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EPÍLOGO



EPÍLOGO

 

O primeiro Natal de Juliet em Tregellin foi o mais feliz da sua vida. Ela e Rafe decoraram a velha casa juntos, e o aroma peculiar dos ramos de visco e aze-vinho se misturou à deliciosa fragrância de pinho da enorme árvore que enfeitava o hall.

Eles se casaram em outubro. O pastor comandou a cerimônia na igrejinha da vila de Tregellin, para apenas uma dúzia dos amigos mais íntimos. Depois, ambos passaram duas semanas numa ilha no Oceano Índico, antes de retornarem para a recém-reformada Tregellin House e à vida que partilhariam.

Rafe queria que ela pedisse demissão e voltasse com ele no verão. Porém, apesar da tentação, Juliet decidiu terminar o curso de computação. Embora ele garantisse que a amava, ela temia que Rafe estivesse vulnerável devido à comoção pelo falecimento de Lady Elinor. Tinha muito medo de que ele se arrependesse de ser tão impulsivo quando pensasse melhor.

Lógico, ela se enganou redondamente. Rafe passou os três meses seguintes indo e voltando de Tregellin a Londres, sempre que o trabalho permitia. Freqüentava tanto o apartamento dela que a velha sra. Heaton perguntou se Rafe havia se mudado para lá.

- Se ela me desse chance - assegurou, bem-humorado. E Juliet corou quando ele olhou para ela.

Desde que retornaram da lua-de-mel, Juliet praticamente assumiu a administração da propriedade. As novas habilidades em informática possibilitaram que ela controlasse todas as contas, e Rafe entregou-lhe a incumbência mais do que satisfeito.

A própria carreira ia de vento em popa. Recebera várias comissões desde o retrato de Lady Holderness, e o talento foi reconhecido por outras galerias do país. Rafe trabalhava tanto que precisou parar de lecionar, mas sempre pensava primeiro em Juliet.

Até onde sabiam, Cary estava morando em Nova Iorque. Ele partiu logo após o casamento, deixando uma pilha de dívidas para trás. Rafe pagou a maioria delas, sob os protestos do advogado. Porém, confessou à Juliet que só fez isso por Lady Elinor.

Então, em janeiro, aconteceram duas coisas que causaram um grande impacto na vida dos dois.

A primeira foi que Juliet descobriu que estava grávida. Ela e Rafe nunca discutiram sobre quando começariam uma família, e Juliet receava dar-lhe a notícia. Mas Rafe ficou encantado, só um pouco apreensivo quanto à reação dela.

- Preciso admitir, nem sempre fui tão cuidadoso com os preservativos como deveria ser.

- Oh, querido! - Juliet enlaçou-o pelo pescoço e aninhou o corpo inteiro junto ao dele. - Eu não poderia estar mais realizada. Nada seria mais gratificante do que sentir o seu filho crescendo dentro de mim.

Claro, Rafe se esforçou muito para assegurar que concordava, e quando desceram do quarto, já era fim de tarde. Nevava lá fora, o tipo de flocos delicados que se espera ver no Natal.

- Pense nisso - murmurou Rafe, puxando o corpo esguio da esposa para si. - No próximo inverno, nós seremos um trio. - Beijou-lhe a nuca e acariciou-lhe o ventre. - Portanto, suponho que devo aproveitar ao máximo, enquanto tenho você só para mim.

O segundo acontecimento foi completamente diferente. No final do mês, quando Juliet começou a sofrer os efeitos do enjôo matinal, ela recebeu uma carta dos advogados do pai. Eles informavam que o seu ex-marido, David Hammond, morrera em George Town, nas Ilhas Caymans. Aparentemente, David desenvolvera uma forma virulenta de câncer há seis meses, e deixou um testamento tornando-a sua única beneficiária.

Dizer que Juliet ficou assombrada seria pouco. A carta chegou quando ela preparava uma xícara de chá, e ela precisou sentar-se alguns minutos para se acalmar. Embora Josie ainda trabalhasse na casa, a sobrinha, Connie Boswell, assumiu a maior parte das tarefas domésticas. Entretanto, as duas não chegavam antes das 9h, portanto Juliet geralmente aproveitava para ter um pouco de privacidade.

Agora, porém, ela arrumou as xícaras e o bule numa bandeja e levou para o marido. Apesar do sistema eficiente de aquecimento, ainda estava frio, e Juliet sentiu-se grata por poder tirar o robe e voltar para a cama.

- Hum, você está gelada - murmurou Rafe, quando ela enroscou os pés frios nas pernas dele. - Venha cá, me deixe aquecê-la.

-Ainda não. - Apesar de render-se a um beijo lânguido, Juliet insistiu em se sentar. - Ouça isto - e resistindo aos protestos de Rafe, ela leu a carta.

- Nossa! Você está muito triste?

- Triste? - Juliet arqueou as sobrancelhas e Rafe pensou como ela estava maravilhosa naquela camisola, cuja alça escorregou num dos ombros. - Não acho que seja tristeza, exatamente. Choque, talvez. Ele ainda era muito jovem.

- Então, como se sente? - persistiu Rafe, afagando-lhe a nuca. - Você parece muito pálida.

- É porque fiquei enjoada de novo. - E quando ele tentou reclamar porque ela não o acordou, Juliet fez uma careta.

- O que você poderia fazer? - indagou, acariciando os lábios dele com o indicador. - Além do mais, está tudo bem, mesmo. O dr. Charteris falou que isso não dura muito.

- Tanto faz... E quanto a David? Afinal, o sujeito tinha uma consciência.

- Hum. - Juliet ficou pensativa. - Acho que enfrentar o que corresponde a uma sentença de morte mude a mentalidade das pessoas. Mas lamento, claro. Ninguém merece morrer assim. Só que eu nunca amei o David. - Deu um sorriso tímido. -Agora eu sei.

Rafe puxou-a para si.

- Parece que você voltou a ser uma mulher rica -comentou, melancólico, mas Juliet simplesmente aninhou-se nele e balançou a cabeça.

- Eu não quero o dinheiro. Por muito ou pouco que seja. - Beijou-o. - Importa-se se eu doar para a caridade? - E continuou, com um sorriso de aprovação. - Eu já tenho tudo o que preciso bem aqui.

 



  

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