Хелпикс

Главная

Контакты

Случайная статья





CAPITULO V



CAPITULO V

 

Elizabeth não queria levar Alex até sua casa, mas realmente não teve outra escolha. A menos que estivesse disposta a fazer uma cena, foi obrigada a aceitar o que ele sugerira. Não sabia o que ele queria.

Alex já sabia quem ela era agora. Sabia onde trabalhava e onde morava. Sabia tudo a seu respeito. Tudo, exceto, talvez, a coisa mais importante, ela pensou sentindo um calafrio.

Alex concordara em segui-la de cano e, durante todo o trajeto, Elizabeth percebera a Mercedez prateada logo atrás de seu velho carro. Chegou até a pensar em tentar despistá-lo. Sua pulsação se acelerou diante da idéia.

Mas como conseguiria?, perguntou-se, consciente de que seria uma tolice de sua parte.

Já estava escuro quando chegaram à Albert Terrace. As árvores ao longo da avenida eram muito altas e seus galhos projetavam uma sombra enorme sobre a calçada, onde as crian­ças costumavam brincar até altas horas da noite.

Alex estacionou o carro, abriu a porta e caminhou na direção de Elizabeth. Nesse momento, ela sentiu uma contração forte no estômago. Estaria com fome?

— Esta é uma das casas que a universidade cede aos pro­fessores? — Alex perguntou, admirando-a.

— Não.

— Gosto daqui. É estilo vitoriano, não?

— E os gregos entendem de coisas desse tipo?

— Os meio-gregos sim — Alex retrucou, sem rancor. — Minha mãe era tão inglesa quanto você.

— Como sabe que sou inglesa? — ela perguntou, abrindo a porta da frente. — Poderia esperar um pouco aqui, por favor? — pediu, caminhando na direção de uma outra porta.

— Por que devo esperar aqui? — ele retrucou. — O que vai fazer?

Elizabeth sentiu o sangue subir ao rosto.

— O que diria se eu lhe falasse que vou ao... banheiro?

— Se é verdade o que diz... Importa-se que eu dê uma olhada pela casa?

— Sim, me importo — ela respondeu, ríspida.

— Então... não vá.

— Não pode fazer isso!

— Acho que você não está em condições de me dizer o que posso, e o que não posso fazer. Não se preocupe. Não vou mexer em nada. Só quero dar uma olhada.

Elizabeth respirava rapidamente, tentando controlar a raiva que sentia. Relutante, deixou a sala. Afinal, o que ele poderia fazer ali?

Ela molhou o rosto várias vezes e lavou as mãos. Pensou em trocar a roupa por algo mais confortável; jeans, por exem­plo, e uma camiseta bem larga. Mas desistiu da idéia. Alex poderia pensar que se arrumara devido à sua presença.

Inconscientemente, tirou os sapatos. Aquilo era uma coisa que sempre fazia ao entrar em casa.

Saiu e olhou ao redor, na direção da sala de jantar e da sala de visitas. Alex não estava por ali e, muito menos, na cozinha. Será que tinha ido embora sem se despedir?, ela per­guntou-se, num misto de curiosidade e remorso.

Tentava descobrir onde ele se encontrava quando sentiu um vento frio no rosto. A porta da frente estava aberta... Então... ele não tinha ido embora! Não tinha ficado com pena dela ou decidido que já a havia atormentado demais. Estava somente lá fora, provavelmente no jardim. Era tudo!

Elizabeth caminhou ao seu encalço, mas lembrou-se de que estava descalça, por isso achou melhor voltar para dentro. E foi então que o viu. Alex estava andando, cabisbaixo, por entre

O jardim que ela cuidava com tanto carinho e esmero. Sua aparência denotava uma dor profunda e Elizabeth sentiu-se inclinada a ir ao seu encontro para confortá-lo.

Não! Meu Deus, não posso me deixar levar por esse tipo de sentimento, pensou. Mas ele acabou de perder o filho... Deve estar sofrendo muito...

Resolvida a não se deixar envolver, caminhou até a janela e de lá ficou observando Alex. Nesse momento, ele a viu. Quando seus olhares se encontraram, Elizabeth sentiu a res­piração se acelerar e a pulsação ficar alterada.

Olharam-se fixamente ainda por alguns segundos e, final­mente, Alex voltou para dentro da casa, encontrando-a na co­zinha.

