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Capítulo 7



 

― Pareç o uma vaca ― comentou Kirsten com ar triste ao olhar-se no espelho. Ao sentir uma pontada no pú bis, fez uma careta de dor e se disse que nã o era nada.

Jeanie ficou olhando sua amiga e sacudiu a cabeç a.

― O vestido é uma preciosidade e está genial ― assegurou-lhe.

― Mas se estiver muito gorda... ― insistiu Kirsten fechando a mala.

Era verdade que estava gravidí ssima e que nenhum vestido de noiva poderia ter escondido sua barriga. O vestido que lhe tinham confeccionado era jovem e bonito, mas nã o deixava de ser um vestido para grá vida e Kirsten teria dado algo no mundo por parecer uma noiva aquela manhã e nã o uma grá vida.

Tinha transcorrido uma semana desde que tinha aceitado a proposta de casamento de Shahir e durante esse tempo tinha deixado o trabalho e ele lhe tinha dado um cartã o de cré dito, que mal tinha utilizado, dois guarda-costas e uma suí te em um hotel.

Squeak tinha se acostumado à vida luxuosa com incrí vel rapidez e passeava por seu novo entorno com uma dignidade e uma pomposidade que tinham surpreendido Kirsten.

Ela, entretanto, sentia-se como se estivesse interpretando um papel em uma peç a de teatro.

Shahir havia ido ao Dhemen para falar com sua famí lia e obter autorizaç ã o de seu pai para casar-se e, antes de ir, tinha insistido em que Kirsten ligasse para Jeanie para convidá -la para o casamento.

Desde que tinha partido, tinha ligado todos os dias e se mostrou educado, considerado e... Impessoal.

― Sabe o que as pessoas ontem no castelo estã o dizendo? ― sorriu Jeanie.

Kirsten negou com a cabeç a.

― Que lady Pamela lhe preparou uma armadilha para acusá -la de ladra porque se deu conta de que o prí ncipe Shahir se apaixonou perdidamente de você!

Kirsten fechou os olhos presa na dor porque estava perfeitamente consciente de que, apesar de que ia se casar com ela, seu futuro marido nã o a amava.

― Todo mundo sabia que a viú va alegre levava um par de anos tentando lhe jogar o laç o, mas por mais minissaias que se pô s nã o pô de fazer nada ― riu a ruiva. ― a verdade é que me alegro muito de que todas suas artimanhas nã o tenham podido com seu amor porque... Você está completamente apaixonada pelo prí ncipe, nã o é verdade?

― Sim ― murmurou Kirsten.

Naquele momento, soou o telefone.

― O carro já está pronto, está te esperando ― anunciou Jeanie, ― dentro de duas horas, será uma princesa.

― Bom, nã o sei...

― Como que nã o? Se casar com um prí ncipe, obviamente, você se converte em uma princesa. E o bebê? Com certeza també m lhe darã o algum tí tulo, nã o?

― Nã o sei ― respondeu Kirsten saindo da suí te.

― Suponho que a famí lia do prí ncipe Shahir esteja surpresa com tudo isto. Nã o acredito que lhes seja engraç ado que seu filho se case com uma mulher que nã o é de sangue real! ― comentou Jeanie. ― Oh, perdã o, nã o teria que ter dito isso... ― acrescentou tampando a boca com a mã o.

― Por que nã o? É a verdade ― respondeu Kirsten.

― Já sabe que vou depois da missa ― comentou sua amiga mudando de assunto.

― Nã o, Jeanie, por favor...

― Sim, já falamos disso. Nã o poderia comer ao lado de um prí ncipe. Poria-me muito nervosa.

Donald tinha se oferecido para levar Kirsten ao altar, mas ela o tinha agradecido e lhe havia dito que nã o era necessá rio porque ia ser um casamento muito simples em que somente haveria um par de testemunhas.

A verdade era que lhe produzia uma terrí vel dor que nã o fosse participar ningué m de sua famí lia. Teria-lhe encantado que seu irmã o Daniel estivesse ali com ela, mas nã o tinha nem idé ia de como localizá -lo.

Tinha ligado para sua casa para dizer a seu pai que ia se casar, mas, assim que tinha ouvido a voz de sua filha, Angus Ross tinha desligado o telefone.

Kirsten tinha tentado convencer-se de que dava igual, de que aquele casamento era um casamento de conveniê ncia que ia ter lugar ú nica e exclusivamente pelo bem do bebê, que o anel que Shahir ia lhe entregar nã o ia lhe entregar com amor.

Nem sequer com respeito porque, se Shahir continuava acreditando que fosse uma ladra, como ia respeitá -la? Claro que, se as pessoas começ avam a duvidar da versã o de Morag Stevens e a suspeitar de lady Pamela, talvez, Shahir terminasse descobrindo a verdade.

