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CAPÍTULO UM 6 страница



— Por que você está tão ansiosa em se ver livre de mim? Tem medo de que eu conte a Luis sobre nós?

Olívia ficou boquiaberta.

— Não há nenhum "nós" — disse-lhe ela, empur­rando sua cadeira para trás e levantando-se. — E se você está me ameaçando...

— Eu não estou ameaçando você. — A voz de Chris­tian tinha endurecido e ele se endireitou. — Olívia, eu nunca faria tal coisa.

— Mas eu não conheço você, não é mesmo? — Olí­via contra-atacou, mesmo com o pulso acelerado por raspar involuntariamente no braço dele, quando estava reunindo seus papéis sobre a mesa. Ela respirou fundo para acalmar-se. — Desculpe.

— Madre de Dios — Sua educação exagerada pareceu enfurecê-lo. — Nós temos de trabalhar juntos, Olívia, e você não ajuda se fica se comportando como se eu fosse seu inimigo.

— Bem, você não é meu amigo — declarou ela, se­gurando o manuscrito como se fosse um escudo entre eles. — Agora, se você não se importa, vou ver...

— Eu poderia ajudá-la.

Ela engoliu, apesar de sua garganta estar seca como papel.

— Como... como disse?

— Eu disse que poderia ajudar você — repetiu Christian serenamente.

— Me ajudar? — Olívia tentou permanecer calma. — Como poderia me ajudar?

— Eu tenho amigos na indústria editorial — disse ele, acenando em direção ao manuscrito nos braços dela. — Eu podia providenciar...

— Não.

Olívia nem se deu tempo para pensar antes de recu­sar a oferta. Ela agora estava tremendo, também de alí­vio, mas precisava se afastar dele antes que suas pernas cedessem. Por uns instantes, se convencera de que ele adivinhara seu segredo.

— Olívia!

— Por favor... — Ela não podia evitar o tremor em sua voz, porém suas palavras eram inequívocas. — Eu não quero sua ajuda. Eu não quero sua ajuda. — E en­tão, embora quase ficasse preso na sua garganta: — Obrigada.

Então ele praguejou, e se ela pensou que a sua grati­dão em tom mecânico poderia acalmá-lo, estava enga­nada.

— O que se passa com você? — perguntou ele, com o rosto sombrio. — É assim tão difícil para você aceitar alguma coisa de mim? Por Dios, eu não estou sugerin­do que vamos para a cama outra vez. Estou simples­mente oferecendo a você a chance de seu trabalho ser lido por um editor profissional, em vez de ficar jogado durante meses numa pilha de manuscritos de algum assistente. Você não está facilitando isto, Olívia. Raios, o que há de errado comigo? Por que você me odeia tanto? — Olívia quase gemeu.

— Eu... não o odeio.

— Não?

Ele estava demasiado perto e, apesar do fato de ela sentir que nada de bom viria em tentar acalmá-lo, não conseguia se afastar.

— Escute — disse ela cuidadosamente —, eu não... isto é, eu não gosto nem deixo de gostar de você. Como falei antes, nós não nos conhecemos assim tão bem. Mas eu só penso, depois do que aconteceu, que é me­lhor nos mantermos afastados.

— Por quê?

— Por quê? — Ela piscou os olhos.

— Sim, por quê?

A língua de Olívia percorreu levemente os lábios.

— Eu... porque... é muito difícil nos comportar­mos... naturalmente um com o outro.

Christian levantou os ombros num gesto despren­dido.

— Não é difícil para mim.

Olívia engoliu em seco de novo e tentou outra abor­dagem.

— Eu sei que você não gosta realmente de mim — disse ela com convicção, e ele soltou uma risada curta.

— E o que eu fiz para fazer você pensar isso?

— Oh... — Ela abanou a cabeça com desalento. — Isto é ridículo.

— Eu concordo.

— Não. Eu quero dizer que esta conversa é ridícula — murmurou ela, desejando poder pensar em alguma resposta inteligente para apagar a expressão confiante do rosto dele. — O que você quer de mim?

— Ah, isso é uma pergunta melhor.

Ela suspirou ao ver o leve sorriso que surgiu nos lábios dele.

— Você sabe o que quero dizer.

—- Sei? — Ele franziu as sobrancelhas. —Por que devo estar querendo alguma coisa? Eu me ofereci para ajudá-la em sua tarefa de escrever livros, mas você não quer isso. Eu providenciei transporte para você. Eu fiz o que podia para mostrar para você que a minha visita aqui é totalmente inocente, sem nenhum motivo escon­dido, mas por alguma razão você se recusa a aceitar que eu possa ter desejado ver Luis em pessoa. Tenho que me perguntar por quê.

