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CAPÍTULO X



 

Alex voltou a Jamaica Hill, sentindo-se melhor do que sentira em anos. Nunca antes fizera amor com uma mulher que reagisse com tamanha paixã o à s suas carí cias.

Dera-se conta de que a desejara desde o primeiro mo­mento em que a vira e, nas horas que haviam passado juntos, depois de fazer amor, ainda nus no sofá, Kate confessara ter sentido o mesmo. Haviam conversado sobre a atraç ã o mú tua durante tanto tempo, que mal haviam se vestido, quando Ellen e Kate retornaram de Bath.

O que levara Alex a imaginar uma fotografia dele com Kate, em posiç ã o mais do que comprometedora, nos jornais. Sabia que imagem era um exagero, mas nã o poderia es­quecer-se de que o haras mal começ ara a se recuperar e qualquer indí cio de escâ ndalo seria tudo o que Conrad Wyatt precisaria para obter a guarda definitiva de Rachel.

Mas, felizmente, nada disso acontecera. Ao contrá rio, quando soubera que Alex havia passado horas com sua mã e, Joanne demonstrara grande entusiasmo.

— Eu sabia que era o seu Range Rover, estacionado lá embaixo! — a menina exclamara. — Eu nã o disse, vovó?

— Sim, você disse.

A sra. Ross, por sua vez, mostrara-se bem mais reservada, mas Alex concluiu que tal atitude era compreensí vel. Ela mal o conhecia e era cedo demais para esperar que o recebesse de braç os abertos.

Cedo demais?

Alex sobressaltou-se com o rumo do seus pensamnetos.

Estaria considerando um relacionamento permanente, ba­seado em umas poucas horas de sexo satisfató rio?

Bem, fora mais que satisfató rio. E seu desejo por Kate continuava tã o intenso quanto fora antes. Poré m, nada era tã o simples, embora ele gostasse de Kate e de sua compa­nhia. E, mais importante, Rachel gostara dela, també m. E nã o fora por acaso que Alex aproveitara a oportunidade para convidar Joanne para visitar o haras, quando sua filha estivesse lá. A menina ficara animadí ssima com o convite e seu sorriso maroto indicara que ela desconfiava que algo mais se passava entre ele e sua mã e.

Ao entrar em casa, Alex disse a si mesmo que, pelo bem de todos, o melhor seria evitar maiores envolvimentos com Kate. Poré m, a simples idé ia de nã o voltar a vê -la era in­suportá vel. Decidido a aceitar o risco, deitou-se, dizendo a si mesmo que, nos pró ximos encontros, trataria de provi­denciar proteç ã o para ambos. Kate garantira estar em um perí odo no qual uma gravidez seria muito imprová vel, mas Alex sabia que a chance existia.

Fechou os olhos, confuso, e perguntou-se por que a idé ia de ter um filho com Kate nã o era alarmante. E por que continuava querendo fazer amor com ela, mais e mais vezes, pelo resto de sua vida?

Apesar das decisõ es que tomara, Alex nã o viu Kate nos dois dias seguintes.

Um criador, de cujos cavalos Alex cuidava havia anos, e que permanecera fiel ao amigo, quando a imprensa massa­crara Alex e seu suposto envolvimento na morte de Pamela, telefonara de York, pedindo que Alex fosse encontrá -lo lá. Vira uma é gua em um leilã o, mas queria sua opiniã o, antes de comprá -la.

Alex nã o poderia negar tal favor a um cliente tã o bom e, assim, viajou para o norte, levando um carro para trans­portar cavalos, atrelado ao Range Rover.

Pensou em telefonar para Kate e explicar para onde ia e quando pretendia voltar, mas desistiu. Concluiu que faria bem aos dois passarem algum tempo longe, antes de se encontrarem novamente.