― Vá para ele! ― disse Jeanie no ouvido quando Kirsten chegou ao iní cio do corredor.

Kirsten ruborizou dos pé s a cabeç a e ficou olhando para Shahir, que a esperava junto ao altar mais incrí vel e bonito que nunca.

Para que negá -lo? Estava perdidamente apaixonada por ele. Quando Shahir a chamava por telefone, Kirsten sentia mariposas no estô mago e, quando lhe sorria, sentia que lhe elevava o coraç ã o como se tivesse asas.

A cerimô nia foi breve, mas Kirsten nã o pô de evitar emocionar-se quando Shahir lhe pô s a alianç a. Agora era seu marido.

Shahir estava realmente preocupado com Kirsten porque cada dia parecia mais frá gil e estava mais pá lida embora ela sempre dissesse que se encontrava bem. Estava desejando ir ao Dhemen para que um ginecologista de sua inteira confianç a pudesse examiná -la.

Enquanto Shahir pensava em tudo isso, Kirsten nã o podia deixar de pensar em que nem sequer tinha um buquê de noiva, e que tudo aquilo era uma farsa, e que aquele casamento adoecia de amor por toda parte e em que era melhor que fosse se acostumando porque isso era o que a esperava.

Estavam saindo da igreja quando Kirsten sentiu uma aguda pontada de dor no ventre que a fez dobrar-se para frente.

― O que está acontecendo? ― exclamou Shahir, preocupado.

― Está doendo ― conseguiu responder Kirsten. ― Dó i muito!

Shahir deu instruç õ es em á rabe a seu irmã o Raza, tomou Kirsten em seus braç os e a colocou no carro.

― Estou com medo ― confessou Kirsten nervosa.

Continuando, fechou os olhos com forç a e rezou. Enquanto isso, Shahir a fez deitar-se, ele se sentou, colocou-lhe a cabeç a sobre seu colo e lhe agarrou as mã os para lhe dar forç as.

― Nã o se preocupe, chegaremos ao hospital em menos de cinco minutos.

― Suponho que nã o tinha previsto que isto ocorresse hoje.

― Fique tranqü ila... ― respondeu Shahir afastando o cabelo de seu rosto. ― Estou com você e nã o vai acontecer nada. Os momentos difí ceis sã o mais fá ceis se levarem entre dois.

Kirsten estava sinceramente preocupada em ter um parto prematuro, temia que acontecesse algo ao bebê.

Ao chegar ao hospital, Kirsten ficou aniquilada, pois se tratava de uma clí nica particular que pertencia a uma das fundaç õ es de Shahir.

Assim que a examinou, o mé dico decidiu que teria que interná -la.

― Deveria comer algo ― indicou Kirsten para Shahir dez minutos depois, uma vez a só s em seu quarto.

― Está de brincadeira?

― Nã o tem fome?

― Quero ficar com você.

― Nã o precisa ― mentiu Kirsten porque, na realidade, o que mais necessitava no mundo era de sua companhia.

― Dá -me igual que precise ou nã o porque vou ficar de todas as formas.

Aquela declaraç ã o impressionou Kirsten, que começ ou a relaxar-se.

― Estou cansada... ― bocejou da cama.

― Durma ― indicou-lhe Shahir.

Kirsten assim o fez e, quando despertou, a primeira coisa em que se fixou foi em sua mã o e em como brilhava sua alianç a de casamento.

Tal e como tinha prometido, Shahir nã o se foi. Estava de costas para ela, olhando pela janela.

― Suponho que nã o era assim que tinha planejado passar o dia de nosso casamento ― comentou Kirsten.

Shahir se virou para ela e a olhou preocupado, o que surpreendeu Kirsten.

― Parece que já nã o está tã o pá lida. Sente alguma dor?

Kirsten negou com a cabeç a e Shahir sorriu aliviado, aproximou-se da cama e a olhou.

― É uma mulher forte e nosso filho també m o será.

― Vou ter que passar a noite aqui?

― Sim ― respondeu Shahir. ― Tem fome?

― Nã o.

― Estou preocupado pelo peso que perdeu e o mé dico, també m ― comentou Shahir com amabilidade.

― Ter ná useas a todo o momento nã o me permite desfrutar da comida. Por isso perdi tanto peso ― explicou-lhe Kirsten. ― Você já comeu algo?

― Nã o, estou tã o preocupado com você que nã o tenho fome ― respondeu Shahir.

Kirsten o olhou nos olhos e suspirou.

― Está bem, mensagem recebida. Tentarei comer um pouco.

Efetivamente, Kirsten conseguiu comer uma comida leve e inclusive saborear uma mousse de chocolate antes de voltar a adormecer.

