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Na Voragem da Paixão 5 страница



— Sinto. . . Sinto muito incomodá-lo — começou a dizer, mas nesse momento a fraqueza apoderou-se de seu corpo e ela caiu, completamente esgotada. O homem que abrira a poria e que a olhava totalmente pasmo era Axel von Mahlstrom.

— Andréa — ele exclamou sem poder acreditar no que via. — Mein Gott, mas o que foi que aconteceu?

Em total desamparo, ela sacudiu a cabeça, sentindo que as lágrimas escapavam a seu controle. — Eu. . . Eu procedi como uma tola. Agi sem a menor prudência e sofri um. . . Acidente.

Axel percebeu que ela estava tremendo de frio e cansaço e prague­jando em sua língua disse: — Por favor, entre.

Andréa tentou ficar de pé, porém os músculos recusaram-se a obedecê-la. Tinham enrijecido com o frio. Axel desceu rapidamente os degraus e, curvando-se, levantou seu corpo.

— Você está ferida! — ele murmurou, transportando-a para o hall do chalé. — Verdammt, eu devia ter percebido.

Andréa mal prestava atenção no que ele dizia. Seu corpo era maravi­lhosamente quente e o roupão entreaberto revelava seu peito musculoso. Não ousou passar os braços em torno do pescoço de Axel. Estava toda molhada e suja; perdera o chapéu e o cabelo estava todo desalinhado. O que ele deveria estar pensando dela? Pensou, sentindo-se muito infeliz. Com certeza achava que ela merecia tudo o que tinha acontecido! Mere­cia sim era verdade.

Axel abriu uma porta à esquerda do hall e a onda de calor que ema­nava do quarto envolveu todo o seu corpo. Ouviu uma respiração excitada e, baixando os olhos, viu o cachorro que gania. Era uni pastor-alemão e muito embora parecesse bastante acolhedor nesse momento. Andréa não teria, desejado encontrá-lo em outras circunstâncias.

Axel ordenou ao animal que se calasse e carregou Andréa até um divã diante da lareira. O calor e a luz feriram seus olhos, que começaram a lacrimejar, mas Andréa limpou-os com o dorso da mão, com receio que Axel pensasse que ela estava chorando.

Axel endireitou-se, amarrando o roupão, e ela percebeu que ele só linha aquilo sobre a pele. Voltou a agachar-se e, ignorando seus protestos, começou a desamarrar suas bolas.

— Conte-me o que aconteceu — ele disse, tirando uma das botas e começando no mesmo momento a massagear-lhe o pé. Ele sabia que o refluxo de sangue poderia lhe causar dor e seus dedos fortes fizeram o possível para aliviar a situação. Andréa tinha uma consciência absurda daquele homem agachado a seus pés, do odor de seu corpo e de seus cabelos úmidos. Sentia um grande prazer em ter aquelas mãos sobre seu corpo, que lhe provocavam uma letargia deliciosa.

—-Eu... Eu resolvi esquiar. Mas sofri um acidente. Um dos esquis enganchou em uma raiz e não havia ninguém para me ajudar.

Ele tirou a outra bota e ela estremeceu de dor. Axel examinou o tornozelo cuidadosamente e sentenciou: — Você machucou a perna. Acho que foi no joelho. — Andréa concordou. — Tomarei cuidado.

Andréa lutou contra a autopiedade que queria tomar conta dela. Não merecia a consideração de Axel e sabia disso muito bem. Quando Janete soubesse o que tinha acontecido. . .

Olhou a volta, procurando interessar-se pelo que via e tentando não pensar em Janete. Era um apartamento confortável, com poucos móveis, todo muito prático: uma mesa, duas cadeiras, uma escrivaninha, o sofá e uma poltrona. O assoalho de madeira era coberto por tapetes de pele e de cada lado da lareira havia estantes cheias de livros. Em nenhum canto notava-se o mais leve indício de um toque feminino e a mobília era estritamente funcional, Mesmo assim, Andréa gostava do que via. Era tão diferente do luxo a que estava acostumada. . .

