os dois. — Frisou bem as duas ú ltimas palavras.

— Posso me levantar agora? — ela perguntou. Alexis nã o respondeu, mas acariciou-lhe o rosto, o pescoç o e sua mã o foi descendo até fechar-se sobre um dos seios dela.

— Por favor, me deixe ir — ela insistiu. — Você já conseguiu o que queria.

— Nã o, ainda nã o. Eu já lhe disse o que desejo: fazê -la vibrar comigo e é isso o que vai acontecer agora. — Abaixou a cabeç a e sua boca fechou-se avidamente sobre um dos seios de Rachel.

— Pare, você nã o pode. ..

— Por que nã o? — ele perguntou. Passeava as mã os pelas coxas dela e sua boca procurou o outro seio. Eram carí cias tã o intensas que Rachel nã o conseguiu ficar indiferente, como desejava, ou negar que ela també m precisava muito dele. Alexis ergueu a cabeç a e beijou-a na boca repetidas vezes, até fazê -la desistir de lutar e, abraç ando-o, abandonar-se completamente aos seus carinhos.

Agindo mais por instinto que por conhecimento, Rachel se acomodou melhor embaixo dele, procurando facilitar as coisas para Alexis a penetrou, suavemente, e aos poucos seus movimentos foram adquirindo um ritmo mais rá pido e ela se esforç ou para acompanhá -lo. Daquela vez nã o houve desapontamento ou insatisfaç ã o. Entregaram-se com calor à quele momento de paixã o até explodirem em verdadeiro ê xtase no final.

Alexis continuou deitado sobre ela e, passando as mã os pelas costas dele, Rachel sentiu que estavam arranhadas, o que era uma prova concreta da emoç ã o violenta que a dominara.

Ela ficou tã o envergonhada que nã o tinha coragem de encará -lo.

— Desculpe — disse, encostando o rosto na curva do ombro dele. - - Eu machuquei você. Sinto muito, acho que sou mesmo inexperiente demais.

— Nã o fale assim, Rachel. Foi muito bom, nã o foi? O fato de você ter me arranhado mostra apenas que fui bem-sucedí do no meu propó sito. — Piscou o olho para ela, brincando. — Queria que você sentisse junto comigo, que me quisesse mais do que qualquer outra coisa, e acho que consegui, nã o é? — Mas ela ainda nã o se sentia h vontade, e nã o respondeu. — Você é linda, Rachel. Muito mais do que eu poderia imaginar. Seu corpo é perfeito e gosto muito mais de você como está agora: sem maquilagem, os cabelos revoltos. . . Você é naturalmente bonita e nã o precisa de nenhum artifí cio para se tornar atraente. — Ele a abraç ou com carinho. — Foram momentos maravilhosos, nã o foram?

. As palavras dele estavam surtindo efeito e Rachel, aos poucos, se descontraí a. — Você acha que eu.. . . fiz tudo direito? — ela perguntou. http: //www. adororomances. com. br/ 38

— Direito? — Ele sorriu, abraç ando-a mais forte. — Você esteve tã o bem, que acho que nã o vou deixá -la voltar para casa.

Aquela ú ltima palavra fez com que Rachel acordasse bruscamente para a realidade. Havia se esquecido de casa, Jane e Roger. Naqueles ú ltimos momentos, o tempo nã o existira, como se ela nã o tivesse passado, presente ou futuro.

Só entã o percebeu a angú stia de sua situaç ã o. Agora, podia voltar para casa, pois estava pago o preç o que Alexis exigira e seu pai, salvo. Por algum tempo, tinha se esquecido de sua verdadeira posiç ã o lá.

— Voltar para casa. .. — repetiu as palavras dele devagar e em voz alta, como se falasse para si mesma.

— Nã o sei por que fui lembrá -la disso. — Ele encostou o rosto dela em seu peito, — Mas nã o precisa se apressar. Nó s vamos jantar e depois...