— Gostaria de... tomar um chá? — ela perguntou, sem se virar.

— Prefiro alguma coisa mais forte — ele respondeu, enlaçando-a pela cintura, o que fez com que Elizabeth se assustasse, deixando cair o pires no chão.

— Não faça isso! —ela exclamou, descontrolada. — Você me assustou.

— É mesmo? E se eu não tivesse feito isso, não se importaria se eu a agarrasse?

— Não... bem... sim. — Elizabeth sentiu que as palavras não haviam saído coerentes. — Por favor, não poderíamos nos concentrar em encontrar uma saída para o problema de

— Linda? O que aconteceu entre nós realmente não é relevante.

— Você acha que não? — Seus olhos negros fitaram-na, expressivos, e quando tirou as mãos da cintura de Elizabeth, ela sentiu-se frustrada.

— Acho... acho que deveria saber o que Linda me disse — ela insistiu, tentando parecer natural. — Sabia que Tony fez uso de drogas e que tinha uma dívida com os fornecedores?

— O quê?! — Alex indagou, sua expressão agora totalmente modificada. Ele não acreditava no que acabava de ouvir.

— Não acha melhor nos sentarmos e conversar sobre isso? — ela sugeriu, caminhando para a sala. — Linda...

— É mentira!

— Não, não é. É verdade.

— Foi Linda quem te contou?

— Sim.

— Eu não acredito nisso — ele disse, novamente, mas agora sua voz denotava menos convicção. — Ele... diabos, ele teria me contado! Eu era o pai dele!

— Sinto muito.

Não havia mais nada que ela pudesse dizer. Talvez não devesse ter lhe contado, Elizabeth pensou. Também não havia nada que ele pudesse fazer. Mas, com certeza, merecia saber a verdade. Quem sabe até ajudaria a aliviar sua dor.

— O que mais ela disse?

— Linda disse que Tony... bem, que ele não se dava muito bem com... o avô — ela revelou, por fim, mascarando um pouco a verdade. Ele não estava preparado para ouvir que o neto odiava o avô. — Acho que ela percebia que devia haver algum tipo de pressão sobre Tony, com relação aos exames finais.

— De quem?

— Não tenho certeza.

— Ela disse que meu pai entrou em contato com Tony?

— Talvez. Em todo o caso, isso aconteceu algum tempo atrás. As drogas, quero dizer. De acordo com Linda, Tony já deixara o vício antes de eles ficarem juntos.

— Entendo.

Alex parecia estar considerando tudo o que ela dissera e, para o alívio de Elizabeth, a expressão de espanto desaparecera de seu rosto.

— Fale-me sobre Linda. O que acha dela? Que tipo de pessoa ela é?

— Você já a conhece.

— Eu conheci muitos amigos de Tony — Alex disse. — Acredite ou não, ele não era um estranho para mim. Tínhamos nossas... diferenças, devo admitir. Mas qual pai que pode dizer que não tem problemas de relacionamento com seu filho? Pen­sei que ele fosse feliz e que estava feliz com a vida que levava aqui na Inglaterra. Não deve imaginar o que senti quando soube que estava morto.

Elizabeth pensou que talvez soubesse. Lembrava-se de como havia se sentido quando sua irmã falecera. Mas isso tinha sido havia muitos anos e era uma coisa da qual não queria se lem­brar.

— Por isso preciso saber mais sobre a mulher que foi esposa de meu filho — Alex continuou. — Ela não me quer por perto. E eu nem sequer sabia que estavam casados e que poderia haver um fruto do relacionamento de ambos.

— O que quer dizer?

— Talvez ela esteja grávida e eu não gostaria de ver meu neto crescendo sem saber da minha existência.

— Mas... ela disse que não está... — Elizabeth balbuciou, sem ter certeza.

— Você perguntou a ela?

— Sei que não é da minha conta, mas perguntei. Quem sabe é por isso que ela... ela...

— Não quer me ver?

— Sim — Elizabeth respondeu, depois de um momento de hesitação.

Uma expressão de profunda tristeza se abateu sobre ele.

— Então... não tenho mais filho nem a perspectiva de um neto. Está tudo acabado. Você está vendo um homem que não terá nenhum herdeiro, srta. Haley.

— Você poderia... se casar novamente.

— Acho que não.

