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CAPÍTULO VI



CAPÍTULO VI

 

Atenas... Elizabeth conhecia muito bem a história da­quele lugar, pois sempre tivera um interesse muito profundo pela Grécia.

O monte Hymetus, dotado de túmulos bizantinos, o monastério em Kaisariani... Dizia uma lenda que aquele local, na primavera, tinha certos poderes de fertilidade, e mesmo na atualidade a superstição levava várias mulheres até lá, a fim de beberem da água da fonte natural.

Elizabeth sabia tudo sobre a indústria é a pesca, a cultura do vinho e de azeitonas. Interessara-se pela economia, por isso comprara vários guias e livros especializados.

Agora, ao se aproximar o momento, sentiu-se aliviada em Kilber que não precisaria perguntar nada a Alex.

O avião sobrevoava Atenas, e Elizabeth teve sua primeira visão da Acrópolis. Do ar, o templo antigo parecia inacredi­tavelmente maravilhoso, mais bonito do que visto de perto, segundo Justine.

Mesmo assim, a amiga não aprovava sua viagem à Grécia. Considerava tudo muito estranho.

— Acho que está louca — dissera. — Mal conhece essa garota e está planejando passar metade de suas férias em sua companhia e de uma família que conhece menos ainda. Meu Deus, os Thiarchos deveriam esquecer-se dela de uma vez por todas!

Elizabeth concordara com a amiga. Na realidade, precisava concordar, pois não queria viajar. Não queria passar nem um minuto sequer ao lado de Alex Thiarchos, ou conhecê-lo me­lhor. Ela já o conhecera o suficiente.

Mas Linda tinha sido inflexível. Nem mesmo as novidades com relação à herança deixada pela mãe de Tony fizeram com que decidisse acompanhar Alex. Por fim, concordou em ir só se Elizabeth estivesse disposta a acompanhá-la e, para seu pró­prio bem, partiriam só depois que os exames finais terminas­sem. Afinal, precisava de um diploma para poder ter um em­prego e se sustentar.

Elizabeth ainda tentara fazer com que ela entendesse que, a partir daquele dia, não deveria se preocupar com aquilo, mas Linda tinha sido muito clara: queria ser completamente inde­pendente. E como Elizabeth poderia ignorar isso, quando ela própria passara por uma situação idêntica ao sair da casa dos pais?

Agora, ali no avião, prestes a aterrissar em Atenas, Elizabeth passou a mão pelo ventre e soltou um suspiro profundo. Len­tamente, sua gravidez começaria a aparecer e isso representava um perigo. Não queria que Alex desconfiasse de nada. Tinha medo de que ele atrapalhasse seus planos de voltar a trabalhar após o nascimento do bebê.

É claro que havia vezes em que pensava que ele nada faria para prejudicá-la, e então ficava curiosa para saber se aquela criança seria parecida com o pai, se teria os mesmos cabelos negros...

Elizabeth piscou várias vezes, como se estivesse acordando de um sonho. Depois que voltasse à Inglaterra, nunca mais veria Alex Thiarchos. Esse era o combinado.

— Está muito quente! — exclamou Linda, sentada a seu lado, no confortável automóvel que Alex mandara para pegá-las.

— Sim, está — Elizabeth concordou, olhando para fora. Será que deveria pedir ao motorista para ligar o ar-condicionado?

— Você faria isso?

— Provavelmente, não — admitiu Elizabeth, esboçando um sorriso. — Bem, não vamos demorar muito. Alex disse que Vouliari ficava a apenas alguns quilômetros de Atenas. Logo chegaremos lá.

— E acha que isso vai me fazer sentir melhor? — Linda indagou. — Beth, eu não quero ir lá. Quero voltar para casa!

— Oh, Linda! Não deve ser tão mau assim. O avô de Tony simplesmente quer conhecer você. É natural, nessas circuns­tâncias, não é?

— Para amenizar sua dor de consciência, quer dizer?

— Não. Linda, seja o que for que Constantine Thiarchos fez enquanto Tony estava vivo, ele já pagou, não acha? Nin­guém poderia prever que Tony... bem... que ele iria... iria...

— Se matar? — Linda completou, ressentida. — É mesmo. Elizabeth balançou a cabeça.

— Não era isso que eu quis dizer e você sabe perfeitamente. Ninguém sabe como Tony morreu. Até que provem o contrário, foi um acidente.

— Será? Como posso ter certeza disso?

— Linda, você precisa esquecer o passado.

— Por quê?

