Хелпикс

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CAPÍTULO DEZ



CAPÍTULO DEZ

 

Os lábios de Helen se separaram e Milos aprofundou o beijo, esquecendo que era somente ele que os man­tinha flutuando, então, afundaram na piscina, as bo­cas unidas.

Ele nunca sentira algo como a excitante tontura que encheu sua cabeça, a submissão dela, o zumbido em seus ouvidos, lembrando a falta de oxigênio.

A mão passou pelo corpo dela, tocando os mamilos duros antes dos ossos de sua pélvis. Ele separou as pernas, puxando-a mais, para que sentisse sua rija ereção. Com um lamento, dando um impulso nos pés, ele os fez voltar para a superfície.

Em segundos ela se afastou. Batendo na água, foi para os degraus da piscina e saiu esbaforida, antes que ele conseguisse impedir.

Parou um pouco, tossindo, até que se virou, olhai do-o com ar torturado.

— Você... louco. Por Deus, o que estava fazendo?

Milos respirou fundo, indo para a borda.

— Não queria afogá-la. Nada ruim aconteceu.

— Fique... longe de mim — disse ela indecisa. A segurança poderia estar na casa, mas suas roupas es­tavam na cabana.

Abrindo os braços para indicar que ela não preci­sava temer, Milos saiu da piscina. Diferente dela, ele ainda sofria os efeitos daquele beijo e demorou um pouco controlando a respiração.

— Me desculpe — ele sentia dor em dizer aquilo. — Você deve achar que não devia ter acontecido.

— Certíssimo!

— Então, não devia ter me provocado.

— Só por perguntar se estava... de calção?

— Por não acreditar. Como vê, estou coberto. Não deu certo. Quando os olhos dela desceram para a cueca, o corpo dele não conseguiu evitar a res­posta.

E ela percebeu.

— Você... não pensa em outra coisa senão... sexo? Milos olhou-a incrédulo. Theos, nem acreditava em sua resposta instantânea. Ela estivera tão envolvi­da quanto ele e estava ali, parada, fingindo que tudo era culpa dele.

— Você... me surpreende, sabia? Você se iludiu que nada teve a ver com fazermos amor, 14 anos atrás, e está fazendo isso de novo.

— É você quem está se iludindo. Milos, eu não queria vir aqui. Você forçou, e agora quero voltar.

— Imagino — murmurou ele, aproximando-se dela e passando o braço pela sua cintura. Então, pela terceira vez naquele dia, atormentou sua alma, cobrindo os lábios trêmulos dela.

Houve um momento em que pensou que se afasta­ria, mas as mãos dela apertaram dolorosamente seus ombros. Com a língua dele invadindo sua boca, com fome, ela gemeu. Depois, os dedos dela se espalha­ram, agarrando os braços dele, como se evitando cair. Ele não tentou esconder sua resposta. O calor percorrendo suas veias e a lembrança do que tinham par­tilhado uma vez eram como uma febre em seu san­gue. Queria prová-la, tentá-la, mostrar que o aconte­cido entre eles não estava acabado.

Com um gemido ecoando no peito, ele prendeu os polegares no sutiã do biquíni, baixando-o para poder, lamber entre os seios dela. Ela se derreteu sob as mãos dele, se contorcendo e emitindo sons sensuais, os dedos se movendo pelos cabelos dele.

Milos sentiu uma enorme satisfação ao senti-la submissa, incapaz de controlar as emoções. Poderia odiá-lo mais tarde, mas, agora, ofegava com o corpo trêmulo contra o dele.

Olhou para os seios e, inclinando a cabeça, esticou o tecido para engolfar na boca um dos mamilos enri­jecidos, ouvindo os gemidos de prazer dela e pensando como reagiria se ele deslizasse as mãos para den­tro da calça do biquíni.

Mas, antes de poder fazer qualquer outra coisa, o som de hélices ecoou no ar, acompanhado pelo rugir de motores. Milos não precisava de uma bola de cris­tal para saber que tinham companhia.

Praguejou de frustração.

Hesitante, ajeitou o sutiã dela e pousou as mãos em seus ombros. Precisava ajeitar essa situação antes do seu piloto pousar. Não seria fácil, com Helen olhando-o com olhos arregalados. Havia tanto que queria fazer com ela, tanto a dizer, e agora era tarde demais. Especialmente para dizer como se sentia.