Ele acabou de massagear seu pé e levantou-se. — Então, sente-se melhor? — Ela fez que sim e ele, deixando-a por um momento, foi até a escrivaninha. Tirou um copo e uma garrafa da prateleira e encheu o copo com um líquido cor de âmbar.

— Beba. É conhaque. Assim você vai ficar boa mais depressa.

Axel estava de costas para a lareira e as chamas delineavam sua silhueta. Andréa tentou não olhar para seu corpo enquanto ele falava: — Se quiser, tome um banho, como eu estava fazendo quando chegou. Tire as calças e daremos um jeito nesse joelho.

— Oh, mas eu não posso ficar aqui. Janete deve estar preocupada, querendo saber onde estou. . .

A expressão de Axel tornou-se um tanto tenso. — Acredite ou não, Fràulein, eu tenho telefone. Contanto que funcione... Posso chamar o hotel e tranqüilizar sua prima.

Andréa sentia-se um tanto ridículo.

— Não tenha receios, Fràulein — ele acrescentou, com um ar de 'desprezo —, nós, austríacos, somos muito civilizados!

Andréa sentiu que a indignação substituía a gratidão, — Nem me pas­sou pela cabeça outra coisa — retrucou.

— Muito bem. Consegue andar?

Andréa sentou-se na beirada do sofá. De uma maneira ou de outra estava resolvida a caminhar, por mais doloroso que fosse. Conseguiu pôr-se de pé, apoiando-se na perna boa. O calor espalhava-se por seu corpo e ela lhe estendeu o copo vazio.

— Se quiser mostrar-me o caminho. . . — sugeriu com polidez. Sentia uma dor terrível ao apoiar-se, mesmo de leve que fosse, na perna machucada, mas esperava que ele não notasse a dificuldade que ela sentia. Ele precedeu-a, abrindo a porta, e ela seguiu-o, ao mesmo tempo em que o cão gania.

Sckwetg, Prinz! — falou o barão com aspereza, e o animal aquietou-se.

O mau comportamento do cão fizera com que seu dono voltasse novamente sua atenção para Andréa e ele ficou preocupado ao notar como ela havia ficado pálida após alguns passos. Veio até ela e tomou-a nova­mente nos braços.

— Acha mesmo que há necessidade de mostrar tanta coragem? — ele a repreendeu com doçura.

O chalé não era muito grande, imaginou Andréa e talvez tivesse apenas um andar. Ouviu o vento zunindo em torno das paredes da casa e a neve batendo nas janelas. O barão conduziu-a através do hall e abriu uma porta que dava para um quarto. Andréa ficou tensa no momento em que ele a colocou ao lado da cama estreita, mas quando ele se endireitou sua expressão era calma e enigmática.

— O banheiro é ali, Fraseiem — ele disse, indicando outra porta. Há bastante água quente e pode usar meu roupão. Assim poderei examinar seu joelho, ia?

— Este. . . É o seu quarto, Herr Barão?

— É o único quarto Fràulein.Por que pergunta?

Andréa suspirou, sem saber muito bem o que queria dizer. — Eu...Espero que não esteja lhe causando muitos aborrecimentos — murmurou, muito sem jeito. Talvez se telefonássemos para o hotel...

— Claro que telefonarei para o hotel. Mas enquanto a tempestade não terminar terá de suportar minha companhia, Fràulein.

— Pelo amor de Deus! — ela exclamou, sentindo que sua segurança voltava. — Não pode usar o meu nome? Fràulein isso, Fräulein aquilo! Que bobagem! Você me chamou de Andréa quando abriu a porta e me encontrou caída na soleira. Permite que o chame de Axel? Ou isto seria levar as coisas um pouco longe demais?

