|
|||
Quando chegou ao interior da Austrália, Joanna logo percebeu o desafio que teria 4 страницаUma tarde, Joanna se encontrava sozinha na varanda. Havia tomado um chuveiro e colocara um vestido sem mangas, por causa do calor. Estava recostada no gradil, admirando a belí ssima paisagem a luz do entardecer, e sentindo o suave perfume de um pé de jasmim que subia pela treliç a. Pela primeira vez, se entregava à sensaç ã o de paz, mas foi interrompida por uma voz á s suas costas: — Tirando uma folga dos seus afazeres, srta. Dowling? Joanna virou-se, e ali estava Arthur Corraine, um vulto na sombra, à luz de um fó sforo sobre o cachimbo, que ele tentava acender. O aroma do fumo chegou até ela, misturado ao do jasmim. As batidas rá pidas de seu coraç ã o lhe avisaram que havia chegado a hora de falarem sobre seu futuro.. — É estranho como a essa hora as coisas parecem diferentes, nã o acha? — Os passos dele ecoaram nas tá buas da varanda quando se aproximou. — Deve achar a Austrá lia muito diferente da Inglaterra... — É tudo grande demais — concordou Joanna —, mas estou fazendo o possí vel para me adaptar. Acho que o senhor quer conversar sobre isso, nã o é, sr. Corraine? Sei que meu prazo está quase se esgotando. — O fato de ter uma pessoa aqui ajudando aliviou muito minha tia. Mas existem outros aspectos nesta vida isolada que levamos, que talvez se tornem insuportá veis dentro de mais algumas semanas. As garotas australianas estã o acostumadas a tudo isso. — Uma pessoa só pode se acostumar a um lugar se puder viver nele — insistiu ela. — E ningué m pode dizer como é uma pessoa apenas por sua aparê ncia. Timidez pode esconder agressividade, e a aspereza à s vezes disfarç a o retraimento. — É muito raro encontrar uma ajudante domé stica com conhecimentos de psicologia. — Isso é apenas bom senso. sr. Corraine. A gente só sabe se uma maç ã é doce se der uma mordida. Arthur tirou uma baforada do cachimbo, e sua risada baixa era enigmá tica. Joanna desconfiava que se olhasse para ele, descobriria que ele caç oava dela. Assim, preferiu manter os olhos na paisagem, mas eslava consciente da presenç a dele. — Por enquanto, você apenas tirou um naquinho da maç ã — disse ele. — E mais tardei quando o calor ficar quase insuportá vel, e tudo ficar quieto demais, com Robert e os peõ es indo embora para as outras fazendas, separar o gado? Uma maç ã grande nunca é firme e doce por igual. Pode ter algumas partes bem azedas... O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear Sabrina no. 263 Livros Florzinha - 31 - — Ora... o senhor fala como se eu fosse crianç a! Eu nã o espero que tudo seja tranquilo e confortá vel aqui na fazenda. Sei muito bem que isto nã o é um local de fé rias! — Algumas mulheres achariam terrí vel ficar longe das butiques e dos cabeleireiros, dos restaurantes de luxo e dos teatros. — Sr. Corraine, tudo isso seria muito importante se estivesse falando com minha irmã. Judy. É ela quem precisa de tudo isso para viver. Gosto da paz do campo, nã o acho nada monó tono. — Gosto da sua tenacidade, srta. Dowling. — Aqueles olhos cinza percorreram os cabelos castanhos, as sobrancelhas bem-delineadas, e a boca bem-feita de Joanna. As estrelas já apareciam na paisagem, e do alojamento dos homens vinha o som suave de um violã o. — Existe gente que se fixa aqui, como as pró prias á rvores nativas. Mas, vamos ser honestos: nã o é por causa do meu primo que deseja tanto ficar aqui? Por um instante Joanna ficou atô nita, mas depois conseguiu responder com gelo na voz: — Sr. Corraine, se quer a verdade, vai ouvi-la. Nã o suporto a vida da cidade, e estava disposta