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CAPÍTULO IV



CAPÍTULO IV

 

Alex estava chegando à Universidade de Yorkshire. Fora uma decisão consciente, nascida do desejo de não repetir o mesmo fracasso de semanas antes. Por isso, voara até o aeroporto local e, de lá, seu piloto o trans­portara de helicóptero. O tempo era essencial e, após concluído o que fora fazer, teria todo o tempo do mundo.

Apesar de tudo, estava apreensivo. Não era possível que Tony estivesse morto. Parecia que ainda era a mesma criança que terminara os estudos numa escola primária de Atenas...

Alex ainda se lembrava de como o avô ficara irado quando o neto demonstrara interesse em estudar na Inglaterra. Apesar de sua segunda esposa, mãe de Alex, ser inglesa, o velho Constantine não o encorajara a quebrar a tradição da família Thiarchos.

George e Alex haviam desposado mulheres que o pai havia escolhido e era esperado que seus filhos, netos de Constantine, seguissem o mesmo caminho.

Cursar uma universidade na Inglaterra era o mesmo que cortar os vínculos familiares e, apesar dos esforços de Alex para defender o ponto de vista do filho, ele próprio tinha tido suas dúvidas. E, por razões que tinham mais a ver com o ressentimento que nutria pelo pai, Alex permaneceu firme. Se o filho queria viver em outro lugar, por que não deixá-lo ir? Ele mesmo estava vivendo e trabalhando em Londres! E se Tony precisasse de alguma ajuda, ele estaria lá para ajudá-lo.

Alex apertou os lábios. Mas ele não tinha estado. Nos três anos seguintes à mudança de Tony para a Inglaterra, tinha visto o filho somente algumas vezes. No entanto, não era de todo culpado. Tony tinha feito amizades na Universidade de Yorkshire, pelo menos era o que dizia, e passara os feriados e as férias escolares esquiando ou viajando de carona pela Europa. Não haviam perdido o contato, é claro, apesar de Tony não querer mais passar as férias na casa dos avós, ou mesmo do pai.

Alex, por sua vez, estivera muito ocupado, viajando como vice-presidente das empresas Thiarchos. E Tony nunca havia sequer insinuado que estava pensando em casamento... ou que tinha se casado. Ou ele estaria tão desesperado que resolvera cuidar da própria vida sem nem sequer dar satisfações a quem quer que fosse?

Alex atravessou a ponte que separava a cidade da univer­sidade e entrou no campus. Um lago, repleto de cisnes, formava um cenário perfeito, ladeado por várias placas que indicavam os inúmeros departamentos.

Ao chegar num cruzamento, evitou o lugar onde o filho havia batido o carro. Ainda não estava preparado para enfrentar a dor que certamente sentiria. Na realidade, Alex pensava nunca mais pôr os pés naquele lugar, mas...

Pela primeira vez, desde que chegara a Londres naquela manhã, parou para pensar em Elizabeth Ryan. Ou melhor, Haley. Sabia que ela preferiria que ele se mantivesse longe, mas, droga, queria uma explicação e, de uma maneira ou outra, estava determinado a arrancar-lhe a verdade.

Não que ela fosse a causa daquela viagem, ele tentou se convencer. Precisava falar com Linda mais uma vez e con­vencê-la de que devia alguma coisa à família de Tony. Mesmo que não tivesse nenhuma intenção de ir embora para a Grécia.

Alex viu uma placa indicando o prédio do curso de Literatura Inglesa, onde certamente encontraria Elizabeth, e sentiu um arrepio. Será que ela estaria mesmo lá?

Ela era professora... E o que mais? Seria uma mulher de programa? Não!, censurou-se. Impossível, pois quando tinham ido para a cama, ela era virgem!