Seus olhos detiveram-se nela por um longo momento e uma onda de calor apossou-se dela. Em seguida ele deu de ombros, — Fico surpreso por ver que sente necessidade de pedir minha permissão, Frau... — In­terrompeu-se. — Precisa de ajuda para entrar no banheiro?

— Pode deixar que eu consigo — tranquilizou-o. Ele lançou-lhe mais um olhar significativo e deixou-a.

Foi uma delícia tirar as roupas e entrar no chuveiro, cujo chão ainda estava molhado pelo banho dele. Vestiu a calcinha e estava enxugando o cabelo quando bateram a porta.

Seu coração disparou por um momento, mas o tom da voz de Axel era bastante tranqüilizador quando ele anunciou: — Aqui está o roupão!

Ela entreabriu a porta e pegou o roupão. Ainda conservava o calor de seu corpo e ela envolveu-se nele com uma satisfação sensual. Sua imagem no espelho não a agradou. O cabelo molhado emoldurava um rosto pálido que ainda trazia marcas dos momentos penosos que ela passara na montanha.

Abriu a porta do banheiro e foi pulando até a cama, deitando-se de lado. A exaustão começava a tomar conta dela e sentiu que a única coisa que desejava nesse momento era entrar debaixo das cobertas e dormir bastante. Já era quase hora do jantar e a fome começava a enfraquecê-la. Isto, porém, era menos importante do que o cansaço físico. Ficou a imagi­nar se o barão conseguira comunicar-se com o hotel e se falara com Janete ou Nicolas Lieber. De qualquer maneira não faria muita diferença. Janete jamais acreditaria que Andréa não tinha planejado toda aquela história. Mas como ela poderia saber que aquele chalé pertencia a Axel von Mahlstrom? Janete dissera que ele morava perto das pistas de esqui, porém fora muito vaga na informação.

Andréa suspirou e esticou a perna, cerrando os olhos. Se pudesse des­cansar mais um pouco, talvez se sentiria mais capaz de enfrentar o que certamente estava para acontecer...

 

                            CAPITULO VI

 

Quando Andréa abriu os olhos não conseguiu lembrar-se imediatamente de onde se encontrava. Então se deu conta do que acontecera e tentou mover a perna, percebendo que o cobertor sobre o qual estivera deitada agora cobria seu corpo. Era um tanto perturbador imaginar Axel von Mahlstrom erguendo seu corpo -adormecido e acomodando-o na cama.

Uma súbita rajada de vento fez com que flocos de neve se chocassem contra a janela. Apertou o roupão em torno do corpo e olhou o relógio de pulso: duas horas! Isto queria dizer que dormira durante quase oito horas.

Levou a mão ao estômago vazio, que doía. Não se lembrava de ter comido nada na véspera, e agora sentia uma fome incontrolável. Talvez por isso tivesse acordado.

Arriscou-se a estender as pernas para fora da cama e gemeu de dor, pois o joelho inchara terrivelmente. Foi pulando em uma perna só até o banheiro e encontrou o comutador de luz sem muita dificuldade. Ao re­gressar ao quarto a curiosidade a fez caminhar até a porta. No fundo do hall uma luz escapava pela fresta de uma porta, a da sala de estar. Andréa franziu o cenho. O barão ainda estaria de pé? Será que ele teria decidido passar a noite em claro? Não podia admitir uma coisa dessas, pois fora seu descuido e nada mais que ocasionara o acidente. Além do mais, sua conduta em relação ao barão deixava muitíssimo a desejar.

Amarrando o roupão, percorreu o hall com dificuldade e abriu a porta da sala de estar. A luz vinha de um abajur colocado sobre a escrivaninha e das achas de lenha na lareira. Inicialmente pensou que a sala estivesse vazia, mas logo percebeu o som de alguém que respirava forte e viu dois pés que saíam do sofá. Abriu a porta um pouco mais e entrou na sala, incapaz de resistir à tentação de contemplar o barão dormindo. Com uma das mãos entre as costas e a outra apoiando a cabeça, ele estava à vontade, apesar do sofá parecer pequeno. Seus cabelos eram sedosos e abundantes e ela sentiu um desejo enorme de acariciá-los. O que ele faria se ela o acordasse? Um sorriso ligeiro aflorou a seus lábios. Que impulsos ela poderia despertar nele senão o ressentimento e o desprezo?