Despertou a meia-noite e viu que havia luz em um canto do quarto. Shahir estava sentado em uma cadeira junto à cama e Kirsten ficou olhando-o.

― Por que ainda está aqui? ― murmurou surpresa de que nã o a tivesse deixado aos cuidados do pessoal mé dico.

Shahir nã o pô de ocultar sua surpresa pela pergunta.

― E onde quer que esteja? É minha mulher e esta é nossa noite de nú pcias ― respondeu olhando-a nos olhos.

Kirsten tinha pensado que ele lhe responderia que era seu dever estar junto a ela e ao bebê que esperavam, mas aquela resposta lhe tinha pegado de surpresa.

― Tinha esquecido...

― A mim, nã o ― disse Shahir lhe acariciando a mã o. ― Durma.

― Sim, chefe ― brincou Kirsten.

Shahir riu de maneira sensual.

― Importaria-se de cuidar de Squeak?

― Nã o se preocupe, está tudo controlado.

― Estará perdido sem mim ― comentou Kirsten preocupada.

― Nã o se preocupe, eu mesmo me assegurarei pessoalmente de que esteja bem. Faz quanto tempo que o tem?

― Minha mã e me deu de presente quando era um cachorrinho e eu tinha nove anos. Agora tem treze ― respondeu Kirsten.

― Sim, certamente, é um anciã o venerá vel. Nã o se preocupe, nã o lhe acontecerá nada.

Durante os cinco dias seguintes, a Kirsten ficou muito claro que nã o tinha mais opç ã o que ser extremamente prudente e cuidadosa durante o tempo que restava da gravidez.

― Quando vamos ao Dhemen? ― perguntou a Shahir.

― Agora nã o é o melhor momento. Teremos que ficar em Londres até depois do nascimento do bebê ― respondeu seu marido encolhendo-se de ombros e aceitando a situaç ã o. ― Agora o mais importante é que descanse. Suponho que deve ser duro ter que ficar na cama, mas cada dia que nosso filho passa dentro de seu corpo se fortalece mais.

Kirsten se disse que seriam somente umas poucas semanas e que estava disposta a fazer o fosse preciso para assegurar-se de que seu filho nascesse com boa saú de.

― Vou ter que ficar na clí nica?

― Nã o. Se me prometer que vai ser prudente, contratarei agora mesmo um par de enfermeiras e a levarei até nosso apartamento de Londres.

― Serei prudente ― repetiu Kirsten.

Trinta e seis horas depois, que lhe deram alta, instalou-se em um apartamento de cobertura em que se encontrou com grande jú bilo com Squeak e conheceu a primeira das trê s enfermeiras que a iam cuidar dela por turnos.

O apartamento era incrivelmente grande, mobiliado na ú ltima moda e moderno. Kirsten se encontrou logo instalada em um divã situado em um grande quarto em que havia uma vista espetacular do rio Tamisa.

No meio da manhã, recebeu vá rias caixas com conjuntos de lingerie e, animada pela enfermeira, escolheu uma camisola de seda cor verde clara a jogo com um robe e deixou que lhe escovassem o cabelo para a visita de Shahir na hora do almoç o.

― Está bem aqui? ― perguntou-lhe ao chegar. ― Esta é a casa que utiliza toda a famí lia quando vem a Londres. Talvez, devesse comprar algo mais privado...

Ao ver Shahir chegar, a enfermeira sorriu e saiu rapidamente do quarto.

― Esta enfermeira se comporta como se fô ssemos recé m casados e estivé ssemos desesperados para estar sozinhos ― murmurou Kirsten em tom de desculpa.

Em resposta, Shahir baixou a cabeç a para ela, tomou seu rosto entre as mã os e a beijou. Desconcertada, Kirsten sentiu que lhe acelerava o coraç ã o. Shahir se deitou junto a ela e voltou a beijá -la.

― Talvez pudé ssemos aproveitar o tempo que estamos a só s, mas os prazeres melhores sempre nos estã o vedados ― sorriu. ― Dei-me conta de que me deseja tanto como eu a desejo e isso me dá forç as para ter paciê ncia.

Consternada por aquela conversa, para a qual nã o estava preparada absolutamente, Kirsten se mostrou ultrajada e indignada.

― Isso nã o é verdade!

Sem duvidar um segundo, Shahir alongou o braç o e lhe tocou os mamilos, que tinham se endurecido sob a seda. Kirsten fechou os olhos com forç a e ruborizou dos pé s a cabeç a sem poder evitar desfrutar da sensaç ã o de prazer que suas carí cias lhe provocavam.

― Seu corpo reconhece e sabe a verdade. Se fosse possí vel, agora mesmo faria amor com você ― murmurou Shahir com voz rouca. ― Entretanto, o fato de ter que esperar fará muito mais prazenteiro o encontro quando chegar o momento.

