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CAPÍTULO VIII



Wyvern Hall era uma construç ã o impres­sionante, mas Kate considerou-a feia, tal­vez por se sentir tã o apreensiva. Embora um bom detetive houvesse agradecido tal oportunidade, ela hesitara em acompanhá -lo, pois nã o estava certa de que seria boa idé ia envolver-se ainda mais na vida particular de Alex, conhe­cendo sua filha. Afinal, tal intimidade comprometeria ainda mais sua capacidade de julgá -lo com imparcialidade. Objetivamente, Conrad Wyatt só queria fazer o que era certo, por amor à filha morta.

— O pai de Pamela queria que eu mudasse meu sobre­nome para Wyatt — Alex contou, quando se aproximavam da casa.

— E você nã o aceitou — ela murmurou.

— Nã o. Prefiro usar meu pró prio nome. Só espero que ele nã o tente mudar o nome de Rachel.

O tom de voz de Alex era amargo, mas Kate compreendeu seus sentimentos, pois nem queria pensar em como ficaria, caso algué m tentasse lhe tirar Joanne.

Quando saí ram do carro, ele a segurou pelo braç o e, car­rancudo, disse:

— Vamos.

— Posso dizer uma coisa? — Kate perguntou em voz baixa e, embora se mostrasse irritado, Alex virou-so para fitá -la. — Tente parecer mais tranquilo. Nã o quer assustar sua filha, quer?

Ele suspirou.

— Você nã o imagina... — começ ou a dizer, quando a porta foi aberta por uma empregada.

— Pois nã o? — ela falou, sem a menor gentileza. Kate esperou, apreensiva, pela explosã o de Alex. Para sua surpresa, ele falou em tom suave:

— Poderia dizer à babá de Rachel que o pai dela veio buscá -la? Ela está me esperando. — Quando a empregada voltou para dentro, ele voltou a encarar Kate. — E entã o? Nã o me saí bem? Obrigado pelo conselho. A simples idé ia de enfrentar os Wyatt me deixa muito nervoso.

Kate sorriu, dando-se conta de que sua atraç ã o por ele crescera ainda mais, ao longo da ú ltima semana. Por que nã o desistira do caso, enquanto fora possí vel?

A empregada voltou, acompanhada por uma mulher mais velha.

— A babá — Alex sussurrou, tenso, uma vez que Rachel nã o estava com ela.

— Rachel está com o avô, no está bulo — a babá infor­mou-o com cortesia. — Acho que o sr. Wyatt nã o o esperava tã o cedo. Se quiser entrar, pedirei que o avisem da sua chegada.

— Irei até lá — Alex declarou, aliviado.

Puxando Kate pela mã o, deu a volta na casa, até chegar à grande á rea gramada, em frente ao está bulo. No mesmo instante, Kate avistou a garotinha montada em um pó nei, que era guiado pelas mã os do avô.

Só entã o Alex soltou a mã o de Kate, quase ao mesmo tempo em que Rachel os via e gritava:

— Papai! Papai!

Conrad Wyatt virou-se imediatamente, lanç ando para Alex um olhar tã o carregado de ó dio, que Kate estremeceu, dando-se conta de que Alex nã o havia exagerado em suas histó rias sobre o sogro. O homem parecia disposto a qual­quer coisa, até mesmo violê ncia, para atacar o genro.

Felizmente, Alex nã o percebeu nada, pois toda a sua aten­ç ã o concentrava-se na filha que, ignorando os protestos do avô, desmontou e correu para os braç os do pai.

— Olá, querida.

A voz de Alex soou mais gentil do que Kate jamais imaginara possí vel, e Rachel passou os braç os em torno do pes­coç o dele, apertando-o contra si.

— Pensei que você nã o viria! — falou, colando o rosto ao dele. — Vovô disse que, provavelmente, você tinha se esquecido, como na semana passada.

Kate percebeu a mudanç a na expressã o de Alex.