a aguentar sua rudeza para continuar vivendo neste lugar maravilhoso. Se eu quisesse, nã o precisaria cozinhar para um bando de homens esfomeados. Podia perfeitamente estar cozinhando apenas para um... — O que você quer dizer com isso? — A voz de Arthur havia ficado perigosa. — Seu primo me pediu em casamento — ela retrucou. — Sei que o senhor nã o me quer aqui, mas se eu resolver me casar com ele. vai ter que se conformar! Joanna ficou tensa, encostada junto à trepadeira de jasmim, querendo se esconder depois de sua explosã o, O casamento, para Anhur Corraine, devia ser uma coisa bem sé ria. Ele nunca iria brincar com o assunto, como Robert havia feito. Sentia o coraç ã o disparar. O que Arthur faria agora? Ele bateu com o cachimbo no gradil. Era um homem alto e silencioso contido em si mesmo, como o vale e as montanhas. Joanna estremeceu, desejando ter forç as para rir do que acabara de dizer. Entã o ele se virou e a encarou: — Trabalha depressa, srta. Dowling. Deve ter conseguido que ele a pedisse em casamento logo depois que se conheceram, pois nestas ú ltimas duas semanas ele quase nã o veio até as Paineiras. — É verdade. Eu estava tã o ansiosa para me casar que passei as ú ltimas semanas queimando os dedos naquele enorme fogã o, tirando e pondo os panelõ es de comida! — explodiu Joanna, afastando-se do gradil e O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear Sabrina no. 263 Livros Florzinha - 32 - passando por Arthur, apressada. — Nã o quero mais o emprego, sr. Corraine. O senhor é um patrã o exigente demais! — Ei, espere um minuto — retrucou ele. agarrando-a pelo braç o. — Se você for embora, meu primo vai perder um tempo enorme com visitas a Baí a das Á guias. É melhor ficar por aqui mesmo. — Eu nã o ficaria nem que dobrasse o meu salá rio! — Joanna lutava para se libertar, mas a mã o que a segurava era a mesma que derrubava gado selvagem e controlava o belo cavalo alazã o. Alé m disso, era meio infantil ficar ali lutando com ele daquele jeito. Ela estava encabulada por se encontrar tã o perto daquele homem que cheirava a sabonete de pinho e tabaco. — O emprego é seu — disse Arthur com firmeza. — Gosto de gente decidida, apesar de você nã o demonstrar essa qualidade à primeira vista. E també m, segundo tia Carol, você nã o liga para os resmungos dela e tem paciê ncia com o coitado do Matthew. Isso é raro numa pessoa jovem. — Fui criada pela minha avó — disse Joanna, já um pouco mais calma. — Gosto demais da minha tia — falou ele meio asperamente, como se essa revelaç ã o fosse difí cil de ser feita, e Joanna se viu sorrindo intimamente, ainda segura pelos dedos fortes e quentes de Arthur. — Eu faria qualquer coisa por ela. — Seria capaz até de me deixar ficar aqui, apesar de detestar a idé ia, nã o é isso? — Ainda havia um sorriso escondido nos lá bios dela. — Nã o foi isso o que eu disse... — Disse que uma garota australiana seria mais conveniente. Por isso, se o senhor me largar, vou começ ar a arrumar minhas coisas. Mas Arthur continuou a segurá -la firmemente, e Joanna sentiu que o í mpeto de luta se esvaí a, que se rendia à forç a daquele lugar e daquele homem. — Agora está me forç ando a ficar. Será que isso o deixa mais satisfeito? — murmurou baixinho. — Satisfaz a nó s dois — retrucou Arthur. — As mulheres gostam de ser mandadas. — Senã o, elas é quem mandam, nã o é isso? — Exatamente. — É um homem impiedoso, sr. Corraine. — Mas o meu primo é um homem atraente, nã o é? — Sim, tem razã o. — E isso é uma coisa que as mulheres apreciam. — E vai culpá -las por isso? — Nã o. O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear Sabrina