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Capítulo 8



 

Quando o aviã o particular aterrissou no Dhemen, Kirsten tomou em seus braç os o seu filho Tazeem e o abraç ou com carinho.

― Quem é o menino mais bonito do mundo? ― murmurou beijando-o na testa.

Tazeem a olhou com seus imensos olhos marrons, tã o parecidos com os de seu pai, e Kirsten sorriu encantada ao ver que se encontrava bem.

Durante suas primeiras semanas de vida, o menino tinha adoecido constantemente e seus pais se preocuparam muito, mas, pouco a pouco, tinha ganhando saú de e agora estava perfeitamente saudá vel e feliz.

Entretanto, as constantes enfermidades do pequeno tinham feito com que Kirsten ficasse em Londres enquanto Shahir percorria o mundo com assuntos de negó cios.

Agora, Tazeem tinha sete semanas e fazia trê s que Kirsten nã o via seu pai. Sentia-se nervosa e desejosa de vê -lo o quanto antes.

Shahir tinha mantido sua fé rrea promessa de nã o voltar a tocá -la até que se casassem pela segunda vez e nem sequer havia tornado a beijá -la depois do nascimento do menino.

Aquilo tinha feito que Kirsten se sentisse virtualmente rejeitada, algo que lhe tinha doí do sobremaneira e a tinha feito assumir que Shahir estava ú nica e exclusivamente com ela pelo bem do filho.

Depois de entregar o bebê a sua babá, Kirsten ficou em pé. Antes de aterrissar, trocou de roupa, escolhendo um lindo conjunto de jaqueta azul porque o azul era uma cor muita apreciada no Dhemen, tal e como tinha lido nos numerosos livros que tinha devorado sobre o paí s de origem de seu marido.

Ao ouvir a voz de Shahir, virou-se e se deu conta de seu marido tinha aberto a porta do aviã o e tinha entrado para procurá -la.

― Shahir... ― murmurou indo para ele.

Shahir a olhou e sorriu, fazendo que ao Kirsten lhe acelerasse o coraç ã o.

― Senti sua falta ― disse Shahir pegando-a pela mã o e soltando-a quase imediatamente. ― Tazeem ― acrescentou olhando seu filho e sorrindo encantado. ― Parece feliz e nã o é para menos agora que, por fim, está em casa e com sua famí lia.

Magoada pela fria recepç ã o, Kirsten olhou pela janela e ficou está tica ao ver a multidã o ali congregada sob o ardente sol.

― Meu Deus, mas o que aconteceu? O que faz toda essa gente aí?

― Vieram para lhes dar as boas-vindas ao menino e a você. Preparada? É de má educaç ã o fazer esperar à s pessoas sob este sol.

― Minha mã e... ― suspirou Kirsten nervosa.

― Só tem que sorrir ― tranqü ilizou-aShahir tomando-a pela mã o e conduzindo-a para escadinha do aviã o.

Sentindo-se virtualmente cega pelo sol, Kirsten percebeu que uma banda de mú sica começ ava a tocar. Antes que lhe desse tempo de reagir, Shahir a tirou da mã o.

― Nã o se mova ― ordenou-lhe. ― Mantenha a cabeç a erguida. É nosso hino nacional ― explicou-lhe. Kirsten assim o fez.

Alguns minutos depois, já na pista, Shahir a apresentou a um homem vestido com uniforme militar enquanto as pessoas aplaudiam e a saudavam com respeito. Continuando, Shahir a conduziu para uma marquise com toldo, onde se sentaram.

Uma vez ali, uma menina pequena se aproximou para entregar a Kirsten um buquê de flores e ela sorriu sinceramente comovida e lhe agradeceu em á rabe.

― Me impressionou ― admitiu Shahir.

― Bem, nã o é para tanto ― comentou Kirsten com acanhamento. ― Comprei um dicioná rio em Londres e aprendi umas poucas palavras.

Continuando, um conselheiro ministerial lhes deu as boas-vindas com um discurso entusiasta e, ao finalizar, apareceu uma imensa limusine branca que parou junto aos prí ncipes herdeiros. Quando ficaram em pé, a orquestra começ ou a tocar uma peç a que ao Kirsten era muito conhecida.

― Em sua honra, os mú sicos escolheram uma peç a composta por um compositor inglê s ― explicou-lhe Shahir.

― Chama-se Chanson do Matin ― respondeu Kirsten emocionada. ― Era uma das peç as preferidas de minha mã e.

― Nã o tinha nem idé ia de que soubesse tanto de mú sica clá ssica.