— Na semana passada? — ele repetiu, lanç ando um olhar sombrio para Wyatt, que se aproximava.

— Sim, na semana passada — o sogro falou em tom malevolente. — Terç a-feira, para ser exato. — Você nã o deveria ter vindo buscar Rachel para um passeio?

— Ele nã o pô de vir — Kate interferiu, antes que Alex tivesse a chance de dizer qualquer coisa. Entã o, virou-se para Rachel com seu melhor sorriso. — Seu avô nã o lhe disse? Papai telefonou para avisar que, infelizmente, nã o poderia vir. A culpa foi minha. Fiz uma porç ã o de coisas erradas, no trabalho, e seu pai foi obrigado a me ajudar.

— Quem é você? — Rachel perguntou com ar desconfiado.

— Isso mesmo. Quem é você? — o avô reforç ou a pergunta em tom rude. — E o que sabe sobre nossas vidas? Ah, deve ser mais uma das mulheres de Kellerman.

— Ela é minha secretá ria — Alex declarou, controlado, antes de voltar a se concentrar na filha. — Rachel, esta é Kate — apresentou-as.

— Olá, Rachel — Kate cumprimentou, sem deixar de sorrir.

Era uma menina linda, embora um pouco abaixo do peso. Os cabelos escuros eram idê nticos aos do pai.

— Você mora na casa do meu pai?

Antes que Kate pudesse responder, Conrad emitiu um som grosseiro.

— E claro que mora, querida, assim como todas as outras. Seu pai sempre teve mais tempo para...

— Vai visitar os cavalos de seu pai, hoje? — Kate perguntou a Rachel, interrompendo Wyatt, antes que ele conseguisse incitar Alex à violê ncia. — E uma sorte que seu pai tenha um haras. Gostaria que o meu tivesse sido fazendo.

— Rachel mora aqui, sra. seja-lá -quem-for — rosnou o mais velho, — E eu agradeceria se nã o me interrompesse, quando eu estiver falando com meu genro.

— Pensei que estivesse falando com Rachel — Alex co­mentou com voz calma, deixando claro que nã o pretendia cair na armadilha do sogro. Acomodou a filha no ombro, fazendo-a soltar gritinhos de alegria. — Agora, se nos der licenç a, nã o queremos perder tempo. Despeç a-se do seu avô, querida.

— Adeus, vovô — Rachel gritou, sem sequer olhar para trá s, enquanto o pai a levava na direç ã o do Range Rover.

— Nã o se esqueç a de trazê -la de volta até à s cinco horas — Conrad berrou, furioso. — Qualquer atraso, chamarei a polí cia, Kellerman.

— Faç a isso — Alex resmungou, apressando o passo.

— Para onde vamos? — Rachel perguntou, assim que entrou no carro. — Para Jamaica Hill?

— Mais tarde — Alex informou-a. — Como o dia está bonito, achei que você gostaria de ir ao parque, para dar comida aos patos. Entã o, Kate e eu tomaremos café na lan­chonete e você poderá tomar um milk shalke de chocolate.

— Ah!

Era evidente que Rachel estava deliciada com as pers­pectivas para o dia e Kate sorriu, antes de olhar pela janela do automó vel. Nã o pô de impedir um sentimento de alí vio por saber que estavam deixando Wyvern Hall. A mansã o sombria parecia refletir a personalidade das pessoas que a habitavam. Ao erguer os olhos, Kate viu um rosto pá lido em uma das janelas, mas fosse quem fosse, a pessoa es­condeu-se depressa. Seria a avó de Rachel?

Kate franziu o cenho, intrigada. Nã o conseguira ver com clareza os traç os da mulher. Tudo o que percebera fora uma forte hostilidade, o que seria compreensí vel na sogra de Alex. Seria impossí vel a sra. Wyatt aprovar a atitude do genro, de chegar ali acompanhado por outra mulher.

— Você nã o se importa, nã o é? — Alex perguntou, des­viando-lhe a atenç ã o.

