Хелпикс

Главная

Контакты

Случайная статья





CAPÍTULO III



Kate observou Alex afastar-se, tomada de certo entusiasmo. Era evidente que fizera progressos em conquistar a confianç a dele. Apesar do mau humor, ele nã o desconfiara que ela fosse algo mais que uma simples funcioná ria.

Voltou a trabalhar com o feno, embora sentisse as mã os trê mulas. Conversar com Alex fora desgastante e, ao mesmo tempo, excitante, admitiu com relutâ ncia. Ele era, definiti­vamente, um homem interessante.

Teria sido essa a opiniã o de Alicia Sawyer, també m?

Disse a si mesma que nã o deveria fantasiar sobre ele. Se tudo o que Kate ouvira era verdade, ali estava um homem em quem ela jamais poderia confiar.

A verdade era que nã o sabia quase nada sobre ele. Por isso se candidatara ao emprego no haras. Poré m, Alex pa­recia estar cercado de pessoas determinadas a nã o dar a menor informaç ã o.

Ao menos, nã o para uma desconhecida. Apesar das dú ­vidas que rondavam a reputaç ã o dele, era evidente que Alex inspirava um forte senso de lealdade em seus funcioná rios. Kate nã o ouvira nenhuma palavra contra ele, embora o haras estivesse enfrentando uma situaç ã o bastante difí cil.

A ú nica coisa que descobrira fora que Alex estava lutando para recuperar a custó dia da filha. Aparentemente, os pais de Pamela haviam tirado a neta de Jamaica Hill, logo apó s a morte da filha, o que era perfeitamente compreencí vel. Agora poré m, os avó s recusavam-se a devolver Rachel ao pai.

Naturalmente, Alex queria a filha de volta. Mesmo que seu relacionamento com Pamela houvesse sido conturbado, Rachel era tudo o que lhe restava. Kate nã o compreendia como os Wyatt vinham conseguindo garantir a guarda da neta. Talvez soubessem de algo sobre o genro, que usavam para manter a neta em sua casa.

Kate franziu o cenho. Nã o estava ali para especular sobre o relacionamento de Kellerman com os sogros. Tinha de descobrir o que acontecera com Alicia e, até entã o, nã o fizera nenhum progresso,

Henry Sawyer nã o ficaria feliz em saber que Kate come­ç ava a nutrir certa simpatia por Kellerman. Quando ele fora visitá -la no escritó rio, alguns dias depois de ter lhe entregue o caso, ficara furioso ao descobrir que Kate ainda nã o fizera grandes progressos.

Evidentemente, Sawyer nã o estava interessado em ouvir que Kate havia confirmado as informaç õ es que ele mesmo lhe fornecera: seu contato no departamento de seguro social endossara o fato de que Alicia havia trabalhado para Kel­lerman e que, até onde as autoridades haviam sido infor­madas, ela nã o havia conseguido outro emprego depois disso. Sawyer já informara Kate de que a conta bancá ria de Alicia nã o fora movimentada nos ú ltimos dois meses e que ne­nhuma despesa fora debitada em seus cartõ es de cré dito. Kate descobrira mais: Alicia nã o tinha parentes em King's Montford e nã o dera entrada em nenhum hospital da regiã o. Mostrara a fotografia em agê ncias de empregos e de viagens, mas ningué m vira a loira atraente. Ao que parecia, Alicia realmente desaparecera.

— Este era o emprego de Alicia — ele dissera, retirando um anú ncio do bolso. — Por que nã o se candidata à vaga?

A primeira reaç ã o de Kate fora negar a sugestã o.

— Nesse caso, quero o meu dinheiro de volta — Sawyer retrucara.

Pensando na excursã o de Joanne, Kate decidira aceitar. Mais tarde, desprezara a si mesma por isso, mas nã o havia dú vida de que aquela seria a melhor maneira de descobrir o que acontecera com Alicia.

Fora assim que ela havia decidido ajudar Billy Roach no trabalho com os cavalos. Ao terminar as tarefas designadas pelo sr. Guthrie, concluí ra que Billy seria a melhor fonte de informaç õ es. Ganhar a gratidã o e a confianç a do rapaz foi o primeiro passo de sua investigaç ã o.