A princípio ficara preocupado. Mesmo percebendo que ela apagara, deliberadamente, qualquer indício de sua presença naquele apartamento, ainda mantivera uma certa esperança de que Elizabeth entrasse em contato com ele. Passara a checar toda a correspondência várias vezes, assim como as mensagens deixadas na secretária eletrônica. Mas... nada! Por fim, enten­deu que ela não tinha a mínima intenção de encontrá-lo no­vamente. Por isso, ao vê-la no funeral do filho, ficara tão... perturbado. Porque, desde aquela única noite que haviam pas­sado juntos, ele não conseguira tirá-la dos pensamentos.

Bem, primeiro vamos até Linda, pensou, mudando de di­reção. .

A determinação da garota em não aceitar nada de sua família só havia feito com que Alex passasse a respeitá-la e até a simpatizar com ela. Mas ela era a viúva de Tony... e, tinha algumas responsabilidades. Como viajar até a Grécia e demonstrar respeito por Constantine Thiarchos...

Elizabeth estava em seu escritório, concentrada numa pilha de trabalhos à sua frente, quando uma das secretárias entrou, dizendo:

— Você tem uma visita, Beth.

— Quem é? — perguntou, querendo parecer casual, apesar de já ter pressentido- quem seria.

— Ele disse que é pai de Tony Thiarchos — a secretária respondeu, fechando a porta atrás de si. — Meu Deus, você já o viu antes? Ele não parece ter idade para ser pai de um jovem de vinte anos! E é bem bonitão!

—Faça-o entrar, Heather — Elizabeth disse, aliviada por sua voz ter soado normal. — Eu... bem... já esperava por ele.

— Esperava?!

Heather olhava-a intrigada, e, percebendo que dali poderia começar um boato sem fundamento, Elizabeth tratou de ex­plicar:

— Ele vem falar sobre Linda. Poderia nos trazer chá?

A moça, aparentemente, ficou menos entusiasmada quando ouviu o motivo que levava Alex Thiarchos até a sala de Elizabeth Haley.

— Prefere que traga na xícara ou no bule? — indagou, abrindo a porta. Ao ver a expressão do rosto de Beth, com­pletou: — Está certo, no bule.

Heather pediu que Alex entrasse. Ele usava uma roupa es­porte e Elizabeth não pôde deixar de notar a camisa pólo azul, combinando perfeitamente com a calça em linho creme. Aquela era a primeira vez que o via com trajes mais informais, desde o dia da festa. No funeral e, logo em seguida, na casa da sra. Adams, ele usara terno. O mesmo terno, se bem se recordava. Preto e muito clássico. Aquilo foi o suficiente para fazê-la se lembrar de coisas que tentava esquecer. Lembranças de Alex tirando a camisa, deixando à mostra o torso nu e sensual, os músculos retesados. Lembranças de Alex deitando-se a seu lado e o calor que emanava de seu corpo ao possuí-la...

Elizabeth balançou a cabeça para espantar as recordações, esforçando-se por não deixar que ele percebesse sua pertur­bação.

— Sr. Thiarchos — disse, apontando-lhe uma cadeira. — Não quer se sentar?

Alex caminhou na direção que Elizabeth indicara.

— O senhor veio falar sobre Linda, é claro.

— É?

— Não veio? Havia um recado na recepção, dizendo que viria até aqui para conversar sobre Linda Daniels.

— Minha nora deixou uma mensagem dizendo que você queria falar comigo sobre ela, Mas creio que temos outros assuntos para discutir.

Outros assuntos?! — Elizabeth indagou, assustada. Será que ele desconfiava de alguma coisa? — Acho que nada é mais importante, agora, do que o bem-estar daquela garota. Ela está muito confusa, sr. Thiarchos e...

— Me chame de Alex — ele interrompeu-a. — Meu nome é Alex — repetiu, lançando-lhe um olhar frio e impessoal. — É muito tarde para começar a me chamar de "sr. Thiarchos", não acha, Liz!

