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CAPÍTULO IICAPÍTULO II
O jantar foi à americana, com cada um se servindo de várias travessas dispostas em um balcão térmico ao lado da mesa da pequena sala de refeições. O proprietário, segundo Jake, não dispunha de empregados em número suficiente para oferecer um jantar com um serviço adequado. Karen teve a impressão de que também Jake desprezava aquele tipo de servilismo, uma atitude com a qual ela concordava. Ter a comida preparada por alguém já era bom o bastante. O horário das filmagens foi o assunto predominante durante todo o jantar. Ainda em dúvida quanto a seu papel, Karen se sentiu pouco à vontade para emitir opiniões. Percebia que Jake a observava de tempos em tempos, mas se recusava a olhá-lo. Se Roger falhasse, seria ela quem teria de convencer Jake de sua capacidade, e para isso tentava reunir todas as suas forças. Ao final da refeição, o grupo se dirigiu à varanda para o conhaque e o café. Karen postou-se a um canto com o pretexto de examinar a viçosa trepadeira que se insinuava para dentro da casa. O céu estava salpicado de estrelas, as mesmas estrelas que a essa hora se debruçavam sobre as ruínas Maias nas selvas de Petan. Algumas dessas construções haviam sido descobertas e exploradas pelo homem, outras estavam perdidas para sempre no mar da história. O local para o qual a expedição de Jake Rothman se dirigia havia sido descoberto há poucos meses por um guia indígena seu amigo e companheiro de outras explorações. Mesmo assim, o trabalho de reencontrar o ponto exato desse novo descobrimento não seria fácil, pois os sinais de passagem pela floresta com certeza já estariam apagados a essa altura. A voz de Roger, que se aproximara, a surpreendeu. — Não fique tão ansiosa. Amanhã tudo já estará resolvido. — Por que não hoje mesmo? Seja lá o que for que vá acontecer é melhor que seja logo. Detesto essa espera. — Dê o tempo suficiente para Jake perceber as coisas sozinho. Deixe que ele a veja como parte desse time. Nesse meio tempo, você poderia ser mais diplomática. Antagonismos não ajuda em nada. — Em outras palavras, você não tem autoridade bastante para decidir quem faz parte da equipe, não é? — Não seria boa política tentar subverter a ordem natural das coisas. Eu sei que você é mais do que eficiente em qualquer nível, mas Jake ainda não tomou conhecimento disso. — Você me conhece há poucos meses. O que o faz se sentir tão seguro quanto à minha capacidade de trabalho? — Seu caráter — Roger respondeu. — O que lhe faltava em experiência há alguns meses, você transformou em uma vontade férrea de aprender e vencer. — O problema é convencer nosso lorde e senhor. — Vai se juntar ao grupo de novo, ou prefere dormir? Já percebeu que são quase quatro horas da manhã? Falta de um bom descanso era com certeza uma das razões que a estavam fazendo se sentir tão deprimida, Karen pensou. Com certeza, uma boa noite de sono ajudaria e muito. — Acho que vou me recolher. Amanhã será um dia cheio. Jake os observou enquanto caminhavam pela varanda. Seu olhar era inexpressivo, mas Karen imaginou que Jake aventava a hipótese de que havia algo entre ela e Roger, e isso poderia ser o fim de suas esperanças, a objeção final. — Iremos logo em seguida — Mike disse assim que Karen anunciou sua intenção. — Bons sonhos. — Devemos estar prontos o mais cedo possível — Roger acrescentou. — No máximo às nove. Precisamos também estar no museu local no meio da tarde. O diretor o colocou a nossa disposição das cinco às seis e meia. E, com certeza, na manhã do dia seguinte ela se encontraria a bordo do avião para Petan, Karen pensou determinada a tomar o caminho do quarto. Custasse o que custasse. Cerca de vinte minutos mais tarde, assim que acabou de se cobrir com os