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CAPÍTULO VII



CAPÍTULO VII

 

 

Karen ainda ensaiou unta reação quando Jake a puxou contra o peito, mas era tão-somente uma encenação, ambos o sabiam. Os lábios de Jake procuraram os dela, que se abriram, receptivos. Karen o enlaçou pelo pescoço e se deixou levar pela irresistível sensação de prazer do contato de seus corpos nus. Sabia desde o princípio que isso poderia acontecer, apesar da vida não tê-la preparado para a indescritível intensidade daquele desejo. Mesmo que quisesse, não teria conseguido sufocar o desejo que ele lhe despertava.

O toque daquelas mãos em seus seios era delicioso, os lábios tinham um sabor especial. A relativa proximidade das outras pessoas parecia não incomodá-los; o dia seguinte não existia, só havia esta noite. Karen aceitou deliciada o peso do corpo forte e rígido de Jake sobre o seu, quando se deitaram na relva que margeava o lago. Nenhum outro homem a fizera se sentir daquela maneira. Era como ser libertada de uma prisão. Todos os seus anseios ocultos se revelavam, sem medo. Jake Rothman a fazia se derreter com sua intensa virilidade!

Karen cerrou os olhos quando finalmente ele se moveu por sobre seu corpo trêmulo. A sensação de um êxtase compartilhado era algo que nunca antes conseguira imaginar. Sentiu que ele lhe tapava a boca, para evitar o grito involuntário de prazer, sem interromper os movimentos possessivos e fortes que infligia a seu corpo num verdadeiro delírio. Quando tudo terminou, permaneceram deitados, envoltos pelo silêncio. Para Karen, a realidade era extremamente dolorosa. Não havia como retroceder agora. Estava abismada com a situação que havia precipitado. O que Jake pensava e sentia nesse momento ela não ousava sequer imaginar.

— Se disser que lamento o que aconteceu estarei mentindo — ele murmurou. — Isso viria cedo ou tarde. — Jake ergueu-se para fitá-la, apoiando-se num cotovelo. — Você não se mostrou relutante.

— Não precisa destacar isso — falou numa voz rouca. — Já me sinto mal o bastante.

— Não foi do seu agrado?

Uma onda quente tomava o rosto de Karen, que agradeceu a escuridão da noite por protegê-la de um olhar mais detalhado.

— Não quero falar sobre isso. Me deixe ir, Jake.

— Você quer dizer que praticamente já esqueceu o que houve? Bem, eu disse antes que não estava preparado para esse tipo de jogo — falou, irônico. — Uma vez só não será suficiente, vou querer tê-la outras vezes. Não podemos fugir desse fato.

— Mas não podemos continuar com isso. E se os outros descobrirem?

— Roger em particular? O que pretende fazer a respeito?

— Colegas de trabalho, lembra-se? Preciso repetir?

— Não são esses os planos de Roger. Você é a razão pela qual o casamento dele está desmoronando.

— Isso não é verdade! — Karen estava indignada com a acusação.

— Já ia mal mesmo antes de eu aparecer.

— E você acabou dando o último empurrão.

— Também não é isso. Nunca estimulei nada desse tipo.

— Mas de alguma forma você contribuiu para que Roger pensasse que pode haver algo mais que um simples relacionamento de trabalho, pelo menos foi o que senti quando ele me avisou.

— Avisou? — Karen se assustou. — É essa a razão pela qual...o que aconteceu?

Jake percorreu-lhe o corpo com um olhar cínico.

— A razão para o que acabou de acontecer está aqui mesmo. Só um santo resistiria à tentação, e eu não tenho o menor talento para tal. Quanto a Roger, se preferir, eu posso esclarecer as coisas junto a ele.

Karen o encarou, sem acreditar no que ouvira. Esse homem não merecia nenhum respeito.

— Você contaria a Roger sobre nós?

— Se necessário. Pode ser tarde para salvar o casamento, mas ele não merece ser usado como trampolim para você alcançar seus objetivos profissionais. Se tiver talento, será bem-sucedida de qualquer maneira.

Jake estendeu o braço para pegar o short que ficara jogado no chão.

— Melhor voltarmos antes que sintam nossa falta. Detestaria causar algum constrangimento.

— Você é desprezível! — Karen tinha a voz trêmula. — Eu o desprezo com todas as minhas forças!

— Não, nada disso. Você sente a mesma coisa que eu, só que não sabe organizar isso dentro de você. Teremos muito tempo ainda, Karen Lewis.

