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CAPÍTVLO VII



— Srta. Hughes?

— Kate estava na fila do caixa, no su­permercado, quando uma voz desconhecida chamou-a. Apreensiva, virou e se deparou com a governanta de Alex. Só respirou aliviada quando se certificou de que nã o havia mais ningué m conhecido por perto.

— Olá, sra. Muir — cumprimentou.

— Eu nã o tinha certeza se era mesmo a senhorita. Espero que esteja se sentindo melhor. O sr. Kellerman explicou que a senhorita teve de sair à s pressas, no outro dia.

— Ah, sim... Sinto muito.

— Nã o se preocupe. A sra. Sheridan ficou para almoç ar, mas foi uma pena que a senhorita e o sr. Kellerman nã o tiveram tempo para conversar.

— Bem, nó s conversamos — Kate murmurou, arrepian­do-se diante da lembranç a da " conversa" que tivera com Alex. Entã o, ansiosa para livrar-se da simpá tica governanta, disse: — Foi um prazer revê -la, sra. Muir.

Infelizmente, sua tá tica nã o funcionou, pois a outra pa­recia disposta a estender o encontro.

— Está se saindo bem, sozinha no escritó rio? Foi uma pena o sr. Kellerman ter de viajar, justamente quando Sam está doente. Mas eu soube que o velho Guthrie já está se sentindo bem melhor.

— Essa é uma boa notí cia. Estou me saindo bem, sim, pois Ted tem me ajudado bastante.

Ted Lowes era o chefe dos cavalariç os e, ao que parecia, sabia tudo sobre o haras, mas assim como Guthrie, referia-se a Alex como " patrã o".

— Que tal me acompanhar em uma xí cara de chá? — a sra. Muir convidou, apontando para o pequeno café, anexo ao supermercado. Entã o, como se houvesse pensado melhor, comentou: — Ora, já passa das cinco horas. Você deve ter muito o que fazer.

Sim, Kate tinha muito o que fazer. Por outro lado, sabia que ningué m em Jamaica Hill poderia ser tã o bem infor­mado quanto à vida do " patrã o" quanto a governanta.

— Nã o estou com pressa — falou, aceitando o convite.

Depois de guardar as compras no carro, foi encontrar a sra. Muir no café.

— Adoro este lugar — disse a mais velha. — Infelizmente, nã o costumo ter companhia para vir aqui, desde que o sr. Muir morreu.

— Eu sinto muito. Sei como é difí cil perder algué m que amamos.

— Bem, já faz dois anos — Agnes declarou, em um esforç o para parecer conformada. — Conte-me sobre você. Há quan­to tempo é casada?

— Meu marido morreu. — Embora nã o tivesse o menor desejo de falar de si mesma, Kate sabia que nã o poderia chegar onde queria, sem estabelecer uma conversa amigá ­vel. — Tenho uma filha. Ela vai fazer treze anos.

— Treze! Ora, você nã o parece ter idade para ter uma filha adolescente!

— Eu tinha dezenove anos, quando ela nasceu.

— Bem, já ouvi dizer que ter uma famí lia nos torna mais jovens.

— Nã o acredite nisso — Kate falou com um sorriso maroto,

— Vejo que convidei você para um chá, quando tem uma filha à sua espera, em casa. Desculpe-me. Eu nã o sabia. Ela deve ser mais paciente do que Jim.

— Moramos com minha mã e. Meu marido morreu em um acidente de automó vel, há mais de dez anos.

— Ah, eu sinto muito — a sra. Muir declarou com sinceridade. —Você deve ter ficado arrasada. Detesto ver pessoas jovens morrerem. Meu Jim nunca mais foi o mesmo apó s a morte de nosso filho.

Kate franziu o cenho.

— A senhora perdeu um filho?

— Sim. Philip — a outra respondeu, com lá grimas nos olhos.

Kate sentiu-se constrangida, mas disse a si mesma que nã o poderia perder aquela oportunidade de descobrir algu­ma coisa sobre Alex.

— Imagino que os Wyatt tenham sentido o mesmo, quan­do a filha morreu — comentou.

— Nã o sei como se sentiram, mas sei que transformaram a vida do sr. Kellerman em um inferno. Ele nã o teve culpa por Pamela ter quebrado o pescoç o.

— Nã o.

Como se adivinhasse as dú vidas de Kate, Agnes continuou:

— Ele é um homem bom, srta. Hughes. Tem sido como um filho para mim. Nã o fosse por ele, nã o sei onde eu teria encontrado forç as para seguir adiante com minha vida. Fa­zemos companhia um ao outro. Tenho certeza de que ele vai conseguir a filha de volta, mas essas coisas levam tempo.