lençóis alvos de algodão, Karen ouviu uma batida suave à porta. Colocou sobre o corpo um robe leve e foi ver quem era, atenta à força viril de Jake Rothman logo que o viu parado no corredor. — Desculpe, mas preciso pegar algumas peças de roupa. Serei rápido. Recuando um passo, Karen abriu de vez a porta e deu passagem àquele homem. — Fique à vontade. Afinal, o quarto é seu. — Emprestado — Jake corrigiu, já abrindo o guarda-roupa e selecionando uma calça e uma camisa. — Examinando a linha firme de suas costas e dos quadris, Karen se pegou dizendo: — Antes que você tenha a idéia errada, quero afirmar que não há nada entre mim e Roger. Jake se virou, um cabide seguro pela mão forte, um sorriso irônico no rosto. — Somente bons amigos, é isso? — Trabalho para Roger, isso é tudo. — O que a faz pensar que me interesso por sua vida amorosa? — Não quero que você tenha impressões erradas sobre o porquê de minha presença na equipe. Roger me vê com olhos profissionais. — Duvido. Você não foi feita para isso — Jake concluiu num tom sarcástico. — Obrigada — Karen replicou fria como o gelo. — Simples constatação de fatos. Você pode ser muito boa no que faz, mas não queira me convencer de que sua aparência não contou e muito na hora de ser escolhida para esse trabalho. Já observei o modo como Roger olha para você. — Ele está preocupado com sua reação, só isso. — Karen tentava agora um apelo final. — Jake, eu preciso desse trabalho. Se eu tiver de voltar, não haverá nada a minha espera. Será que você pelo menos não pode me dar a chance de provar que não serei um estorvo? Jake pareceu não se perturbar com aquelas palavras, ao contrário, olhou-a com mais firmeza e ironia do que antes. — Que tipo de avaliação você prefere? — Uma semana de trilha na selva? Se eu me atrasar ou causar qualquer problema ou constrangimento, estarei fora. — E voltará sozinha para cá? Como? Karen não tinha resposta, pois não pensara nessa possibilidade. Um ligeiro tremor percorreu-lhe o corpo diante dessa possibilidade. — Tenho certeza de que você dará um jeito, se isso acontecer — foi tudo o que conseguiu dizer. — Você sabe que não haverá companhia caso precise voltar, portanto a resposta continua a mesma. Melhor tentar dormir um pouco. — Oh, fale com Roger. Ouça-o. Ele precisa de mim! — Seria melhor dizer que ele a quer. — Não há nada disso. Quantas vezes terei de repetir? Não julgue meu profissionalismo pelas outras mulheres que conhece; não sou desse tipo! Um brilho apareceu naqueles olhos azuis que a estudavam, atentos. Quando Jake Rothman se moveu, um propósito se delineara em sua mente. Largando as roupas no chão, caminhou decidido até Karen, que não fez o menor esforço para se desvencilhar dos braços que a seguraram nem dos lábios que procuraram os seus num beijo longo e quente. O encontro daquele corpo masculino contra o seu provocou-lhe arrepios. Involuntariamente se colou ao tórax rígido para de repente, como se recobrasse o equilíbrio, começar a lutar contra o que acontecia. Prazer e fúria era o que sentia quando finalmente Jake se afastou com um sorriso vitorioso nos lábios, que só serviu para incendiar a ira de Karen. — Ainda não estou totalmente convencido, Karen. Precisa praticar mais o papel de boa profissional. A gente se vê pela manhã. Pensativa, tocando os lábios ainda úmidos pelo beijo de Jake, ela considerou suas chances praticamente perdidas a partir daquele momento. Roger teria de agir e rápido, tudo dependia do seu poder de persuasão. A situação não era nada encorajadora. Às cinco e meia da manhã Karen ainda estava acordada, analisando todas as suas possibilidades. O sol começava a despontar no horizonte. Dentro de vinte e quatro horas a equipe estaria partindo, e ela poderia perder mais do que um trabalho. Todo seu