Agora, dava-se conta de que o trabalho era pesado. Suas costas doí am e, se Kellerman nã o estivesse tã o perto, ela teria abandonado o feno e voltado ao seu escritó rio.

Ele caminhava na direç ã o dela, agora, acompanhado pelo homem que estivera conversando com o sr. Guthrie. Embora prestasse atenç ã o no cliente, mantinha os olhos fixos em Kate e ela se forç ou a sorrir.

Poré m, assim que ele desapareceu, Kate estremeceu. Es­taria conseguindo convencê -lo de que era o tipo de mulher que flertava com qualquer homem? Ora, até o dia da en­trevista com o sr. Guthrie, ela jamais usara calç as tã o justas.

Sacudiu a cabeç a, tentando afastar os pensamentos nega­tivos. De um jeito ou de outro, conseguira chamar a atenç ã o de Kellerman. No entanto, se ele pensasse que ela estaria disposta a ter um caso, a situaç ã o teria de mudar de rumo. Conquistar a confianç a de Kellerman era uma coisa, mas pros­tituir-se para satisfazer Sawyer era outra, muito diferente.

Mesmo assim, quando voltava para casa, naquela noite, viu-se forç ada a admitir que nã o era indiferente à atraç ã o que ele demonstrava. Alé m disso, nã o encontrara dificul­dades para conversar com ele. Pela primeira vez, desde a morte de Sean, Kate conhecia um homem com quem se sentia à vontade. Era uma pena que ele fosse odiá -la quando descobrisse o verdadeiro motivo de sua presenç a no haras.

Na manhã seguinte, surgiu a oportunidade que ela es­perava. Guthrie havia saí do e deixado Kate responsá vel pelo escritó rio. Assim, quando Billy entrou para avisar o gerente que acabara de limpar as baias, ela o convidou para tomar um café.

— Já fiz o intervalo para o café, srta. Hughes — ele replicou. Com dezesseis anos, era o mais jovem dos cava­lariç os e, segundo Guthrie, o menos inteligente. — E melhor eu voltar ao trabalho.

— Que pena! — Kate lamentou. — Entã o, terei de tomar café sozinha. Achei que você gostaria de me fazer companhia.

— Bem, eu gostaria muito, mas tenho trabalho a fazer. Se o sr. Guthrie voltar e me encontrar aqui...

— Ah, mas ele só vai voltar a tarde, pois foi até Bristol. — ela o interrompeu, apressando-se em fechar a porta e encher duas xí caras de café. — Relaxe. Se algué m entrar, direi que foi idé ia minha.

— Eles nã o acreditariam — o rapaz protestou, visivel­mente aflito.

— Nã o creio que o sr. Kellerman faç a qualquer objeç ã o. Ele me pareceu bastante impressionado com o seu trabalho, quando conversamos, ontem.

— Verdade?

Billy arregalou os olhos. Tomada pelo sentimento de cul­pa, Kate foi adiante, mas manteve o olhar fixo no café, para nã o ter de encará -lo enquanto mentia;

— Claro! Quando eu disse a ele que estava ajudando você, ele insinuou que você é um dos melhores cavalariç os que já passaram por aqui.

O jovem aceitou a xí cara de café e sentou-se na beirada da mesa.

— Quem diria! Eu pensava que ele e o sr. Guthrie nã o gostavam de mim! Talvez esteja na hora de pedir um au­mento. Esse emprego paga muito mal. Se eu nã o morasse com meus pais, nã o conseguiria sobreviver com meu salá rio.

Kate ficou apreensiva e lamentou ter começ ado aquela conversa, mas, agora, nã o poderia voltar atrá s.

— Bem, se fosse você, eu esperaria até o ano que vem. Afinal, todos sabem que a situaç ã o do haras nã o é nada boa, no momento.

— Tem razã o — Billy concordou, resignado. Aproveitando a chance, Kate mudou de assunto:

— Imagino que tenha sido muito difí cil para o sr. Kellerman, retomar uma vida normal, depois da morte da esposa.

— Gosta dele, nã o é? — o rapaz perguntou com um sor­riso. — Todas as mulheres gostam do sr. Kellerman. Ou, pelo menos, gostavam.

— Nã o era a isso que eu me referia. O sr. Guthrie me contou que vá rios problemas ocorreram no haras.