A pergunta fez Kate lembrar-se de que havia concordado apenas em acompanhá -lo até ali, nã o em passar o dia com Alex e a filha. Entã o, deu-se conta de que nã o saberia dizer quando ela e Joanne haviam saí do juntas. Teria sido esse o motivo do comportamento reprová vel de Joanne? Estaria sua filha tentando chamar a sua atenç ã o?

— Importa-se? — Alex repetiu.

— Você é o patrã o — ela respondeu, afastando o senti­mento de culpa que a atacara de sú bito.

Os lá bios de Alex se curvaram em um sorriso irô nico.

— Bem que eu gostaria de acreditar nisso — murmurou, deixando Kate a especular o que ele queria dizer com isso.

Apesar do iní cio conturbado, a manhã foi agradá vel. Kate nã o demorou a perceber que Rachel nã o era uma garotinha confiante, como parecia à primeira vista. Certamente, sua inseguranç a era consequê ncia da combinaç ã o dos compor­tamentos do pai e do avô.

Poré m, era evidente que Alex esforç ava-se para ser um bom pai e que Rachel o idolatrava. E, nos poucos minutos que passara com Conrad Wyatt, Kate concluí ra que ele real­mente faria qualquer coisa para impedir que Alex tivesse a filha de volta. Se ela nã o estivesse lá, duvidava que Alex houvesse se controlado ao descobrir as mentiras que o avô estivera contando à menina. Provavelmente, fora assim que os Wyatt haviam mantido a custó dia até agora: provocando Alex e provando ser ele um homem descontrolado.

Alex era, definitivamente, seu pior inimigo. Poré m, se Kate era capaz de compreender o comportamento dele, na ocasiã o da morte de Pamela, os Wyatt poderiam ter com­preendido també m. Se assim o desejassem.

Na lanchonete, enquanto Rachel esforç ava-se para fingir que gostava do milk shake, Kate tentava compreender os sentimentos atuais de Alex. Ele se preocupava demais com a filha, mas tinha motivos para isso. Rachel era uma crianç a frá gil e delicada.

— Ele sempre mente para Rachel sobre você? — perguntou,

— Como posso saber? Bem, creio que sou o ú nico culpado, Nã o deveria ter me deixado abalar tanto, naquela é poca.

— Isso é compreensí vel — Kate murmurou, encorajando Rachel a comer uma rosquinha. — Estã o deliciosa! Posso comer mais uma?

— Pode comer todas — a menina declarou com indiferenç a. — Meu avô disse que nã o tenho de comer o que nã o quero.

Alex lanç ou um olhar significativo para Kate, antes de dirigir-se à filha com voz gentil:

— As vezes, temos de fazer coisas que nã o queremos. Se você nã o comer, nunca será gorda como eu.

— Você nã o é gordo! — Rachel exclamou com uma risada. Enquanto ela ria, o pai enfiou um pedaç o de rosquinha em sua boca.

— Vamos fazer um concurso: quem consegue comer mais? Se nã o quer que o papai estoure como um balã o, terá de fazer um esforç o.

— Certo — Rachel aceitou o desafio, mas depois de comer a segunda rosquinha, voltou a empurrar o prato. — Nã o estou com fome. Quero ir para a sua casa. Você prometeu me mostrar o bebê cavalo.

— Nã o se diz bebê cavalo. Ele é um potro — Alex cor­rigiu-a. — Está bem, mas Jamaica Hill nã o é só minha casa. É sua, també m.

— Nã o quero morar em Jamaica Hill — Rachel declarou, quando já seguiam pela estrada.

Alex e Kate trocaram olhares apreensivos.

— Por que nã o? — Alex perguntou. — Lá é a sua casa. Você só está morando com o vovô e a vovó porque papai ficou doente.

— Verdade? — a menina indagou, surpresa. — Vovô disse que você nã o queria que eu morasse lá.

— Nã o é verdade! — ele protestou, furioso, mas logo controlou-se. — Sinto muito a sua falta. Jamaica Hill nã o é a mesma, sem a minha garotinha.