futuro profissional poderia vir a ser comprometido. Uma hora mais tarde, Karen se levantou na certeza de que não conseguiria mais conciliar o sono. Tomou uma ducha rápida, vestiu uma calça e camisa caqui, passou um leve batom nos lábios e deixou o quarto à procura do ar revigorante. Fora da casa estava fresco e agradável. A cinco mil metros acima do nível do mar, a Cidade da Guatemala desfrutava de um clima primaveril na maior parte do ano. O céu da manhã era de um azul muito claro e límpido. As únicas nuvens visíveis se encontravam nos picos das montanhas ao fundo daquele cenário. De encontro ao muro de pedra, Karen respirava o aroma penetrante das flores a sua volta. Através dos livros sabia que as selvas de Petan apresentavam densa vegetação dos mais variados tipos, incluindo belíssimas e raras flores conhecidas por seu tamanho fora do normal. A fauna também era muito rica e conhecida, embora as chances de se encontrar um jaguar ou um puma fossem supostamente remotas. Karen desejava tanto poder ver isso tudo, estar lá, vivenciar essa experiência inebriante. Por que Jake Rothman tinha de estragar tudo? — Dormiu bem? — Mike perguntou, juntando-se a ela. — Agora me sinto bem melhor! E você? Ao ver que não obtinha resposta e que Karen continuava a contemplar a paisagem, Mike percebeu o que se passava. — Pena que Rothman esteja criando empecilhos. Ele tem umas prioridades bem estranhas e erradas. Um sorriso apagado surgiu nos lábios de Karen ao se virar para o colega. — Acho que é isso — falou por entre um suspiro sentido. — O que você pensa em fazer? — Não sei. Creio que não há muito que eu possa fazer. — Roger pode. — Tenho minhas dúvidas. Nesse ponto o professor é muito mais importante para a expedição do que eu. — Não do meu ponto de vista! Mike estava perto demais, Karen percebeu, afastando-se um pouco. Não queria mais mal-entendidos, apesar de saber que ele estava brincando. — Sinto cheiro de café — Karen falou, dirigindo-se à sala de refeições. O resto da equipe já estava reunida em volta da mesa. Jake a cumprimentou com um aceno de cabeça e continuou com o que dizia. — Ordenei que os carros fossem trazidos por volta das oito e meia. Vocês três e o equipamento em um, Howard e o resto de nós no outro. — Creio que não devemos fazer muitas tomadas da cidade — Roger sugeriu. — Somente o contraste entre o moderno e o antigo. Se bem que não há muita coisa antiga por aqui, já que a cidade foi fundada em 1776. Encontraremos artesanato Maia no museu. Ah, também arranjei para que o avião fizesse um vôo sobre a cidade a fim de termos algumas tomadas aéreas, um tipo de adeus à civilização por algumas semanas. — Você planejou também nossa visita a Tikal? — Karen perguntou, não querendo ser deixada de lado. — Muito turística — Jake comentou sem dar tempo a Roger para responder. — E além do mais já foi mais do que visitada por outras expedições. Pensei em Chai Luz; seremos os primeiros a filmá-la. — Nem sabia que o nome havia sido oficializado — Roger disse, curioso. — Não foi — Jake assinalou. — Eu mesmo dei esse nome em homenagem ao homem que a localizou, Luz Salvador. Pelo que ele fala, a selva nessa região não é muito fechada, portanto não teremos grandes dificuldades. Se Chal Luz poderá ser considerada um tesouro arqueológico ou não é algo que teremos de descobrir no local. Nada, Karen disse a si mesma, nada a impediria de experimentar tal excitação! Nem que tivesse de ir sozinha, de ônibus, se tudo mais falhasse. Agora, antes de qualquer coisa, esse era um desafio pessoal. A conversa animada continuou com a chegada de dois Land Ro-vers dirigidos por simpáticos hispânicos. Jake se acomodou no banco da frente, deixando que Karen e Roger se instalassem atrás. Apesar da paisagem nunca antes vista, Karen não