A verdade era que Sam Guthrie nã o havia sequer mencionado os problemas do patrã o e Kate teria de rezar para que Billy nã o comentasse nada sobre aquela conversa. O que era imprová vel, uma vez que o gerente tratava o rapaz como um simples empregado, sem lhe dar qualquer liberdade.

— Acho que ele se referia a Allie.

Kate mal pô de acreditar na sorte, pois imaginara que seria muito mais difí cil obter alguma informaç ã o sobre Ali­cia Sawyer.

— Allie? — repetiu, erguendo as sobrancelhas.

— Sim, a sra. Sawyer, a mulher que trabalhou aqui antes da senhorita. Ela gostava de ser chamada de Allie, pois isso a fazia lembrar-se de quando era uma garotinha.

— Ela foi demitida? — Kate perguntou, esforç ando-se para soar casual.

— Nã o — Billy respondeu, ligeiramente indignado. — O sr. Guthrie nã o a mandaria embora, pois gostava muito dela.

Kate lembrou-se de que, em teoria, nã o sabia nada sobre sua antecessora.

— Entã o, ela arranjou outro emprego?

— Ela simplesmente foi embora. Nem se despediu. O sr. Kellerman disse...

Billy parou de falar, ao mesmo tempo em que uma ex­pressã o de horror tomava conta de seu rosto. Kate arre­piou-se, certa de que ele havia se lembrado de algo impor­tante, algo que o aterrorizava. Entã o, ouviu o som que o fizera entrar em pâ nico. Passos se aproximavam e Billy depositou a xí cara na mesa, derrubando boa parte do café.

— É o sr. Kellerman — murmurou, lí vido, ao avistar o patrã o pela janela. — O que vou fazer agora?

Kate, que tinha suas pró prias razõ es para nã o desejar o encontro naquele momento, disfarç ou a impaciê ncia.

— Você só aceitou uma xí cara de café! Se algué m está encrencado, sou eu.

Billy nã o se convenceu e, abrindo a porta, confrontou o patrã o com um sorriso nervoso.

— Eu já estava de saí da, sr. Kellerman. Já limpei as baias, como o sr. Guthrie mandou.

Alex ergueu uma sobrancelha, mas nã o teve tempo de fazer qualquer comentá rio, pois o rapaz afastou-se com a rapidez de um raio.

— Algo errado? — perguntou a Kate e, entã o, seus olhos pousaram na poç a de café sobre a mesa. — Interrompi al­guma coisa?

— É claro que nã o — Kate respondeu, tensa. — Billy veio procurar o sr. Guthrie e eu o convidei para tomar um café.

— É mesmo?

— Sim. — Kate sorriu. — Creio que nã o deveria ter feito isso, mas sinto-me solitá ria, quando o sr. Guthrie nã o está.

— Imagino que seja demais esperar que você nã o tenha ouvido os boatos — ele acrescentou com ironia.

— Como? — Kate sentiu as faces arderem. Teria Kellerman ouvido sua conversa com Billy? Mais uma vez, Kate arrepiou-se, mas entã o, disse a si mesma que uma boa detetive nã o se deixaria intimidar com tamanha facilidade. Afinal, nã o fizera nada errado.

Exceto por ter se empregado ali sob falsos pretextos, por ter mentido sobre suas verdadeiras razõ es, por haver omi­tido o fato de que fora paga para investigar o desaparecimento de Alicia.

Alex aproximou-se e ela sentiu o ar abandonar seus pul­mõ es, pois os olhos castanho-escuros apresentavam-se quase negros, enquanto se mantinham fixos nos dela. Ocorreu a Kate que ele a demitiria e, se isso acontecesse, nã o haveria como impedi-lo.

— Estou me referindo à morte de minha esposa — ele falou. — Era sobre isso que você e Billy conversavam? Você queria saber todos os detalhes escabrosos sobre como ela morreu?

Kate fí cou aliviada ao constatar que ele nã o ouvira nada.

— O acidente que matou sua esposa nã o é da minha conta. Alé m disso, Billy ainda nã o trabalhava aqui quando isso aconteceu.

— Há pouco mais de dois anos — Alex esclareceu. — E Billy trabalha aqui há menos de um ano, mas deve ter conversado sobre isso com os outros.