— Beth — ela corrigiu-o em seguida. — Todos me chamam de Beth. É melhor me chamar assim, se insiste em deixar de lado as formalidades. Mas eu o chamarei por "sr. Thiarchos", se não se importar. Não será bom para nenhum de nós sermos tão... íntimos.

— Como se fôssemos... amantes? — ele sugeriu.

— Nós... nós não somos amantes! — ela declarou, num tom mais alto do que pretendia. — E ficaria muito agradecida se não fizesse tais comentários aqui. Concordei em falar-lhe para o bem de Linda, e é tudo! Agora, podemos nos ater à razão que o trouxe até aqui e sermos o mais breve possível?

— Você está sendo muito condescendente. — A expressão de Alex demonstrava incredulidade. — Sei muito bem que não está nem um pouco preocupada com o estado de Linda. Meu filho morreu e eu tenho que conviver com isso! Estou aqui devido ao nosso relacionamento!

— Nós... não temos nenhum relacionamento — ela mur­murou. — Sr. Thiarchos... por favor... não quero levar isso adiante. Se seu filho ainda estivesse vivo, nós não teríamos nos encontrado.

— Sim. Você se encarregou direitinho de providenciar isso, não é? — Alex acusou-a.

Elizabeth arrependeu-se por ter permitido que Linda a convencesse a conversar novamente com Alex Thiarchos. Deveria ter se lembrado de como ele ficara nervoso logo após o funeral.

— Olha o chá! — Heather disse, entrando sem bater. — Precisa de mais alguma coisa? — perguntou. Como não ob­tivesse resposta, saiu, não sem antes parar na porta, lançar um olhar para ambos e dizer: — Se precisar de mais água quente é só pegar na cozinha, Beth. Vou sair em cinco minutos, pois marquei uma consulta no dentista.

A porta se fechou atrás dela com força. Tentando se con­centrar na xícara de chá que segurava, Elizabeth esforçou-se para não se perturbar com Alex quando este se levantou e caminhou em direção à janela, que ficava bem atrás dela.

— Quer açúcar e leite? — ela perguntou, angustiada ao perceber o tremor de sua voz.

— Não — ele respondeu, seco. — Pelo amor de Deus, por que fez aquilo?

Elizabeth não queria irritá-lo ainda mais, perguntando a que ele se referia, mas era difícil encontrar uma resposta satisfa­tória.

— Bem... foi uma... coisa de momento — disse, o que não era totalmente mentira. — Eu não sabia que... iria terminar daquela... maneira.

— Não. Não foi isso.

— As coisas acontecem. Tenho certeza de que não é a primeira vez que uma mulher...

— Me seduziu? — ele indagou. — Bem, acredite ou não, foi a primeira vez que uma mulher veio até mim tão... expres­sivamente. Você foi ardente, Beth. Acredite, eu me lembro. O que não tem nenhum sentido é por que fez aquilo. Estava assim tão desesperada para perder a virgindade?

— Pare com isso! — Ela não podia mais permitir que Alex continuasse a falar com tanto cinismo e sem qualquer emoção do que havia acontecido. — Tudo bem. Eu me comportei mal.

— Deve ter sido por causa dos drinques que tomei. Eu não cos­tumo beber e...

— Não! Se houve alguém que sofreu o efeito do álcool, só pode ter sido eu. E não foi por acaso. Tudo foi perfeitamente premeditado.

Elizabeth ia tomar um gole de seu chá, mas suas mãos estavam tremendo tanto que achou melhor repousar a xícara sobre a mesa.

— E então? Não acha que mereço uma explicação? Ou acha que tem o direito de violar o corpo de um homem?

Vi... violar? — ela repetiu, sem acreditar no que ouvia. — Eu não o violentei!

— Não?! E como se chama fazer uma pessoa beber e tirar vantagem de seu estado? Se eu tivesse feito isso com você, o que diria?

— E... é diferente.

— Em quê?

