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CAPÍTULO TREZE



CAPÍTULO TREZE

 

Onde estava a Sra. Grady?

Jack havia acordado minutos atrás, com calor e sede, as costas doendo pela posição em que dormira. Mas quando se acomodara na cadeira de couro, queria apenas separar a correspondência, não dormir.

Tudo culpa dos malditos medicamentos que o médico receitara, pensou irritado, endireitando-se e ciente do gosto ruim na boca.

Como se precisasse de alguma coisa para controlar os batimentos cardíacos agora, pensou resignado. Rachel o havia deixado, e nada do que Karen Johnson fizesse importava a essa altura. Seu casamento terminara, e sua vida, também. Assim que pudesse, sairia da Fox Construction e voltaria para a Irlanda.

Levantou-se, ergueu os ombros e foi andando devagar até a cozinha. Mas a Sra. Grady não estava lá também. Bebeu um copo de água, olhando a chuva caindo no telhado do ateliê de Rachel. Será que ela voltaria quando tivesse ido embora? Provavelmente, pensou, soturno. Ela ainda se mantinha afastada porque ele estava ali.

Talvez devesse ligar para ela. Deus era testemunha de como estava preocupado. Mas temia que ela não quisesse falar com ele. Ela provavelmente acreditara nas mentiras de Karen para estar longe de casa.

Além disso, não queria admitir o que acontecera a ele quando voltou. Desmaiar na frente da Sra. Grady ao saber da queda de Rachel fora muito humilhante.

De qualquer forma, Rachel era uma mulher bonita e inteligente. Merecia coisa melhor que um homem debilitado que só conseguira destruir a própria vida.

O diagnóstico de que os problemas de Jack eram mais de ordem psicológica do que física não lhe fizera nenhum favor. Jack se recusava a discutir os detalhes de seu casamento com quem quer que fosse, ainda mais um estranho. De que adiantaria falar sobre os abortos de Rachel e a tensão que crescera sobre eles?

Certo, talvez o afastamento tivesse contribuído para o seu problema atual. Perder três bebês e a esposa que amava mais do que a própria vida podia fazer desencadear coisas assim. Rachel tentara resolver o problema da maneira dela, mas aquilo não o ajudou em nada. E na tentativa de manter o controle sobre seus sentimentos, retraíra-se e fingira não lamentar o ocorrido.

E foi assim que começou a passar cada vez mais tempo na empresa, usando o trabalho para desviar sua mente de outras coisas. Tentou agir como se o afastamento de Rachel não o atingisse. E então, quando Karen Johnson começou a persegui-lo...

Jack não pôde evitar o desespero por causa de todos os males que aquela mulher causou. Ele franziu a testa, lembrando do que a mãe dissera. Quem era o pai da criança que ela carregava? Embora fosse difícil de acreditar, podia ser alguém do escritório. Até mesmo um dos executivos.

Ouviu o som do carro da Sra. Grady e deixou os pensamentos de lado. Apoiou os quadris no armário atrás dele. A governanta devia ter aproveitado a chance para fazer compras enquanto ele dormia. Ele suspirou. Tinha consciência de que era um paciente muito exigente. Não sabia o que teria feito sem ela nas últimas semanas. Ela certamente merecia o próprio peso em ouro.

Ouviu a porta abrir, mas a Sra. Grady não apareceu na cozinha. Refletiu que ela tivesse ido verificar como ele estava. Era melhor não deixar a pobre mulher procurando-o pela casa.

Acreditando que ela tivesse ido à sala de estar, foi naquela direção, e quase trombou com Rachel na porta do cômodo.

— Meu Deus! — Para sua perturbação, a aparição dela fez com que agarrasse o batente da porta em busca de apoio. Era a última pessoa que esperava encontrar, e tentava entender o que ela viera fazer ali. — Pensei ter ouvido o carro da Sra. Grady.

— Era o carro dela. — Rachel umedeceu os lábios, observando-o cautelosamente. — Peguei emprestado.

— Onde ela está?

Como se a localização da governanta importasse! Olhar para Rachel era o mesmo que zombar dos próprios planos para o futuro. Como podia ir embora, sentindo o que sentia por ela? Seu corpo o traía, respondendo à proximidade dela com uma urgência que eliminava qualquer pensamento coerente de sua cabeça.

Ela parecia muito bem. Talvez um pouco magra, mas tão linda como sempre, apesar do que acontecera no penhasco. Usando um top laranja e short parecia ter trazido o sol para dentro daquela casa, e se os olhos estavam mais escuros do que o normal era porque ele a assustara também.

— Ela está na casa de Lucy — respondeu ela, e então tudo se encaixou. Não estava desesperada para vê-lo, apenas sentira pena com o que a governanta devia ter contado.

— Entendo — ele disse, endireitando as costas quase de maneira defensiva. — A Sra. Grady finalmente soltou a língua. Mas ainda estou surpreso por Lucy tê-la deixado vir.