Suspirando, afastou-se do sofá e voltou para o hall. Onde estaria a cozinha? Perguntou-se, desejando encontrar algo para comer. Encontrou-a em seguida, mas ela já tinha um ocupante. Quando Andréa abriu a porta, Prinz saltou imediatamente de sua cesta, rosnando e latindo, e ela soltou um grito. Nesse momento ouviu o homem:

— Mas o que você está fazendo?

Andréa voltou-se e deu de cara com o barão. Seus olhos pareciam pesados e menos penetrantes do que habituai mente. O cabelo estava revolto e ele irradiava uma atração fantástica, passando a mão no peito coberto de pêlos louros.

— Eu. . . Estava com fome — ela explicou, numa atitude defensiva. — Desculpe tê-lo acordado.

— Não me acordou, não, Fràulein. Não estava dormindo.

— Estava, sim! Eu vi! — Andréa ficou indignada,

— Não. Não estava. Percebi quando me espiou, ao lado do sofá. Andréa sentiu-se aborrecida e embaraçada. Sua expressão a teria traído naquele momento revelador?

— Podia ter dito alguma coisa! — declarou.-

— Não queria alarmá-la, Fräulein. — Percorreu seu corpo com o olhar, deixando-a perturbada. — Está melhor?

— Sim. . . Sim, acho que sim. Pelo menos estou um pouco mais descansada. — Andréa, sem querer, expressava-se com uma certa aspereza. — Será que posso tomar um copo de água?

— Acha que isto a satisfará, Fräulein?

— Você disse que deixaria de me chamar de Fräulein! — exclamou Andréa. — Não, claro que não me satisfará. Mas. . . Não quero lhe dar mais trabalho do que já dei.

— Eu disse que tinha me dado trabalho?

— Devo ter dado, não? Você está dormindo, ou pelo menos tentando dormir em um divã e eu estou usando sua cama.

— Não se preocupe, Frau, srta. Connolly. Não é a primeira vez que durmo em um divã. O que posso lhe oferecer? Salsichas, queijo, ovos? Que tal uma omelete, viel-leicht?

— Você está querendo dizer que outras mulheres dormiram aqui? — insistiu Andréa.

— Não há por que se preocupar com isto, srta. Connolly! — disse

 Axel, encarando-a, e ela ficou tão encabulada quanto uma escolar. — E então? O que prefere?

Andréa controlou seu ressentimento e deu de ombros. — Tem pão? — indagou amuada.

— Claro.

— Então comerei um sanduíche de queijo. Não precisa se dar ao trabalho. Eu mesma faço, obrigada.

Axel ignorou-a, cortando uma generosa fatia de queijo amarelo e abrindo uma lata de manteiga. Nesse momento voltou a olhar para ela.

— Como está o joelho? — Está melhorando.

— Vou examiná-la depois de comer. — Não há necessidade. .

— Mas é claro que há! — ele retrucou bruscamente. — Deveria exami­ná-la antes, mas achei que precisava de repouso.

Andréa não respondeu, limitando-se a olhá-lo enquanto ele espalhava manteiga no pão e preparava um sanduíche com duas fatias de queijo. Entregou-o a ela.

— Muito obrigado.

Andréa teria comido ali mesmo, mas ele discordou. — Aqui está muito frio. Vamos para a sala de estar. Vou colocar um pouco de lenha na lareira.

A Andréa não restava outra escolha senão obedecê-lo. Tentando não demonstrar a dor que ainda sentia no joelho, precedeu-o através do hall, ouvindo-o dirigir-se com ternura ao cachorro antes de apagar a luz e fechar a porta.