no. 263 Livros Florzinha - 33 - Arthur soltou-a, mas no lugar onde sua mã o segurara o braç o de Joanna ficou uma impressã o de calor e de forç a. Joanna ficou pensando se ele se importava com o fato de Robert ser mais querido, enquanto ele tinha uma aparê ncia rude. Arthur era como o cavalo selvagem que lidera uma manada, que nã o suporta ser preso, nem domado, e acaba pisoteando qualquer um que se aproxime, seja homem ou mulher. Joanna admirou a paisagem do vale sob a luz da lua, que já havia surgido. — Eu gosto demais da srta. Carolina — disse ela, tentando explicar a Arthur que nã o era apenas por Robert que desejava ficar. — Gosto muito mesmo. Acho que ela levou uma vida sacrificada, mas, mesmo assim, feliz. Deve ter sido linda quando moç a. — Era mesmo — confirmou Arthur. — Se a gente tem um propó sito na vida e luta por ele, isso é viver. — Entã o acha que é preferí vel ter um propó sito na vida do que um amor? — Joanna atreveu-se a indagar. — À s vezes isso significa ficar solitá rio demais. — Seria pior se o amor que a gente recebesse nã o fosse aquele que a gente gostaria de ter. — Entã o acredita que existe uma alma gê mea para cada um de nó s, sr. Corraine? — A senhorita nã o acredita nisso? Claro que sim, ela queria responder. Acreditava de todo o coraç ã o no amor verdadeiro e ú nico, mas era um assunto pessoal demais, e ela preferia nã o ter tanta intimidade com Arthur Corraine. Um dia, ela poderia fazer algo que uma garota australiana nã o faria, e seria mais fá cil suportar a reprovaç ã o de Arthur se ela mantivesse distâ ncia dele. — Como os ruí dos noturnos sã o diferentes aqui nas Paineiras, nã o? — preferiu perguntar. — Já tentou contá -los? — Eles fazem parte da vida deste lugar — Arthur respondeu, endireitando os ombros. — Acho que já está na hora do jantar. Vamos entrar? Joanna foi na frente. Ao entrarem na sala, Sally Ryan, que estava sentada perto da janela, virou-se para encará -los. Seus olhos escuros brilharam, ao reparar no contraste que fazia uma garota de pele clara junto ao moreno e rude Arthur Corraine. — Arthur, eu queria falar com você — disse ela, passando por Joanna e pegando possessivamente o braç o dele. — Onde estava? O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear Sabrina no. 263 Livros Florzinha - 34 - — Estava na varanda, tratando de negó cios com a srta. Dowling — respondeu ele sorrindo, demonstrando todo o afeto que sentia pela bela afilhada. — O que você estava querendo, minha querida? Joanna até se espantou, pois a expressã o amá vel nã o combinava com o rosto severo de Arthur. acostumado a dar ordens e a ser sempre obedecido. Afastou-se dos dois, indo para perto da mesa. posta para quatro. Tia Carol insistira desde o começ o para que ela fizesse as refeiç õ es com a famí lia. Mesmo longe, ainda escutou quando a garota pediu com voz melosa: — É sobre meu carro. Arthur... você me prometeu. — Sally, você ainda é jovem demais para ter um carro. — Ah, Arthur... tenho quase dezoito anos. — Pelo canto dos olhos, Joanna viu a garota acariciando o rosto dele. — Se eu tivesse um carro, poderia ir até a fazenda dos Farlins visitar Mona. Estudamos juntas no colé gio, e eu sinto falta de amigos. — Você pode usar o jipe sempre que quiser, querida. — Mas nã o é a mesma coisa, sair naquela coisa velha, com Jim guiando... — A voz de Saliy ficou meio emburrada. — Você nã o vai voltar atrá s, nã o é? Disse que eu ia ganhar uma coisa especial quando fizesse dezoito anos, e isso vai ser daqui a um mê s. — Eu estava pensando em lhe dar um puro-sangue, talvez um baio de cauda dourada... —Um cavalo! Mas eu já tenho o Tim, que