— Eu nã o quero jantar. — Tentou se livrar dos braç os dele. — Que sentido teria isso? Acho que já cumpri o meu papel, nã o é? Agora que já acertamos nossas contas, só me resta ir embora. O que se diz numa situaç ã o dessas? Foi um prazer conhecê -lo? — ela perguntou, com ironia.

— Pare! Nã o fale assim. Eu sei o quanto você deve estar magoada, mas as coisas nã o sã o como imagina. Verdade! Eu queria você, ou melhor, ainda a quero, mas nã o por esses motivos que você falou.

— E você acha que eu posso acreditar? — Sentia-se amargurada.

— Vou ter de convencê -la. — Envolveu-a com carinho em seus braç os. — E vou fazer tudo para isso. Fique para jantar comigo e nó s conversaremos depois. Você já reparou que nunca conversamos de verdade? Até hoje, nó s só brigamos. . .

— Eu nã o sei. . .

— Entã o me deixe decidir por você. Quero fazê -la minha prisioneira esta noite, mas será uma doce prisã o, eu prometo — Alexis falou, beijando-a com ternura. — Venha, vamos tomar banho juntos e depois vamos ver o que Karim preparou para nó s. -

O banheiro ficava ligado ao quarto e era tã o impressionante quanto o resto da casa. A banheira era redonda e ficava no centro, num plano mais alto. Quem estivesse nela poderia ver seu reflexo no enorme espelho que ocupava totalmente uma das paredes laterais. Vá rias lâ mpadas, do tipo das que se usam em camarins teatrais, iluminavam espelhos menores que ficavam acima das duas pias de má rmore. Era realmente cinematográ fico!

O cená rio absorveu a atenç ã o de Rachel, impedindo-a de ficar envergonhada com sua nudez, ou com a situaç ã o em si.

No chuveiro, nã o havia espaç o bastante para duas pessoas e Rachel parou indecisa. Alexis puxou-a com deiicadeza para dentro, fechou a porta de vidro e, abrindo a torneira, deixou que a á gua caí sse sobre os dois. Com suavidade, passou o sabonete pelo corpo dela, massageando-lhe os braç os, o ventre, os seios, cobrindo-a de espuma. Rachel ficou quieta, procurando manter-se calma e pensando, vagamente, que nã o deveria estar ali. Quando as mã os dele alcanç aram as partes mais í ntimas de seu corpo, uma emoç ã o cada vez maior foi tomando conta dela, envolvendo-a na má gica daquele momento.

—-Você me deixa louco! — Alexis falou, com a voz alterada. Puxou-a para bem junto dele num abraç o e, erguendo-lhe o rosto, beijou-a com ardor.

Rachel voltou para o quarto a fim de procurar suas roupas. Vestia um robe de toalha, http: //www. adororomances. com. br/ 39

bege, com um A bordado no bolso, muito grande para ela e que escorregava para o lado na altura do ombro, deixando seu colo alvo descoberto. Seu cabelo comprido estava seco graç as a. um secador que Alexis providenciara. Ela nã o fazia ideia de como ficava provocante e, ao mesmo tempo, infantil e desprotegida, pela lorma descuidada como usava aquela roupa.

Quando ela entrou, Alexis já estava no quarto, vestido e com uma malha que favorecia a cor morena de sua pele. Olhou-a fascinado.

— Nã o se vista ainda — pediu, atravessando o quarto em direç ã o; i ela. — Hum, que perfume delicioso é esse? — ele perguntou, mergulhando o rosto nos espessos cabelos dela.

— É seu. Quer dizer, deve ser o perfume do seu xampu e sabonete.

— Você é a criatura mais perfeita que já vi. Eu simplesmente niio consigo manter minhas mã os longe de você. — Abriu o robe de Rachel e olhou encantado para seu corpo esbelto, bem proporcionado, as pernas longas e firmes e a curva suave dos seios. Sua

expressã o era de admiraç ã o e posse. —- Você é minha Rachel. A partir de hoje, minha e de mais ningué m.

— Alexis.