Kate virou-se para Rachel e descobriu que a menina exi­bia expressã o confusa.

— É verdade — disse. — Seu pai tem estado muito so­litá rio, naquela casa enorme.

— Vovô disse que, agora que mamã e se foi, eu seria um... es-tor-vo. Ele disse que você ia dar o meu quarto para outra garotinha.

— Meu Deus! — Alex murmurou, lí vido.

Kate apressou-se em distrair a atenç ã o de Rachel.

— Nã o existem outras garotinhas em Jamaica Hill. Aliá s, seu pai me contou que o seu ursinho esteve perguntando quando você iria visitá -lo.

— Qual ursinho? — a menina inquiriu, animada.

— Todos eles — Alex respondeu, lanç ando um olhar de gratidã o para Kate. — Entã o, você gostaria de voltar a mo­rar com o papai? Kate tem razã o. Tenho me sentido muito solitá rio, desde que você foi embora.

— Quero morar em Jamaica Hill — Rachel declarou, sorridente.

— Vai morar, querida, assim que eu resolver as coisas. Hoje, vamos fingir que você já mora lá, está bem?

Quando atravessavam os portõ es do haras, Rachel virou-se para Kate e perguntou:

— Você gostaria de ter uma garotinha?

— Eu tenho uma garotinha, ou melhor, uma garotona! Ela mora comigo, em King's Montford e seu nome é Joanne.

— Ela vai para a escola?

— Vai, mas, no momento, está... de fé rias.

— Posso conhecê -la?

Diante da hesitaç ã o de Kate, foi Alex quem respondeu: — Claro. Por que nã o traz Joanne ao haras, um dia des­ses, Kate?

— Trazê -la aqui?

— Por que nã o? Afinal, ela nã o tem tido muito o que fazer, tem? — ele acrescentou com um sorriso maroto.

— A questã o nã o é essa...

— E qual... Ah, já sei. Joanne está de castigo.

— Por que ela está de castigo? — Rachel perguntou,

— Joanne foi... malcriada — Kate explicou, nada satis­feita pelo fato de ela e Alex estarem se tornando tã o í ntimos.

Tal situaç ã o era, nã o só insensata, mas també m perigosa,

— Como ela foi malcriada? — Rachel insistiu.

Kate distraiu-se na tentativa de formular uma resposta satisfató ria e só percebeu que Alex estacionara diante da casa, e nã o perto do está bulo, quando ele desligou o motor. Virou-se para ele com expressã o confusa.

— Por favor — ele murmurou. — Quero compensá -la pelo que aconteceu na quarta-feira.

— Mas, Rachel...

— Rachel nã o vai se importar. — Alex virou-se para a filha. — Importa-se se Kate almoç ar conosco?

— Joanne també m vai almoç ar com a gente?

— Hoje, nã o, mas talvez da pró xima vez que você vier. Veja, lá está a sra. Muir. Vai ter de se contentar com a companhia dela, hoje.

Rachel pareceu prestes a protestar, mas quando viu o bo­neco peludo nos braç os da governanta, saiu do carro apressada.

— Peter! — exclamou, abraç ando o coelho de pelú cia.

Kate entrou na casa com passos incertos, convencida de que estava cometendo um grande erro. Nem mesmo a re­cepç ã o calorosa da sra. Muir a deixou à vontade.

Disse a si mesma que nã o havia nada que pudesse fazer, no momento, alé m de aproveitar a oportunidade para tentar fazer progressos em suas investigaç õ es. Poré m, voltou a sentir-se constrangida, quando a sra. Muir levou Rachel para a cozinha. Mais uma vez, Kate e Alex estavam sozinhos, na biblioteca.

— Aceita uma bebida? — ele perguntou.

Kate decidiu que, desta vez, precisaria de algo mais forte que suco de laranja.

— Martí ni — declarou.