— Lucy não sabe — Rachel disse rapidamente, tentando não se sentir tão impotente. Havia tanta coisa a ser dita, mas estar com Jack novamente a deixava fraca. Vestindo uma camiseta preta e a velha calça jeans, ele parecia tão bonito como sempre. Queria tanto tocá-lo, mas era difícil encarar o ceticismo dele naquele momento.

Os lábios de Jack se torceram com o comentário.

— Mesmo? — ele zombou. — Por que não pensei nisso antes?

Rachel estremeceu.

— Jack, sei que não sabia sobre meu acidente até chegar em casa. A Sra. Grady me contou.

— E é claro que ela nunca mente. Só não sabe ficar de boca fechada — ele respondeu, incapaz de evitar a amargura na voz. — O que mais ela disse? Que estou à beira da morte?

— Oh, Jack, não brinque com essas coisas.

— Não estou brincando. Mas tem de admitir que é irônico — ele deu de ombros. — Talvez eu mereça isso mesmo.

Os olhos dela se arregalaram, e ele podia jurar ter visto lágrimas se formando. Então se arrependeu do que tinha dito.

— Mas não precisa se preocupar. Como está se sentindo agora? — perguntou ele, observando-a atentamente. — Teve uma experiência horrível. Lembra de como aconteceu?

— Oh... precisamos falar sobre isso?— Rachel cruzou os braços, sem saber o que dizer. — Eu... vim para vê-lo. — Ela hesitou. — Está se sentindo melhor?

— Estou bem — Jack respondeu, despreocupado. — Não sei o que ela falou, mas os médicos são sempre muito exagerados. Você já sabe, precisei me afastar do trabalho por algum tempo...

— Mas não foi só por causa de cansaço, foi? — Rachel o interrompeu. — A Sra. Grady disse que teve problemas de coração.

— Ela é exagerada. — Jack respirou fundo. — E se veio oferecer sua simpatia, bem... obrigado, mas não é necessário.

— Jack...

— Vou ficar bem, certo? Não estou morrendo, ou qualquer coisa assim. Por alguma razão qualquer, tive arritmia. Mas desde que comecei a seguir as orientações médicas estou me sentindo muito melhor.

Rachel o encarou.

— Tem certeza?

— Tenho sim. — Jack sentiu que cravava as próprias unhas nas palmas das mãos de tão tenso e tentou relaxar. — Sinto por desapontá-la, querida, mas se quiser se livrar de mim, vai ter de pedir o divórcio.

Rachel engoliu em seco.

— Não quero me livrar de você.

— Não? — Jack levantou uma sobrancelha de modo irônico. -— Então por que está na casa de Lucy?

Mais uma vez, Rachel não soube o que responder.

— É uma longa história. — Então, continuou: — Imagina como me senti quando a Sra. Grady me disse que teve um colapso?

Jack suspirou.

— Não foi tão sério.

— Claro que foi sério. Ficou no hospital por quase uma semana.

— Estavam fazendo exames — Jack disse, ríspido. — É o que os médicos fazem.

— E agora?

A boca de Jack se contorceu.

— Sim, esta é a grande pergunta. Rachel franziu a testa.

— O que quer dizer?

— Encare os fatos, Rachel. Não sou o homem forte com quem se casou. Talvez deva pensar seriamente no divórcio.

Rachel ficou atônita.

— Não seja ridículo. A Sra. Grady disse que você tem tudo para se recuperar completamente. — Ela o encarou, apreensiva. — Ela me avisou que você estava sentindo pena de si mesmo, mas não pensei que tivesse chegado a este ponto.

As palavras soaram duras, mesmo aos seus ouvidos, mas precisava tirá-lo daquela apatia de alguma maneira. Achava mesmo que se casara com ele por outra razão que não amá-lo? Tudo o que queria era vê-lo saudável e feliz.

Ele pareceu cambalear, e ela percebeu que fora longe demais.

— Obrigado, Rachel — ele disse, seco. — Sabia que podia contar com você para me dizer coisas assim.

— Pare! — Ela parecia alarmada, mas ele não a ouvia.

— Tem razão — ele disse. — Estou com pena de mim mesmo. Tudo o que me resta são lamentações. — Ele balançou a cabeça. — Você sabe, eu sempre me senti invencível, fisicamente falando. Então essas coisas todas aconteceram e percebi que estava apenas me enganando. Não sou especial, sou apenas humano.

Rachel suspirou.

— Todos nós somos humanos, Jack.

— Sim, tem razão.

— Então percebeu que estava trabalhando demais? — Ela parecia desalentada. — Ultimamente você passava cada vez mais tempo no escritório. Não é de se surpreender que imaginasse que você tinha um caso.

Ele deu de ombros.

— Eu sei.

— Mas não estou culpando você — ela continuou, falando antes que perdesse a coragem. — Sei que fui egoísta, pensando que era a única que sofria por causa dos bebês. — Ela o encarou, desesperançada. — Pensei muito sobre isso depois... depois do acidente. Ao invés de nos aproximar, deixei que a situação nos separasse.

