Хелпикс

Главная

Контакты

Случайная статья





plumagemcolorida. Joanna sabia que nunca mais se esqueceria daquele



lugar, e resolveu prender uma flor no cabelo, que havia tranç ado

novamente. Voltou ao acampamento sentindo-se refrescada, e deu com

Arthur rindo do bilhete que ela escrevera abaixo do dele:

" Sr. C. Eu nã o sirvo para ser devorada no café... protesto! Srta. D. ".

Arthur olhou para ela, os claros olhos cinzentos contrastando com o

rosto escurecido pela barba por fazer.

— Posso dizer que você está apetitosa... nã o é justo que um homem

só fique apresentá vel de manhã, depois de fazer a barba.

Passou a mã o pelo rosto, sentindo sua barba cerrada.

— E o que trouxe de sua expediç ã o para o café?

— Mangas. Achei um pé carregado, ali adiante, e trouxe duas para

agora, e mais algumas para a gente levar. Vã o ajudar a suportar melhor o

calor, durante a caminhada.

Eles tomaram café e conversaram, mas durante todo o tempo Joanna

sabia que sua aventura com Arthur estava chegando ao fim. Olhou à volta

para gravar na memó ria todos os detalhes.

— De uma coisa você nã o pode reclamar — disse ele.

— Do quê?

O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear

Sabrina no. 263

Livros Florzinha - 101 -

— Apesar de ser culpado por me esquecer de encher o tanque do

aviã o, nã o deixei de fornecer a você ó timas refeiç õ es... A coisa toda nã o foi

tã o ruim assim, nã o é?

— Foi uma experiê ncia e tanto — disse Joanna, desviando o olhar,

pois era mais fá cil admirar os pá ssaros do que enfrentar os eloquentes

olhos cinzentos. — Vou me lembrar para sempre da floresta, do canto dos

passarinhos, do café feito no cantil...

— Vai se lembrar de mim, Joanna?

Seu coraç ã o disparou, e Joanna ficou ainda com mais receio de olhar

para ele.

— Vou tentar — respondeu fingindo. — Afinal você disse uma ou

duas coisas memorá veis...

— Está planejando encontrar-se logo com sua irmã? —

perguntou Arthur, enquanto esvaziava o cantil, apagando o fogo.

— Já tenho quase todo o dinheiro da passagem, mas vou esperar até

que você arranje uma substituta.

— Nã o gostaria de deixar tia Carol sem ningué m.

— Bem, Sally nã o é aleijada. — A frase havia escapado antes que ela

se segurasse. Arthur a encarou, os olhos como aç o no rosto queimado.

— Está sugerindo que Sally a substitua? — perguntou sé rio.

— Tenho certeza de que nã o faria mal a ela ajudar um pouco em casa

— respondeu Joanna corajosamente. — Poderia deixar queimar alguma coisa

no começ o, eu mesma fiz isso, mas é uma coisa que toda garota deve saber...

arrumar a casa e cozinhar um pouco. Você mesmo afirmou que todos na

fazenda fazem a sua parte, e Sally nã o é mais uma crianç a...

você mesmo sabe disso.

— Nã o, ela nã o é mais crianç a — concordou ele. — Mas você sabe o

motivo de eu mimá -la um pouco.

— Sim. — Joanna sentiu como se tivesse uma faca no coraç ã o. Arthur

naturalmente pretendia casar com a garota, e isso justificava todo o mimo

que quisesse dar a ela, Mas que tipo de esposa daria Sally, sendo assim tã o

estragada, e tratada como uma princesa. Um homem como ele precisava de

uma mulher. Algué m que o amasse com paixã o, e que se dispusesse a

enfrentar ao seu lado os altos e baixos da vida. Sally era linda como um

quadro, mas sem nenhuma profundidade... Combinaria melhor com algué m

como Robert, que gostava mais das coisas boas da

vida. — É melhor a gente ir andando — disse Arthur. — O tempo

está

passando e temos uma boa caminhada pela frente.

— Vou correndo lavar o cantil e as canecas. — Joanna pegou os

utensí lios e foi para o regato. Seus olhos estavam cheios de lá grimas, e ao

O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear

Sabrina no. 263

Livros Florzinha - 102 -

se ajoelhar na beira da á gua, a flor que colocara nos cabelos caiu e foi

boiando para longe...

Afinal, começ ou a ú ltima etapa da caminhada por entre as enormes

á rvores da floresta tropical. Joanna passava de vez em quando a mã o pela

testa suada, seguindo atrá s de Arthur, que a estimulava com palavras

animadoras e, à s vezes, com um gole da á gua refrescante do cantil.