— Mas nã o comigo. Nã o está vamos falando sobre isso.

— Nã o acha que está ficando paranó ico, sr. Kellerman? As pessoas tê m outros interesses.

— Tê m? — ele inquiriu, cé tico. — À s vezes, tenho a im­pressã o de que nã o falam de outra coisa. A senhorita tem o direito de achar que estou exagerando, mas receio ter me tornado sensí vel demais, nos ú ltimos meses.

Kate acreditou em cada uma das palavras dele e foi in­vadida pelo í mpeto de reassegurá -lo.

— É compreensí vel — murmurou, lanç ando um olhar para a cafeteira e tomando uma decisã o rá pida. — Aceita uma xí cara de café, sr. Kellerman?

— Por que nã o? — ele aceitou e, olhando para o café derramado por Billy, sorriu e acrescentou: — Tentarei nã o fazer tanta sujeira.

Sem pensar, Kate devolveu-lhe o sorriso. Entã o, virou-se para a cafeteira, perguntando-se qual seria a intenç ã o dele? Estaria flertando? Ou apenas tentando compensar as ma­neiras duras de pouco antes? Kate nã o saberia dizer, mas quando Kellerman deixava de lado a postura rí gida, torna­va-se muito agradá vel.

Agradá vel!

Apanhou a xí cara com movimentos bruscos. Ora, " agra­dá vel" nã o era um adjetivo a ser usado para descrevê -lo. Agressivo, talvez; sarcá stico, sem dú vida; perigoso, possi­velmente. E como ela poderia saber se o envolvimento de Alex Kellerman com Alicia nã o havia começ ado exatamente da mesma maneira?

Estremeceu ao dar-se conta de que, por um momento, con­templara a possibilidade de envolver-se com ele. Tal linha de raciocí nio era assustadora e ela se sentiu exposta e vulnerá vel.

Usou as duas mã os para estender-lhe a xí cara, pois nã o queria que seu tremor indicasse quanto ele a perturbava.

— Obrigado — ele agradeceu. — Posso me sentar?

— Claro. O escritó rio é seu.

— Tem razã o — Alex concordou com mais um sorriso, antes de se acomodar. — Bem, vai me contar o que Roach estava fazendo aqui?

— Para ser sincera, nã o me lembro o que ele queria.

— Se nã o estou enganado, ele comentou algo sobre Guthrie — Alex refrescou-lhe a memó ria.

— Tem razã o. Foi isso. — Kate fingiu ter se lembrado. — Billy estava à procura do sr. Guthrie. Veio procurá -lo, també m?

— Para ser sincero, queria falar com você.

— Comigo? Por quê?

— Achei que já estava na hora de saber um pouco mais sobre nossa mais nova funcioná ria.

A boca de Kate secou.

— Mas o sr. Guthrie...

— Sam nã o tem nenhuma queixa. Deve saber que o con­quistou no primeiro dia.

— Mas nã o foi assim com o senhor — ela murmurou, antes mesmo de se dar conta do que dizia. — Quero dizer... Bem, nã o foi exatamente o que eu quis dizer... Nã o está satisfeito com o meu trabalho?

— Estou, mas sua presenç a aqui pode causar repercus­sõ es. Eu gostaria de saber o que sua famí lia pensa a respeito.

— Minha famí lia nã o tem nada contra meu emprego — Kate mentiu, recusando-se a pensar no que sua mã e dissera ao ser informada do que a filha pretendia fazer.

— Nã o acreditam que matei minha esposa por causa do dinheiro dela?

— Pelo dinheiro? — Kate repetiu em um fio de voz.

— Nã o me diga que nã o ouviu essa parte da histó ria! — ele retrucou com cinismo. — Bem, se continuar trabalhando aqui, logo vai ter ouvido tudo o que há para ouvir.

Kate respirou fundo.

— Deve ter sido muito difí cil.

— É o que todos dizem. Bem, ao menos, aqueles que acre­ditam em minha inocê ncia. Creio que deveria sentir-me grato.

— E nã o sente?

— Nã o tenho uma explicaç ã o satisfató ria para o que acon­teceu a Pamela. Lamento que tenha morrido, mas a dor veio muito antes de ela cair do cavalo.