Poré m, mal alcanç ara a estrada e já estava arrependido, pois temia que ela achasse que ele a estava evitando, ao viajar na manhã seguinte à noite de amor que haviam par­tilhado. Entã o, disse a si mesmo que nã o tinha com o que se preocupar, pois, certamente, Guthrie contaria a ela tudo sobre o leilã o e o cliente que solicitara a presenç a de Alex. Alé m do mais, seriam pouco mais de vinte e quatro horas de ausê ncia.

O melhor seria concentrar-se no trabalho e no fato de que seu advogado estava prestes a conseguir autorizaç ã o do juiz para que Rachel passasse um fim de semana inteiro em Jamaica Hill. Seu relacionamento com Kate, se é que havia um relacionamento, nã o poderia interferir no futuro de sua filha.

Infelizmente, nem todos os argumentos afastaram Kate de seus pensamentos. Em consequê ncia, Alex dormiu mal e, na manhã seguinte, acordou abatido e deprimido. E nã o teve um dia bom. A chuva torrencial tornou a viagem mais longa, especialmente porque, levando a é gua, Alex tinha de dirigir devagar. Para piorar a situaç ã o, uma carreta havia tombado na estrada, provocando um congestionamento de quiló metros.

Por tudo isso, já era noite quando Alex finalmente chegou em Jamaica Hill, e sua cabeç a latejava.

Percebeu que Ted Lowes parecia agitado, mas sua dis­posiç ã o nã o lhe permitiu investigar o fato e Alex decidiu que o leal funcioná rio estava irritado por ter esperado até tã o tarde.

Entrou em casa e dirigiu-se diretamente à biblioteca. Quando se servia de refrigerante, a sra. Muir entrou.

— Ainda bem que voltou! — a governanta exclamou, an­siosa. — Por que nã o avisou que chegaria tã o tarde?

— Desculpe, mas nã o imaginei que fosse chover, nem que teria ocorrido um acidente na estrada — Alex retrucou, ligeiramente irritado.

A sra. Muí r torceu as mã os.

— O sr. ainda nã o sabe, nã o é? — indagou. — Ted nã o lhe contou que a polí cia esteve aqui?

— A polí cia? — Alex repetiu, apreensivo. — Algo acon­teceu a Rachel?

— Nã o há nada errado com Rachel. Eles queriam inter­rogar o senhor. Disseram que... a sra. Sawyer desapareceu. Ningué m a viu, desde que ela deixou Jamaica Hill.

— Queriam me interrogar sobre Alicia? O que o desapa­recimento dela tem a ver comigo?

— Foi o que pensei. Disse a eles que nã o sabí amos de nada, mas parece que encontraram alguma evidê ncia rela­cionada ao desaparecimento dela. Perguntaram quando eu a vi pela ú ltima vez. Sr. Kellerman, eles suspeitam que algo terrí vel aconteceu a ela.

Alex sentiu o ar abandonar seus pulmõ es. Sentou-se na cadeira mais pró xima e escondeu o rosto entre as mã os.

— O senhor está bem? — Preocupada com o patrã o, a sra. Muir apressou-se em encher um copo com á gua e ofe­recer a ela. — Beba isto e procure se acalmar. Só voltarã o amanhã, de manhã. Eu disse a eles que o senhor nã o tinha hora certa para chegar.

— Obrigado.

Alex bebeu toda a á gua, mas a cabeç a nã o parou de la­tejar. Acreditara estar livre dos interrogató rios da polí cia. Alicia nã o podia estar morta. Mas, se estivesse, por que ele seria envolvido? Se isso se tornasse pú blico, Conrad Wyatt daria seu cheque-mate e Alex nunca mais teria a chance de recuperar a custó dia de Rachel.

— Terá de contar a eles — a sra. Muir murmurou ao seu lado.

— Contar o quê? Acha que tive algo a ver com o desa­parecimento de Alicia?

— E claro que nã o! Está se esquecendo de que sei exatamente como aquela mulher o usou. Foi justamente porque o senhor a rejeitou, que ela foi embora.

— Quem vai acreditar nisso, agora?

— Eu acredito. O que eu quis dizer é que terá de contar a eles sobre Jim — a governanta declarou com firmeza. — Já nos protegeu por tempo demais. Nã o posso permitir que continue a destruir sua pró pria vida.