O sanduíche estava muito bom e Andréa tentou não prestar demasiada atenção na figura de Axel, sentado diante dela em uma poltrona. Ele lhe servira um copo de vinho tinto e quando ela terminou sentiu-se consideravelmente mais segura a respeito de si mesma. Parecia-lhe quase impos­sível que já fosse duas e meia da manhã. Sentia-se completamente dês­perta, como se tivesse dormido a noite inteira. Mesmo assim, assustou-se quando ele se levantou e ajoelhou-se diante dela.

— Agora vamos ver sua perna, ja — e suas mãos afastaram o roupão e puseram o joelho ferido ã mostra. Andréa recostou-se na poltrona, cerrando os olhos para escapar da intensidade do olhar de Axel. Havia algo de sensual e desconhecido em seu toque e ela queria saborear aquela sensação até o fim, sem permitir que a mais leve sombra de censura inter­ferisse no que estava acontecendo. Ao sentir que suas mãos se afastavam abriu os olhos com relutância e viu que ele se levantava.

— Acho que não há nenhum osso quebrado — ele declarou! — O joelho está bastante machucado e possivelmente houve uma distensão muscular, mas não tenho certeza. Alguns dias de repouso, como recomen­dei à sua prima, serão suficientes.

— Janete! — Andréa arregalou os olhos. Tinha esquecido completa­mente a prima. — Você telefonou para o hotel? — ela perguntou ansio­sa Axel fez que sim.

— Conseguiu falar com Janete?

— Não. Falei com Nicholas Lieber. Ele disse que contaria para sua prima o ocorrido.

— Graças a Deus. Eu não sou muito agradecida, não é mesmo?

— Não esperava sua gratidão, Frau... Srta. Connolly.

Andréa olhou-o exasperado. — Por que tem tanta dificuldade em usar meu nome? Isto não acontece em relação à Janete.

— Ah, é verdade, isso a deixa aborrecida. Tentarei me lembrar.

— Você gosta de Janete, não é?

— Sua prima é uma jovem encantadora — ele respondeu polidamente.

— Você tem família? — ela perguntou, cheia de curiosidade. — Ou este é seu único lar?

— Tenho uma casa, um Schloss: a alguma distância de Grossfeld.

— É mesmo? — Andréa ficou intrigada. — Um Schloss! Esta palavra quer dizer castelo, não é mesmo?

— Nossas concepções do que seja uma casa divergem enormemente, srta. Connolly. Na verdade, o castelo é pouco mais do que uma ruína. Meus pais morreram quando eu era muito jovem e fui criado por um tio na Baviera. Nosso lar começou a entrar em decadência após a invasão alemã e eu não consegui restaurá-lo.

Andréa acreditou nessa história, que, aliás, não era incomum. Provável­mente o mesmo tinha sucedido com toda a nobreza decadente da Europa. A guerra exigia seu pesado tributo de vidas humanas e de capital e, quando terminou, não havia meios de reparar os vestígios de um passado de glórias. Não era de admirar que um homem de sua posição social rondasse os membros mais abastados da sociedade. . .

— E então você se tornou instrutor de esqui?

— Pois é. Já exerci várias profissões. A única vantagem de minha posição é que graças a ela recebi uma educação excelente.

— Janete contou-me que você viajou pelo mundo todo.

— Janete é uma ouvinte muito atenta, srta. Connolly.

— Eu também sou. — Encarou-o, com um claro desafio no olhar. — Quais são suas intenções em relação a minha prima, Herr Barão? Gosta dela? Consegue ver Janete como a baronesa von Mahlstrom?

— Acho que este assunto não lhe diz respeito, srta. Connolly — ele replicou com frieza. — No entanto, gostaria de saber por que me faz semelhante pergunta.

Andréa sentiu que voltava a ruborizar-se, mas manteve-se firme.

— Como prima, sinto uma certa responsabilidade em relação a ela — respondeu de cabeça erguida.