Alex assentiu e ocupou-se de preparar a bebida, enquanto Kate sentava-se na mesma poltrona da outra vez. Minutos depois, ele se aproximou e estendeu-lhe o copo. Depois de estudá -la por um momento, disse:

— Pode confiar em mim. Nã o costumo seduzir minhas convidadas. — Ele sorriu. — Ao menos, nã o no primeiro encontro.

— Nã o foi um encontro.

— O que torna as coisas ainda piores, nã o? Eu me apro­veitei de você sem nem sequer pagar a conta.

— Vamos esquecer isso, por favor — Kate pediu, tensa. — O martí ni está ó timo.

— Nã o está forte demais? Nã o quero ser acusado de embriagá -la.

Kate suspirou.

— Quer que eu vá embora? Basta dizer à sra. Muir que Joanne está doente, ou algo assim.

— Por que acha que quero isso? — Alex indagou com impaciê ncia. — Quero que fique e, se possí vel, que paremos de nos alfinetar. Gostaria que nos torná ssemos amigos.

— Amigos?

Kate quase engasgou com a bebida. Se, um dia, Alex descobrisse quem ela era, ficaria... incontrolá vel. Ele jamais a perdoaria e ela passaria o resto da vida olhando por cima do ombro, com medo até da pró pria sombra.

— Escute — começ ou, hesitante, — Você nã o precisa dizer nada. Nã o há nada que possamos fazer para mudar o que passou. — Entã o, mudou de assunto bruscamente: — Você e a sra. Sheridan sã o amigos?

— Lacey? Pode-se dizer que sim. Por quê?

— Ted Lowes disse que foram juntos a Doncaster.

— Ah...

— Foi a sra. Sheridan quem...

— Quem nos interrompeu, naquele dia? — Alex inter­rompeu-a, irritado. — Sim, foi Lacey. Nó s nos conhecemos há muito tempo.

— É mesmo?

— A propriedade dela faz fronteira com Jamaica Hill. Quan­do meu pai era vivo, era um grande amigo do marido dela.

— O marido nã o a acompanha à s corridas?

Alex demorou um instante para responder:

— Lacey é viú va. O marido era bem mais velho do que ela e morreu há alguns anos. Desde entã o, venho tentando manter o mesmo tipo de ligaç ã o com ela, mas nem sempre dá certo.

— Nã o?

— Ela nunca me perdoou por ter me casado com Pam. E quando Alicia veio para cá, ela també m nã o gostou.

— Alicia? — Kate inquiriu, tentando fingir nã o saber de quem se tratava.

— Alicia Sawyer. Ela trabalhou no haras, antes de você — Alex comentou em tom casual e, entã o, olhou para o copo nas mã os de Kate. — Quer mais um martí ni?

— Nã o, obrigada. Ela encontrou outro emprego? — Kate insistiu, aflita pela possibilidade de perder uma chance como aquela.

— Nã o. Ela foi embora... de repente — ele acrescentou com expressã o dura. — Prefiro nã o falar da sra. Sawyer.

— Desculpe.

Kate teria preferido continuar a conversa, mas decidiu que insistir nã o seria uma atitude sá bia.

— Nã o tem importâ ncia. Acho que sou muito sensí vel no que diz respeito à sra. Sawyer. Mas, voltando ao assunto anterior, Lacey é uma boa pessoa. Nã o sou o mais tolerante dos homens.

Kate achou melhor aproveitar a deixa.

— A sra. Sheridan també m cria cavalos?

— Ela possui duas é guas e um garanhã o de raç a, mas nã o pode ser considerada uma criadora. Nã o conta com as instalaç õ es adequadas para isso e prefere que algué m cuide dessa parte por ela.

— Você? — Kate perguntou e, ao perceber que ele co­meç ava a desconfiar do interrogató rio, acrescentou: — Bem, você é um criador, nã o é? Tem tantos cavalos, aqui.