— Porque... porque você precisa. Não pode deixar que o passado influa em sua vida futura.

Mas, nesse momento, Elizabeth teve consciência de que não era a pessoa mais indicada para dizer aquilo. Ela também linha deixado o passado controlar sua vida.

— Veremos... — Linda murmurou.

Alguns minutos depois, chegaram à costa e avistaram a mansão dos Thiarchos. Era realmente o cenário de um conto de fadas!

A casa era toda branca, assim como as outras casas pelas quais já haviam passado, e o telhado pintado de amarelo, sobressaindo-se ao longe. Era extraordinariamente grande e as janelas em bronze denotavam ser mais do que uma simples casa.

Quando duas pessoas surgiram, provavelmente para recep­cionar o carro que acabava de chegar, Elizabeth teve idéia do que significava ser uma Thiarchos.

— Oh, Deus! — Linda exclamou, impressionada. — E aqui estamos nós! Não é realmente uma maravilha?

Saindo do carro, Elizabeth teve vontade de concordar com Linda. Haviam descido num imenso gramado verde, e à direita a baía fazia uma curva, deixando entrever os telhados de uma pequena vila ao longe.

— Muito bonito aqui — Linda continuou elogiando o que via. — Mas... tão quente! — Olhando para Elizabeth, acres­centou: — Acha que os Thiarchos também são donos da vila?

— Não seja tão... interesseira. Pense nestes dias como umas boas férias que logo acabarão.

— Acha que Alex Thiarchos vai estar aqui para nos apre­sentar?

— Oh, não acredito.

Elizabeth estivera tão preocupada em fazer com que Linda não rompesse o compromisso assumido que não se preocupara em pensar como deveria reagir se ele não cumprisse o trato. Com certeza Alex não estaria ali, pois morava e trabalhava em Londres.

Kiria!

A palavra, em grego, fez com que Elizabeth e Linda se virassem para ver quem estava ali. Depararam com uma mulher de cabelos brancos, inteiramente vestida de negro, que as aguar­dava na porta da mansão.

Como Linda não dissesse nada, Elizabeth adiantou-se:

Milate anglika?

Ne, kiria, um pouco — a mulher grega respondeu. Linda olhou para Elizabeth, em pânico.

— Ela não fala Inglês?

— Sim... um pouco.

— Mas ela disse "nay"\

— Ela disse "ne", que quer dizer "sim". Ohi quer dizer "não". Tony não lhe ensinou isto?

— Deve ter ensinado — Linda falou, olhando à sua volta.

— Oh, Deus, o que vou fazer, Beth? Nunca vou conseguir me fazer entender.

— Meu pai fala inglês fluentemente.

Nem foi necessário Elizabeth se virar para saber quem havia se aproximado. Alex Thiarchos olhava para as duas recém-chegadas, com um traço de satisfação no rosto.

— Oh, sr. Thiarchos! — Linda caminhou em sua direção, como se ele tivesse lhe salvado a vida. — Graças a Deus está aqui — ela disse. — O avô de Tony está esperando por nós?

— Infelizmente, meu avô teve de ir até Atenas, mas estará de volta hoje à tarde. Até lá, vou fazer o possível para entretê-las. — Ele fez uma pequena pausa. — Bom dia, srta. Haley. Espero que tenham feito uma boa viagem.

Considerando que haviam viajado de avião, na primeira-classe, e que um motorista esperava por elas no aeroporto numa maravilhosa limusine, Elizabeth não poderia dizer que não tinha sido uma ótima viagem.

— Sim, foi tudo bem, obrigado, sr. Thiarchos. Nós estáva­mos admirando a vista. Aquela é a vila de Vouliari?

— Sim — ele respondeu, aproximando-se dela. — E ali é o cabo Iannis, ao fundo. — Então, diminuiu o tom de voz.

— Você me parece muito bem hoje. Seu rosto está com uma cor saudável... corado.

— Estou com calor... é só — disse Elizabeth, rapidamente.

— O que está fazendo aqui? Não faz parte do nosso trato.

— Não me lembro de ter dito que não estaria aqui — ele retrucou, ainda baixinho, olhando na direção dos lábios dela.

— Realmente pensou que eu a deixaria escapar, sem fazer amor com você de novo? Além do mais, não posso cuidar do caso de Linda sozinho.

O sol desaparecia por trás das montanhas, ao longe, numa cor laranja e dourado, e antes mesmo que tivesse se recolhido as estrelas já começavam a surgir. Era realmente um cenário maravilhoso, mas Elizabeth, olhando pela janela de seu quarto, não estava nem um pouco impressionada pois sentia-se muito nervosa. A palavras de Alex Thiarchos ainda martelavam em sua cabeça.