Ela se sentou, ciente de que não alcançaria suas roupas de onde estava.

— Isso não vai mais acontecer. Eu prometo!

— Você já disse isso antes — Jake lembrou. — E vai dizer das outras vezes em que estivermos juntos. As mulheres gostam de pensar que conseguem controlar seus impulsos melhor do que os homens, não importando quantas vezes lhes seja provado o contrário. — Jake já estava de pé e usava o short. — Vou lhe dar as costas para que você se vista, se é que isso a incomoda. Longe de mim querer intimidar uma dama.

A sátira atingiu o alvo. Os acontecimentos da última meia hora faziam a vergonha parecer fora de propósito. Karen sentia as pernas bambas ao se levantar. Retirou o mais que pôde a grama que se colara às suas costas, vestindo então o pijama.

— Você vai primeiro. Eu esperarei um pouco. O risco de alguém acordar é menor.

Karen duvidava que Jake realmente se importaria se alguém os visse juntos àquela hora da manhã. De qualquer forma, era diferente para os homens. Fazer amor com Jake havia sido maravilhoso, porém ela se sentia como que suja. O pensamento de encarar os colegas, sabendo que estavam cientes do que acontecera, era o mesmo que um sacrilégio para Karen.

Quem não tem competência não se estabelece, Karen pensava enquanto se dirigia à champas. Jake havia minado cada um dos princípios que lhe eram tão caros, e sem se esforçar muito. E faria tudo de novo se Karen lhe desse a menor chance. Portanto ela precisava se policiar e não permitir que isso se repetisse. Mesmo que todo seu ser gritasse por aquele homem.

O fogo estava quase apagado. Karen o alimentou com alguns pedaços de madeira antes de entrar em seu abrigo e se acomodar no saco de dormir. Howard respirava fundo, assim como o resto do pessoal.

Somente quando se virou para o outro lado foi que viu os olhos abertos de Luz refletindo o fogo recém-avivado. Não havia censura naquele olhar, só curiosidade, mas Karen estava certa de que Luz sabia o que se passara. Ela controlou a urgência de se explicar. Primeiro, porque não era assunto que lhe dizia respeito, e depois porque não havia nada a dizer que fizesse alguma diferença.

Karen ouviu Jake chegar alguns minutos depois, pois ainda estava acordada e parecia que assim continuaria pelo resto da noite. Se alguém acordasse com seus movimentos, provavelmente pensariam que Jake estivera respondendo a alguma necessidade natural.

O que na verdade estava correto, só que num sentido bem diferente. Deitada, alerta para todos os sinais, Karen o desejava com intensidade e dor. Amor e ódio eram parentes bem próximos. Isso lhe fora dito há muito tempo, mas não acreditara na ocasião e se recusava a crer nesse momento.

A manhã a encontrou insone, corpo e mente perturbados. Não estava à vontade para enfrentar o olhar de Jake, temendo de antemão o que leria neles. Uma rápida higiene feita com a água fresca do rio e roupas limpas a prepararam para o que o dia traria. O grupo deixou os barcos num lugar seguro e bem escondido. O excitamento pelo início da jornada deu a Karen a primeira real impressão de que estava numa expedição histórica.

Para seus olhos pouco acostumados, a selva pareceu impenetrável. Mas, com habilidade, Luz começou a indicar uma estreita e sinuosa trilha que adentrava a densa floresta tropical. Santino afastava e cortava as primeiras folhagens, cipós e lianas que obstruíam a passagem. Com a camisa molhada de suor embaixo do seu equipamento, . Karen só podia agradecer por não ter nada mais pesado a fazer do que segui-los.

Pássaros lançavam cantos de aviso aos companheiros mais distantes. Karen só conseguiu vê-los quando seus olhos se acostumaram ao jogo de luz e sombras que os envolvia. Eram animais das mais variadas espécies e tamanhos, com rica e multicolorida plumagem lembrando um arco-íris. Howard filmava todo o cenário sob a direção de Roger, com Mike gravando as observações de Jake. O barulho do rio os alcançou antes mesmo que pudessem vê-lo. Estreito e raso, era impossível de ser navegado a não ser por canoas.

— Quanto tempo levaremos para chegar ao nosso destino? — Karen perguntou a Roger ao fazerem um intervalo para um rápido descanso antes de começarem a acompanhar o curso do rio.

