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CAPÍTULO 12



CAPÍTULO 12

 

Jake estava revisando as cartas de navegação com o capitão na cabine de sua mais nova aquisição, quando ouviu alguém de salto alto caminhando no convés acima.

Por um momento, pensou como se sentiria se fosse Eve invadindo o seu espaço. Mas sabia que isso não aconteceria. Eve ainda estava na ilha lecionando e tornava-se popular entre a equipe e seus parentes. Era pouco provável que quisesse vê-lo.

De fato, não tinham se falado desde a noite em que ela chegou, quase cinco semanas atrás. Jake esteve fora a maior parte do tempo. Estava praticamente cer­to de que ela estava fazendo de tudo para evitá-lo.

O que não era fácil em uma ilha tão pequena como San Felipe. Na realidade, Jake a tinha visto algumas vezes, mas a distância. Não queria admitir que, mes­mo depois de tudo aquilo que tinha acontecido, não conseguia tirá-la da cabeça. Portanto, vê-la, mesmo que a distância, era tão vital quanto respirar para ele.

Foi por isso que interveio junto à diretora para que o emprego fosse oferecido a ela logo de início. De fato, não havia nenhuma vaga como aquela disponí­vel, mas segundo a Sra. Rodrigues ela desempenhava bem o seu papel.

— Jake, você está aí?

— Sim, estou aqui — respondeu. — Está tudo bem?

— Sim, por que não estaria? — Ela estava sentada na cabine do piloto com as pernas esticadas no banco. — Então esta é a nova aquisição para os seus sumiços?

— É. Gostou?

— É bonito — ela disse.

— Tudo bem, não foi por isso que veio.

— Não. Não lhe vemos há muito tempo, queria sa­ber se está bem.

— Você está brincando, não está? Vejo papai qua­se todos os dias.

— No escritório ou aqui? Você não janta conosco há semanas.

— Tenho estado ocupado.

— Fazendo o que exatamente? Seu pai me disse que passa a maior parte do tempo sozinho. Qual foi a última vez que aceitou um convite para uma festa? Há quanto tempo não vê seu irmão e sua cunhada? Vou lhe dizer, há meses.

— Não me dei conta de que estava me controlan­do. Não tenho mais 21 anos, mamãe.

— O que isso quer dizer?

— Pense a respeito. A última vez que se envolveu em meus relacionamentos acabei casado com Holly Berstein. É o bastante?

— Holly era uma menina adorável.

— Não para mim — retrucou ele diretamente. — Holly era uma cabeça-de-vento, mamãe. Não tenho tempo para mulheres assim.

— Não? — Sua mãe estava mordaz. — Talvez não agora, mas pelo que sei, elas costumavam ser as úni­cas mulheres para quem você tinha tempo.

Jake sorriu.

— Deixe isso para lá, mamãe. Estou feliz desse jeito.

— Está mesmo? — ela pareceu duvidar. — Você emagreceu.

—Mamãe!

— Bem, tudo que eu e seu pai queremos é que seja feliz.

— Então me deixem em paz.

— Não posso. Venha jantar conosco amanhã à noite, Jake, por favor.

— Você não desiste.

— Gostaria que eu desistisse? Jake deu um sorriso irônico.

— Acho que não.

— Então virá?

— Tenho escolha?

— Oh, Deus. — Sua mãe levantou-se e veio dar-lhe um abraço. — Pode ser às sete horas?

Jake franziu as sobrancelhas.

— A resposta foi terrivelmente formal. Não é uma festa, é?

— Apenas um ou dois amigos — Lucy respondeu com displicência. — Agora, não pode mais voltar atrás, Jake. Você disse que irá e estarei esperando.

Eve deu um profundo suspiro e ajeitou a aparência no espelho sem muito entusiasmo. O vestido preto que ganhou da avó, que lhe caía tão bem quando esta­va em Londres, parecia totalmente desapropriado aqui. Talvez porque lá ela tivesse alternativa. Aqui, como não tinha escolha, estava em dúvida. O que as pessoas vestiriam para um jantar dançante em San Felipe? Especialmente em um no qual Jake estaria presente.