— São águas passadas agora.

— Mas é importante, não entende? — Rachel insistiu, veemente. — Se nós... se eu não o tivesse afastado, Karen nunca teria sido capaz de nos atormentar.

— Estava me perguntando quando colocaria Karen na conversa.

Rachel mordeu um dos lábios.

— Ela veio aqui enquanto você estava na Irlanda. — Ela estremeceu. — Disse que estava na casa dos seus pais.

Jack bufou.

— Sim, a Sra. Grady me contou.

— É verdade?

— Vai acreditar em mim se eu disser que não? Rachel assentiu com a cabeça.

— Ela estava mentindo. — Ele respirou fundo. — Mas ela apareceu lá. Na mesma manhã em que você chegou, na verdade. — Um sorriso pareceu surgir no canto de sua boca. — Minha mãe a fez ir embora.

— Então... então enquanto estávamos... fazendo amor, ela estava na casa dos seus pais?

— Ela já estava lá quando você chegou — confirmou Jack. — Ia lhe contar, mas não quis que nada estragasse o dia. E quando voltamos para casa, minha mãe já havia chamado um táxi e lhe dado o dinheiro da passagem para Dublin.

— Oh, Karen deve ter ficado muito zangada. — Rachel levou as mãos subitamente geladas ao rosto.

— Por isso ela...

— Por isso ela o quê? Rachel balançou a cabeça.

— Não importa.

— Me diga.

Rachel respirou fundo.

— Por isso ela contou todas aquelas mentiras. E descreveu o chalé em detalhes. Deve ter ficado desesperada quando eu disse que não acreditava nela.

Jack a segurou pelo braço, sentindo a pele suave sob seus dedos.

Disse que não acreditava nela? — ele repetiu.

— Quer que eu acredite nisso?

— É verdade. — Rachel queria se explicar. — Admito que não tinha muita certeza a princípio. Mas depois, tive tempo para pensar sobre o assunto. — Ela o encarou, com expressão franca. — Sabia que ela estava mentindo.

— E por que não me contou?

— Como poderia? — Rachel falou, agoniada. — Sofri o acidente, lembra? Fiquei muito transtornada. E então soube que tinha voltado para a Inglaterra, e não tinha nem se preocupado em saber como eu estava. Lucy disse que... talvez não se importasse mais comigo.

— Lucy! — Jack ficou irritado ao compreender tudo o que ela estava dizendo. — Talvez tivesse sido mais fácil se ela tivesse me contado sobre o acidente antes de eu voltar, humm?

Rachel concordou. Mas tinha de ser justa.

— Não foi culpa dela, na verdade. George Thomas disse para ela que tinha ligado.

— Mas não ligou.

— Agora eu sei disso. Quando a Sra. Grady explicou tudo o que aconteceu, vim vê-lo imediatamente.

Os dedos de Jack se suavizaram, e o polegar massageava a parte interna do braço dela.

— Tem certeza de que não ficou com pena? — perguntou ele, tentando se convencer de que não estava imaginando coisas. Não queria se decepcionar novamente, como na noite em que Rachel o levou para a cama...

— Por que sentiria pena? — ela respondeu, erguendo a mão para acariciar o rosto dele. — Eu o amo — disse com carinho. — Nunca deixei de amá-lo.

Jack estava surpreso. Ouvir aquilo era exatamente o que sonhava, mas ainda não acreditava que pudesse ser verdade. Depois de tudo o que Karen fizera para separá-los, ainda não acreditava que tudo estava terminado.

— Ainda me ama? — perguntou Rachel, ficando preocupada com o silêncio dele.

— Precisa perguntar? — respondeu, e incapaz de esperar mais um segundo, Rachel colocou as mãos na nuca de Jack e trouxe o rosto dele para junto do seu.

Os lábios dele tomaram os dela com urgência.

— Deus! — ele murmurou, atordoado, enquanto sentia a pressão suave dos seios dela contra seu peito. As mãos dele seguraram os ombros dela, trazendo-a mais perto, para que sentisse o desejo que despertava nele.

Ele pressionou o corpo ainda mais contra o dela, adorando quando ela abriu as pernas para que pudesse posicionar a coxa entre elas. E se estava tonto naquele momento, era porque sabia que ninguém podia separá-los novamente.

— Jack... — ela sussurrou, quando ele parou de beijá-la para afastar a alça do top e admirar as curvas de seus seios. Com a língua, traçou um caminho entre os seios antes de deslizar a mão dentro do sutiã e sentir o mamilo pressionado contra sua palma.

— Quero você — ele disse, rouco, envolvendo os seios com as mãos trêmulas. — Você é tudo o que sempre quis — continuou, a boca encontrando a dela novamente com incrível urgência. — Vamos subir.

E então a campainha soou.

 

 



  

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