— Sinto muito — falou, percebendo ser a coisa er­rada.

— Você sente — repetiu ela, enquanto ele perce­bia a expressão sonhadora dela ser substituída por algo muito pior em seus olhos. — Claro, você é ótimo em sentir muito depois do acontecido.

— Você não entende...

— Acho que sim.

— Meu helicóptero acabou de chegar, não ouviu? Veio para me levar à conferência em Atenas.

— Onde está Milos?

Helen apertou os lábios, estranhando a pergunta de Melissa, quando ela e Rhea voltaram para a casa em San Rocco.

— Está se preparando para voar para Atenas. Está­vamos em Vassilios quando o helicóptero dele che­gou.

— Uau! O helicóptero dele! — Melissa estava im­pressionada. Virou para Rhea. — É mesmo o heli­cóptero dele?

— É da empresa — respondeu Rhea, mas Helen percebeu que os olhos da garota estavam nela, não em Melissa. — É mais conveniente do que um avião.

— Legal! — Os olhos de Melissa brilhavam. — Imagine ter um helicóptero para usar quando quiser.

— De qualquer modo, ele disse que você sabia Helen falou para Rhea. — Ele pede desculpas por não se despedir.

Rhea parecia em dúvida.

— Ele vai participar de uma conferência sobre redução da poluição na produção de petróleo. Teve tempo de trazê-la de volta?

— Não, Stelios fez isso. Helen nem queria pensar.

Afastando a lembrança da despedida deles em público, tentou falar casualmente.

— Eu... creio que também devemos ir.

— Ainda não almoçamos — exclamou Melissa virando para Rhea. — Você disse que Marisa tinha tudo pronto.

— E tem. — Rhea pareceu se desculpar com He­len. — A empregada da minha mãe ficará ofendida se lhe negar a oportunidade de mostrar suas habilidades culinárias.

—Bem...

Ela hesitou e Melissa se antecipou:

— Vamos, mãe. Você não tem muito para fazer. Era verdade. E agora não precisava se preocupar com Milos. Devia estar aliviada, mas não estava.

— Está bem — concordou, para alegria da filha.

A visita não foi ruim. Esperava encontrar dificul­dade em conversar com Rhea, o que não aconteceu. A garota percebera não ser culpa dela a partida do ir­mão e, sobre uma refeição de folhas de parreira re­cheadas, uma salada verde e uma sobremesa doce, ela se esforçara para ser amigável.

Contou a Helen sobre o curso que fazia e seus pla­nos de montar um negócio de decoração de inte­riores, quando formada. O pai dela tinha concordado em ajudar financeiramente no primeiro ano, e Helen pensou como Rhea tinha sorte, tendo pais amorosos que a apoiavam.

Imaginou se teria sido diferente se não tivesse cor­tado seu pai de sua vida. Ele teria insistido para que se casasse com Richard se tivesse contado a ele sobre sua gravidez?

Claro que, se seu pai não tivesse ido embora, nun­ca teria conhecido Milos Stephanides, nem ficaria grávida de um bebê de um pai cuja identidade oculta­ra de sua mãe...

— Aonde vai?

Sheila Campbell virou-se da televisão quando Helen apareceu na porta da sala, surpresa ao ver a filha arrumada para sair, sem ter dito nada antes.

— Vou me encontrar com Sally na lanchonete. — Helen falou a primeira mentira que viera à sua ca­beça.

— Qual Sally? — Sheila franziu o rosto, e Helen desejou que a mãe não quisesse saber tudo que ela fa­zia.

— Sally Phillips. Você não conhece. Do meu gru­po de inglês.

— Ah, não se esqueça da aula amanhã. Deve estar em casa antes das dez e meia.

— Não sou mais criança, mãe!

— Mas ainda é estudante e não tenho tempo para tirá-la da cama de manhã. De qualquer modo, você disse que prefere encontrar Richard nos fins de semana.

— Prefiro. Não vou me encontrar com Richard Shaw. Como disse, vou à lanchonete. Está certo?

— Tenho escolha? Ah, vá e divirta-se, mas não perca o último ônibus de volta.

— Não perderei — Helen imaginou se Milos a tra­ria de volta, sentindo o arrepio que sentia desde que aceitara o convite dele.

Tinham combinado de se encontrar no bar do hotel dele, e Helen ainda estava insegura.