— Depende de muita coisa. Luz acredita que dentro de dois dias, se não houver dificuldade em localizar a área. Esse rio se origina de um outro lago nas proximidades de nosso objetivo, portanto estamos relativamente confiantes. — E continuou entusiasmado: — Petan está cercado de cursos d'água e arroios; creio que foi por isso que os Maias escolheram esse lugar para suas cidades. — Roger lhe deu uma olhada inquisidora. — Pensou sobre nossa conversa de ontem?

— Pensei que íamos deixar isso para quando a expedição estivesse terminada.

— Essa era a idéia — ele admitiu. — Só que estou achando impossível. Preciso de uma resposta, ou pêlo menos de algum sinal seu. Como se sente a meu respeito?

Jake se encontrava bem perto, discutindo algum assunto com Luz, portanto Karen manteve seu tom bem baixo.

— Eu o admiro e respeito, Roger, mas isso é tudo o que sinto. Lamento se dei outra impressão. Não foi intencional.

— Entendo. Acho que andei vendo coisas demais, não é isso?

— Sim, Roger. Não havia percebido como você se sentia. Honestamente, se eu tivesse...

— Se tivesse percebido teria feito o quê? Desistir do trabalho? — perguntou, um tanto amargo.

— Não sei na verdade. Mas agora é irrelevante, pois...

— O que você quer dizer?

— É óbvio que terei de procurar outro trabalho assim que voltarmos.

— Por causa disso? — Roger balançou a cabeça em negativa. — Não, posso conviver muito bem com esse fato, do mesmo modo que você.

— Mas isso sempre estaria presente — ela protestou.

— Problema meu. — Roger falava de maneira incisiva. — Interesses pessoais têm de ser postos à parte quando se trata de trabalho. Foi duro encontrar uma assistente como você e não vou abrir mão disso.

— Você ainda vai pedir o divórcio quando voltarmos? — perguntou, hesitante.

— Provavelmente. Preciso resolver a vida com Sílvia.

— E James?

— Creio que poderemos chegar a um acordo sobre visitas. Eu o vejo pouco mesmo.

Jake se aproximara e estava quase junto de Karen e Roger, olhando-os desconfiado.

— Prontos?

— Como sempre — Roger falou, disposto, levantando-se do tronco de árvore e oferecendo a mão para ajudar Karen. — O trabalho sempre em primeiro lugar.

O dia correu sem grandes atropelos. Havia muito para ser visto e filmado. Sem Jake, muitas das criaturas da floresta teriam passado despercebidas. Foi ele que assinalou a presença do pequeno e brilhante sapo vermelho do qual os indígenas sul-americanos extraíam o veneno para seus dardos; a colônia de formigas carnívoras e o par de araras escarlates meio escondidas num galho alto.

Pássaros e borboletas abundavam por todo o caminho. Karen não se surpreendeu ao saber que uma das aves com asas de quase quinze centímetros e enormes manchas douradas era chamada de coruja borboleta.

Montaram o acampamento numa clareira natural um pouco afastada do rio. Guiada pelo som de água corrente, Karen descobriu uma pequena e rasa piscina natural. O convite a um mergulho era tentador, mas a lembrança de possíveis piranhas a fez desistir da idéia. A tensão tomou conta de seu corpo ao ver que Jake se aproximava da beira d'água, como numa reprise malfeita da noite anterior.

— Está tudo bem. Não pretendo me oferecer em sacrifício.

— Vim para lhe dizer que não há piranhas nessas águas — falou, inexpressivo. — Luz já se certificou desse fato. Nós homens vamos nos banhar em conjunto. Se você quiser, sugiro fazê-lo agora, antes de nós.

— Com você por testemunha? — Karen fez um sinal de negação. — Obrigada, mas não quero. Esperarei pela minha vez.

— Se eu ficasse, seria para guardá-la de algum imprevisto, nada mais — ele disse. — Não sou um voyeur. E também não vou me desculpar por ontem à noite. Você fez o que quis.

— Você está falando em vingança.

— Pode ser que houvesse no começo. — Jake olhava as águas com um sorriso. — O resto foi pura necessidade. Já falou com Roger a respeito?

— Não há nada para ser dito.

— Eu digo que há. Bem, pelo visto eu mesmo terei de resolver esse impasse.

— Você não tem de... Jake... eu não quero...

— Você tem meia hora para se refrescar — ele interrompeu. — Por isso é melhor se apressar. Eu esperarei aqui até você ter terminado. Ou será que prefere a companhia de Mike ou de Nigel?

— Preferiria não ter ninguém — falou, desistindo de argumentar. — Há pouca diferença entre uma cobra na água ou na terra!