— Na verdade, poucos sã o meus — Alex explicou. — Mas, respondendo à sua pergunta, sim, conto com todas as instalaç õ es necessá rias à criaç ã o, em Jamaica Hill.

— Mas...

Agora, Kate estava realmente confusa.

— Basicamente — Alex esclareceu —, cuido dos cavalos de outros proprietá rios. Podemos providenciar o cruzamento de animais, se os donos assim desejarem, mas trabalhamos mais com exercí cio! e treinamento.

— Mas você assiste à s corridas.

— També m participo de leilõ es de cavalos, tanto aqui, quanto nos Estados Unidos, mas geralmente vou represen­tando os interesses de algum cliente.

— Pensei... — Kate sacudiu a cabeç a, mas nã o completou a frase.

— O quê? Que todos os cavalos que viu nos está bulos eram meus? Nã o sou rico, Kate, apesar de os tabló ides terem dado essa impressã o, quando Pam morreu.

Kate sentiu-se embaraç ada.

— Eu nã o quis dizer... Conte-me como começ ou? Sempre quis trabalhar com cavalos?

— Na verdade, queria ser psicó logo — ele admitiu com um sorriso maroto. — Mas meu pai nã o aceitou. Eu era filho ú nico e ele havia decidido que eu tomaria o lugar dele, quando se aposentasse.

Kate assentiu.

— E você nã o se importou?

— Muito, mas nã o adiantou. Gosto de pensair que uso minha intuiç ã o no treino dos cavalos.

— Como?

— Dizem que, para treinar um cavalo, é preciso usar a psicologia. Deve-se concentrar em trê s coisas: na capacidade fí sica do animal, suas habilidades e suas condiç õ es mentais. Muito depende do temperamento do cavalo, Pode-se ter o animal mais forte e bonito, mas se sua natureza for " ruim", nã o se consegue nada com ele.

— Como é possí vel saber se um cavalo é, " bom" ou " mau"?

Alex permaneceu em silê ncio por tanto tempo, que Kate achou que ele nã o pretendia responder. Mas, entã o, disse:

— Os cavalos de temperamento difí cil tendem a baixar as orelhas e mostrar os dentes. — Fez uma pausa. — Se está tentando descobrir por que minha esposa montou um cavalo assim, pergunte de uma vez. Nã o seria a primeira vez em que eu seria interrogado a esse respeito.

— Nã o é nada disso — Kate negou de pronto, dizendo a verdade.

Alex franziu o cenho,

— Bem, a verdade é que Jackson, o cavalo que ela mon­tava, quando se acidentou, nem sempre exibia sua psicose. Só se mostrava incontrolá vel à s vezes, mas eu já havia decidido me livrar dele.

Kate hesitou.

— Imagino que lamente nã o ter decidido antes.

— Com toda certeza — ele confirmou com amargura. Se tivesse me livrado dele a tempo, hoje estaria criando o filho de outro homem.

O clima tenso que havia tomado conta do ambiente dissipou-se com a chegada de Rachel, que, para alí vio de Kate impediu-os de continuar a conversa. Pouco depois, a sra. Muir anunciou que o almoç o estava servido e, durante a refeiç ã o, a menina bombardeou o pai de perguntas, tomando-lhe toda a atenç ã o. Kate notou que Rachel comia pouco, demonstrando uma constante falta de apetite. Ainda assim, era uma garota adorá vel. Depois do almoç o, ela insistiu em mostrar o quarto a Kate, evidentemente mais segura, depois de haver descoberto que nada mudara: os brinquedos, a mobí lia, o papel de parede, eram os mesmos de quando ela era apenas um bebê.

Quando foram para os está bulos, Kate pediu licenç a e voltou para o seu escritó rio. Por mais que gostasse da com­panhia de Alex e de Rachel, nã o poderia se esquecer do verdadeiro motivo de sua presenç a ali. O problema era que, quanto melhor conhecia Alex, mais se convencia de que ele era inocente. O que nã o fora o propó sito de Henry Sawyer ao contratá -la.

 

 



  

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