Хелпикс

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CAPÍTULO V 2 страница



Suspirando, afastou-se do sofá e voltou para o hall. Onde estaria a cozinha? Perguntou-se, desejando encontrar algo para comer. Encontrou-a em seguida, mas ela já tinha um ocupante. Quando Andréa abriu a porta, Prinz saltou imediatamente de sua cesta, rosnando e latindo, e ela soltou um grito. Nesse momento ouviu o homem:

— Mas o que você está fazendo?

Andréa voltou-se e deu de cara com o barão. Seus olhos pareciam pesados e menos penetrantes do que habituai mente. O cabelo estava revolto e ele irradiava uma atração fantástica, passando a mão no peito coberto de pêlos louros.

— Eu. . . Estava com fome — ela explicou, numa atitude defensiva. — Desculpe tê-lo acordado.

— Não me acordou, não, Fràulein. Não estava dormindo.

— Estava, sim! Eu vi! — Andréa ficou indignada,

— Não. Não estava. Percebi quando me espiou, ao lado do sofá. Andréa sentiu-se aborrecida e embaraçada. Sua expressão a teria traído naquele momento revelador?

— Podia ter dito alguma coisa! — declarou.-

— Não queria alarmá-la, Fräulein. — Percorreu seu corpo com o olhar, deixando-a perturbada. — Está melhor?

— Sim. . . Sim, acho que sim. Pelo menos estou um pouco mais descansada. — Andréa, sem querer, expressava-se com uma certa aspereza. — Será que posso tomar um copo de água?

— Acha que isto a satisfará, Fräulein?

— Você disse que deixaria de me chamar de Fräulein! — exclamou Andréa. — Não, claro que não me satisfará. Mas. . . Não quero lhe dar mais trabalho do que já dei.

— Eu disse que tinha me dado trabalho?

— Devo ter dado, não? Você está dormindo, ou pelo menos tentando dormir em um divã e eu estou usando sua cama.

— Não se preocupe, Frau, srta. Connolly. Não é a primeira vez que durmo em um divã. O que posso lhe oferecer? Salsichas, queijo, ovos? Que tal uma omelete, viel-leicht?

— Você está querendo dizer que outras mulheres dormiram aqui? — insistiu Andréa.

— Não há por que se preocupar com isto, srta. Connolly! — disse

 Axel, encarando-a, e ela ficou tão encabulada quanto uma escolar. — E então? O que prefere?

Andréa controlou seu ressentimento e deu de ombros. — Tem pão? — indagou amuada.

— Claro.

— Então comerei um sanduíche de queijo. Não precisa se dar ao trabalho. Eu mesma faço, obrigada.

Axel ignorou-a, cortando uma generosa fatia de queijo amarelo e abrindo uma lata de manteiga. Nesse momento voltou a olhar para ela.

— Como está o joelho? — Está melhorando.

— Vou examiná-la depois de comer. — Não há necessidade. .

— Mas é claro que há! — ele retrucou bruscamente. — Deveria exami­ná-la antes, mas achei que precisava de repouso.

Andréa não respondeu, limitando-se a olhá-lo enquanto ele espalhava manteiga no pão e preparava um sanduíche com duas fatias de queijo. Entregou-o a ela.

— Muito obrigado.

Andréa teria comido ali mesmo, mas ele discordou. — Aqui está muito frio. Vamos para a sala de estar. Vou colocar um pouco de lenha na lareira.

A Andréa não restava outra escolha senão obedecê-lo. Tentando não demonstrar a dor que ainda sentia no joelho, precedeu-o através do hall, ouvindo-o dirigir-se com ternura ao cachorro antes de apagar a luz e fechar a porta.

O sanduíche estava muito bom e Andréa tentou não prestar demasiada atenção na figura de Axel, sentado diante dela em uma poltrona. Ele lhe servira um copo de vinho tinto e quando ela terminou sentiu-se consideravelmente mais segura a respeito de si mesma. Parecia-lhe quase impos­sível que já fosse duas e meia da manhã. Sentia-se completamente dês­perta, como se tivesse dormido a noite inteira. Mesmo assim, assustou-se quando ele se levantou e ajoelhou-se diante dela.

— Agora vamos ver sua perna, ja — e suas mãos afastaram o roupão e puseram o joelho ferido ã mostra. Andréa recostou-se na poltrona, cerrando os olhos para escapar da intensidade do olhar de Axel. Havia algo de sensual e desconhecido em seu toque e ela queria saborear aquela sensação até o fim, sem permitir que a mais leve sombra de censura inter­ferisse no que estava acontecendo. Ao sentir que suas mãos se afastavam abriu os olhos com relutância e viu que ele se levantava.