— Você sabe. Olhe... tudo bem... sinto muito. Talvez eu não devesse ter permitido que aquilo acontecesse. Mas... agora é tarde e não há nada que eu possa fazer.

— Sim, há, diabos! Pode me dizer por que fez aquilo. Apos­tou com alguém? Tem outra pessoa por trás disso? — Alex gritou, segurando-a pelos ombros, forçando-a a olhá-lo nos olhos. — Vamos, responda!

— É... é uma loucura! Não me toque! Não tenho nada para lhe dizer!

— Oh, sim, você tem! A menos que queira que eu torne as coisas mais difíceis para você, acho melhor pensar direitinho no que vai me falar.

— Não... não pode me ameaçar.

— Não posso?

— Não! Estou saindo da universidade quando as aulas ter­minarem. Não voltarei mais para Sullem Cross depois das férias de verão.

— Para onde está indo? — Alex indagou, arqueando a so­brancelha.

— Não acha que eu lhe diria, não é? Meus planos só dizem respeito a mim. Agora, podemos conversar civilizadamente?

— Certo. Você que falar sobre Linda. Então, vá em frente! A súbita concordância de Alex deveria ter feito com que

Elizabeth se sentisse mais tranqüila, mas não. Foi muito rápida, muito fácil. E havia alguma coisa no olhar de Alex, em sua expressão, que deixou-lhe uma sensação de que nem tudo es­tava resolvido.

— Não quer se sentar novamente? E que tal uma xícara de chá?

— Sem chá — retrucou Alex.

— Linda disse que você quer que ela conheça o avô de Tony.

— Quer dizer... meu pai. Ele mora na costa sul de Atenas.

— Bem... Linda sente, que não é o momento certo de ir à Grécia.

— É mesmo?

— Sim. Acho que tem muitas preocupações na cabeça, ago­ra. Quero dizer... além de tudo o que aconteceu, há os exames Unais — Elizabeth explicou, tomando mais um gole de chá.

— Mas ela não precisa fazê-los!

As palavras soaram mais como uma ordem do que uma sugestão. Nesse instante, Elizabeth sentiu uma onda de náusea.

Oh, não, Deus, agora não!, pensou, desesperada. Não poderia ter enjôo justamente agora, com Alex Thiarchos bem à sua Crente. Tentando se controlar, colocou a mão na boca e co­meçou a suar frio.

— Você está se sentindo bem? — ele indagou, preocupado.

— Eu... estou... bem — ela murmurou depois de um instante.

— Por que disse que Linda não precisa... fazer os exames?

— perguntou, engolindo a saliva abundante que se formava em sua boca. — Ela precisa fazer se quiser tirar o diploma.

— Pode tirar o diploma no próximo ano, se for tão impor­tante para ela — Alex respondeu. — Ela é a viúva de meu filho, srta. Haley. Não tem condições de se sustentar sozinha.

— Já sabe que ela não quer nada que venha de sua família e...

— Infelizmente, ela não tem escolha — Alex interrompeu-a. — Minha mãe escolheu Tony para ser seu herdeiro. Como viúva, ela receberá a fortuna que seria dos filhos de Tony.

— Linda... Linda sabe disso?

— Tentei contar-lhe em Londres, mas ela não me ouviu. Sugiro que tente fazer isso por mim.

— Eu não sabia...

— Pressenti isso. Vamos sair daqui agora e ir para um lugar onde possamos conversar mais tranqüilos? É óbvio que não está se sentindo bem, e creio que ambos poderíamos tomar um ar fresco.

— Eu... não posso fazer isso.

— Sim, você pode. Se quiser que eu seja bonzinho com sua amiga.

— Mas isso é. chantagem!

— Prefere chamar assim?

— Não.

— E o que pensei.

Alex aproximou-se da cadeira onde estava Elizabeth e co­locou a mão em seu ombro.

— Vamos — disse. — Você pode me mostrar onde é sua casa de verdade e não aquele apartamento que alugou sob um nome falso.

 

 



  

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