Ele havia passado as mã os por dentro do robe e abraç ava-a quandi aquela voz á spera explodiu. Rachel olhou assustada em direç ã o í porta, embrulhando-se à s pressas no robe. Um brilho de raiva passoi pelos olhos de Alexis. mas eie se controlou e dirigiu-se para aquelí intruso, procurando mostrar alegria.

— Grand-pè re — cumprimentou educadamente o homem, incli nando-se diante dele. Rachel, morta de vergonha, ficou petrificada sentindo sobre si o olhar furioso daquele á rabe usando albornoz. C ú nico desejo dela, naquele momento, era estar a quiló metros de distâ ncia dali.

— Eh bien, Mariana avait raison! — A voz dele ecoava como urr trovã o no quarto. — Tu as une liaison avec une anglaise! Tu es fou, Groyais-tu vraiment que iu pourrais commetre une telle abominat'ton':

— Fale inglê s, por favor, grand-pè re — Alexis pediu, aparentfr mente indiferente à có lera do avô. Os conhecimentos de francê s de Rachel limitavam-se ao que havia aprendido no colé gio, mas foram suficientes para que entendesse que o avô de Alexis nã o estava nem um pouco contente por encontrá -la no quarto do neto. Entã o a famí lia deí e era realmente á rabe? De repente, tudo parecia ter ló gica: as referê ncias dele a Bahdan, aquele chofer estranho, a aparê ncia servil e reverente de Kanm e a pró pria maneira de ser, autoritá ria e prepotente, de Alexis.

— Livre-se dela agora — o homem falou, como quem nã o admite ré plicas e em inglê s, para que Rachel compreendesse bem a posiç ã o ali. Ela estava atordoada, sem saber o que fazer e o seu primeiro impulso foi o de obedecer à s palavras dele. Nunca, em sua vida, se sentira tã o humilhada! Ser tratada como uma qualquer! Nã o se sentiu melhor nem mesmo quando Alexis segurou-a pelo braç o impedindo-a de fazer o que o avô mandara.

— Rachel está na minha casa, como minha convidada e nã o vai sair daqui — ele falou imperturbá vel, dando a mã o para ela. — É melhor nó s sairmos para que ela possa se vestir. Tí nhamos acabado de sair do banho quando o senhor chegou.

Parecia que o homem ia explodir. Ficou muito vermelho e de seus olhos saí ram verdadeiras faí scas de raiva. . http: //www. adororomances. com. br/ 40

— Mariana está aqui, Alexis — ele falou, procurando controlar-se. - Ela está lá embaixo, esperando para falar com você. Devo pedir a Mariana que aguarde enquanto esta, esta.. . senhora se veste?

— O senhor pode lhe dizer o que quiser — Alexis respondeu, com indiferenç a. — Tenho certeza de que Mariana conhece muito bem os meus sentimentos por ela. Se vai esperar ou nã o, para mim nã o faz diferenç a. Para falar a verdade, até preferia que ela fosse embora.

Rachel tentou imaginar quem seria aquela Mariana e o que leria feito para que Alexis agisse de forma tã o rude com ela. Seria sua irmã? Namorada, talvez? Sua mulher?

— Acho que este nã o é o melhor local para falarmos sobre isso. listaremos esperando lá embaixo por você. Por você, e por mais ningué m — ele falou, olhando para Rachel.

Saiu deixando a porta aberta e Alexis, numa demonstraç ã o de violê ncia pouco comum nele, bateu-a com forç a. Voltou-se para Rachel e, pelo seu rosto, ela viu que estava realmente zangado.

— Vou me vestir em um minuto — ela falou, enquanto procurava suas roupas.

— Nã o fique nervosa — ele disse, com delicadeza. — Meu avô é do tipo que grita, esbraveja, mas nã o é má pessoa. Como é mesmo aquele ditado? Cã o que ladra nã o morde. — Tentava fazer graç a, para diminuir a tensã o do ambiente. — Acho que nosso jantar vai se atrasar um pouco.