Olívia balançou a cabeça. Isto não a estava levando a lugar nenhum. Tudo o que ela falava era pensado de modo a fazê-lo sentir-se desconfortável e o fazia questionar os motivos dela, e isso era algo que ela não queria.

Era incrivelmente fácil ver o que a tinha atraído nele. Cada movimento dele transmitia um ar de sexua­lidade latente que era tão natural para ele como forte para ela. Olívia não podia deixar de notá-lo, e lembrar do que tinham partilhado, e enquanto os músculos de seu estômago se apertavam convulsivamente, ela des­cobriu que seu ressentimento em relação a ele estava ligado à consciência da atração indesejada que sentia.

Mas, como se tivesse cansado de provocá-la, Christian cedeu.

— Está bem — disse ele, esticando as mãos. — Eu desisto. Vou ficar fora do seu caminho no futuro. Mas não posso partir hoje. É tarde demais. Vou dizer a Luis que apanharei o barco amanhã de manhã.

Olívia concordou com a cabeça.

— Se é isso que você quer. — Christian praguejou.

— Não é o que eu quero — disparou ele bruscamen­te. — É o que você quer. Eu tinha esperança de que faríamos as pazes aqui, mas não é o seu estilo. Você meteu em sua cabeça que eu fiz amor com você por algum motivo egoísta e, diga eu o que disser, você sem­pre vai distorcer minhas palavras.

— Nós não... fizemos amor — declarou ela em voz baixa. — Fizemos sexo, só isso. Eu aceito que estáva­mos ambos em estado de choque e que nenhum de nós realmente percebeu o que estávamos fazendo. Mas... as coisas mudaram, só isso. As coisas mudaram entre nós — acrescentou ela rapidamente. — Eu pensei que você compreenderia.

Christian olhou para ela com impaciência.

— Esta é mesmo sua opinião? — Ela hesitou só por um momento.

— Sim.

— Bem, você está errada — disse ele com convic­ção. — Oh, eu compreendo o que está tentando dizer, o que está tentando fazer, mas não foi assim entre nós. Está bem, talvez tenha sido inspirado por uma necessidade de afirmar nossa própria sobrevivência perante a face escura da morte, mas não foi só sexo. E se você está agindo assim devido a isso, então você entendeu mal.

Olívia respirou fundo.

— Isso importa? — exclamou ela, ansiosa por colo­car um fim naquela agonia. Era muito mais fácil para ela continuar acreditando que ele era um safado do que admitir que poderia estar sentindo algum remorso pelo que acontecera. — Olhe... aconteceu. E ambos lamen­tamos. Não é melhor que nos afastemos um do outro a partir de agora?

Christian lançou-lhe um olhar de desaprovação.

— Por quê? E no caso de sentirmos vontade de tran­sar outra vez?

— Não! — Ela estava na defensiva. — E nós não queremos que Luis fique com a idéia errada.

— Que seria qual?

Ela fez um gesto de desprendimento.

— Bem, que nós estaríamos tendo um caso, claro.

— Ah, certo, — Os lábios de Christian se contorce­ram. — E você não acha que ele vai ficar desconfiado quando eu disser que você quer que eu vá embora?

— Você não precisa falar para ele que eu lhe pedi para ir embora — protestou Olívia com irritação. E de­pois: — Eu... ah, faça o que você quiser — murmurou, empurrando-o e seguindo em direção à porta. — Com licença. Eu tenho coisas para fazer.

Ela se irritou ao perceber que Luis ainda estava des­cansando e, sentindo-se demasiado estressada, Olívia se viu forçada a retirar-se para seu quarto. Mas, che­gando lá, com o manuscrito em segurança trancado na gaveta de sua mesa de trabalho, ela não conseguiu ficar quieta. Involuntariamente, a interpretação de Christian sobre o que acontecera na noite em que Tony morrera tinha cutucado dentro de si memórias indesejadas, e até lidar com isso, ela não iria conseguir relaxar.

O problema estava na concepção dele do que aconte­cera entre eles. Tinha sido tão mais fácil rotulá-lo como vilão, fingir que ela não tinha tido nenhum papel ativo em sua desgraça.

Mas não era verdade. Ele não tinha tirado mais van­tagem dela do que ela tirara vantagem dele. Ele tinha razão. Ela tinha estado pronta para ser seduzida, uma sedução que ela desejara tanto quanto ele...