— Acho que não há nenhum osso quebrado — ele declarou! — O joelho está bastante machucado e possivelmente houve uma distensão muscular, mas não tenho certeza. Alguns dias de repouso, como recomen­dei à sua prima, serão suficientes.

— Janete! — Andréa arregalou os olhos. Tinha esquecido completa­mente a prima. — Você telefonou para o hotel? — ela perguntou ansio­sa Axel fez que sim.

— Conseguiu falar com Janete?

— Não. Falei com Nicholas Lieber. Ele disse que contaria para sua prima o ocorrido.

— Graças a Deus. Eu não sou muito agradecida, não é mesmo?

— Não esperava sua gratidão, Frau... Srta. Connolly.

Andréa olhou-o exasperado. — Por que tem tanta dificuldade em usar meu nome? Isto não acontece em relação à Janete.

— Ah, é verdade, isso a deixa aborrecida. Tentarei me lembrar.

— Você gosta de Janete, não é?

— Sua prima é uma jovem encantadora — ele respondeu polidamente.

— Você tem família? — ela perguntou, cheia de curiosidade. — Ou este é seu único lar?

— Tenho uma casa, um Schloss: a alguma distância de Grossfeld.

— É mesmo? — Andréa ficou intrigada. — Um Schloss! Esta palavra quer dizer castelo, não é mesmo?

— Nossas concepções do que seja uma casa divergem enormemente, srta. Connolly. Na verdade, o castelo é pouco mais do que uma ruína. Meus pais morreram quando eu era muito jovem e fui criado por um tio na Baviera. Nosso lar começou a entrar em decadência após a invasão alemã e eu não consegui restaurá-lo.

Andréa acreditou nessa história, que, aliás, não era incomum. Provável­mente o mesmo tinha sucedido com toda a nobreza decadente da Europa. A guerra exigia seu pesado tributo de vidas humanas e de capital e, quando terminou, não havia meios de reparar os vestígios de um passado de glórias. Não era de admirar que um homem de sua posição social rondasse os membros mais abastados da sociedade. . .

— E então você se tornou instrutor de esqui?

— Pois é. Já exerci várias profissões. A única vantagem de minha posição é que graças a ela recebi uma educação excelente.

— Janete contou-me que você viajou pelo mundo todo.

— Janete é uma ouvinte muito atenta, srta. Connolly.

— Eu também sou. — Encarou-o, com um claro desafio no olhar. — Quais são suas intenções em relação a minha prima, Herr Barão? Gosta dela? Consegue ver Janete como a baronesa von Mahlstrom?

— Acho que este assunto não lhe diz respeito, srta. Connolly — ele replicou com frieza. — No entanto, gostaria de saber por que me faz semelhante pergunta.

Andréa sentiu que voltava a ruborizar-se, mas manteve-se firme.

— Como prima, sinto uma certa responsabilidade em relação a ela — respondeu de cabeça erguida.

— Com certeza sua prima tem suficiente capacidade de cuidar de seus interesses, não? — sugeriu Alex muito calmamente. — E naturalmente está a par de que conheço o pai de sua prima. — Fez uma pausa muito significativa. — Se eu tiver intenções em relação a sua prima, srta. Connolly, naturalmente discutirei o assunto com o pai dela em primei­ro lugar.

Andréa encarou-o, irritada. Ele sempre conseguia faze-la sentir-se infe­rior eela não gostava daquilo.

— Vou buscar uma atadura — disse Axel e ela deu de ombros. Come­çava a tomar consciência do que aquela incapacidade significava e as perspectivas não eram das mais agradáveis.

A atadura estava úmida e terrivelmente gelada e ele a passou em volta do joelho, tomando cuidado para não amarrar com muita força. Segurou-a com um alfinete e em seguida pôs-se de pé. Estendendo a mão a Andréa para que ela se levantasse.

Andréa, porém, ignorou seu gesto e ele a olhou com impaciência. — Deveria ir para a cama, Fràulein — ele aconselhou brevemente, e seus olhos revelaram a irritação de que estava tomado.

— Por quê? Não estou cansada. Vá você para a cama. Afinal de contas, ela é sua.

— Não desejo discutir, Fràulein.