Kate voltou a lembrar do que acontecera na biblioteca e foi sacudida por outro arrepio. Perguntou-se o que teria acontecido se a sra. Sheridan nã o os tivesse interrompido. Embora detestasse admitir, havia perdido a resistê ncia e o controle, e sido tomada por um desejo que jamais sentira antes.

Nã o o vira desde entã o, pois Alex viajara na manhã se­guinte. O que fora bom, pois Kate nã o saberia como enca­rá -lo. Alé m disso, passara a considerar as acusaç õ es de Henry Sawyer menos absurdas. Afinal, um homem capaz de se aproveitar de algué m que mal conhecia nã o pensaria duas vezes antes de se envolver com uma mulher que estivesse morando em sua casa.

— Está gostando do seu trabalho, no haras? — a sra. Muir perguntou e sem esperar resposta, continuou. — Sei que Sam nã o tem nenhuma queixa da senhorita. Todos es­peram que fique mais tempo que as outras.

— As outras? — Kate inquiriu, mal acreditando em sua sorte, pois a governanta entrara justamente no assunto que mais a interessava.

— As outras moç as que trabalharam com Sam. É verdade que nenhuma delas era como você. A maioria aceitava o emprego como soluç ã o temporá ria, apenas até encontrarem outro que pagasse um salá rio melhor. Kate tentou disfarç ar o interesse.

— É uma pena — murmurou. — Imagino que o sr. Guthrie tenha se cansado de treinar novas funcioná rias.

— Bem, eu nã o diria que Sam é um chefe fá cil de se conviver. Alé m disso, sua capacidade de julgamento nem sempre é das melhores. Mas até mesmo o sr. Kellerman foi enganado pela ú ltima secretá ria.

— Ela nã o era uma boa funcioná ria? — Kate perguntou, prendendo a respiraç ã o.

— Era uma mentirosa! — Agnes declarou com ê nfase. — Disse ao sr. Kellerman que apanhava do marido, mas isso nã o era verdade. Ficou evidente que só queria conquis­tar a simpatia dele. Queria entrar na casa, só isso. Deve ter planejado tudo em detalhes.

— Planejado o quê?

— Eu nã o deveria estar lhe contando tudo isso — a go­vernanta decidiu. — Afinal, trata-se de um problema do sr. Kellerman, nã o meu. Tudo o que posso dizer é que fiquei muito feliz ao descobrir que Sam finalmente encontrou uma secretá ria decente.

Kate teve vontade de chorar. Por um momento, acreditara que a sra. Muir lhe contaria tudo o que queria saber. Agora, tudo o que lhe restava era a frustraç ã o, alé m do sentimento de culpa por estar enganando tanta gente.

— Kate! Como vai? Há quanto tempo!

Kate nã o percebera a aproximaç ã o da mulher. Ao virar-se, sentiu o sangue gelar. Marian Garvey fora sua colega de faculdade e sabia que Kate trabalhava com o pai. Portanto, poderia pô r a perder o seu disfarce.

Para seu alí vio, a sra. Muir, que certamente falara mais do que pretendia, mostrou-se grata pela interrupç ã o e, ra­pidamente, apanhou a bolsa e levantou-se.

— Preciso ir. O sr. Kellerman já deve estar preocupado — disse a governanta. — Foi um prazer conversar com a senhorita. Espero vê -la em breve.

Kate despediu-se de Agnes e, quando viu Marian ocupar o lugar da mais velha, lamentou nã o ter dado uma desculpa para ir embora, també m.

— Uma cliente? — a outra perguntou.

— Apenas uma conhecida — Kate respondeu, desviando o olhar. — Ela perdeu o marido recentemente e eu a estava consolando.

— Quanta generosidade! — Marian comentou com ironia. — Ouvi sua amiga mencionar o sr. Kellerman. Ela é parente do famigerado Alex?

— Nã o — Kate negou de pronto e tratou de mudar de assunto: — Conte-me o que tem feito. Você está muito bem.

— Obrigada — Marian agradeceu com ar complacente. Kate tinha de admitir que a outra nã o mudara, desde os tempos de faculdade. E, evidentemente, continuava an­tipá tica e bisbilhoteira..

— Bem, també m preciso ir — declarou, na esperanç a de evitar um interrogató rio, mas Marian també m se levantou.

— Vou com você — declarou. — O supermercado fica tã o lotado, à s sextas-feiras. É impossí vel comprar tudo o que precisamos.