Contudo, não havia começado desse modo.

Ela estava deitada, acordada, vendo o jogo de luz da lua lá fora desenhando padrões no teto sobre sua cabe­ça, quando Joseph bateu em sua porta.

O velho mordomo era seu amigo e Olívia sabia que ele não a teria incomodado, a menos que tivesse algo importante para lhe contar. Quando ele explicou que o senhor Rodrigues estava no andar inferior, ela sentiu os primeiros indícios de pressentimento. E também apreensão. O que poderia Christian Rodrigues querer com ela?

Sua imagem — magro, moreno, intenso — disparou em sua mente. Christian era perturbador, com seus olhos negros e corpo sinuoso sendo um desafio para qualquer mulher. Olívia nunca tinha simpatizado com ele, consciente de que ele provavelmente sentia o mes­mo a seu respeito. Mas isso não a impedia de notar, embora com desprezo, que aquele homem era tão sen­sual como o pecado.

E perigoso, reconheceu ela, perguntando-se o que ele estaria fazendo aqui no meio da noite. Se esperava encontrar Tony em casa, estava enganado. Tony só fi­cava na casa de Bal Harbour quando eles davam uma festa ou ofereciam um coquetel. Mesmo assim, ele ti­nha seu próprio quarto. E Joseph sabia disso perfeita­mente.

Como Christian também sabia, assumiu ela seca­mente, vestindo seu robe de seda sobre a camisola. O que significava que isto não era algo que Tony quisesse saber. Oh, Deus, o que Luis havia aprontado desta vez? Pensou em se vestir e depois desistiu. Christian não se importaria com o aspecto dela e não era como se nunca tivesse visto antes uma mulher de robe. Se ela descesse completamente nua, duvidava de que ele no­tasse. E isso era o que ela queria, disse para si mesma. Ela era demasiado velha para se preocupar agora sobre o que ele achava dela.

Ele estava esperando na sala de estar. Embora fosse uma sala grande, ainda era consideravelmente menor que as salas para recepções formais que ficavam adja­centes. Ele estava de pé, olhando fixamente através da janela e, por um momento, Olívia permitiu-se olhá-lo sem ser vista.

Ele parecia muito maior do que ela se lembrava, mas isso era provavelmente devido a não ter parado para colocar sapatos ou pantufas. As costas dele, largas e inflexíveis, estavam vestidas menos formalmente do que o costume. Por exemplo, ele não estava usando ca­saco e uma marca fina de suor escurecia sua camisa.

Seu pulso acelerou contra sua vontade. Ela se per­guntou como se sentiria se ele tivesse ido ali para vê-la pessoalmente. Porém, apesar do fato de que Tony quebrara muitas vezes seus votos de matrimônio, ele esperava que ela lhe fosse fiel.

Sentiu um pequeno frisson de consciência quando Christian se voltou para ela. Ela não sabia o que se passava. Devia ser o fato de que era meio da noite e, pela primeira vez, Christian parecia muito menos que confiante. Seu cabelo escuro estava em desalinho, como se tivesse passado as mãos por ele, e obviamente não tinha se barbeado desde essa manhã. Tinha a som­bra da escura barba da noite ao longo de seu maxilar.

Ela sentiu um tremor. Algo estava errado. Ela sabia. Seu coração pulou. Luis tinha partido para a costa oeste apenas há umas semanas. Decerto, nada de ruim tinha acontecido a ele.

E, no entanto...

A notícia, quando chegou, era melhor e pior. Luis estava bem, mas Tony estava morto. Tivera um ataque cardíaco, Christian falou, enquanto estava com sua úl­tima amante. Provavelmente morrera fazendo sexo com ela, pensou Olívia amargamente. Não era o que sempre acontecia a homens que se recusavam a se com­portar de acordo cora sua idade?

Ele a acusou de ser fria e distante, o que era prova­velmente o modo como pensava nela. Não importava, queria apenas que ele fosse embora antes que ela dis­sesse ou fizesse algo estúpido. Ela se sentiu vulnerável e desejou que Joseph voltasse para que ela lhe pedisse para conduzir Christian até a saída.

Mas Joseph tinha desaparecido, e ela se perguntou se o velho mordomo tinha pensado que a chegada de Christian era esperada. Talvez ele tenha pensado que ela estava dando a Tony um pouco de seu próprio vene­no. Como, ela pensou com ansiedade, se ela devesse se sentir traída.