— Por quê?

— Porque acho que não sou capaz de manter um relacio­namento duradouro. Minha esposa me deixou por causa de um outro homem, meu filho está morto... só Deus sabe por que e como, minha nora não quer nem mesmo falar comigo e você... — Alex fez uma pequena pausa. — ...você se esforçou ao máximo para que eu nunca mais a encontrasse de novo.

Elizabeth balançou a cabeça.

— E por que iria querer me encontrar com você novamente?

— E por que não? Certamente deve imaginar o que senti ao descobrir que o apartamento estava vazio. Meu Deus, você não tem a menor consideração? Sabe o que fez com meu ego?

— Você só está preocupado com seu ego?

— Sabe que não é bem assim...

— Não acredito que tenha achado aquela experiência tão... inesquecível — ela disse, baixinho.

— Não brinque comigo, Beth — ele advertiu-a e, pela pri­meira vez desde aquela noite no apartamento era Londres, ela ficou com medo da conseqüência de seus atos. — Posso não ter sido o amante de seus sonhos, mas foi muito bom o que aconteceu entre rios. Deveria dizer "ótimo", apesar de seu jogo.

Meu jogo?!

— E como chamaria o que fez comigo? — ele perguntou, fitando-a profundamente.

— Não foi isso! — ela exclamou. Alex aproximou-se e enlaçou-a pela cintura, ficando perigosamente perto de seu ros­to. — Alex, não faça isso! Largue-me!

— Não foi o que disse naquela noite — ele murmurou, mordiscando suavemente sua orelha. — Se bem me lembro... estava ansiosa por meu corpo. Desesperada para que eu a tocasse... a beijasse... e a amasse. Sim... estava ansiosa por tudo isso.

— Você está sendo... desagradável! — ela gritou, não que­rendo que ele percebesse o quanto se sentia vulnerável em sua presença. Mas não conseguiu evitar que Alex encostasse os lábios nos dela. Por um momento, fechou os olhos, apro­veitando aquele momento mágico.

Os lábios de Alex eram exigentes, mas não brutais. Sua língua procurava pela dela, ao mesmo tempo com desespero c suavidade.

Por um momento que pareceu uma eternidade, Elizabeth correspondeu àqueles carinhos provocativos. De repente, sentiu tini frio percorrer-lhe a espinha e recobrou a consciência.

— Solte-me!

Com um esforço inimaginável, libertou-se dos braços de Alex.

— Acho... bem... você falou alguma coisa sobre tomar chá... — ele murmurou, se recompondo.

Como ele podia pensar em chá, quando momentos antes...

— Eu não sabia que gregos gostassem de chá — ela co­mentou, enchendo as xícaras de água quente.

— Não se esqueça de que sou meio grego... meio inglês ele respondeu. — Além do mais, você não sabe nada a

meu respeito, a respeito de meus gostos. É irônico, não? Dor­mimos juntos, mas não sabemos nada um do outro.

— Talvez porque não consiga falar sobre mais nada, além do que aconteceu naquela noite... em Londres — ela retorquiu. Depois, com uma ponta de impaciência, acrescentou: — Hoje o dia foi muito bonito, não acha? O verão britânico parece ficar cada vez mais quente.

— Bem... está mudando de assunto, por quê?

— Escute, Alex, eu já lhe pedi desculpas pelo acontecido. O que mais quer que eu diga? Sinto muito se feri seu orgulho. Não pensei que isso pudesse acontecer...

— Não?!

— Quero dizer... não sabia quem você era — ela murmurou, confusa.

— Certo. Você não sabia quem eu era. Não sabia — repetiu, nervoso. — Deixando isso de lado, tenho uma proposta irre­cusável: você convence Linda a ir a Atenas e prometo que, depois que estivermos lá, nunca mais ouvirá falar de mim.

— Mas... isso é chantagem!

— Sim.

— Mas... ela não vai querer ir! Eu já lhe disse...

— Ela irá sim, se lhe disser que vai junto — Alex inter­rompeu-a. — Esqueça o chá. Lembrei-me de que não estou com tanta sede assim. Vou embora agora para que tenha tempo de pensar, mas não tome decisões precipitadas pois posso ficar realmente muito aborrecido.

 

 



  

© helpiks.su При использовании или копировании материалов прямая ссылка на сайт обязательна.