― Em minha casa nã o havia televisã o e minha mã e mantinha meu irmã o e a mim ocupados pelas noites com o piano... Até que para meu pai pareceu que nos passá vamos isso muito bem e o vendeu.

― Pequeno canalha.

― A minha mã e se acabou e eu prometi a mim mesma que algum dia teria um piano e poderia tocar tudo o que me desse a vontade ― riu Kirsten.

No interior da limusine, havia ar condicionado e Kirsten alongou as pernas e suspirou encantada enquanto Shahir estudava seu delicado perfil e se dizia que, alé m de ter um cará ter independente que adorava, sua mulher tinha uma surpreendente sensibilidade.

Quanto mais sabia sobre aquela mulher, mais queria saber. Kirsten era como um quadro que nunca perde seu atrativo. O elegante traje que tinha escolhido para a ocasiã o era pró prio de uma mulher de sua surpreendente beleza.

Em muitos aspectos, nã o deixava de surpreendê -lo e sempre agradavelmente. Chegados a aquele ponto, Shahir recordou o amargo incidente do colar de diamantes e nã o pô de evitar esticar-se aborrecido.

― Minha mã e! ― exclamou Kirsten. ― Mas como? ― acrescentou ao ver uma imensa fotografia dela e do Shahir em uma revista publicitá ria.

― É o anú ncio de nosso casamento ― informou-lhe Shahir com frieza. ― Todo o paí s o celebrará conosco e será um dia de festa popular.

Kirsten engoliu em seco e se perguntou por que Shahir a estava tratando de maneira tã o distante. Seria por que nã o queria voltar a casar-se com ela? Ter que se casar duas vezes com uma mulher a quem nã o amava tinha que ser insuportá vel.

A capital do paí s, Jabil, parecia ser uma cidade de amplas avenidas com á rvores e edifí cios modernos situados junto a preciosas mesquitas e a maravilhosas casas com jardim, lojas estupendas e hoté is de ní vel internacional.

― Nosso casamento será tradicional ― explicou-lhe Shahir, temendo que sua noiva europé ia sofresse um choque cultural. ― Os festejos começ am esta noite e terminarã o amanhã pela tarde. Nã o voltaremos a nos ver até que comece a cerimô nia.

Kirsten nã o achou nenhuma graç a que a separassem dele tã o cedo.

― E tem que ser assim? Por que nã o podemos estar juntos?

Ao detectar o pâ nico de sua voz, Shahir a olhou nos olhos e segurou sua mã o.

― É a tradiç ã o e me parece que já pulamos algumas regras, nã o acha? Normalmente, os festejos duram trê s dias e nó s os reduzimos a um e meio pela apertada agenda de meu pai.

― Mas eu nã o conheç o ningué m aqui... ― lamentou-se Kirsten com lá grimas nos olhos.

― Todos em minha famí lia falam inglê s e vã o se dar muito bem com você ― prometeu-lhe Shahir. ― Minha famí lia está muito aliviada porque, por fim, encontrei uma esposa.

― Aliviada? ― perguntou Kirsten confusa.

― Pelo visto, meu pai nunca me pressionou para que me casasse porque acreditava que era a melhor maneira de que, algum dia, escolhesse uma mulher de meu gosto. Entretanto, ao ver que nã o tinha nenhuma pressa por contrair casamento, tinha começ ado a preocupar-se.

Naquele momento, Kirsten se lembrou de Faria e se perguntou quantas pessoas saberiam que Shahir estava apaixonado por ela.

― O que era o que tanto preocupava ao rei?

― Como já se dará conta, meu pai é bastante pessimista e acreditava que, embora me casasse, demoraria anos para ter um herdeiro. Por isso, ao lhe dizer que me tinha casado e que estava esperando um filho ele se mostrou encantado.

Kirsten sorriu mortificada.

― O que contou a seu pai?

― A verdade.

Kirsten o olhou consternada.

― Entã o, contou-lhe que... O que lhe contou exatamente?

― Que me deitei com uma virgem ― respondeu Shahir. ― O que queria que lhe contasse? ― acrescentou como se aquela pergunta lhe parecesse da mais estranha.

― Mas essa informaç ã o era entre você e eu, nã o para que fosse contando por aí! ― ruborizou Kirsten.

― Queria me assegurar de que meu pai nã o jogasse em você a culpa de nada, de que entendesse que o ú nico responsá vel por esta situaç ã o era eu e assim foi.

Kirsten respirou fundo e tentou dissimular sua vergonha.