— Não mesmo? — perguntou Andréa, exaltada. — Por que não? Eu não sou obrigada a fazer tudo o que você diz.

Aquilo era uma infantilidade e ela tinha plena consciência do fato. Ele, porém, limitou-se a dizer: — Sehr gut, Fràulein. Então, por favor, tenha a bondade de sentar-se na poltrona a fim de que possa me acomodar no divã. Ao contrário da senhorita, não estou de férias e tenho muito que fazer amanhã de manhã.

Andréa revoltou-se, mas acabou desistindo: — Oh, está bem! — Tentou levantar-se, mas o joelho cedeu e ela agarrou-se a Axel. Esperava-se alguma reação de sua parte, decepcionou-se. Ele esperou que ela recupe­rasse o equilíbrio e afastou-a com firmeza. Andréa deixou-se cair sentada na poltrona e Axel estendeu-se de comprido no divã.

— Por que não usa a cama, Axel?Eu poderia dormir ai com muito mais facilidade do que você.

— A cama é sua, Fràulein.

— Meu nome é Andréa! Por que não o pronuncia?

Ele reprimiu um bocejo. — Guie Nachi, Andréa — disse secamente, cerrando os olhos, e ela desviou o rosto.

A lenha que ele colocara na lareira queimava lentamente e Andréa não encontrava uma posição confortável na poltrona. Axel parecia ter ador­mecido e ela invejou a capacidade que ele tinha de relaxar em sua pre­sença. Fora o vento ainda zunia e o ruído era simplesmente enervante.

A lenha já estava no fim quando ela foi ao banheiro e ao voltar olhou para a pilha de madeira ao lado da lareira. Decidiu que não havia a menor razão para deixar o fogo apagar, mas avaliou mal o peso da lenha. Um dos troncos era pesado e ela teve de largá-lo, para não perder o equilíbrio. Caiu com um som surdo, arrastando outro na queda eela recuou, horrorizada. Sentiu um tremendo sobressalto no momento em que o braço de Axel rodeou-lhe a cintura.

— Onde é que você vai? — ele perguntou e ela o olhou como se esti­vesse pedindo desculpas.

— Eu... Eu estava pondo mais tenha na lareira, mas acabei derru­bando tudo.

Axel, ainda segurando-a pela cintura, contemplou-a com uma expressão curiosa no olhar. Para alguém que estava dormindo ele parecia por demais alerta e consciente do que ela estivera fazendo.

— Por que não foi para a cama? — ele indagou e ela, atônita, com­preendeu que não tinha ido porque não quisera afastar-se dele! O fato era tão surpreendente que ela por um momento, contemplou-o maravi­lhada, porém a expressão de Axel tornou-se tensa. — Não olhe para mim desse jeito, Andréa a menos que você esteja preparada para enfrentar as conseqüências.

— Que conseqüências? — ela indagou, com um fio de voz. — Oh. Axel. Mostre-me!

Com um murmúrio abafado elelevantou-a, puxando-a de encontro a seu corpo. Seus braços rodearam-na e seus lábios colaram-se aos dela. Ela entregou-se totalmente a ele e seus seios pressionaram a musculatura rígida de seu peito. Axel deitou-se por cima dela, aprisionando o corpo de Andréa com seu peso. Ela descerrou os lábios, oferecendo-se ao ato de posse. Ele segurou seu rosto enquanto a beijava, ao mesmo tempo em que lhe agarrava o seio com a mão livre.

Jamais Andréa fora beijada desse jeito, tão selvagem e adulto. Enquanto seu corpo arqueava sob o dele, convidando-o a fazer com ela o que ele bem entendesse, um resto de consciência dizia-lhe que ela não devia permi­tir, a um homem como ele. . . Já não tinha sofrido o seu desprezo, como resultado de suas tentativas de espezinhá-lo? E ele devia imaginar que ela não passava da prima pobre, alguém para quem um momento de excitação era mais valioso do que o bom senso e até mesmo a honra. E esperava que ela delirasse com aquela experiência e que a evocaria com prazer quando voltasse à vidinha normal de todos os dias.

 Andréa, no entanto, era a filha de Patrick Connolly. Seu pai tinha uma firma de construções, era milionário, e ela poderia comprar todos os nobres arruinados da Europa!