— Com certeza sua prima tem suficiente capacidade de cuidar de seus interesses, não? — sugeriu Alex muito calmamente. — E naturalmente está a par de que conheço o pai de sua prima. — Fez uma pausa muito significativa. — Se eu tiver intenções em relação a sua prima, srta. Connolly, naturalmente discutirei o assunto com o pai dela em primei­ro lugar.

Andréa encarou-o, irritada. Ele sempre conseguia faze-la sentir-se infe­rior eela não gostava daquilo.

— Vou buscar uma atadura — disse Axel e ela deu de ombros. Come­çava a tomar consciência do que aquela incapacidade significava e as perspectivas não eram das mais agradáveis.

A atadura estava úmida e terrivelmente gelada e ele a passou em volta do joelho, tomando cuidado para não amarrar com muita força. Segurou-a com um alfinete e em seguida pôs-se de pé. Estendendo a mão a Andréa para que ela se levantasse.

Andréa, porém, ignorou seu gesto e ele a olhou com impaciência. — Deveria ir para a cama, Fràulein — ele aconselhou brevemente, e seus olhos revelaram a irritação de que estava tomado.

— Por quê? Não estou cansada. Vá você para a cama. Afinal de contas, ela é sua.

— Não desejo discutir, Fràulein.

— Não mesmo? — perguntou Andréa, exaltada. — Por que não? Eu não sou obrigada a fazer tudo o que você diz.

Aquilo era uma infantilidade e ela tinha plena consciência do fato. Ele, porém, limitou-se a dizer: — Sehr gut, Fràulein. Então, por favor, tenha a bondade de sentar-se na poltrona a fim de que possa me acomodar no divã. Ao contrário da senhorita, não estou de férias e tenho muito que fazer amanhã de manhã.

Andréa revoltou-se, mas acabou desistindo: — Oh, está bem! — Tentou levantar-se, mas o joelho cedeu e ela agarrou-se a Axel. Esperava-se alguma reação de sua parte, decepcionou-se. Ele esperou que ela recupe­rasse o equilíbrio e afastou-a com firmeza. Andréa deixou-se cair sentada na poltrona e Axel estendeu-se de comprido no divã.

— Por que não usa a cama, Axel?Eu poderia dormir ai com muito mais facilidade do que você.

— A cama é sua, Fràulein.

— Meu nome é Andréa! Por que não o pronuncia?

Ele reprimiu um bocejo. — Guie Nachi, Andréa — disse secamente, cerrando os olhos, e ela desviou o rosto.

A lenha que ele colocara na lareira queimava lentamente e Andréa não encontrava uma posição confortável na poltrona. Axel parecia ter ador­mecido e ela invejou a capacidade que ele tinha de relaxar em sua pre­sença. Fora o vento ainda zunia e o ruído era simplesmente enervante.

A lenha já estava no fim quando ela foi ao banheiro e ao voltar olhou para a pilha de madeira ao lado da lareira. Decidiu que não havia a menor razão para deixar o fogo apagar, mas avaliou mal o peso da lenha. Um dos troncos era pesado e ela teve de largá-lo, para não perder o equilíbrio. Caiu com um som surdo, arrastando outro na queda eela recuou, horrorizada. Sentiu um tremendo sobressalto no momento em que o braço de Axel rodeou-lhe a cintura.

— Onde é que você vai? — ele perguntou e ela o olhou como se esti­vesse pedindo desculpas.

— Eu... Eu estava pondo mais tenha na lareira, mas acabei derru­bando tudo.

Axel, ainda segurando-a pela cintura, contemplou-a com uma expressão curiosa no olhar. Para alguém que estava dormindo ele parecia por demais alerta e consciente do que ela estivera fazendo.

— Por que não foi para a cama? — ele indagou e ela, atônita, com­preendeu que não tinha ido porque não quisera afastar-se dele! O fato era tão surpreendente que ela por um momento, contemplou-o maravi­lhada, porém a expressão de Axel tornou-se tensa. — Não olhe para mim desse jeito, Andréa a menos que você esteja preparada para enfrentar as conseqüências.

