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CAPÍTULO 14



CAPÍTULO 14

 

— Eu lhe disse que era excêntrica — sussurrou Eve, tentando não dar muita importância ao assunto, mas Jake não a deixaria continuar.

— Você não é excêntrica — exclamou ele com fir­meza. Mais uma vez Eve interrompeu.

— Do que chamaria uma mulher de 25 anos que ainda é virgem? — perguntou, de modo brincalhão. Jake colocou a palma da mão em sua boca.

— Inocente — respondeu com ternura. — Deus, como sou idiota. Pensei... depois de tudo que pas­sou...

— Por causa do Graham Fulton? — Eve torceu os lábios. — Eu lhe disse, passava todas as noites no ba­nheiro. — Ela beijou a palma da mão de Jake antes de afastá-la. — E Andy Johnson sabia como eu me sen­tia e cuidava de mim. — Ela sorriu. — Até encontrar você, não tolerava que um homem me tocasse — con­fessou. — Desde que aquele homem entrou no meu quarto, sempre mantive o sexo oposto a distância.

Ele suspirou.

— Oh, querida. Fui tão idiota.

— Não importa — ela protestou, e trouxe a mão dele até o seu rosto, pressionando-a contra o pescoço.

— Não para mim. — Ela esperou um pouco e pergun­tou em seguida: — Você ainda me quer?

 

— Claro que quero. Agora mais do que antes, mas...

— Sem mas — disse Eve com firmeza, apoiando-se nos cotovelos e puxando as mãos dele para seus seios. — Desejei-o por tanto tempo. Não suportaria se não sentisse o mesmo.

— Oh, Deus! — Jake a jogou contra o travesseiro macio. — Acho que esperei por você durante toda a minha vida — afirmou ele com a voz trêmula. Sua boca pressionou a dela com o máximo de delicadeza.

— Não quero machucá-la outra vez.

— Não me machucará — respondeu Eve, sem sa­ber exatamente como sabia, mas disse. — Por favor

— disse, ao perceber que ele ainda estava excitado.

— Não pode parar agora.

O que era a mais pura verdade, pensou Jake. Mas queria dividir com ela todos os prazeres dessa união. Apesar de se culpar por ter agido de forma tão impru­dente, desejava estar dentro dela outra vez.

Gentilmente, abriu as pernas dela e penetrou-a com facilidade, usando os lábio e a língua para rela­xá-la. Mas para seu espanto, ela o recebeu sem esfor­ço, com o corpo úmido e suado.

Jake foi invadido por sua doçura. Ela era tudo o que sempre quis em uma mulher, e seus músculos se contraíram quando ele percebeu que ela atingira o prazer.

Para Eve, tudo era emoção. Agora que sabia o que esperar, deleitava-se com o calor e a satisfação que o corpo de Jake lhe provocava. Mas ainda não sabia como lidar direito com as emoções que sentia quando Jake movimentava-se dentro dela. Eram como os sentimentos de antes, só que mais profundos e fortes, causando uma expectativa que percorria seu abdome até chegar à espinha, provocando um tremor em todo o corpo.

Quase que instintivamente, ela passou suas pernas ao redor do quadril de Jake para mantê-lo dentro dela. Jake suspirou fundo, tentando controlar seu de­sejo. Mas não foi fácil quando percebeu as contrações musculares de Eve quando ela chegou ao orgasmo.

Seu corpo tremia querendo se aliviar também. De repente, percebeu que estava prestes a cometer outra besteira. O preservativo que deveria estar usando ain­da estava na gaveta da mesinha de cabeceira. Na an­siedade de fazer amor com Eve, esqueceu-se por completo. O pior era que ele sabia que ela não usava nenhum tipo de contraceptivo.

Droga, pensou. Não poderia fazer isso com ela. Mas quando pensou em retroceder, ela o prendeu com as pernas.

— Não, não pare — sussurrou. Sua respiração es­tava forte e irregular. Jake gemeu.

— Você não entende — ele tentou falar, mas ela começou a beijá-lo.

— Entendo — ela respondeu com a boca ainda en­costada na dele. Apesar de saber o que tinha que fa­zer, a tentação de mantê-la junto ao seu corpo era ir­resistível.

Os gemidos de Eve o deixavam louco. Jake estava encharcado e impregnado com o cheiro dela. Tomado por uma força maior que ele, se deixou aliviar dentro dela.

Seu orgasmo parecia se prolongar. Quando o tre­mor de prazer cessou, sentia-se totalmente esgota­do, mas pleno. Coisa que nunca tinha experimenta­do antes.

Quando se deu conta, estava caído sobre Eve. Quando tentou virar para o outro lado, ela o interrom­peu outra vez.

— Eu devia estar lhe esmagando — protestou. Ela passou os braços ao redor de seu pescoço e olhou-o com carinho.