Por um lado, ficara lisonjeada por ele ter lhe revelado suas pretensões. Mas, por outro...

Ela balançou a cabeça vigorosamente, como se negasse os próprios sentimentos. Não, decididamente não ficaria à mercê dele.

Nesse momento, alguém bateu à porta. No mesmo instante Elizabeth percebeu que ainda não estava pronta. O robe em seda preto que usava era largo e bem decente. Ninguém poderia perceber seu ventre já começando a crescer.

— Quem é? — perguntou.

— Eu... Linda. Posso entrar?

Elizabeth olhou-se rapidamente. De robe, descalça e sem maquiagem dificilmente se parecia com uma professora uni­versitária.

— Sim, entre.

Ambas não haviam conversado mais a sós desde tinham chegado, horas antes. Com certeza a amiga queria saber o que Alex havia lhe dito tão confidencialmente.

Ao abrir a porta, Linda ficou surpresa por encontrar Elizabeth ainda de robe, pois ela mesma já estava devidamente vestida para o jantar.

— Você... vai juntar-se a nós para o jantar... não vai? — balbuciou. — Não espera que... eu vá sozinha...

— Não, claro que não. Vou me trocar num instante.

— Você parece diferente.

— Diferente?!

— Sim — Linda insistiu. — Mais jovem. Feminina. Quero dizer... estou acostumada a vê-la sempre na universidade, com roupas formais. Mesmo no funeral não parecia tão... tão amiga quanto agora.

— Oh... — Elizabeth suspirou, aliviada. — Você me preo­cupou, por um momento.

— Por quê? Não acho que pudesse dizer alguma coisa que a perturbasse. Este lugar não a intimida, como acontece comigo. Quero dizer... a maneira como falou com o pai de Tony, por exemplo. O que ele disse a você? Parecia tão aborrecida quando entramos aqui.

— Humm... não me lembro agora — Elizabeth disse, por fim. — Eu não estava aborrecida.

— Como ele é? Você já conversou com Alex Thiarchos mais vezes do que eu. Será que ele me culpa pelo que aconteceu com o filho? Está aborrecido por Tony ter se casado comigo?

— Acho que seria melhor você mesma perguntar a ele, Linda — Elizabeth virou-se, começando a arrumar a roupa que iria usar. — Ele me parece uma pessoa bem razoável. É com você, convencê-lo de que você e Tony eram felizes.

— Bem... acha mesmo que ele acreditaria em mim? Gostaria de saber por que Tony não contou nada ao pai e ao avô. Se ele realmente me amasse e quisesse que nosso casamento du­rasse, por que nunca me encontrei com nenhum membro de sua família?

— Pensei que tivesse dito...

— Que Tony tinha medo do pai? Sim, era verdade. E sei também que ele não contou nada para ninguém porque tinha medo de que sua família o forçasse a voltar para a Grécia,

— Mas... e se isso não fosse verdade? E se ele estivesse mentindo? — Linda começou a chorar. — Oh, Beth, não sei no que devo acreditar. Só desejaria não ter vindo.

— Olhe, eu não me preocuparia com isso, se fosse você

— disse Elizabeth, afagando-lhe os cabelos, fazendo-a se sen­tar. — Fizemos uma longa viagem, e você está cansada. E natural que tenha tantas dúvidas, mas por que não aproveita estes dias? Ao menos terá oportunidade de conhecer toda a família de Tony e, quem sabe, passe a gostar deles.

— Acho... acho que está certa — Linda respondeu, entre soluços. E, olhando para a cama, viu o vestido da amiga. — Vai usar esse aí no jantar? É maravilhoso... seda... Gostaria de ter trazido alguma coisa parecida...

— Na verdade não é seda, é poliéster — disse Elizabeth.

Ao perceber que Linda não iria embora, começou a se ar­rumar. Meio sem jeito, pois não queria que ela a visse de calcinha e sutiã, pois poderia perceber alguma coisa. Virou-se de costas e enfiou o vestido rapidamente.

— Acha que estou bem vestida? — Linda perguntou, re­ceosa.

— Claro! — Elizabeth exclamou. — Está muito bonita.

— Acha mesmo?

Linda estava ansiosa e a outra achou melhor acalmá-la.

— Sim. Pare de se preocupar, querida. Você está muito bonita e ninguém poderá magoá-la.

 

 



  

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