― Supõ e-se que nosso casamento nã o seja de verdade! ― protestou Kirsten.

― Você quer que seja assim? A verdade é que eu prefiro nã o fingir, eu nã o gosto de fingir ― respondeu Shahir. ― É minha mulher e logo será a mã e de meu filho, assim nã o quero que haja nada falso em nossa relaç ã o. Eu lhe disse que voltaremos a nos casar no Dhemen?

― Nã o, nã o havia me dito nada ― respondeu Kirsten olhando-o nos olhos.

― Talvez eu tenha que deixar claro o que quero. Embora pudesse me deitar com você agora mesmo, a verdade é que preferiria agü entar e controlar meu desejo até que toda minha famí lia a considere realmente minha esposa ― disse Shahir.

― Você acha que me aceitarã o? ― perguntou Kirsten preocupada.

― É obvio que sim ― respondeu Shahir amavelmente. ― Pelas aparê ncias, fizemos todos acreditarem que nos casamos no ano passado em segredo porque para o meu pai nã o parecia boa nossa relaç ã o e nã o nos deu autorizaç ã o para um casamento oficial. Entretanto, o eminente ao nascimento de nosso filho abrandou o coraç ã o do rei, que decidiu respeitar minha decisã o. Assim, todo mundo ficará contente.

Kirsten pensou que Shahir estava pagando um alto preç o por ter se deixado levar pelo desejo sexual que sentia por ela porque, afinal, ele nã o estava apaixonado por ela e ela, sim.

Naquele momento, o bebê lhe deu um chute.

― Ah! ― exclamou Kirsten colocando a mã o sobre a barriga.

― Posso? ― perguntou Shahir estendendo um braç o para ela.

― Sim...

Shahir lhe pô s a palma da mã o sobre a barriga e sorriu encantado.

― Que feliz está me fazendo ― murmurou com uma sinceridade que emocionou Kirsten.

Embora Shahir nã o a quisesse, era ó bvio que nã o se sentia mal porque iria ser pai e aquilo significava muito para ela. Evidentemente, estava encantado com o nascimento de seu filho e estava decidido a celebrar sua chegada e nã o simplesmente a aceitá -lo como algo inevitá vel.

Alé m disso, apesar de que sua figura tinha perdido sua esbelteza, acabava de demonstrar que continuava achando-a atraente e Kirsten se disse que ambas as coisas era muito positivas.

Entretanto, nã o devia esquecer tampouco que se casou com um homem que a considerava uma ladra.

Kirsten pensou e compreendeu que, ao nã o conhecê -la virtualmente, era ló gico que Shahir tivesse acreditado que tinha roubado. Entretanto, estavam construindo uma relaç ã o e, cedo ou tarde, teria a suficiente confianç a com ele para falar daquele assunto e convencê -lo, demonstrando sua inocê ncia, de que ela nã o tinha tido nada que ver com o desaparecimento do diamante de lady Pamela.

No dia seguinte, enquanto tomava o café da manhã, chegaram um montã o de revistas e de livros, outra amostra de que Shahir pensava nela.

Kirsten se encontrava muito melhor e, de fato, comeu uma tigela de cereais, um croissant e duas xí caras de chocolate.

Durante as duas semanas seguintes, Shahir passou todo o tempo livre que teve com ela, mas nã o voltou a beijá -la. Entretanto, cancelou todas as suas viagens de negó cios ao estrangeiro para estar ao seu lado.

No final, Kirsten entrou em trabalho de parto quinze dias antes do esperado, no meio da manhã. Shahir estava na outra ponta de Londres.

Quando chegou à clí nica, Kirsten já estava internada.

― Nã o se preocupe, nã o vai doer ― assegurou-lhe apertando a mã o. ― Falei com os mé dicos e eles me asseguraram que nã o vai sofrer absolutamente.

Kirsten pensou que quem parecia que estava sofrendo muito era ele e se deu conta de que estava muito pá lido. Ela estava consciente de que dar a luz implicava certa dor, mas nã o o disse.

Shahir estava tã o preocupado com Kirsten, que ficou rezando. Nem a melhor equipe mé dica do mundo podia assegurar que a uma parturiente nã o acontecesse nada. Sua pró pria mã e, jovem e sã, tinha morrido pouco depois de dar a luz e seu pai jamais se recuperou da perda da mulher a que adorava.

Meia hora depois, nasceu seu filho e tudo foi à s mil maravilhas.

― É... É... um milagre ― disse ao vê -lo, visivelmente emocionado. ― Dentro de umas semanas, quando estiver bem, iremos ao Dhemen e o apresentaremos ao meu povo.



  

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