— Jantar? — ela perguntou, quase gritando. — Você acha que eu conseguiria comer qualquer coisa agora? Você vai falar com seu avô e.. . e. . .

— Mariana — ele completou, sem se perturbar com a agitaç ã o dela.

— É,, e Mariana. Eu vou para casa, exatamente como pretendia lazer algumas horas atrá s. Nunca deveria ter vindo até aqui.

— Você quer dizer que se arrependeu de tudo o que houve entre nó s hoje? — ele perguntou, segurando as mã os dela. — Rachel, é isso o que você pensa?

— Solte-me, Alexis. Eu quero ir embora. — Como poderia afirmar aquilo se o simples contato das mã os dele produziam um efeito devas-lador nela? Ah, tinha adorado cada minuto nos braç os de Alexis, adorado a forma à s vezes terna, à s vezes violenta dele fazer amor. Mas a volta à realidade fora dura demais. O avô havia deixado bem claro quem era ela para Alexis.

— Você nã o vai sozinha, eu vou levá -la. — Pelo jeito, autoridade era um mal de famí lia. — Vou levá -la depois que as visitas tiverem ido embora. Quero que você me explique exaí amé nte o que quis dizer.

— Por favor, Alexis, quero ir agora e sozinha. Você nã o entende que esse dia já foi demais para mim?

— Eu vou com você e assunto encerrado — falou com calma, mas decidido. Recolheu as roupas que estavam no chã o e entregou-as a Rachel. — Você quer que eu a ajude? — perguntou, sorrindo.

— Você quer bancar a criada de quarto? — Haví a ironia na voz dela.

— Por que nã o? Fui eu que tirei — falou, apontando para as roupas — e posso colocá -las outra vez no lugar.

— Nã o!

Ela olhou para ele assustada, mas Alexis balanç ou a cabeç a e riu alegremente. http: //www. adororomances. com. br/ 41

— Você tem razã o, é melhor que eu saia. Se ficar aqui, vamos acabar nos demorando muito e meu avô nã o é uma pessoa paciente, subiria para nos procurar. E eu nã o gostaria de ser interrompido quando estivé ssemos juntos,

O rosto de Rachel ficou vermelho.

— Você nã o vai sair? — ela perguntou, vendo-o parado no mesmo lugar.

— Nã o posso nem assistir?

— Nã o!

— Está certo. — Ele foi em direç ã o à porta. —- Mas nã o demore muito, senã o eu volto para apressá -la.

E, realmente, antes que Rachel estivesse pronta, ele voltou. A moç a já se vestira e estava tentando se pentear. Seu cabelo era rebelde e nunca ficava no lugar onde tentava ajeitá -lo. Mas era muito bonito e sua desordem natural apenas tornava Rachel ainda mais atraente. Ainda estava lutando para escová -lo quando Alexis abriu a porta.

— }á está ó timo — ele falou, indo até ela e tirando a escova de suas mã os. — Gosto muito de seu. cabelo, da cor que tem, do seu brilho e maciez. Nunca tente mudá -lo, Rachel — ele pediu com delicadeza.

Ela se voltou para o espelho e examinou o rosto. Estava um pouco pá lido e abatido.

— Eu gostaria de usar um pouco de maquilagem — ela falou, passando a mã o peias faces.

— É. .. Você parece um pouco.. . cansada. — Tentava brincar com ela. — Mas é fá cil entender o motivo. Eu també m estou, mas uma boa noite de sono é o melhor remé dio para isso.

— Preferia ir para casa agora — Rachel falou inclinando a cabeç a. Fora um dia de muitas emoç õ es e aquela cena com o velho abalara seus nervos.

Alexis virou-a para si e segurou as mã os dela entre as suas.

— Ainda nã o. Quero que você conheç a Mariana.

— Será mesmo necessá rio, Alexis? Eu nã o tenho a menor vontade de ver ningué m. Alé m disso, seria muito embaraç oso ir até lá, depois de tudo que seu avô falou.