— Não faria apostas sobre isso se fosse você — Jake falou com uma risada genuína.

Continuar a enfrentá-lo era perda de tempo, Karen pensou, retornando ao acampamento. A lembrança da noite passada lhe trouxe sentimentos confusos. Pura necessidade, Jake havia dito. Bem, ela era capaz de compreender esse aspecto também. Só que de sua parte havia outros fatores além do físico, que ainda estavam presentes. Em alguma lugar, debaixo daquele duro exterior, existia um homem que Karen desejava conhecer melhor. Ela vislumbrara pequenas nuances desse homem, ao ver Jake falar sobre seu trabalho; havia percebido sensibilidade ao vê-lo tocar uma planta. Tentar marcar pontos contra Jake não iria levá-la longe. Se quisesse fazer com que aquele homem mudasse de atitude, Karen teria de ser a primeira a mudar.

Não estava bem certa de onde queria chegar. Depois da noite anterior não tinha certeza de mais coisa alguma além do fato de que nunca o esqueceria. Pegou seus pertences sem atrair a atenção dos companheiros que estavam ocupados com diversos afazeres. O caminho até o lago era coberto por uma farta vegetação em forma de arbustos, e Karen não tirou os olhos de onde pisava. Um daqueles arbustos podia se parecer com um amontoado de folhas mortas de onde sairia uma serpente, como já fora demonstrado por Luz durante o caminho. Traziam antídoto, naturalmente, mas não havia por que não tomar cuidado.

Jake estava sentado numa rocha um pouco mais distante. Vendo uma massa disforme de vegetação um pouco mais adiante e notando pegadas no solo, Karen percebeu que ele deveria ter investigado o terreno durante sua ausência. Quando Jake caminhou em sua direção, notou que trazia uma espécie de pedra com hieróglifos nas mãos.

— Uma estrela Maia — ele disse. — Só Deus sabe como e por que está aqui.

Karen estendeu a mão, passando um dedo trêmulo sobre o relevo. Um sentimento respeitoso a invadiu ao pensar nos séculos que se passaram desde que a peça havia sido talhada.

— Será que esse lugar poderia ser um memorial para alguém que morreu aqui? — perguntou, esperando ser ridicularizada. — Essas coisas eram monumentos aos líderes Maias, não eram?

— Correto — Jake falou, sem deboche. — Como disse antes, você fez seu dever direitinho. Pode ser uma possibilidade.

Um sentimento de alegria invadiu Karen ao ver que ele concordava com sua opinião.

— Sou uma amadora, mas considero o assunto fascinante. Por que você acha que a civilização Maia desapareceu tão repentinamente?

— Quem sabe? Doença, fome... talvez uma revolução social, quando os menos favorecidos se cansaram de ser usados como escravos. Prefiro essa teoria. Faz sentido.

Parecia o mesmo a Karen, mas se conteve para não falar. Conversar com Jake dessa maneira lhe trazia sensações as mais diversas. Queria que o momento se estendesse, só assim seria capaz de se encontrar com ele num nível de igualdade. Aprender com aquele homem inteligente e experiente era algo que não seria superado pela leitura de livro algum. Uma linha dura apareceu entre as sobrancelhas de Jake, enquanto ele a fitava. Parecia se debater consigo mesmo. Quando voltou a falar, sua voz havia perdido aquele tom calmo e neutro.

— Você é uma influência perturbadora, Karen.

— Desculpe, não era minha intenção.

— Querendo ou não, você se tornou uma dor de cabeça que eu poderia ter dispensado. Continuo a vê-la como ontem à noite, a senti-la tão macia, suave e ardorosa que...

— Não. — Seu tom era firme. — Jake, sobre ontem à noite... — Karen parou, à procura das palavras certas, só conseguindo reafirmar: — Preferia que não tivesse acontecido.

— Eu também não, pelo menos a um nível consciente. Não costumo ceder a meus impulsos. Você ainda vai me tirar o sono por algumas noites.

Karen tinha quase certeza de que suas noites insones seriam em maior número que as de Jake. Em que outro lugar iria encontrar um homem que a fizesse se sentir do jeito que Jake fazia? A expressão daqueles olhos azuis era difícil de decifrar. Jake Rothman tinha um quê diferente do usual. Karen não sabia dizer.

— Melhor tomar seu banho antes que todos venham para cá. Karen mordeu o lábio ao vê-lo voltar a atenção para a estrela.

O interesse de Jake por ela ficava restrito ao plano físico, não havia como negar.

 

 



  

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