— Você nem tomou seu chá — Kate protestou.

— Nã o estou com vontade. Só entrei no café porque vi você. Faz tanto tempo que nã o colocamos as fofocas em dia.

— Ah...

— Como vai Joanne? Ela já deve estar com, doze ou treze anos?

— Quase treze — Kate respondeu, tentando entender onde Marian queria chegar. — Ela vai bem, obrigada. Seu garotinho já deve estar crescido, també m.

— Sim. Bobby virou um garotã o. Mas Joanne já é uma adolescente! Imagino que dê um bocado de trabalho.

Kate respirou fundo, começ ando a perceber \ue rumo a conversa tomara.

— Joanne é uma boa menina — afirmou.

— Ah, eu sei como sã o os adolescentes. Bobby ainda é uma crianç a, mas minha irmã caç ula estuda no Lady Montford, sabia?

Assim como Joanne. Embora nã o pronunciasse as palavras, Marian deixou claro que sabia da suspensã o de Joanne e era ó bvio que se aproximara de Kate para bisbilhotar. Ressentida, Kate atacou:

— Como vai Marcus? Vi a foto dele no jornal, na semana passada. Deve se sentir muito orgulhosa.

Omitiu o fato de que já sabia que Marian e Marcus es­tavam se divorciando. Era crueldade lembrar a outra do sucesso do ex-marido, mas Marian merecia a alfinetada.

— Marc e eu nos separamos, já faz algum tempo — ela respondeu com voz tensa —, mas está tudo bem. Bobby já vai fazer seis anos. — Recuperou-se rapidamente e voltou ao assunto: — Imagino que ter uma filha da idade de Joanne faç a a gente se sentir velha.

— Definitivamente senil — Kate respondeu em tom zom­beteiro, recusando-se a morder a isca. — Foi um prazer revê -la, Marian — despediu-se, tomando o cuidado de partir na direç ã o oposta.

Infelizmente, o carro de Marian estava estacionado muito perto do dela, e Kate teve de esperar vá rios minutos para poder ir embora. Quando finalmente sentou-se ao volante, estava gelada até os ossos e, por isso, ao chegar em casa, nã o tinha a menor disposiç ã o de consolar a filha. Disse com todas as palavras que Joanne nã o poderia culpar ningué m, senã o a si mesma, por se sentir entediada.

Carrancuda, a menina foi resmungando para o quarto.

— Você nã o foi muito sensí vel, Kate — Ellen reprovou, quando ajudava a filha a guardar as compras. — Nã o é fá cil para ela ficar presa neste apartamento, o dia todo.

— E de quem é a culpa?

— E você nã o permite que ela se esqueç a disso, nem por um segundo! — Ellen protestou, irritada. — Mesmo sabendo que, nã o fosse por ela, ningué m teria tomado conhecimento do que estava se passando. Joanne poderia ter continuado a sair com as colegas, para fazer pequenos furtos, mas pre­feriu fazer o que era certo. Você deveria se sentir grata por ela nã o tomar drogas, ou algo parecido.

Kate suspirou.

— Eu sabia que você acabaria tomando o partido dela.

— Estou apenas tentando fazer você enxergar que Joanne nã o é uma má menina.

— Sei disso. Ora, acho que terei de me desculpar com ela. Mas, para ser sincera, també m nã o tive um dia fá cil.

— Por quê? Aconteceu alguma coisa? — Ellen inquiriu, alarmada. — Pensei que o sr. Kellerman estivesse viajando.

— E está. Encontrei Marian Garvey, no supermercado. Ela fez questã o de deixar claro que sabe o que aconteceu com Joanne.

— Bem, a filha mais nova dos Weston estuda em Lady Montford, també m — Ellen lembrou.

— Eu nã o ficaria surpresa se, a esta altura, a cidade inteira já soubesse do que aconteceu — Kate concluiu, desanimada.

— Nã o exagere! Duvido que algué m esteja interessado na suspensã o de Joanne. Alé m do mais, ela nã o é a ú nica. Por mais triste que seja, a realidade é que, hoje em dia, é comum ver jovens suspensos das aulas.

— Tem razã o — Kate concordou.

Ellen estudou a filha por alguns momentos, antes de dizer:

— Você está me parecendo perturbada demais.

— Nã o estou perturbada.

— É claro que está! — a mã e insistiu com impaciê ncia. — Vivemos juntas há muito tempo, Kate. Sei que algo nã o vai bem. E você está assim desde quarta-feira.