podia deixar de notar os cabelos escuros de Jake que desciam teimosos pela nuca bem desenhada. Por uns instantes, uma vontade quase irresistível de estender os dedos e tocar aqueles cachos rebeldes a invadiu. O beijo da noite anterior havia deixado uma marca indelével em sua mente. Atração física não significava emoções, Karen pensou. A noite passada fora mais uma salutar lição por parte de Jake. A maior parte das construções antigas da Cidade da Guatemala havia sido destruída por terremotos, sendo substituídas por edifícios de arquitetura moderna. As largas avenidas apresentavam um tráfego pesado. E uma torre de estrutura de aço, nos moldes da Eiffel, podia ser vista e visitada em uma das principais praças da cidade. — Foi erigida em homenagem a Justo Rufino Barrios, um dos heróis nacionais — Jake falou, esclarecendo um comentário de Karen. — Ah, foi ele que tentou restaurar a unidade da América Central, não foi? — Karen se lembrou de ter lido essa informação em algum lugar. — Isso mesmo! — Havia surpresa na voz de Jake. — Você fez seu dever direitinho, não foi? — Acredito que devo me inteirar o máximo possível de um projeto no qual eu esteja engajada. Também li bastante sobre a civilização Maia. — Todo conhecimento é útil. Mesmo que seja usado em palavras cruzadas — Jake comentou com secura. Com Roger se mantendo calado, Karen não tinha muita escolha senão se calar. Só que não pararia por ali. De um jeito ou de outro ela estaria nessa expedição! A primeira parada foi na adorável catedral de torres gêmeas. Parados na praça em frente à construção, Jake fez um breve resumo histórico sobre a mesma. Ele seria o responsável pela edição e texto final do documentário. Uma vez em Petan, seriam usadas técnicas avançadas de filmagem, o que daria ao telespectador a impressão de estar in loco, dividindo os triunfos e atribulações da jornada. Seria um dos maiores documentários já filmados. Se mal dirigido, poderia acabar como uma série de fatos isolados sem coesão alguma, mas com Jake à frente não haveria esse risco. Seria uma linha histórica contínua. Jake era brilhante no que fazia. Os seis fizeram um almoço tardio num café recomendado por Jake. Karen optou por um gallo en chicha, que vinha a ser frango macerado e cozido em álcool. Mike, também escolhendo algo típico, ficou com o equivalente a um grande pão amanteigado com açúcar, enquanto os outros preferiram os vários tipos de tortilhas. Roger, com firmeza, limitou o consumo de vinho. A última coisa de que precisava era uma equipe de bêbados em visita ao museu, foram sua palavras finais. — Fomos convidados para uma espécie de churrasco local, hoje à noite — Jake anunciou enquanto tomavam café. — E eu tomei a liberdade de aceitar o convite em nome de todos vocês, já que será nossa última oportunidade para um convívio social durante algum tempo. — Ainda bem que pus meu smoking na mala no último momento — Mike falou, contente. — Se houver dança, quero ter o privilégio de ser o primeiro, Karen. — Por que você acha que eu estou incluída? — perguntou com um ar displicente. — Eu não deixarei você ficar de fora. — Por que não? Não sou exatamente um membro desta equipe. — Bem, é que... — Deixe, isso é comigo — Jake falou, impassível. — Karen, você estará no vôo de volta no sábado. Jake percebeu o olhar de Karen em direção a Roger e falou: — Já conversamos a respeito. Está tudo resolvido. Roger levantou os ombros como que para se desculpar. — Você ficará bem, Karen. Vou tomar conta de tudo. — Obrigada. Isso foi tudo o que Karen encontrou para dizer. Diante do despotismo de Jake, sabia agora que tinha de escolher. Poderia seguir seu plano arriscado de chegar até Petan por seus próprios meios ou desistir e voltar para Londres e para um futuro agora incerto, não importando