— Não me importo — falou com a voz embarga­da. — E antes que você diga qualquer coisa, também não me importo se estiver grávida.

— Eve...

— Quero dizer, não quero que pense que é sua res­ponsabilidade. Você é um homem confiável, mas esta decisão foi minha.

— Pare, pare por aí — interrompeu-a Jake com um beijo. Antes mesmo que pudesse começar de novo, explicou: — Pelo amor de Deus, eu te amo. Acho que te amo desde o primeiro instante. Se pensa que vou deixar partir sem brigar, está redondamente en­ganada.

Já tinham parado de se beijar quando ele levantou a cabeça. Eve estava sem ar.

— Eu... eu não sei o que dizer.

— Bem, você poderia dizer que gosta de mim pelo menos um pouquinho — disse Jake, tentando suavi­zar a declaração passional que tinha feito. Ele retirou os braços de Eve de seu pescoço e virou-se de lado para observar as sombras no teto. — A menos que eu tenha levantado as armas novamente...

— Não! — Eve exclamou em voz alta desta vez. Ela olhou para baixo, ansiosa. — Não é isso. Eu... bem, é como você mesmo disse. Você me deixou se fôlego.

Jake tocou o rosto de Eve.

— Você sabe que me preocupo com você. Eve sacudiu a cabeça.

— Minha avó se preocupa comigo, você disse que me amava.

— Amo.

— Mas como pode?

— Como não poderia? — retrucou. — Você é tudo que sempre quis, embrulhada em um pacote delicioso.

Ela estremeceu.

— Não sou deliciosa.

— Ah, é — seus dedos deslizavam pelos cabelos macios dela. — Deliciosa, doce e muito, muito atraente. — Ele não resistiu e beijou-a outra vez. — Então, o que pretende fazer a respeito disso?

— O que pretendo fazer com isso — repetiu.

— Sim... — Ele parou de beijá-la e concentrou-se nos seios sedutores que estavam há apenas alguns centímetros de sua boca. — Poderia começar dizendo o que sente por mim.

— Oh, Deus — Eve curvou-se sobre ele e segurou seu rosto entre suas mãos. — Você sabe que o amo — exclamou calorosamente. — Mesmo agora, ainda não acredito que me queira.

— Acredite — ele falou, quase sussurrando, e mu­dou de posição para poder esfregar seu rosto nos seios dela. — Você me enlouquece desde que chegou na ilha. Eu sabia que tinha que lhe dar um tempo. Mas como já disse, eu não conseguia comer, dormir, não pensava em mais nada, a não ser em estar ao seu lado.

Eve estava impressionada com a insistência dele, mas nem um pouco chocada com o volume que pres­sionava sua coxa.

— Você... você quer mais? — ela respirou fundo de alegria ao perceber que poderia fazer isso por ele.

— Sempre — respondeu. Suas mãos já lhe acari­ciavam os seios. — Ah, querida, você não tem idéia do quanto...

Horas mais tarde, fizeram um banquete com mo­rangos e champanhe. Era justo e apropriado que come­morassem a união informal daquele jeito. Jake subiu na cama segurando a garrafa de champanhe e duas taças de cristal. Eve olhava para ele sem acreditar.

— Ao nosso noivado extra-oficial? — Eve per­guntou, piscando. Jake sorriu de volta.

— Bem, você vai se casar comigo, não vai? — ele perguntou, esquecendo-se do champanhe.

Eve cruzou as pernas e sentou-se ao seu lado. Ha­via coisas que ela precisava contar, tinha que contar. Antes que o casamento fosse oficializado e que ele não pudesse mais voltar atrás.

— Preciso lhe falar sobre meu pai — ela falou, en­quanto recebia um morango embebido no champanhe oferecido por ele.

— Seu pai? — Jake franziu as sobrancelhas im­pressionado com a sensualidade dela. — Pensei que sua mãe não soubesse quem é o seu pai.

— Ah, ela sabia. — Minha avó forçou-a a contar a verdade quando estava procurando por mim. — Eve abaixou a cabeça. — Ele era cubano. Cassie temia que os Fultons mudassem de idéia ao saber.

Jake deu um assobio.

— Sério? Você o conheceu? Mais tarde, quero di­zer?

— Não. Ellie descobriu que ele havia morrido em um acidente de avião em Cuba logo depois da minha concepção. Cassie não mentiu a respeito disso, pelo menos. Ele não queria saber que tinha uma filha.

— Oh, querida — Jake abraçou-a com força e bei­jou-a na testa. — Deve ter sido difícil.

Eve o encarou.

— Você não se importa?

— Por que deveria?

— Não sei — Eve hesitou. — Harry dava impor­tância ao fato de eu ser metade cubana.

— Quem? Aquele padre idiota de Falconbridge? Foi isso que a deixou tão triste naquela noite?

— Foi a forma como ele disse. E o fato de ele achar que eu só o evitei por estar atraída por você.