Ela tremeu. Estava decidida a usar o vestido de seda marfim que a vendedora lhe garantira ser perfei­ta para a situação. Mas agora não tinha certeza. Pare­cia muito decotado, mostrava muito dos braços, do corpo e era muito curto. Só estava satisfeita com a corrente dourada que usaria na cintura. Disfarçaria as curvas arredondadas do quadril.

Ela suspirou. Também não estava satisfeita com o corte de cabelo. Mesmo Isabel tendo garantido que cabelos longos soltos não eram práticos para este tipo de clima. Foi uma luta cortá-los. Ainda estavam lon­gos o suficiente para fazer um rabo-de-cavalo para trabalhar. Para esta noite, deixou os cabelos soltos. Não estava satisfeita com o cabelo caindo pelo rosto.

Ainda assim, Isabel estava entusiasmada. Como ela e a Sra. Rodrigues haviam se tornado suas amigas recentemente, não queria desapontá-las externando suas dúvidas. Não havia dúvidas de que hoje estava mais fresco. Ela desejava não ter sido convidada para este jantar na casa dos Romero.

Não que Jake tivesse alguma coisa a ver com isso. Não se viam desde a noite em que chegou na ilha. As fofocas que ouviu diziam que ele estava muito tran­qüilo nas últimas semanas.

Ela sabia que ele esteve fora a maior parte do tem­po. Soube através do homem que veio reparar a casa, provavelmente a mando dele. Jake não gostou do jei­to que estava.

Só aceitou o convite para este jantar por considera­ção à Sra. Rodrigues. A diretora e a filha também ti­nham sido convidadas, mas a Sra. Rodrigues estava muito gripada desde a noite anterior e pediu a Eve que acompanhasse Isabel.

— Falei com Lucy Romero, a mãe de Jake, você sabe. Ela ficou satisfeita em saber que você também iria. — A Sra. Rodrigues ainda se explicou: — E depois, você vai se divertir mais do que eu.

Eve teve vontade de dizer que não se divertiria tan­to, mas não podia. Disse a si mesma que era para não desapontar a Sra. Rodrigues e sua filha. Se realmente fosse honesta consigo, teria que admitir que estava ansiosa para ver Jake outra vez. O que era ridículo, claro, mas pesava e a fazia sofrer.

Uma batida e o chamado de Isabel anunciaram sua chegada. Eve deu uma última olhada no espelho an­tes de sair, estava determinada a achar uma desculpa para não ir se Isabel demonstrasse alguma dúvida so­bre sua aparência.

Na verdade, Isabel ficou impressionada quando a viu. Seus olhos negros se abriram maravilhados com o visual de Eve, e sua exclamação:

— Oh, você está linda! — tinha um tom de since­ridade.

Eve suspirou aliviada.

— Você acha mesmo? — perguntou, ansiosa. Logo lembrou que, apesar do que Isabel dissera, ti­nha os cabelos bastante longos. Como ela sempre usava o cabelo enrolado em forma de coque na nuca, Eve não tinha se dado conta do quanto ainda era com­prido. Mas naquela noite estavam soltos, e ela usava uma capa preta sobre os ombros, enfeitada com con­tas prateadas, combinando com o vestido longo.

— Nossa! Você está diferente — Isabel declarou. Eve perguntou-se se não estaria delirando ao perce­ber um tom áspero em sua voz. — Você parece um cavalo negro, Eve. Não lhe reconheceria. Comparado ao jeito como se veste para a escola...

— Não está apropriado? — apesar de cuidadosa com a opinião de Isabel, Eve não confiava no seu pró­prio julgamento.

— Eu não disse isso. — Agora, não havia dúvida. Isabel olhou para o relógio, que era uma jóia, e esta­lou a língua. — De qualquer forma, temos que ir. Não quero chegar atrasada.