— Ah, Agnes... Nã o creio que a polí cia vá acreditar em qualquer coisa que eu diga, a esta altura. Vamos rezar para que encontrem Alicia, ou para que ela tome conhecimento do que está acontecendo e apareç a. Enquanto isso, acho que sou o principal suspeito.

— Mas nã o é justo!

— Nã o — Alex concordou e levantou-se. — Disseram que evidê ncia é essa, ou quem a encontrou? Acha que o pai de Pamela pode estar envolvido?

— Nã o sei, mas há mais uma coisa, sr. Kellerman.

— Nã o me diga que encontraram o corpo!

— Nã o, mas disseram que o marido dela...

— Henry Sawyer?

— Sim. Ele registrou o desaparecimento dela.

— E?

— Bem... Ele contratou uma agê ncia de detetives particu­lares, em King's Montford, para corroborar suas suspeitas.

— Ora, eu nem sabia que existiam detetives em King’s Montford e... — Notando a expressã o estranha da governanta, Alex estreitou os olhos. — Nã o me diga que conversei, pessoalmente, com o tal detetive!

— Sim — ela declarou, recuando um passo, como se te­messe a reaç ã o dele. — Ela... trabalhou aqui, nas ú ltimas trê s semanas. A detetive contratada foi a srta. Hughes.

Alex foi se deitar, mas nã o conseguiu dormir. Na verdade, nã o saberia dizer o que o impedira de ir à procura de Kate para confrontá -la e dizer a ela exatamente o que pensava.

Nã o era fá cil aceitar o que a sra. Muir lhe contara. Teria Kate planejado enganá -lo, provocá -lo a reduzi-lo a um trapo emocional, apenas para satisfazer a opiniã o absurda de Sa­wyer sobre Alex ser o responsá vel pelo desaparecimento de Alicia? O que mais doí a era pensar que ela dera cré dito à palavra de outro homem, sobre o seu cará ter,

O que significava que as horas de amor que haviam partilhado haviam sido uma farsa. Provavelmente, Kate o seduzira, na intenç ã o de arrancar dele alguma confissã o, mas se ela o considerava capaz de assassinato, arriscara-se demais ao permitir que ele entrasse em seu apartamento quando estava sozinha.

Ora, que diferenç a fazia, agora? Tinha coisas mais impor­tantes para se preocupar e tratou de sair da cama e tomar um banho, sabendo que a polí cia nã o tardaria a chegar.

Apesar dos protestos da sra. Muir, recusou o desjejum e contentou-se com algumas xí caras de café preto.

Quando o inspetor Rivers chegou, Alex o esperava na biblioteca. O policial olhou em volta, como se estivesse cal­culando os lucros que Alex obtivera com a morte da esposa. Embora nã o houvesse participado das investigaç õ es sobre a morte de Pamela, era evidente que lera todas as infor­maç õ es necessá rias, antes de visitar Alex.

A primeira pergunta foi previsí vel: quando Alex vira Ali­cia Sawyer pela ú ltima vez e em que circunstâ ncias ela havia deixado o emprego. Com voz calma, Alex explicou que ela nã o estava satisfeita com o trabalho e, apó s um perí odo relativamente curto, decidira partir.

— Foi ela quem tomou a decisã o de se demitir? — o inspetor perguntou.

— Nã o, fui eu. Tivemos uma... incompatibilidade de opiniõ es.

— E quando ocorreu essa discussã o?

— Nã o foi uma discussã o. Como já disse, foi uma incom­patibilidade de opiniõ es. Nã o faç o idé ia de aonde ela foi, quando nos deixou.

— Ela nã o deixou um endereç o para contato?

— Nã o.

— Nã o tinha amigos, aqui, que poderiam saber para onde foi?         '

— Terá de perguntar aos meus funcioná rios — Alex re­plicou. — Se é só isso...

— Nã o, nã o é só isso, sr. Kellerman. As malas da sra. Sawyer foram encontradas... no fundo de uma lixeira, na cidade.