me serve muito bem quando quero montar. Alé m disso, nã o sou do tipo que adora cavalos, minhas pernas sã o frá geis demais. Joanna sorriu para si mesma, enquanto Arthur caí a na risada. — Para mim você é até bastante robusta. — Tenho o corpo de uma bailarina — retrucou Sally indignada. — Nã o vou querer ter pernas arqueadas de tanto andar a cavalo! E se eu resolver entrar para o teatro? — Na semana passada você estava pensando em ser aeromoç a — Arthur sorriu para Joanna por cima da cabeç a de Sally. — Como é que você era com dezessete anos? — perguntou ele. — Queria ser uma bailarina ou uma enfermeira? Enquanto Joanna pensava na resposta, percebeu que a garota a encarava com raiva nos olhos. Mais uma vez ela se sentiu uma estranha naquela famí lia. — Eu estava sempre tã o espantada com as ambiç õ es da minha irmã gê mea, que nem pensava no que eu mesma gostaria de ser — respondeu Joanna, tentando fingir nã o ser tã o sensí vel como era. — Judy se encaminhou para o teatro e adora a vida que leva. Alé m disso, na minha O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear Sabrina no. 263 Livros Florzinha - 35 - opiniã o, ela tem mesmo jeito para a profissã o. Tem um brilho especial quando aparece no palco. — Ela deve ser mais bonita que você, nã o é? — perguntou Sally. — Na minha escola havia duas gê meas que eram completamente diferentes uma da outra. Sua irmã faz parte de alguma companhia de balé? — Neste momento — disse Joanna, com vontade de dar uns tabefes na garota mimada —. ela é a estrela de um show na Nova Zelâ ndia. — E por que você nã o foi para lá, em vez de vir se meter aqui? Joanna se encolheu, sentindo-se indesejada. Mas antes que pudesse explicar que fora parar lá por falta de dinheiro, e porque a irmã a abandonara, Arthur agarrou a afilhada pelos ombros e a sacudiu, dizendo zangado: — Qualquer dia destes eu ainda vou aceitar o conselho de Robert, e vou lhe dar umas palmadas. Se tem idade suficiente para dirigir seu pró prio carro, també m deve ter idade para saber ser educada com qualquer pessoa debaixo deste teto! — Robert? — a garota riu com desprezo. — Ele gostaria de ser o Chefe, para me pô r trabalhando na cozinha, como uma escrava! Ele me odeia! — Nã o seja tola — disse Aithur. mais calmo. — Você se daria melhor com ele se parasse de discutir por causa de tudo. A maioria das mulheres se dá muito bem com ele. Sally encarou Joanna com raiva, e foi um alí vio quando tia Carol entrou na sala, mancando, seguida por Tí lly e Peg, vestidas nos impecá veis aventais que usavam para servir o jantar todas as noites. Tia Carol gostava de um pouco de cerimô nia na hora do jantar, e sempre havia flores na mesa e velas acesas nos velhos candelabros de prata. Depois do jantar, Arthur foi para o escritó rio, falar com algué m pelo rá dio. Sally foi atrá s dele, deixando a velha senhora de testa franzida. — Ela está novamente querendo alguma coisa, e Arthur geralmente acaba cedendo, por ela ter perdido os pais naquela tragé dia. Robert seria mais severo com ela. Joanna olhou surpresa para tia Carol. — Nã o se espante. Robert realmente sabe lidar melhor com as mulheres — disse tia Carol, rindo. — Ele só nã o se dá tã o bem, quando o assunto é trabalho... Agora conte-me, Joanna: Arthur acabou reconhecendo que você é ú til para a fazenda? Joanna sorriu de leve, enquanto se recostava numa das confortá veis poltronas. — Ele ainda nã o está completamente convencido de que eu seja a pessoa ideal para o lugar. Mas gosta do jeito como eu trato o velho Matthew e a senhora, tia Carol. O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear Sabrina no. 263 