Honestamente, nem ela sabia como se sentia: triste, claro, definitivamente. Mas o Tony com quem ela tinha se casado não era o Tony verdadeiro. Foi como saber da morte de um conhecido próximo, triste, mas não de­vastador. Ela o tinha amado, mas já não o amava mais. Mesmo assim, ela se surpreendeu por se escutar fa­zendo confidências a Christian. Nunca pensara que confessaria as circunstâncias de seu casamento a ele. Ela suspeitava de que ele já sabia. Como ele era o as­sessor direto de Tony, teria sido impossível ele não per­ceber o que estava acontecendo.

Contudo, quando ela tocou na mão de Christian, não tinha noção do que estava libertando. Ela desejara con­fortá-lo, mostrar-lhe que o tinha perdoado, mas a situa­ção entre eles era demasiado intensa para isso. Antes que ela notasse, estava nos braços dele e, apesar de ter protestado fracamente, a sensação do corpo dele duro contra o seu era demasiado perturbadora para ser ignorada.

A força da sua vontade era assustadora. Durante muito tempo, tinha agüentado seu celibato em silêncio, ignorando as exigências naturais de seu corpo, acredi­tando que estava livre das urgências sexuais que pare­ciam governar as vidas de outras pessoas. Sabia que as mulheres de Tony acreditavam que ela era frígida e, na verdade, tinha começado a acreditar que elas tinham razão. Mas quando a mão de Christian se curvara sobre suas nádegas, puxando-a para sua indisfarçável ereção, seu alarme interior foi silenciado pelo fluxo do seu de­sejo.

Ela queria tanto que ele a tocasse, não só onde a estava tocando agora, mas em outros lugares que esta­vam quentes e molhados, e pulsando com antecipação. Ele cheirava tão bem — sabonete, suor e calor corpo­ral. E a fragrância almiscarada de sua excitação, que era máscula e vital, a estava levando à loucura.

Suspeitou de que ele estava tão chocado com sua resposta quanto ela própria. Ela não sabia o que ele esperara quando colara seus lábios nos dela, mas não tinha sido a rendição selvagem que recebera. Por um momento ela cedeu às suas necessidades, sucumbiu aos seus desejos. Então o bom senso e a decência fizeram com que ele se afastasse um pouco, e Olívia percebeu que ele estava embaraçado por sua falta de controle.

Quando ele deu a desculpa sobre Tony, ela ficou mortificada, tanto pela lealdade dele como por seu comportamento. O que ele deveria estar pensando dela, ela se perguntou, sentindo luxúria pelo assessor do ma­rido? Ela não sabia o que estava acontecendo consigo mesma.

Com uma tentativa tardia de recuperar a dignidade, pediu para que ele fosse embora. Como ele dissera, ela estava em estado de choque. Não podia ser responsabi­lizada por suas ações. Precisava de apoio e ele lhe ofe­recera. Qualquer outra coisa era pura fantasia. As pala­vras dele, suas certezas, suas ações, tudo tinha sido concebido para restaurar o amor-próprio dela.

— Eu não acho que faria algum bem à sua imagem ser encontrado aqui comigo — dissera ela rigidamente, afastando-se. — Vou encontrar Joseph...

Christian praguejou, pegando seu braço antes que ela pudesse sair do quarto.

— Você pensa honestamente que eu estou preocu­pado com minha imagem? — perguntou ele, e a emo­ção na sua voz penetrou o muro que ela tinha construí­do a seu redor. —- Que espécie de homem você pensa que eu sou?

A incerteza no ar era vibrante.

— Que espécie de homem é você? — murmurou ela, e com um gemido de angústia, Christian a puxou para seus braços.

— Eu sou um homem que quer você — disse ele, e as pernas delas enfraqueceram. — Te desejo. Quero você.

Não podia estar acontecendo, não devia estar acon­tecendo. Mas estava. A boca de Christian na sua estava quente e urgente e incrivelmente sensual. Ela se viu abrindo-se para ele, a língua dela vindo encontrar a dele numa dança tão velha quanto o tempo. Submissão ou sedução, não importava. Com as mãos abertas con­tra as costas dele, ela não se importava com a diferença. Ela só queria que ele continuasse a fazer amor com ela. Ele se afastou uma vez, sua mão segurando o maxi­lar dela, o polegar passando com força no seu lábio inferior que estava inchado pelos beijos dele. O olhar dele procurou o dela, acariciou-o, pareceu encontrar o que estava procurando em suas profundezas de prata. Então, com voz rouca, ele disse:

— Vamos para cima, querida. Ou você não acha que Donelli voltará?