Mesmo assim, sua boca estava provocando coisas estranhas no meta­bolismo dela, provando-lhe que ele não era um noviço quando se tratava de conseguir o que queria de uma mulher. Suas mãos percorreram todo o corpo de Andréa, dos ombros às coxas, afrouxando o cordão de seu roupão, e seus lábios procuraram avidamente seus seios pontudos. Ela gemeu, empolgada, e com uma das mãos agarrou-lhe o cabelo, aproxi­mando-o mais, enquanto a outra mão aventurava-se em explorar o corpo de Axel até que ele a deteve, enterrando o rosto em seu pescoço e murmurando:

— Você sabe o que está provocando em mim?

Tremores que revelavam uma excitação incontrolável percorriam todo o corpo de Andréa. — Eu sei o que você provoca em mim — Ela respondeu bem baixinho. — Oh, Axel. Beije-me!

A letargia apoderava-se dela como uma fraqueza física. Sua primitiva resistência estava dando lugar a desejos que ela jamais sentira antes. Suas palmas apoiavam-se de encontro a seu peito, apreciando o toque daquele corpo rijo, e ela curvou as unhas como uma gata, enterrando-as em sua pele.

Ele então ergueu a cabeça, olhando-a, com os olhos ligeiramente ene­voados de emoção.

Mein Goa, quer que eu a possua? Eu a desejo, você está sentindo com certeza e acho que você também me deseja.

— Sim, sim, eu o desejo. — No estado de excitação em que se encon­trava, Andréa mal sabia o que dizia. Rodeando-lhe o pescoço, tentou puxá-lo, mas agora ele resistia.

— Pois é — ele disse calmamente. — Tinha razão: consigo excitá-la. Suas palavras tão controladas tiveram o efeito de acalmar Andréa instantaneamente. No momento em que a letargia a abandonava, ela lutou para desvencilhar-se dele.

— Por favor, deixe-me levantar.

— Para que fingir? — ele perguntou em tom zombeteiro, sem fazer a menor tentativa de soltá-la. — Seu protesto chega um pouco tarde, Lie­bchen. Deixe-me mostrar uma coisa. — Colocou uma das mãos de Andréa de encontro ao seu próprio coração, de tal forma que ela conseguiu sentir quanto à pulsação se acelerara. — Você vê, eu também estou tremendo. Nós causamos este efeito um no outro e isto é muito bom.

— Bom para quem? Você gosta de fazer amor com muitas mulheres ao mesmo tempo?

Ele sorriu ligeiramente. — Não é coisa que eu faça, Liebchen. Você sente ciúme da atenção que dediquei à sua prima Janete.

- Eu? Com ciúme? — A fraqueza de Andréa dissipou-se. — Você está louco! Não sinto ciúme de você e Janete.

— Você não consegue encarar a verdade, menina, mas devo lhe dizer que você está com ciúme, sim!

— Você enlouqueceu! — Andréa tentou se desvencilhar, — Vai me soltar ou não?

— No devido tempo, Fràulein. Você teve a oportunidade de ir dormir na cama, mas preferiu ficar aqui. E por quê? Porque no fundo de si mesma esperava que algo assim acontecesse. Não fique tão envergonhada, liebchen, eu também queria.

— Você não sabe o que está dizendo!

— Ao contrário, sei exatamente o que estou dizendo. Você e eu tomamos­mos consciência um do outro desde aquele incidente com sua prima, no dia em que chegaram. Você sabe disso tão bem quanto eu. Mentalmente, fiz com você tudo o que podia: toquei-a, beijei-a, acariciei-a. — Sorriu. — Você é capaz de negar que não agiu do mesmo modo em relação a mim?

— Negar? Claro que nego. Sempre que eu pensei em você era com... Desprezo.

— Oh, você é divertida, Liebchen. Não gostaria de me aborrecer na sua companhia — disse rindo.

— Você vai me soltar ou não?

— E se não soltar? Há alguns minutos você queria que eu possuísse seu corpo. . . -- Não!

— Queria, sim. Foi fantástico.

— Não deixarei que você toque em mim!

— É mesmo? Pois não concordo. Se eu quiser que você se submeta a mim, você o fará. Consigo excitá-la a tal ponto que você suplicará para que eu a possua.

Andréa tentou livrar-se dele, inutilmente. Não era possível que aquilo estivesse acontecendo. Haviam acontecido coisas semelhantes no passado, mas em todas as ocasiões ela conseguira controlar completamente a situa­ção. Não era pudica e acreditava de verdade que se amasse alguém, de fato, estaria preparada para abandonar-se livremente, sem nenhuma restri­ção, mas sempre com a perspectiva de um casamento por trás de tudo. Entretanto, jamais tivera um comportamento promíscuo e o modo como seu corpo respondera a Axel a deixava assustada.