— Que conseqüências? — ela indagou, com um fio de voz. — Oh. Axel. Mostre-me!

Com um murmúrio abafado elelevantou-a, puxando-a de encontro a seu corpo. Seus braços rodearam-na e seus lábios colaram-se aos dela. Ela entregou-se totalmente a ele e seus seios pressionaram a musculatura rígida de seu peito. Axel deitou-se por cima dela, aprisionando o corpo de Andréa com seu peso. Ela descerrou os lábios, oferecendo-se ao ato de posse. Ele segurou seu rosto enquanto a beijava, ao mesmo tempo em que lhe agarrava o seio com a mão livre.

Jamais Andréa fora beijada desse jeito, tão selvagem e adulto. Enquanto seu corpo arqueava sob o dele, convidando-o a fazer com ela o que ele bem entendesse, um resto de consciência dizia-lhe que ela não devia permi­tir, a um homem como ele. . . Já não tinha sofrido o seu desprezo, como resultado de suas tentativas de espezinhá-lo? E ele devia imaginar que ela não passava da prima pobre, alguém para quem um momento de excitação era mais valioso do que o bom senso e até mesmo a honra. E esperava que ela delirasse com aquela experiência e que a evocaria com prazer quando voltasse à vidinha normal de todos os dias.

 Andréa, no entanto, era a filha de Patrick Connolly. Seu pai tinha uma firma de construções, era milionário, e ela poderia comprar todos os nobres arruinados da Europa!

Mesmo assim, sua boca estava provocando coisas estranhas no meta­bolismo dela, provando-lhe que ele não era um noviço quando se tratava de conseguir o que queria de uma mulher. Suas mãos percorreram todo o corpo de Andréa, dos ombros às coxas, afrouxando o cordão de seu roupão, e seus lábios procuraram avidamente seus seios pontudos. Ela gemeu, empolgada, e com uma das mãos agarrou-lhe o cabelo, aproxi­mando-o mais, enquanto a outra mão aventurava-se em explorar o corpo de Axel até que ele a deteve, enterrando o rosto em seu pescoço e murmurando:

— Você sabe o que está provocando em mim?

Tremores que revelavam uma excitação incontrolável percorriam todo o corpo de Andréa. — Eu sei o que você provoca em mim — Ela respondeu bem baixinho. — Oh, Axel. Beije-me!

A letargia apoderava-se dela como uma fraqueza física. Sua primitiva resistência estava dando lugar a desejos que ela jamais sentira antes. Suas palmas apoiavam-se de encontro a seu peito, apreciando o toque daquele corpo rijo, e ela curvou as unhas como uma gata, enterrando-as em sua pele.

Ele então ergueu a cabeça, olhando-a, com os olhos ligeiramente ene­voados de emoção.

Mein Goa, quer que eu a possua? Eu a desejo, você está sentindo com certeza e acho que você também me deseja.

— Sim, sim, eu o desejo. — No estado de excitação em que se encon­trava, Andréa mal sabia o que dizia. Rodeando-lhe o pescoço, tentou puxá-lo, mas agora ele resistia.

— Pois é — ele disse calmamente. — Tinha razão: consigo excitá-la. Suas palavras tão controladas tiveram o efeito de acalmar Andréa instantaneamente. No momento em que a letargia a abandonava, ela lutou para desvencilhar-se dele.

— Por favor, deixe-me levantar.

— Para que fingir? — ele perguntou em tom zombeteiro, sem fazer a menor tentativa de soltá-la. — Seu protesto chega um pouco tarde, Lie­bchen. Deixe-me mostrar uma coisa. — Colocou uma das mãos de Andréa de encontro ao seu próprio coração, de tal forma que ela conseguiu sentir quanto à pulsação se acelerara. — Você vê, eu também estou tremendo. Nós causamos este efeito um no outro e isto é muito bom.



  

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