Quase como num sonho, Olívia pegou sua mão e o conduziu até o andar de cima. O quarto dela — o quarto que tinha sido a suíte principal e agora era tão menos do que isso — estava como o tinha deixado. Almofadas revestidas com cetim bege, envoltas com renda, esta­vam colocadas sobre lençóis beges de cetim. A colcha estava aos pés da cama, onde a empregada a tinha dobrado, as pregas verdes e beges todas certinhas, uma indicação de quão pouco eram usadas por ela.

O quarto estava bastante quente, mas Olívia tremia. Além de Tony, nunca tinha permitido outro homem em sua cama. Nem sabia se era boa de cama. Se Tony era um juiz, ela era provavelmente tão má como no quesito de segurar o marido. O marido morto.

O pensamento arrepiante causou outra onda de arre­pio em sua pele. Mas, como se Christian soubesse o que ela estava pensando, pegou seu rosto em suas mãos. Então, roçando seus lábios nos dela, ele reacendeu o fogo que ela sentira antes de subir até o quarto.

— Você está sentindo frio? — perguntou ele baixi­nho, e de repente ela sentiu calor. Os olhos escuros dele a acariciavam, convencendo-a de que ele a achava tão atraente quanto dissera. Podia não ser verdade, mas neste momento estava demasiado excitada para se im­portar. Ele a queria. Isso era óbvio. Ela podia sentir o coração dele galopando contra seus quadris.

— Você está? — ela retrucou em desafio, olhando para o rosto dele, enquanto permitia que as mãos do homem deslizassem levemente pelas costas dela. Elas escorregaram pelo decote do robe. A pele de Olívia estava colando um pouco devido à transpiração, mas ele parecia não se importar.

— O que está pensando? — perguntou ele por fim, e ela se perguntou se iria se atrever a puxar a camisa dele para fora do cós de suas calças. Ela queria sentir a pele dele, carne contra carne. Mas fazia muito tempo desde que compartilhara esta intimidade, e Christian era al­guém completamente desconhecido.

— Eu acho que você está muito quente — disse ela timidamente, e seu sorriso foi, de repente, devastador.

— Eu também acho que estou — disse ele, poupan­do-a do esforço, libertando sua própria camisa das cal­ças. Ele desapertou seus botões, e não se importou que um tenha caído e deslizado pelo chão. — Sim — disse ele finalmente, puxando-a para si —, assim está melhor. — A boca dele acariciou os lóbulos das orelhas dela, sua respiração acelerando irregularmente.

Quando as laterais de seu robe subitamente se abri­ram, ela percebeu que ele tinha soltado o cinto que o mantinha preso à cintura. Embaixo, a camisola de ce­tim verde pálido não deixava nada para a imaginação dele. Os círculos escuros em volta de seus mamilos es­tavam claramente visíveis, a sombra escura entre suas pernas já não era um mistério para ele.

Seu embaraço foi imediato, mas as palavras seguin­tes de Christian a desarmaram completamente.

— Você é tão bonita — disse ele, segurando as late­rais do robe e deleitando os seus olhos nela. — Dios, querida, eu acho que você me quer. Por que eu nunca notei isso antes?

Porque não era verdade, pensou ela, subitamente en­vergonhada pelo que estava sentindo. E ela não era bo­nita. Tony a tinha convencido disso. Ele tinha se certi­ficado de que ela usasse as roupas mais caras, que esti­vesse elegante quando ele queria. Mas nunca tinha dito que ela era bonita.

No entanto, quando os olhos de Christian a percorre­ram, ela se sentiu inesperadamente sensual. O robe de cetim se ajustava em todos os locais certos e ela ficou contente por não estar usando a camiseta e os shorts curtos que por vezes usava para dormir. E3a se sentiu jovem — talvez não tão jovem quanto Christian, mas tampouco uma pessoa de meia-idade —- e atraente.

Quando ele afastou o robe dos ombros dela até cair no chão, ela estremeceu. E quando as mãos dele agarraram sua cintura e a puxaram para si, ela só tinha cons­ciência do olhar de posse absoluta nos olhos dele. Ela sentiu um desejo agudo e totalmente desconhecido de ficar nua com ele, e não se importou nem um pouco quando sua camisola seguiu o robe até o chão.

Fazia anos desde que ela ficara nua em frente a um homem. A breve lua-de-mel que partilhara com Tony tinha terminado cedo demais e a indiferença dele em rela­ção aos sentimentos dos outros tinha destruído sua re­lação. Fora então que ela concebera a noção de que era menos do que uma mulher? Tinha ela permitido que a infidelidade interferisse na imagem que tinha de si mesma?