— Por favor — suplicou. — O que você quer de mim?

— Quero lhe falar um pouco a respeito de mim mesmo.

 — Não estou interessada.

— Mas ficará. Sabe,já estou cansado de ser um instrutor de esqui e de viver em Tírossfeld. Já estou cansado das mulheres que pagam por meu trabalho e esperam algo mais do que aulas de esqui.

— Não tenho nada a ver com isso.

— Ao contrário, Fràulein, tem tudo a ver. Essas mulheres são frequen­temente de meia-idade. A juventude ficou para trás e elas pensam que podem recuperá-la.Seu dinheiro é bem-vindo, como você deve imaginar, mas suas atenções não o são.

— Por que está me dizendo estas coisas?

Ele deslizou o dedo de seu queixo até a linha de encontro de seus seios e inclinando a cabeça beijou-os,Andréa estremeceu, mas sua resposta deixou-a 'inteiramente abalada.

— A quem mais diria, a não ser à mulher com quem vou casar. Liebchen?

Ela estremeceu dos pés à cabeça. — Você está louco! Louco! Jamais casaria com você!

— Talvez case. — Ele falava com confiança. -— Então não serei mais instrutor de esqui e você se tornará baronesa!

— Eu. . . Eu jamais me casaria com você — ela repetiu com um fio de voz. — Você. . . Você é um aproveitador, um parasita! Vive à custa de mulheres embora as despreze! Além do mais. . . — Sua voz morreu na garganta. — Além do mais, casar comigo não faz o menor sentido. Não tenho dinheiro.         

— Não tem? Mas seu pai tem, nein?

— Você. . - está se referindo... A meu tio, E ele não estará disposto a sustentá-lo.

— Seu tio, Joseph Connolly? Não acho que a filha, de Joseph Connolly pudesse me ajudar. Mas a filha de Patrick Connolly pode. E você é filha de Patrick Connolly, não é mesmo. Fràulein? Não me iludi a esse respeito nem por um momento. Peço-Ihe desculpas se lhe dei a impressão contrária.

 

                        CAPITULO VII

 

Andréa sentiu que toda força a abandonava. — Você. . . Você sabe?

— Sinto muito. Há somente uma Andréa Connolly, filha do presidente da Companhia Construtora Connolly, uma das firmas mais prósperas da Grã-Bretanha,

— Mas... Mesmo assim...

— Vou tirá-la de sua perplexidade. Líebchn. Já lhe disse, conheci seu pai na casa de Fritz Síeiner. Ele tem muitoorgulho da filha e guarda muitos refratos seus na carteira.

— Mas que golpe baixo! E o que você esperava ganhar com isso?

— Talvez o mesmo que você, Fràulein. Uma oportunidade de estudá-la sem que você estivesse percebendo.

— Estudar-me?

— Claro! Como um von Mahstrom, eu tinha de ter certeza de que você estava qualificada para o meu título de nobreza.

— Você não está falando sério! Não me casaria com você nem que fosse uma mendiga!

— Tome cuidado. Palavras pronunciadas em um momento de exaltação podem provocar arrependimento.

— Então você acha que me arrependerei do que digo? Nada que eu possa dizer descreverá a baixeza de seu comportamento. E quanto a pensar que eu poderia desposá-lo. . .

Axel tentou acariciar-lhe o queixo, mas ela desvencilhou-se, furiosa.

— Não! Não me toque!

— Por que não?

— Eu. . . Eu o odeio!

— Não, não odeia, Líebchn. Tenho certeza de que não. Talvez você quisesse odiar, mas isto não basta. Veja só como seu corpo a trai cada vez que a toco. . . — Sem o menor esforço, ele fez com que os lábios de Andréa se apartassem. — Eu poderia possuí-la com tanta facili­dade...

Seus lábios enrijeceram e seu beijo tornou-se mais ousado. Sua habili­dade era tamanha que ela vacilou e agarrou-se a ele, encostando o rosto em seu peito nu.

— Viu só? — disse ele em tom triunfante. — Você não me odeia, Andréa, ainda. . .

— O que quer dizer com isso? — Você verá.

— Não pense que qualquer promessa que você arrancar de mim neste momento significará alguma coisa a partir do minuto em que eu estiver livre novamente.

—- Tenho muitos motivos para pensar o contrário.