Kate virou-se de costas, fingindo examinar o conteú do de uma das sacolas de compras.

— Impressã o sua, mamã e.

— Nã o é, nã o. O que o sr. Kellerman lhe disse, depois que deixaram Joanne em casa? — Como Kate nã o respon­desse, ela continuou: — Pensei que ele havia compreendido o que você estava sentindo!

— Ele compreendeu — Kate falou com um suspiro cansado.

— Se ele compreendeu e viajou no dia seguinte, nã o pode ser o culpado por você estar assim. Bem, se nã o quer me contar, só posso concluir que o problema sou eu.

— Por favor, mamã e! Pare com isso! Nada aconteceu. Simplesmente, nã o estou certa de que minha investigaç ã o está progredindo.

— Acha que está perdendo tempo?

— Nã o exatamente.

— Entã o, desconfia de que Alex Kellerman pode ser o responsá vel pelo desaparecimento da tal mulher? Ah, Kate, por favor, tenha cuidado.

Kate sacudiu a cabeç a.

— Já nã o sei em que acreditar — confessou. — Acho que ele pode ter tido um caso com ela e, se foi assim...

— Isso nã o quer dizer que ele seja um assassino — Ellen argumentou. — Mesmo assim, acho que deve contar ao sr, Sawyer o que me disse. Realmente, você nã o está fazendo grandes progressos. Talvez esteja na hora de admitir a derrota.

A sugestã o da mã e era tentadora, mas Kate decidiu ig­norá -la. Apesar de tudo, sentia-se relutante em abandonar o emprego em Jamaica Hill. Disse a si mesma que nã o poderia desistir, justamente quando começ ara a conquistar a confianç a da sra. Muir, mas a verdade era outra.

— Vou persistir por mais duas semanas — declarou e, entã o, mudou de assunto: — O que acha de comermos es­paguete no jantar?

— Acho que está apenas preenchendo o tempo, enquanto o cliente continua disposto a lhe pagar — Ellen persistiu, ignorando a tentativa da filha em abandonar a discussã o.

Felizmente, Joanne entrou na cozinha, pondo um ponto final à conversa, Kate aproveitou a oportunidade para fazer as pazes com a filha.

O fim de semana passou depressa demais. Kate passou o sá bado e o domingo esforç ando-se para nã o pensar em Alex e, quando a segunda-feira chegou, precisou de toda a sua coragem para entrar no carro e se dirigir ao haras. Quando um semá foro mudou para o vermelho, sentiu-se grata. Qualquer coisa para adiar sua chegada em Jamaica Hill era bem-vinda, pensou.

Nã o sabia como Alex reagiria ao vê -la e rezou para que Guthrie estivesse lá. Era possí vel que o " patrã o" houvesse decidido despedi-la, refletiu, e foi subitamente tomada por um terrí vel sentimento de vazio.

A verdade era que começ ava a gostar dele. Alex fora gentil e generoso com Joanne e com Kate, també m, poré m, fora justamente tal generosidade que dera iní cio ao problema. Quando Alex segurara seu braç o, para apresentá -la a governanta, fora como se uma descarga elé trica percorresse o corpo de Kate. Sua reaç ã o, no entanto, fora interpretada por ele como sendo de repulsa. Ah, se ele soubesse...

Dali por diante, fora impossí vel resgatar o clima amigá vel. A tensã o entre eles fora tamanha, ao entrarem na biblioteca, que mal haviam conseguido conversar. E, por fim, Kate es­tragara tudo de vez, ao acusá -lo de ter desistido de lutar.

Estremeceu ao lembrar-se da fú ria que iluminara os olhos de Alex e das pró prias sensaç õ es embriagantes, quando ele a tomara nos braç os. Teria acreditado em qualquer coisa que Alex dissesse, antes mesmo de os lá bios dele tocarem os seus.

E Kate tinha de admitir que apesar de todos os seus esforç os em contrá rio, Alex conseguira derrubar por terra a sua resistê ncia. Quando a sra. Sheridan os interrompera, Kate estivera prestes a retribuir o beijo com paixã o.

E Alex percebera. Por isso, tentara alcanç á -la, quando ela apanhara o casaco e saí ra correndo. Felizmente, Kate fora mais rá pida. Entrara no escritó rio à s pressas, recolhera a bolsa e voltara até o carro. Entã o, fora embora, mas nã o para casa, pois nã o se sentia em condiç õ es de encarar a mã e e Joanne. Aproveitara o horá rio de almoç o de Susie para ficar sozinha na agê ncia e se recompor.