Não era a maneira mais promissora de começar a noite. Eve perguntou-se o que, afinal, faria na casa de Romero.

Eve observava a paisagem no caminho, admirando os belos iates ancorados.

— Chegamos.

Isabel freou de repente projetando Eve para frente quando entraram pelo portão de ferro batido que esta­va aberto. Uma alameda iluminada e cercada por pal­meiras conduziu-as ao pátio onde havia fonte iluminada.                                                                    

Em outra circunstância, Eve estaria constrangida, mas estava tão ocupada admirando o palacete de dois andares que se esqueceu de ficar nervosa. Uma va­randa que circundava o primeiro andar tinha uma vis­ta maravilhosa do mar que se agitava dos dois lados da península.

— Impressionante, não? — apesar de Isabel ter fa­lado pouco durante o trajeto, agora retomava sua ma­neira de ser. — O pai de Jake construiu este lugar logo depois da Primeira Guerra.

— É lindo — Eve exclamou ao descer do carro. Ela começou a ficar apreensiva. — Suponho que co­nheça bem os Romero.

— Conheço-os desde criança — disse Isabel, o que não era propriamente uma resposta. De repente, um mordomo apareceu e Isabel segurou no braço de Eve. — Venha, estão nos aguardando.

Uma delicada mulher loira apareceu na porta du­pla para recebê-las.

— Isabel — ela exclamou. — Que prazer vê-la de novo. É uma pena que sua mãe não tenha vindo tam­bém. Espero que melhore em breve.

— Tenho certeza que sim, Sra. Romero. — Isabel estava calorosamente gentil agora. — Deixe-me apre­sentar uma das professoras que trabalha com minha mãe, Eve Robertson. Chegou de Londres há algumas semanas.

— Ah, sim. Acho que já ouvi falar da Srta. Robert­son. — Eve ficou surpresa quando a mãe de Jake segu­rou-a pela mão e encarou-a com um olhar perspicaz e avaliador. — Acho que meu filho serviu de mediador na sua oferta de emprego, Srta. Robertson. — Ela fez uma pausa. — Estou certa em pensar que se conheceram quando ele esteve em Londres?

— Eu... é isso mesmo — Eve achou melhor não complicar a situação explicando como realmente se conheceram. — Muito gentil de sua parte em me con­vidar, Sra. Romero. Sua casa é linda.

— Obrigada, nós também gostamos. — A mãe de Jake parecia realmente satisfeita com o elogio. — Vamos, entre e conheça o resto da família. Jake ainda não chegou, mas estamos esperando por ele.

Lisonjeada com os cumprimentos, Eve seguiu Isa­bel e a anfitriã, e entraram em uma grande sala ilumi­nada por um candelabro de cristal. Umas 12 pessoas estavam de pé usufruindo a hospitalidade dos Rome­ro. Havia música e risos e um burburinho de conver­sas que diminuiu quando a mãe de Jake apareceu com as duas jovens.

Um homem grisalho, que deveria ser o pai de Jake, juntou-se a eles. Foi ele quem apresentou Eve ao ir­mão de Jake e sua esposa, Michael e Julie. Julie esta­va visivelmente grávida. Para alívio de Eve, a maio­ria das mulheres estava com vestidos curtos. Os ho­mens, menos formais, usavam calça e camisa sociais.

Julie simpatizou de imediato com Eve. Assim que seu sogro se afastou, ela falou:

— Suponho que esteja achando a ilha um pouco confinante, Srta. Robertson.

— É diferente — começou Eve, mas antes que pu­desse continuar, Isabel interferiu.

— É porque você não é uma ilha — disse impar­cialmente. — E se você não gostar, sempre pode vol­tar para a Inglaterra.

Seria uma sugestão ou um aviso? Eve perguntou-se, enquanto Julie revirava os olhos nas costas da ou­tra mulher.

— Todos nós sabemos que você adora San Felipe, Isabel — comentou ela. — Mas você é uma que deve­ria pensar em ampliar seus horizontes.