— Está bem, está bem. Reconheço que você me... Perturba. E não posso impedi-lo de me seduzir, se esta é a sua intenção. Mas não me casa­rei com você.

— Acho que casará, sim.

Ele era por demais insistente e ela ficou confusa. Gotas de suor cobriam-lhe a fronte e todo seu corpo parecia banhar-se no calor de Axel. Sabia que havia alguma verdade no que de dizia. Talvez ela tivesse desejado que ele a possuísse. Com toda certeza tinha tido consciência de seu corpo no momento em que se viram pela primeira vez.

Ainda tinha de enfrentar Janete e a insistência dele em casar-se com ela. Seu pai jamais consentiria, ela nunca desposaria alguém que a dese­jasse simplesmente por seu dinheiro. Era uma coisa repulsiva e degradante, e o fato de ele não pronunciar nenhuma palavra de amor era prova de que estava usando seu corpo só para satisfazer seus desejos, como tinha feito antes com outras mulheres.

Seus pensamentos eram tão desoladores que ela suspirou. Ele notou e acariciou-lhe levemente o rosto.

— Não fique tão deprimida, posso torná-la feliz.

— Mas por quê? Por que eu? — exclamou desesperada.

— Se quiser chame a isto um impulso. Sou um von Mahstrom. A família Mahstrom foi outrora poderosa e influente. Nunca fomos caça-dotes.

— Eu não o tratei como um caça-dotes...

— Não? — Ele deu de ombros. — Então por que fingiu que era sua prima?

— Era apenas uma brincadeira, para me divertir,

— Mas acabou não sendo nada engraçado, não é, menina?

— Você não tem o direito de falar assim. Meu pai o matará se você puser as mãos em mim.

— Mas eu não a seduzi, Líebchn. e provo o que digo. Gravei tudo o que aconteceu, caso tenha de provar alguma coisa.

— Uma gravação? — Andréa ficou atônita.

Ia, uma gravação. — Ele enfiou a mão debaixo do divã e mostrou um gravador. — Queria ter certeza de que seu pai acreditaria em mim.

— Acreditar em você? Você seria capaz de chegar a este ponto? — perguntou Andréa, horrorizada.

Ela mal notou que ele colocava o gravador no mesmo lugar. Se seu pai ouvisse aquela fita pensaria o pior a seu respeito. Recordava com nitidez o que dissera naqueles momentos de paixão em que Axel a tinha excitado.

Compreendendo que sua única esperança era não levar suas intenções asério, ela disse: — Muito bem. Com que então você tem uma gravação das coisas que eu... Que nós dissemos um ao outro. E daí?

— Você pode fingir que tudo isto a deixa indiferente, Andréa. Mas você não gostaria de humilhar seu pai desta forma.

— E por que ele deveria ficar humilhado?

— Você sabe, as pessoas adoram um escândalo.

— Seria um escândalo para você também.

— Ah, sim. Mas como você mesma enfatiza, não passo de um instrutor de esqui. Que dano isto poderá me causar? Ao contrário, poderia ganhar até mesmo uma certa... Notoriedade.

— Você é mesquinho... É desprezível! — exclamou.

— Sou prático — respondeu, imperturbável. — Como é? Vamos chegar li uni acordo?

— Que acordo?

— Vamos concordar que eu não a tornarei minha amante antes de torná-la minha esposa.

— Você não pode estar falando a sério.

— Garanto que estou. Pela primeira vez a srta. Connolly não controla a situação. Podemos prosseguir?

— Você não pode... Quero dizer, você não é capaz...

— Ainda não. Isto é, até que estejamos casados, ouviu?

Ela o olhou com ar de súplica. — Mas o que você está querendo insi­nuar? Você está resolvido a me forçar a casar com você?

— Era minha intenção. Não é isto o que você esperava de um caça-dotes? Ou você quer que eu me apodere já daquilo que sem dúvida algu­ma me pertence?

— Você não ousaria!

— Quer me desafiar?

 — Não sei, não sei. Você está me deixando confusa. Não sei por que está agindo desta forma.

— Pois então reflita bastante, Líebchn, antes de me dizer um não. Eu poderia tornar sua vida muito desagradável.

— Mesmo que eu concorde, você não pode ter certeza de que manterei a palavra.

— A gravação o fará por você, Líebchn. Agora vai telefonar para seu pai e dizer-lhe onde está e com quem está. E que antecipamos... Nossas promessas núpcias.



  

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