Kate nã o sabia o que dizer. Nã o lhe ocorrera que uma conversa como aquela pudesse acontecer entre eles.

— Mas nã o vim até aqui para falar de mim — ele declarou, levantando-se em um movimento brusco. — O que você fazia, antes de aceitar este emprego?

— Eu trabalhava com meu pai, na... corretora de seguros que ele possuí a, em... em Bath.

— Nã o quis dar continuidade ao negó cio?

— Nã o. O movimento caiu muito, depois da morte dele.

Alex estudou-a por um longo momento.

— Ainda nã o compreendo por que decidiu trabalhar aqui — ele finalmente falou.

— Eu precisava trabalhar e nã o há muitos empregos disponí veis no mercado. Nem todos desejam contratar al­gué m com a minha idade.

— Devo fazer algum comentá rio? — ele inquiriu com sarcasmo.

Kate sentiu as faces arderem, pois nã o tinha a menor experiê ncia em jogos daquele tipo, especialmente encontran­do-se diante um homem.

— Eu apenas quis dizer que a maioria dos empregadores procuram por moç as mais jovens — explicou, sem jeito. — Lamento se dei a idé ia de que estava querendo elogios. Nã o sou assim.

— Como você é, afinal? Talvez uma dessas mulheres que acham excitante dormir com um assassino.

— O senhor nã o é um assassino! — Kate protestou.

— Como sabe?

— Eu sei, simplesmente — respondeu. — Acha que es­taria trabalhando aqui, se acreditasse que o senhor...

— Que matei minha esposa?

Kate assentiu, antes de dizer:

— Quando meu pai era vivo, costumava dizer que eu era muito boa no julgamento do cará ter das pessoas. Se o tivesse conhecido, tenho certeza de que gostaria dele.

— Seu pai era tã o ingê nuo quanto você?

— Nã o me considero ingê nua, só por estar disposta a dar a algué m o benefí cio da dú vida.

— E acha que seu pai aprovaria o trabalho que faz aqui? Uma pessoa da sua idade e com a sua inteligê ncia, digitando estatí sticas em um computador? Ora, srta. Hughes, espera que eu acredite nisso?

Kate deu de ombros.

— Talvez eu nã o seja tã o inteligente quanto o senhor imagina... — começ ou a falar, mas calou-se ao vê -lo dar um passo na sua direç ã o.

— Ou, talvez, seja inteligente demais. Nã o sou idiota, srta. Hughes. Sou perfeitamente capaz de reconhecer uma impostora, assim que a vejo, mesmo que o seu editor pense o contrá rio.

— Meu editor? — Embora fosse invadida por um grande alí vio, Kate forç ou-se a sustentar-lhe o olhar. — Nã o tenho um editor. O que quer que o senhor pense, nã o sou jornalista. Nunca trabalhei em um jornal, em toda a minha vida.

— Pode provar?

Kate considerou a pergunta.

— Geralmente, jornalistas possuem cartõ es de identifi­caç ã o da imprensa, nã o? — Retirou a bolsa da gaveta e ofereceu-a. — Pode examinar meus documentos, se quiser.

Só entã o lembrou-se da licenç a de detetive, guardada na carteira, mas logo descobriu que nã o precisaria preocupar-se.

— Nã o espero que carregue uma prova tã o incriminadora na bolsa, srta. Hughes — ele declarou. — Jura que nã o trabalha para nenhum jornal, ou revista?

— Juro.

— Nem para alguma emissora de televisã o?

— Nã o.

Depois de estudá -la pelo que pareceu uma eternidade, Alex cedeu:

— Muito beim Acredito no que está dizendo. Mas se, um dia, eu descobria que mentiu...

Nã o se deu ao trabalho de completar a ameaç a, mas Kate sabia o que ele queria dizer. Nã o haveria segunda chance para ela.

— O senhor foi muito claro — murmurou.

Foi um alí vio perceber que a conversa estava encerrada. Assim que Alex saiu, Kate deixou-se cair na cadeira, trê mula e pá lida. Desejou poder desistir de tudo aquilo, enquanto ainda conseguia raciocinar com clareza. Algo lhe dizia que Alex Kellerman era muito mais perigoso do que ela imaginara.

 

 



  

© helpiks.su При использовании или копировании материалов прямая ссылка на сайт обязательна.