Isabel comprimiu os lábios e o irmão de Jake re­solveu aliviar os ânimos.

— Você acha o magistério uma ocupação gratificante, Srta. Robertson? — perguntou ele. — Não te­nho paciência para lidar nem com uma criança, quan­to mais com um monte delas.

— Acho bom ir se acostumando — disse sua mu­lher, e todos riram.

— Por favor, me chame de Eve. — Ela começava a relaxar. Michael era parecido com o irmão em mui­tas coisas, menos no quesito sensualidade.

O pai de Jake estendia um coquetel para Eve quan­do ela pressentiu a entrada de mais alguém na sala. Não tinha motivos para tal sensação. Ninguém o anunciou, mas mesmo antes de Michael cumprimen­tar o irmão, ela já sabia que ele estava lá.

Eve não resistiu e olhou por cima do ombro para ele. Parecia que uma vida tinha se passado desde a úl­tima vez que o viu. Só de saber que ele estava do ou­tro lado da sala, todos as sensações que tentava con­trolar afloraram.

Ela sabia que estava perdendo tempo. Não conse­guiria tirar Jake da cabeça ignorando-o ou fingindo que tudo o que aconteceu entre eles não tinha impor­tância. Temia que aquilo fosse muito mais que uma mera atração, estava apaixonada. O fato de ter que di­vidi-lo com outra mulher a incomodava mais do que não vê-lo outra vez.

Eve recuperou o fôlego quando eles se olharam e pôde perceber a expressão de espanto no olhar dele. Provavelmente, Lucy não informou a ele quem se­riam os convidados. Será que ele se sentiria mal com a presença dela na casa de seus pais?, perguntou-se.

Ela fechou os olhos, deu um profundo suspiro e re­zou para que sua palpitação diminuísse. Tinha a im­pressão de que um rio de suor escorria por baixo dos braços. O vestido já estava colado nas costas com o suor.

Tudo isso era ridículo, uma vez que a sala era refri­gerada. Mas seu corpo agia independente do cérebro. Podia vê-lo mesmo de olhos fechados, tão esguio, moreno e atraente. E incrivelmente másculo.

Eve foi acordada de seus pensamentos quando to­caram em seu braço. Ao abrir os olhos, ficou surpresa ao perceber que ele estava ao seu lado e que seu olhar demonstrava satisfação por encontrá-la ali.

— Acho que deveria perguntar o que está fazendo aqui — afirmou ele. — Acredite ou não, não sabia que tinha sido convidada. Se soubesse, teria arranja­do uma desculpa para não comparecer.

Eve pensou como deveria responder àquilo. Seria fácil reagir no mesmo tom. Mas não poderia fazer isso.

— Também não sabia que você estaria aqui — ar­riscou em voz baixa, sabendo que a conversa estava sendo observada por outras pessoas. — Mas... eu realmente esperava que estivesse. Você se importa?

Os dedos de Jake apertaram seu braço por um mo­mento e quando ela o encarou, percebeu que os olhos dele faiscavam de raiva. Ele retirou o copo da mão dela e colocou-o na mesa. Então, depois de se descul­par com os que estavam por perto, empurrou Eve para fora.

Ela não sabia o que ele pretendia fazer. Talvez fos­se uma maneira de expulsá-la pensou. Imaginou o que seus pais estariam pensando deste comportamen­to. Certamente, havia agressividade na maneira como ele bateu a porta e empurrou-a para o pátio nos fun­dos da casa. Depois, com a porta devidamente fecha­da, arrastou-a para uma parte do jardim pouco ilumi­nada.

Eve estava de salto alto e seus tornozelos estavam doendo quando finalmente ele parou. Com uma cerca coberta de trepadeiras floridas entre eles e os olhares curiosos que deveriam estar observando do salão, sa­cudiu-a para que olhasse para ele e perguntou:

— Você se diverte me fazendo de idiota?

 

 



  

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