— Nã o falta muito agora — avisou ele. — Veja, a picada está mais

clara. É porque as á rvores já nã o estã o mais tã o juntas umas das outras.

Como estã o seus pé s? Você andou tropeç ando mais, agora no fim.

— É porque estou cansada... só um pouquinho.

— Entã o, agora vai... já que nã o tem mais forç as para lutar contra

mim.

Um braç o de aç o a levantou do chã o com facilidade. Joanna murmurou

um protesto, mas ele a obrigou a apoiar a cabeç a em seu ombro e ela nã o

disse mais nada.

Aos poucos, o caminho clareava e ficava mais livre de folhagens e

cipó s. Por fim, chegaram ao fim da floresta, encontrando a estrada que

dava para a ponte sobre o despenhadeiro.

— Logo depois de atravessarmos a ponte chegaremos em casa —

disse Arthur.

Joanna esperou que ele a pusesse no chã o, mas Arthur só fez isso no

meio da ponte, como se quisesse dizer que a intimidade que haviam

partilhado terminava naquele lugar.

No fundo do despenhadeiro um rio despencava furioso no meio das

espumas, e a paisagem era maravilhosa e aterradora ao mesmo tempo.

Eles chegaram à casa da fazenda pelos fundos, um par de viajantes

cansados, sedentos e suados, desejando bebidas geladas, um bom banho e

algumas horas de descanso. Algué m estava na varanda e chamou-os pelos

nomes. E o vulto de uma garota veio correndo pelo gramado e se atirou nos

braç os de Arthur.

CAPITULO IX

— Arthur... Arthur querido! — dizia Sally, abraç ada ao padrinho. —

Como você s nã o chegaram ontem, tia Carol entrou em contato com os

Brennan e soube que você s tinham saí do de lá de manhã! Robert e alguns dos

outros homens estã o procurando por você s dois... — Sally estava sem

fô lego, os braç os ainda à volta do pescoç o dele, olhando para seu rosto. —

Você parece estar bem... o que foi que aconteceu?

O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear

Sabrina no. 263

Livros Florzinha - 103 -

— Ficamos sem gasolina e precisei fazer um pouso forç ado

— explicou ele, com um sorriso aberto para a garota.

Sally olhou para Joanna. reparando no cabelo desgrenhado, na roupa

suada e na jaqueta pendurada ao ombro.

— Quer dizer que levaram todo esse tempo para chegar aqui?

— Isso mesmo. Mas vamos deixar as explicaç õ es para mais tarde,

que eu estou morto de vontade de tomar uma cerveja gelada.

— Vou correndo contar para tia Carol que você s chegaram sã os e

salvos!

Sally saiu correndo e Joanna levantou os olhos, dando com Arthur a

encará -la com um leve sorriso nos lá bios.

— Você vai ter um pouco de paciê ncia, mas é claro que vai haver

comentá rios. Você é uma garota atraente, e algumas pessoas vã o querer

saber se eu me portei como um cavalheiro...

— Os que conhecem você de verdade nã o vã o ter dú vida alguma —

disse ela corando, e, quando chegaram aos degraus da varanda,

acrescentou: — Arthur, quero agradecer-lhe por tudo, pela paciê ncia e

consideraç ã o que teve com uma novata.

— E eu quero agradecer a você, Joanna, por ser uma garota que sabe

rir nas horas difí ceis. Se você fosse dessas que tê m ataques histé ricos, eu

nã o teria sido paciente. Foi um enorme prazer, srta. Dowling, ter

sofrido um acidente aé reo com você.

Era como se ele a tivesse chamando por um nome carinhoso. Joanna.

atrapalhada, querendo agora ficar sozinha, entrou depressa na sala

sombreada. Ao longe se escutava o ruí do da bengala de tia Carol, e ao

dobrar o corredor Joanna se encontrou frente a frente com a velha

senhora, cujo rosto mostrava as rugas fundas da preocupaç ã o.

— Joanna... minha querida!

— Está tudo bem — disse Joanna, abraç ando-a. — Nã o aconteceu

nada com a gente.

— Fiquei com tanto medo por você s dois... mas sabendo como Arthur

é... — Tia Carol olhou no fundo dos olhos dela, como se adivinhasse que

Joanna estava apaixonada por Arthur. — Pobre querida, você está esgotada!

Precisa repousar. Vou mandar Peg ajuda-la.

— A senhora é tã o boa, tia Carol...