— Ê preciso que você vá, Rachel, para ver que Mariana nã o é tã o assustadora quanto meu avô. Alé m disso, ela quer muito conhecê -la. — As ú ltimas palavras soaram de um jeito estranho. Na verdade, ele estava ansioso para que a acompanhante de seu avô visse Rachel.

Ela percebeu alguma coisa estranha em Alexis, mas nã o soube definir o que era. De qualquer forma, tinha certeza de que Mariana nã o tinha o menor interesse em conhecê -la. Nã o conseguia compreender direito o que estava acontecendo, e tinha receio de estar sendo usada por ele, por algum motivo oculto. Queria fugir daquele lugar, mas nã o de Alexis. Aquela noite fora a rnais marcante de sua vida e nã o podia fazer de conta que nada tinha acontecido e ir embora. Rachel sentia necessidade de analisar suas emoç õ es, seus sentimentos. A ú nica coisa de que tinha certeza era que nunca poderia esquecer a magia e o encantamento dos momentos vividos com Alexis. Assim, mesmo sem saber o que a esperava, concordou em descer com ele.

O avô de Alexis e a moç a que o acompanhava estavam esperando em uma das saí as do andar de baixo. Rachel logo reparou na moç a que, parada ao lado da lareira, parecia observar um quadro impressionista. Alexis era um assí duo frequentador de leilõ es de arte e o quadro que Mariana olhava era um autê ntico Van Gogh.

Quando entraram na sala, Rachel percebeu o gesto brusco de espanto do avô dele, http: //www. adororomances. com. br/ 42

mas Alexis nã o pareceu dar importâ ncia à evidente irritaç ã o que sua atitude provocara.

— Deixe-me apresentá -la ao meu avô, Rachel — ele disse, conduzindo-a com decisã o pela sala, — Sheik Ibrahin ibu Rachí d, Rachel Fleming.

Por um momento, pareceu-lhe que ele nã o ia nem tomar conhecí mento de sua presenç a, mas as regras de boa educaç ã o nã o permitiram que ele fosse tã o rude. O sheik fez um movimento de cabeç a quase imperceptí vel, sem nem ao menos olhar para ela.

Alexis franziu as sobrancelhas ao ver aquilo, mas nada disse. Levou Rachel, entã o, na direç ã o da moç a.

Era muito bonita, embora de um tipo bem diferente das inglesas. Sua pele tinha a mesma tonalidade da de Alexis, mas parecia ter a maciez de um pê ssego. Suas feiç õ es eram clá ssicas e o cabelo bem preto estava preso na altura da nuca. Usava um vestido verde, simples, e parecia incrivelmente despojada em meio ao luxo daquele ambiente. Mariana tinha um ar tã o arrogante quanto o do avô.

— Mariana — Alexis falou, olhando para a moç a de um jeito que Rachel nã o soube definir. Era como se estivesse estudando atentamente as reaç õ es da fisionomia dela. — Rachel, esta é mademoi-selle Mariana Rachid, minha prima.

Sua prima. Rachel esforç ou-se para sorrir, mas o rosto de Mariana ficou impassí vel, sem demonstrar qualquer emoç ã o. Apenas os olhos escuros brilharam com mais intensidade. Nã o fez o menor gesto para cumprimentar Rachel. Voltou-se para o avô, como se esperasse que ele a salvasse de alguma situaç ã o desagradá vel. Grand-pè re. . .

— Entã o.. . — Alexis tomou a iniciativa. — Como vai, Mariana? Você me parece muito bem.

A moç a foi para perto do avô, mas, antes que este pudesse dizer qualquer coisa, Alexis antecipou-se, mais uma vez.

— Por que veio até aqui, Mariana? — perguntou, sé rio. — Nã o í emos mais nada a dizer, um ao outro. Será que nã o fui bem claro na ú ltima vez em que nos encontramos?

— Alexis, pare. Você nã o pode falar assim com Mariana — interrompeu o avô.