Alex empalideceu.

— Quem as encontrou?

— Algumas crianç as. Tem idé ia de como as malas foram parar lá, sr. Kellerman?

— E claro que nã o!

Alex ficou indignado, mas sabia que nã o acreditariam nele.

— Fui informado de que esteve viajando — o inspetor continuou.

— Exatamente — Alex confirmou, perguntando-se se ima­ginavam que ele havia aproveitado a viagem para se livrar do corpo. — Estive em York, com um de meus clientes, para comprar um cavalo, que trouxe comigo para Jamaica Hill.

— Em um carro para cavalos, sr. Kellerman?

— Claro.

Nã o seria difí cil adivinhar o que se passava na cabeç a do policial.

O inspetor levantou-se.

— Imagino que esse cliente possa confirmar onde o senhor esteve, nos ú ltimos dois dias.

— Se for necessá rio. Mais alguma coisa, inspetor? Tenho muito trabalho a fazer.

— Estou de saí da, sr. Kellerman, mas nã o deve viajar novamente. No momento, estamos tentando descobrir há quanto tempo as malas estavam na lixeira e, talvez, tenha­mos de lhe fazer mais perguntas.

— Nã o coloquei as malas lá — Alex declarou, esforç an­do-se para nã o reagir à atitude do policial. — Mas estarei aqui. Sinto muito se nã o pude ajudar mais.

Assim que o inspetor se foi, Alex desabou em uma pol­trona, fixando os olhos na garrafa de uí sque no balcã o do bar. Quem teria jogado as malas na lixeira? E por quê?

Um nome ocorreu-lhe de pronto, mas seria seu sogro ca­paz de contratar uma detetive para procurar por uma mu­lher que ele nem sequer conhecera? Quando Conrad encon­trara Kate, em Wyvern Hall, nenhum dos dois dera mostras de reconhecimento. Ou seriam ambos melhores atores do que Alex imaginava?

A lembranç a do que Kate lhe fizera era dolorosa demais e tais pensamentos tornavam o uí sque ainda mais tenta­dor. Seria tã o simples deixar que o á lcool anestesiar seus sentidos.

— Eles já foram — a sra. Muir anunciou a porta — Nã o vai me contar o que o inspetor disso?

— Algumas crianç as encontraram as malas de Alicia em uma lixeira. A polí cia nã o sabe há quanto tempo foram jogadas lá. Provavelmente, acreditam que eu as joguei, de­pois de ter me livrado do corpo. A governanta ficou horrorizada.

— Estã o acusando o senhor de ser o responsá vel...

— Ainda nã o, mas acho que é só uma questã o de tempo.

— Que absurdo! E quanto ao marido dela. Alicia dizia que ele nã o aceitava o fato de ela ter saí do de casa. Nã o é mais prová vel que ele esteja envolvido?

— Ela també m dizia que apanhava do marido, o que era mentira — Alex lembrou, cansado. — Nã o posso acusar ningué m.

— Mas foi o sr. Sawyer quem contratou... a detetive particular.

— Será?

A sra. Muir franziu o cenho,

— Acredita que a srta. Hughes tomou a iniciativa?

— Nã o. Estou pensando em Wyatt. Talvez eu tenha che­gado perto demais de convencer as autoridades de que o lugar de Rachel é aqui. Um escâ ndalo como este seria muito ú til para-ele.

— Acha que ele matou a sra. Sawyer?

— Nã o. Apenas usou o desaparecimento dela para me incriminar. Talvez as malas nem sejam dela e o sr. Sawyer tenha se encarregado de colocar o nome da esposa nas eti­quetas. Bem, chegou a hora de descobrir exatamente o que está acontecendo. A srta. Hughes deve estar chegando.

— Talvez ela nã o venha, mas, se fosse o senhor, eu ficaria longe daquela moç a.  

— Sei muito bem o que estou fazendo, sra. Muir. E, por favor, suma com aquele uí sque daqui.

 

 



  

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