Joanna tomou um bom banho, enfiou o pijama e bebeu o suco gelado

que Peg lhe trouxera. Agora queria apenas algumas horas de sono entre os

frescos lenç ó is.

— Durma algumas horas — disse a mocinha —, e vai ficar boa para a

festa. Sally estava preocupada, com medo de ter que cancelar a festa. Mas

agora está tudo bem. o Chefe voltou sã o e salvo.

O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear

Sabrina no. 263

Livros Florzinha - 104 -

Joanna respondeu sonolenta:

— Peg, por favor, venha me acordar quando estiver na hora de me

arrumar para a festa, sim?

— Está bem.

E a porta se fechou devagarinho.

Durante algum tempo Joanna ficou a só s com seus pensamentos, pois

nã o conseguia dormir. Fechava os olhos e via novamente o olhar que Sally lhe

dera. Sem sombra de dú vida, fora um olhar de ciú me, de uma garota que

encarava Arthur como sua propriedade. Por fim, acabou adormecendo e

acordou descansada, algumas horas depois, antes que Peg

voltasse.

Saiu da cama e foi olhar o pô r-do-sol pela janela. Toda aquela terra

pertencia a Arthur. E havia tanta beleza... Percebeu um grupo de cavaleiros

se aproximando, com Robert à frente. Ao longe ele parecia com seu primo,

mas Joanna nã o sentia a excitaç ã o que a visã o de Arthur

sempre lhe proporcionava.

Os homens chegaram mais perto e Joanna escutou suas risadas.

Adivinhou ser o grupo de busca que voltava. Provavelmente Arthur havia

mandado um mensageiro avisá -los de sua chegada.

— Viva! — gritou um deles, jogando o chapé u para o alto. Era a alegria

por saberem que o Chefe estava bem, e que tudo havia voltado ao

normal.

Joanna acendeu a luz e estava escovando os cabelos quando Peg

entreabriu a porta.

— Ah, já acordou, srta. Dowling? — Ao entrar no quarto a garota

carregava uma caixa de papelã o branco com letras douradas. — Vai ter que

abrir isto já, já, e sem discussã o...

Joanna olhava a caixa, cheia de curiosidade.

— Quem mandou a caixa?

— Um homem, senhorita. — Peg começ ou a rir.

— Um homem? — E Joanna leu o que estava escrito na caixa:

" Madame Jeanne. Alta Costura". — E é para mim?

— Claro!

Com as mã os meio trê mulas, Joanna tirou a tampa, os papé is de seda

e aprendeu o fô lego: ali estava um lindí ssimo vestido de chifon azul. Junto.

um cartã o que dizia; ''Srta. D. Estou repondo o vestido que estraguei com o

extintor de incê ndio. Nã o adianta discutir! Sr. C".

Joanna quase ficou sem fala. Nã o imaginara que Arthur cumpriria a

palavra. Afinal, estava sempre tã o ocupado...

— O vestido veio junto com os presentes da srta. Sally — dizia Peg.

— A cor combina com os seus olhos.

O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear

Sabrina no. 263

Livros Florzinha - 105 -

Joanna sentiu que corava e disse a si mesma para deixar de ser tola.

Arthur devia ter perguntado a tia Carol sobre o vestido, e ela devia

ter

sugerido o azul, dando as medidas de Joanna.

— Nã o vou precisar de mais nada, Peg. Você sabe se tia Carol vai

precisar de mim para alguma coisa de ú ltima hora?

— Nã o, está tudo pronto — disse Peg, hesitando na porta. — Vai ficar

uma beleza com esse vestido. Aposto que o Chefe gostaria de vê -la

usando-o na festa de hoje.

— Sim — disse Joanna, dobrando o vestido. — Espero que tudo corra

bem hoje, por causa de Sally.

— Nossa, ela está tã o excitada! Pelo jeito vai haver uma grande

novidade...

Assim que Peg saiu, Joanna se vestiu, imaginando qual

seria a surpresa. Será que o presente de Arthur para Sally era um

anel de

noivado?

O vestido lhe serviu perfeitamente, as dobras da fazenda macia

caí am até o chã o. Ela usava os cabelos soltos, e um leve toque de batom rosa

nos lá bios. Ao examinar seu reflexo no espelho, ficou pensando se Arthur

iria reparar no vestido, e se ficaria satisfeito por ver que combinava tã o

bem com ela.

Desceu e encontrou a sala vazia. Os membros da famí lia ainda deviam



  

© helpiks.su При использовании или копировании материалов прямая ссылка на сайт обязательна.