— O senhor nã o deveria ter vindo com ela. Nã o vai adiantar nada. Ela me conhece o suficiente para saber que ningué m me influencia em assunto nenhum. Muito menos nesse. — Fez uma pausa, como se precisasse tomar fô lego. — Quando tomo minhas decisõ es, nunca volto atrá s. O senhor e ela sabem disso.

— Está bem, Alexis. Agora, basta. — O avô parecia espantado com as palavras inflamadas dele. — Mariana fez bem em recorrer a mim. Afinal, ainda sou o chefe da famí lia, nã o? Ela estava confusa,

desorientada e acho muito natural que tenha procurado minha ajuda e meu apoio. Alexis balanç ou a cabeç a.

— Nã o há nada que o senhor possa fazer, grand-pè re. O que está feito, está feito.

— Eu nã o concordo com você. — Ele segurou com afeto o braç o da neta. — Sei que existem certas circunstâ ncias em que um homem nã o pode voltar atrá s. Eu mesmo nã o costumo fazer isso. Mas nesse caso é diferente, Alexis. A felicidade de você s está em jogo. . .

— Desculpe-me, grand-pè re, mas o senhor nã o sabe o que está dizendo. — Alexis parecia mais irritado do que nunca.

— Vou fazer de conta que nã o ouvi o que você falou. Estou empenhado em http: //www. adororomances. com. br/ 43

resolver este caso e vou conseguir! Você tem que ver. ue tudo nã o passou de um mal-entendido.

— Nã o há nenhum mal-entendido. Pelo contrá rio, está tudo muito claro. — Alexis declarou com decisã o, mas seu avô pareceu nã o lhe dar ouvidos.

— Você estava cansado naquela noite. Meu filho, à s vezes, as coisas nã o sã o o que parecem ser. Você deveria ser justo e dar a ela; io menos a chance de uma explicaç ã o,

— Nã o há necessidade de explicaç õ es. — Alexis estava irredu-lí vel. — Nã o sou cego nem estú pido. Eu sei o que vi.

— Alexis!

A voz de Mariana tinha um tom de sú plica, como se temesse o que ele pudesse dizer. Naquela altura, Rachel achou que já era hora de sair. Estavam tratando de um assunto de famí lia e ela era uma intrusa. Embora nã o soubesse do que se tratava, parecia um assunto wé rio demais para que ficasse ouvindo. De qualquer forma, já ouvira mais do que gostaria. Em silê ncio, caminhou em direç ã o a porta.

— Fique, Rachel.

Tentara sair o mais discretamente possí vel, mas Alexis tinha percebido sua intenç ã o e foi até onde ela estava.

— Nã o vá — ele pediu, com uma voz bem mais suave do que há pouco. Ajeitou o cabelo dela sobre a testa e Mariana deu um pequeno grito abafado, ao ver a intimidade que havia entre eles.

— Alexis... — Rachel tentou falar, mas suas palavras foram interrompidas pelo avô.

— Bon sang! —- ele exclamou, exaltado. — Será possí vel, que você nã o tenha o menor respeito pela mulher com quem vai casar? Por Alá, você nã o se envergonha?

Um silê ncio pesado invadiu a sala depois daquelas palavras e Rachel voltou-se para Alexis sem disfarç ar a acusaç ã o que havia em olhos azuis. Ela era noiva dele! Ela ia ser sua mulher! Agora estava tudo explicado. Com certeza, Mariana havia feito alguma coisa que magoara demais Alexis e ele a tinha usado para se vingar. Parecia bem de acordo com o temperamento dele: tinha que atingir seus objetivos sem pensar se estava pisando nos sentimentos dos outros pelo caminho.

— Isto é verdade? — Havia um nó em sua garganta e mal podia articular as palavras. Aproveitando a oportunidade, o sheik Ibrahin ibu Rachid dirigiu-se a ela com mais arrogâ ncia do que a que já demonstrara:

— É claro que é verdade! Por que você acha que meu neto a trouxe aqui? Nosso assunto nã o lhe diz respeito, mas pelo visto ele fez questã o que você ouvisse cada palavra. E mais ainda: fez questã o que Mariana a visse. Foi tudo um plano para uma vinganç a que, no Final, machuca o pró prio Alexis mais que a qualquer outra pessoa.