Livros Florzinha - 36 - — Entã o ele a deixou ficar, apenas por minha causa? — Acho que sim — respondeu Joanna, enquanto pegava uma foto antiga de uma mocinha numa moldura de prata. Um ar de esperanç a fazia com que o rosto da foto ficasse mais lindo ainda. — Quando essa foto foi tirada, eu estava patinando no gelo, num lago perto da minha casa — disse Carolina com nostalgia. — A gente se lembra de coisas tã o pequenas... folhas secas presas no gelo, um pá ssaro cantando, e castanhas assando numa fogueira... — A senhora à s vezes se arrepende de ter saí do da Inglaterra? — Você quer saber se eu à s vezes me arrependo de ter me apaixonado por um homem que morava tã o distante? — perguntou a velha senhora, encarando Joanna. — Se nã o fosse assim, talvez a senhora tivesse se casado na Inglaterra e teria sido feliz, — Toda moç a quer ser feliz no amor. Mas també m quer algo mais: romance, desafio e aventura... Quer viver como uma heroí na, nã o como uma simples dona-de-casa. E as garotas da minha geraç ã o eram tã o amantes da aventura quanto as de hoje. Diga a verdade, Joanna: você veio para cá por causa de sua irmã, ou por que sentiu o chamado de algo mais estranho e primitivo? — Eu... eu nã o tenho certeza — respondeu Joanna. — Nunca invejei o espí rito de aventura de Judy, mas quando ela me convidou para vir, nã o hesitei por muito tempo. Sabia que vovó ficaria bem com a irmã dela, e eu já era maior de idade. — Ficou amedrontada ao se ver sozinha na Austrá lia? — Fiquei preocupada... Tia Carol começ ou a rir. — Se os homens desconfiassem de como a gente é atrevida! Você estava a milhares de quiló metros de casa e quase sem dinheiro no bolso, mas nã o se apavorou e tratou logo de arranjar um emprego. É isso o que deixa Arthur perplexo. Você parece tã o indefesa quanto um ramo de mimosas. — Mimosas? Aquelas florzinhas amarelas que parecem um pompom? Entã o acha que para o Chefe eu sou apenas um pomponzinho amarelo? Tia Carol ainda ria, quando a porta se abriu e Arthur voltou para a sala. Ele olhou para as duas, levantou uma sobrancelha e perguntou: — Será que a piada pode ser dividida comigo? — A sala de repente pareceu pequena para conter aquele homem tã o grande e tã o livre. — É uma brincadeira que eu até gostaria de poder lhe contar. Mas nã o quero perder Joanna, agora que você deixou que ela ficasse para alegrar minha velhice. Onde está Sally? O destino de Joanna (Raintree Valley) Violet Winspear Sabrina no. 263 Livros Florzinha - 37 - — Está no rá dio, batendo papo com uma amiga. Essas garotas encontram cada assunto... Um novo creme para o rosto e o ú ltimo disco de rock. Desta vez foi Joanna quem caiu na risada, apesar do ar severo daqueles olhos cinzentos. — Garotas sempre serã o garotas — afirmou tia Carol. — Agora, Arthur, pare de andar de um lado para o outro. — Vai acabar quebrando uma das minhas peç as de porcelana. Sente-se e fume seu cachimbo. Arthur olhou à volta, procurando um lugar para sentar-se, e Joanna apertou os lá bios para segurar o riso. Ele parecia um garanhã o numa loja de louç as, e se nã o se sentasse depressa, um dos enfeites iria acabar no chã o. O olhar dos dois se encontrou e Arthur deu um meio sorriso, deixando Joanna espantada ao ver que ele lia seus pensamentos. Arthur Corraine nã o era um homem caseiro. Nã o combinava com poltronas e almofadas e, sim, com o campo aberto, com a relva junto de uma fogueira. Será que algum dia se casaria e se tornaria mais domestico? Isso era uma coisa que ela nã o conseguia imaginar. Entretanto, a fazenda exigia um herdeiro e ele provavelmente iria querer ter um filho para continuar seu
|
|||
|