Era possível, mas agora não estava se importando muito com a sua imagem. Com os olhos de Christian sobre si, se sentia linda mesmo que não fosse. Ele a olhava intensamente, o inequívoco brilho do desejo no seu olhar. Ele a queria. Subitamente, ela acreditou nis­so. Ele a desejava.

Como se sentisse sua rendição, Christian a empur­rou um pouquinho em direção a cama. Mas ainda vestia muita roupa. Submetendo-se ao desconhecido que ti­nha tomado posse de seu corpo, ela agarrou com determinação o cinto dele.

— Você não vai tirar a sua roupa? — protestou ela, com a respiração acelerada enquanto ele dava um beijo sensual na curva do seu seio.

— Pode acreditar que sim — disse ele, com as mãos agarrando as costelas dela numa posse sensual. Os polegares dele acariciavam a parte lateral dos seios dela até que ela se contorceu, frustrada. — Devagar — acrescentou ele em voz baixa. — Temos a noite toda.

Movendo-se com uma graça sinuosa, ele ficou em cima dela e, apesar de ainda estar com suas calças, não restava dúvida de que estava excitado. Não podendo se conter, ela passou os dedos no volume da sua ereção, e ele gemeu em protesto antes de prender as mãos dela acima da cabeça.

— Tudo a seu tempo — disse ele, sua voz revelando o controle que estava impondo. Ele soltou uma das mãos e passou o polegar levemente sobre um mamilo sensível. O seio dela se enrijeceu instantaneamente, e ela se contorceu debaixo dele. — Você gosta disso, querida? — murmurou ele. — Me conta. Quero saber exatamente como você se sente.

— Eu me sinto... como uma devassa — respondeu ela, sem fôlego. — E eu quero que você me toque, tanto quanto eu quero tocar você. — Ela capturou o olhar dele e com a mão livre abriu o zíper das calças dele. Então, apesar do instintivo protesto dele ela enfiou a mão dentro de suas calças.

Um calção de seda se colou em seus dedos, mas o calor túrgido de seu membro estava querendo sair.

—- Por favor, Olívia — ele engasgou quando ela o segurou. — Eu quero que isto seja bom para você, mas se você continua fazendo isso... — Ele tentou respirar fundo.

— Eu sei.

A voz dela era suave e, com uma exclamação, ele tirou o cinto e despiu rapidamente as calças. O calção preto rapidamente seguiu o mesmo caminho, juntando-se ao resto de suas roupas no chão.

Agora, sem barreiras entre eles, ele a beijou, seus lábios tocando os dela, sua língua penetrando avida­mente a boca de Olívia. Com uma satisfação evidente, ele explorou cada canto daquela caverna molhada antes de a encorajar a fazer o mesmo.

E ela o fez, até ele prender sua língua entre os dentes e chupá-la com força. A fricção sensual causou-lhe uma impressão na garganta e um jorro de calor líquido se espalhou por todo o seu corpo. Ela sentiu uma dor no baixo ventre e uma dor entre suas pernas que não desa­parecia.

Os pêlos do peito dele roçaram os seios dela e com uma ereção vigorosa contra sua barriga, ela o queria tanto dentro de si que nem sabia como agüentar mais. Ela gemeu quando ele se afastou um pouco, curvando-se contra ele, e conseguiu ver puro desejo no rosto dele. Ele desceu com sua língua até entre os seios, depo­sitando pequenos beijos molhados que só intensifica­vam a vontade dela. Parou e massageou um mamilo entre o polegar e o indicador e depois transferiu a sua atenção para o outro antes de chupá-lo. Ele chupou mais, e desta vez ela sentiu um aperto dentro de seu útero. Estava a ponto de ter um orgasmo, e era quase impossível evitar.

Mas, como se ele não tivesse nenhuma noção de quanto era frágil o controle dela, ele se afastou um pou­co para continuar a exploração tentadora com sua lín­gua. A mão dele percorreu o ventre dela, invadindo os cachos úmidos no vértice de suas pernas. Ele encontrou o ponto sensível do seu desejo e esfregou aí o seu pole­gar. E então enfiou um dedo dentro dela e ela perdeu o controle. Enquanto seu corpo estremecia com o clímax, e ela gemeu ao perceber que ele não tinha gozado com ela, Christian se curvou para beijá-la outra vez, eviden­ciando sua satisfação.



  

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