— Ah, afinal o cara tinha cérebro. Eve aconchegou-se.

— Eu realmente amo você.

— Eu sei — disse ele, orgulhoso. — É por isso que vai se casar comigo e não com ele.

Seis meses depois Eve estava sentada com Julie Romero no terraço dos fundos da mansão. A noite es­tava apenas começando e Julie amamentava sua filhinha de quatro meses de idade. Observando, Eve per­guntou-se como seria alimentar um bebê. Ela saberia em breve, quando o filho deles nascesse.

Não seria logo. Além da família de Jake e da avó de Eve, não contaram para mais ninguém que esta­vam esperando um bebê. Não conseguiriam esconder por muito tempo, a cintura de Eve aumentava a cada dia.

Julie acabou de alimentar o bebê e levantou-o para colocá-lo no ombro.

— Graças a Deus acabou — disse sentida. — Não imaginava que a mandíbula de um bebê tivesse tanta força.

Eve sorriu.

— Deixe-me segurá-la.

— Ela é pesada.

— Nem tanto — Eve respondeu com firmeza. De­pois, colocou-a no próprio ombro e perguntou: — Quando Mike volta?

— Logo, espero — disse Julie calorosamente. Ao perceber o que havia dito, acrescentou: — Não é que eu não esteja gostando de ficar aqui com você e Jake enquanto ele está fora. Mas sinto saudades, você sabe. Três dias parecem uma eternidade quando esta­mos separados.

— Eu sei — Eve foi simpática. Mas no fundo, es­tava feliz com o fato de Jake ter colocado algumas viagens internacionais sob responsabilidade do irmão. Isso significava que ficariam mais tempo jun­tos. Além do mais, Eve sempre o acompanharia.

Jake pareceu ter adivinhado que ela estava pensan­do nele e saiu de dentro da casa.

— Mike acabou de ligar — declarou, olhando para a cunhada e para o bebê. — Acabou de desembarcar e está vindo direto para cá.

— Que maravilha! — Julie respondeu, sorrindo de alegria. Jake foi ao encontro de Eve e Rachel. Julie levantou-se. — Vou me arrumar um pouco.

Jake sorriu para a cunhada enquanto ela se enca­minhava para o interior da casa. Em seguida, acari­ciou o braço de Eve.

— Você sabe, com visitas em casa tenho que me controlar — murmurou. — Só temos feito amor no quarto há quase uma semana.

Eve fez um biquinho.

— Algum problema?

— O que acha? — perguntou ele, acariciando o ombro dela. — Prefiro ter você toda para mim.

— Quando o nosso bebê nascer...

— ...ele não vai se importar com o que seus pais fazem — disse.

— E ainda faltam seis meses — Eve acrescentou. — Até lá, você já vai estar cansado de fazer amor co­migo.

— Nunca me cansarei de fazer amor com você Jake afirmou. — Só quando a conheci percebi o que estava perdendo. Nós nos completamos. Sem você nunca seria completo.

Eve inclinou-se e colocou o rosto no ombro dele.

— Gostei do que disse.

— É a verdade.

— E eu, sou a mulher mais feliz do mundo. — Eve sorriu. — Fico feliz por Ellie ter telefonado para con­tar como as coisas vão indo por lá.

— Eu também — disse Jake com carinho. — Eu não sabia se você aceitaria o emprego na escola. Se não o aceitasse, acho que teria que encontrar outros motivos para voltar a Falconbridge. Ficaria arrasado se chegasse lá e descobrisse que sua avó havia vendi­do a casa e você não estava mais lá.

— Alguém teria informado a direção da fazenda de Adam — Eve respondeu. — Mas estou feliz por isso não ter acontecido. Ellie e a família de Adam adoraram ter vindo ao nosso casamento.

— Sim, acho que eu e Adam começamos com o pé esquerdo, não acha?

— Bem, nenhum de vocês dois foi muito simpáti­co com o outro.

— Sabe por quê? — Jake sorriu. — Pensei que ele fosse mais um de seus amiguinhos. E o pobre do Adam pensou que eu fosse mais um dos casos de

Cassie.

— Ela não vai gostar de saber que vai ser avó.

— Como se eu me importasse com o que aquela mulher pensa.

— Ela até fez um esforço e nos mandou um pre­sente de casamento — disse Eve de forma caridosa. — Estou tão feliz, Jake. Sem ela não teríamos nos co­nhecido.

— Tudo bem, mas não consigo esquecer o modo como ela a tratou quando era um bebê. Você pode até me pedir para perdoá-la, mas não esquecerei jamais.

Nem ela, pensou, enquanto Jake colocava o braço em seu ombro. Eve acariciou a pequena barriga com um gesto delicado. Seu bebê seria amado, não só por ela e Jake, mas por toda a família dele. Do jeito que deveria ser, pensou, aconchegando o rosto no ombro de Jake.

 


 

 



  

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