A limusine e o resto dos veí culos que a acompanhavam enfiaram a auto-estrada em direç ã o ao palá cio Ahmet, domicí lio da famí lia real Dhemení do sé culo XIV Enquanto admirava as dunas de areia que os rodeavam, ao Kirsten lhe ocorreu algo muito desagradá vel.

― Nã o contou a seu pai do roubo, nã o é verdade?

― Está de brincadeira? ― respondeu Shahir com frieza. ― Meu pai a tem por uma mulher sem mancha.

― Shahir, nã o tornei a falar deste assunto contigo em muito tempo com a esperanç a de que, à medida que fosse me conhecendo, se desse conta de que sou incapaz de roubar algo. Por Deus, será que ainda nã o me conhece? Eu nã o roubei aquela jó ia nem jamais toquei naquele estú pido broche!

― Por favor, nã o grite!

― Grito porque é um cabeç a dura que se nega a ouvir a outra versã o dos fatos! ― exclamou Kirsten indignada. ― É minha reputaç ã o que está em jogo neste momento e tenho o direito de me defender. Eu nunca roubei nada em minha vida.

― Nã o acredito que seja este o momento de falar deste assunto.

― Pois eu, sim ― insistiu Kirsten. ― Pelo visto, em Strathcraig todos estã o convencidos de que lady Pamela me preparou essa armadilha porque se deu conta de que se sentia atraí do por mim. Por desgraç a, nã o tenho nem idé ia de por que a testemunha mentiu e disse que tinha me visto colocar o diamante em meu armá rio, mas agora o importante é que é meu marido e... Em lugar de me repetir até nã o poder mais que me respeita e que me protegerá toda a vida, deveria fazer algo ú til e limpar meu nome!

Shahir ficou olhando-a lí vido.

Como era possí vel que Kirsten acreditasse que estava disposto a aceitar a versã o de que nã o era uma ladra como se tal coisa fosse fá cil? Claro que nã o, teria lhe encantado poder defendê -la, mas, tal e como tinham ocorrido à s coisas, parecia bastante evidente que Kirsten tinha roubado aquele diamante.

Entretanto, pela primeira vez desde que tinha ocorrido o incidente, lhe apresentava a possibilidade de que as coisas tivessem acontecido de outra maneira, de que o roubo tivesse sido falso e se montou com o ú nico propó sito de desacreditá -la.

Teria que refletir sobre aquela possibilidade.

Naquele momento, um lacaio abriu a porta do carro e Shahir desceu. Encontrou-se com o primeiro-ministro, que lhe fez uma profunda reverê ncia.

Continuando, a babá entregou a Shahir o seu filho e este esperou com o menino nos braç os que Kirsten saí sse da limusine.

Kirsten ainda estava tremendo dos pé s a cabeç a depois do arrebatamento de có lera que tomou conta dela quando uma mulher de quase trinta anos se aproximou deles e Shahir a apresentou como sua irmã Jahan.

― Bem-vinda ao seu novo lar ― saudou-a Jahan com um grande sorriso. ― Quero que saiba que estamos encantados ante a iminê ncia de suas bodas.

Continuando, formou-se uma fila de pessoas que queriam ver o Tazeem, que dormia nos braç os de seu pai.

― Meu irmã o procederá agora para levar o seu filho para conhecer o rei. Você conhecerá meu pai no casamento ― explicou-lhes Jahan. ― Agora deve vir comigo.

Kirsten olhou de soslaio para seu marido, desejando poder ter cinco minutos a só s com ele para falar tranqü ilamente do desagradá vel incidente do roubo, mas estava consciente de que era impossí vel.

― Tem uma surpresa ― anunciou-lhe Jahan encantada enquanto cruzavam um imenso vestí bulo de chã os de má rmore e entravam em uma passagem que parecia conduzir a uma zona moderna do palá cio. ― Espero que você goste porque Shahir se tomou todo tipo de aborrecimentos.

― Uma surpresa? ― perguntou Kirsten confusa, com a mente ainda na discussã o que acabava de ter com o Shahir.

― Nã o posso contar nada mais para nã o estragá -la ― sorriu sua cunhada. ― Deve esperar aqui para que lhe tragam para Tazeem.

― Vã o demorar muito?

― Uma meia hora se muito ― respondeu Jahan abrindo a porta de uma estadia com expressã o expectativa no rosto.

Ao entrar no cô modo, perguntando-se qual seria a surpresa, Kirsten viu um homem junto à janela e o reconheceu imediatamente.

― Daniel?

― Sim, sou eu... ― respondeu seu irmã o com a voz tomada pela emoç ã o.

Kirsten, com lá grimas nos olhos, cruzou a sala correndo e o abraç ou, cheia de sorte e felicidade.



  

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