Também esperava que a roupa não estivesse muito inadequada. Gostaria de ter usado o novo vestido leve com a jaqueta que guardava há tempos, mas sua mãe poderia suspeitar. Vestira jeans justos e uma blusa vermelha de seda sob a parca que sua mãe lhe dera no último aniversário.

Sentiu-se escorregadia, como seu pai, pensou, com segredos para sua mãe.

Mas, quando entrou no saguão do Cathay Inter­continental e viu Milos parado na porta, à sua espera, ficou satisfeita. Ele estava ótimo em seu terno escuro e camisa de gola rulê, e mal acreditava que aquele ho­mem lindo esperava por ela.

Esperava e caminhou em sua direção imediata­mente, os olhos escuros perturbadores deixando todo o seu corpo quente e vivo. Tentou parecer natural, mas havia algo pessoal no olhar dele.

— Oi — disse ele suavemente e, mesmo sem ten­tar tocá-la, Helen sentiu como se as mãos dele a tocassem toda. — Que bom que você veio. Temia que sua mãe a fizesse mudar de idéia.

— Ela não sabe que estou aqui.

Falou instintivamente e pensou como devia pare­cer patético.

— Aonde ela pensa que está?

— Na lanchonete. Deve me achar idiota, não di­zendo aonde ia.

— Creio que foi inteligente. Tive a impressão de que sua mãe não gostou de mim.

— Ela tem seus motivos, não acha?

— Por que a convidei para um drinque? Certamen­te não é tão imperdoável. Quero conhecê-la melhor e espero que fiquemos amigos.

Amigos?

Helen deixou passar, sem querer criar ilusões. Além do mais, era mulher o bastante para ficar lisonjeada por ele querer encontrá-la novamente.

— Deixe-me pegar seu casaco — ele ofereceu. Depois de guardar o casaco dela na chapelaria,

Milos levou-a ao bar, ao lado do famoso restaurante. Imediatamente, uma garçonete arrumou uma mesa de canto para eles, e Milos pediu champanhe.

Helen achou que não devia beber champanhe. Não tinha idade e nunca experimentara nada além de cer­veja.

Descobriu que champanhe era diferente, mais doce, e as bolhas chiavam agradavelmente em sua língua, além de aumentar a sua confiança, e se viu conversando animada sobre o que fazia e suas ambi­ções para o futuro, o que era incomum.

Sem que notasse, logo eram oito horas, e quando Milos convidou-a para jantar com ele, achou besteira recusar. Queria. Gostava da companhia dele, dos olhares femininos invejosos na direção deles. Acima de tudo, gostava de ele fazê-la sentir-se uma mulher atraente, com quem tinha orgulho de estar.

Ficaram surpresos quando Milos chamou o gar­çom, pedindo uma mesa no restaurante. O homem la­mentou, informando que só teria depois das nove e meia, mas Helen disse que seria tarde, por causa da mãe.

— Peça ao chefe dos garçons para vir aqui, por fa­vor? — pediu Milos educadamente. Quase imediata­mente, o maitre apareceu, embaraçado.

— Sabíamos que estava no hotel, sr. Stephanides, mas não reservou uma mesa, e um dos nossos hóspe­des, o príncipe Halil Mohammad, fez uma reserva tardia para ele e seus acompanhantes para o jantar. Lamento muito, senhor.

Milos olhava para ele friamente, e Helen quase la­mentou pelo homem, quando falou:

— Imagino que não consideraria jantar em sua suí­te, sr. Stephanides. Eu ficaria feliz em garantir que seja servido imediatamente. Claro, com os cumpri­mentos da gerência.

Helen corou. Entendia que o homem procurava re­solver a situação. Como ele dissera, Milos tinha uma suíte, não era como se fossem jantar no quarto dele.

Milos disse:

— Não creio. Terei que mudar os planos.

— Eu não me importaria.

Helen nem acreditava ter dito aquilo, mas recusar a faria parecer a criança que era, em vez de aceitar a sugestão do maitre.

— Tem certeza?

Milos a olhava e sentiu a excitação percorrendo-a novamente. Podia ser o champanhe, mas não lamenta­va ter vindo até aqui. Era muito mais excitante do que passar uma noite observando Richard se embebedar.

— Tenho, obrigada.

 

 



  

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