Rachel insistiu na pergunta como se nã o tivesse ouvido as palavras do sheik.

— É verdade?

Momentos antes, Alexis parecia tã o pró ximo dela, tã o ligado a ela, mas diante da pergunta de Rachel parecia nã o saber o que dizer. Seria verdade entã o? O coraç ã o dela bateu descompassado pela angú stia. Tinha sido apenas um instrumento de vinganç a! Olhou para Alexis que lhe pareceu mais á rabe do que nunca. Como pudera ser tã o frio e calculista? E por que havia escolhido justamente ela?

— Ele nã o vai responder porque nã o pode — o sheik declarou, antes que Alexis http: //www. adororomances. com. br/ 44

dissesse qualquer coisa. — Se ele nã o tem coragem para confirmar, eu mesmo lhe asseguro que tudo é verdade. E o sheik Ibrahin ibu Rachid nã o tem o há bito de mentir.

— Entã o é verdade... — Sua capacidade de suportar aquela tensã o atingiu o limite. Queria fugir daquela humilhaç ã o para que ao menos eles nã o vissem seu desespero e as lá grimas prestes a cair. — Eu devia ter percebido. Se você s me dã o licenç a. . .

— Nã o vá! — Alexis colocou a mã o sobre seu ombro. — Nã o me deixe. . . Eu preciso falar com você.

Mas ela fugiu ao contato.

— Acho que nã o temos mais nada a dizer um ao outro. — Pelo jeito, ele realmente nã o podia desmentir as palavras do avô. — Por favor, quer pedir meu casaco a Karim?

Rachel dirigiu-se para o hall e, embora soubesse que Alexis a seguia nã o olhou para trá s. Karim apareceu e, apó s receber as instruç õ es de Alexis, afastou-se para ir buscar o casaco e a bolsa dela.

— Você nã o vai mesmo mudar de ideia? — ele perguntou, fazendo mais uma tentativa para detê -la. Karim voltou com o casaco de Rachel e ajudou-a a vesti-lo. — Ainda temos o assunto da dí vida do seu pai para resolver — Alexis lembrou, rudemente. Usaria qualquer artifí cio para segurá -la. Rachel empalideceu diante daquelas palavras.

— Lamento que você ache que o pagamento de hoje nã o tenha sido o suficiente para saldar a dí vida — falou com a voz embargada e os olhos cheios de lá grimas. — Mas como já lhe disse antes, encontrarei uma forma de pagá -lo, nem que para isso precise usar o meu corpo da mesma forma como fiz hoje com você.

— Nã o diga isso! — Ele a agarrou pelos ombros e aproximou seu rosto do dela. Os olhos de Alexis brilhavam e havia neles uma paixã o indomá vel. Por alguns segundos os dois se enfrentaram e, entã o, ele a apertou contra o peito, seus lá bios esmagando com violê ncia os dela.

Apesar da humilhaç ã o, do ressentimento e da raiva, Rachel nã o pô de impedir que uma forte emoç ã o falasse mais alto que todos aqueles sentimentos e correspondeu plenamente ao seu beijo. O corpo esbelto dela colou-se ao dele, como que buscando os momentos de intimidade vividos há pouco. Mas o clima já nã o era o mesmo e, se antes tinha havido carinho e prazer, agora só havia má goa e ansiedade.

— Se você permitir que algué m a toque, eu a matarei — ele disse ao ouvido dela e aquele modo selvagem de falar fez com que Rachel se lembrasse do motivo que o levara a possuí -la a qualquer preç o.

Juntou todas as suas forç as e se livrou dos braç os dele. Mesmo sabendo que só conseguiria ir embora se ele permitisse, correu em direç ã o à saí da. A porta bateu com forç a atrá s dela, mas a moç a nã o olhou para trá s.



  

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