a promessa de ajuda por parte de Roger. Uma escolha que na verdade não esperava ter de fazer, admitia para si mesma. Agora que a realidade mostrava sua face, Karen sabia que teria poucas chances de ser bem-sucedida em seu plano. Se tomasse um ônibus até a vila de Petan, não conseguiria mais encontrá-los, pois com certeza já estariam embrenhados na selva. Encontrar alguém capaz de segui-los seria muito difícil também. Assim, mesmo desapontada, frustrada, o melhor a fazer era reconhecer que não entregara a vitória de mão beijada. Karen sentia que havia lutado para conseguir o que queria. Se havia ficado surpreso com a ausência de resistência por parte dela, Jake nada demonstrou. Ao olhar para Nigel, do outro lado da mesa, Karen se sentiu tocada e surpresa pelo olhar de verdadeira simpatia que ali encontrou. Como assistente, ele deveria compreender melhor o que a colega passava. Se Mike estava constrangido, era puramente por uma questão pessoal, Howard provavelmente era indiferente. Quanto a Roger... Karen não o culpava, ele também trabalhava para Jake Rothman. Não importava o quanto a fotografia, direção, enfim o documentário fosse brilhante, era o nome de Jake Rothman que atraía o interesse do público e patrocinadores. Rothman não a queria no time e pronto. Chegaram ao museu um pouco antes das cinco horas, encontrando um funcionário à espera deles. Na seção dos Maias, enquanto Howard e Nigel arrumavam o equipamento de iluminação, Karen, sem fala, admirava o artesanato daquela antiga cultura. Algumas das peças de cerâmica estavam intactas, exibindo cada detalhe da cuidadosa produção. Eram peças ricamente esculpidas e decoradas com pinturas de cores fortes e harmoniosas. Homens e deuses, pássaros em pleno vôo estavam ali retratados com delicadeza e sensibilidade. Havia também muitos vasos de jade ricamente talhados. — Yum Kaax, o deus do milho — Jake falou a seu lado, enquanto Karen observava uma das peças com real interesse. — Um bonito homem, não é? — Muito — respondeu, controlando-se. — Os Maias ofereciam sacrifícios humanos aos deuses? — Alguns historiadores acham que os Astecas e Toltecas, sim. — É um comentário muito pobre vindo de uma pessoa esclarecida e culta como você — Karen sugeriu num tom leve e falso. — É um bom resumo. — Perfeito para meu intelecto, não é isso? — Se você quiser assim — Jake falou, colocando-se ao lado dela para observar a pequena peça de jade. — Sendo uma mulher de indiscutível inteligência, você deveria procurar entender meu ponto de vista quanto a sua presença nesse projeto. — Se está à procura de aprovação, saiba que veio pedi-la à pessoa errada. Você é o único que duvida de minhas habilidades. Jake soltou um suspiro impaciente. — Você não tem a menor idéia das condições em que vamos estar. Viajar na selva não é um piquenique no campo. Se o calor e a umidade excessiva não a afetarem, certamente não suportará os insetos e mosquitos. E, à parte disso, há pequenos parasitas que penetram na pele e... — Pulgões tropicais e percevejos — Karen interrompeu, irritada. — Sei disso tudo e não me desanimou antes, também não me desanimará agora. Na verdade estava ansiosa pelo desafio de enfrentar melhor do que ninguém tal situação. Jake se virou lentamente em sua direção com uma expressão difícil de traduzir no olhar. — Estou quase tentado a... Esqueça. É melhor se juntar aos outros. Karen se reuniu ao grupo, relutante. Mais alguns minutos e teria conseguido persuadir Jake a mudar de idéia. O fato de ter mesmo que por alguns instantes sido tentado a reconsiderar sua decisão inicial já era para Karen um sopro de esperança. Mas ainda tinha a noite pela frente. Tudo o que precisava era de um argumento definitivo e convincente.
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