Evidentemente, nã o fora fá cil ir para o trabalho, na ma­nhã seguinte, mas ficara aliviada ao encontrar Ted Lowes sentado à mesa de Guthrie. Ele a informara de que o " pa­trã o" viajara para Doncaster, a fim de assistir à s corridas, na companhia da sra. Sheridan, e que só estaria de volta na semana seguinte.

Quando finalmente chegou em Jamaica Hill, Kate sentiu um aperto no peito ao avistar o Range Rover estacionado junto aos está bulos. Entã o, disse a si mesma que teria de enfrentar a situaç ã o, ao menos até descobrir o que havia acontecido com Alicia. Ora, a mulher nã o poderia, simples­mente, ter desaparecido da face da terra. Estava na hora de tentar arrancar alguma informaç ã o de Billy Roach. Ape­sar de suas esperanç as com relaç ã o à sra. Muir, seria bem mais fá cil levar o rapaz a cometer uma indiscriç ã o, do que fazer o mesmo com a governanta.

Estacionou o Vauxhall ao lado do Range Rover e saiu do carro, reunindo coragem para enfrentar o que viesse. Quan­do dois cavalariç os a cumprimentaram, sorridentes, Kate disse a si mesma que nã o tinha o que temer. Se Alex de­cidisse demiti-la, paciê ncia. Henry Sawyer nã o poderia cul­pá -la por isso.

Sua sala estava gelada e sua primeira providê ncia foi ligar o aquecimento. Distraí da, Kate assustou-se ao ouvir a voz de Alex atrá s dela.

— Pode vir até minha sala, um instante? — ele pediu e, sem esperar pela resposta, voltou para a sala.

Kate decidiu nã o tirar o casaco, pois talvez nã o fosse permanecer ali por muito tempo. Seu receio tornou-se ainda mais forte ao entrar na sala e encontrá -lo de costas, olhando pela janela.

— Sente-se — ele disse, sem virar-se. — Imagino que faç a uma idé ia do que quero discutir.

— Sim.

De nada adiantaria negar que ela sabia exatamente o que ele ia dizer, pois isso nã o mudaria o rumo da conversa.

— Bem, em primeiro lugar, devo-lhe um pedido de des­culpas pelo meu comportamento, na quarta-feira, O que fiz foi imperdoá vel. Convidei-a para almoç ar em minha casa e, entã o, abusei da sua confianç a, da maneira mais desprezí vel.

Kate sentou-se, tomada pelo remorso, pois nem por um momento imaginara-o capaz de desculpar-se.

— Bem, eu...

— Provavelmente, pensou que foi esse o motivo pelo qual estive ausente pelo resto da semana — ele a interrompeu. — E talvez tenha sido. Acho que me senti relutante em admitir meu erro e, por isso, foi mais fá cil adiar este confronto.

— Sr. Kellercnan, por favor...

— Minha ú nica defesa é que tive bons motivos para ir a Doncaster. Esta foi a ú ltima corrida do ano. — Os lá bios dele se curvaram. — També m poderia dizer que você me provocou. Nã o é nada agradá vel saber que seus funcioná rios o consideram um derrotado.

— Eu nã o disse...

— Tanto faz. Sou o ú nico culpado pela opiniã o que você possa ter de mim, agora. Vim preparado para descobrir que você havia pedido demissã o. Se decidir levar este caso adian­te, poderá me processar por assé dio sexual.

— Nã o concordo — Kate declarou e, apó s uma leve he­sitaç ã o, acrescentou: — Prefiro esquecer o que aconteceu.

— Nã o está convencida de que sou culpado de todos os, crimes pelos quais fui acusado?

— Nã o.

— Sinto-me aliviado. Você deve ser a ú nica mulher em King’s Montford a reagir assim.

Kate respirou fundo.

— Se quiser que eu deixe o haras...

— Nã o quero — ele retrucou com veemê ncia, devolvendo a Kate a seguranç a necessá ria para se pô r de pé e enca­minhar-se para a porta. — Espere.

— O que foi?

— Gostaria de lhe pedir um favor — ele falou, aparente­mente constrangido. — Falei com meu advogado no fim de semana e ele conseguiu permissã o do juiz para que Rachel passasse o dia comigo, hoje. Como vi minha filha poucas vezes, nos ú ltimos dois anos, queria lhe pedir que fosse comigo. As­sim, se meu sogro tentar me impedir de vê -la de novo, nã o será apenas a minha palavra contra a dele, no tribunal.

 

 



  

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