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CAPÍTULO DEZ



CAPÍTULO DEZ

 

Rachel voou de volta para Londres na segunda pela manhã. Jack a levara de carro para Dublin no domingo à noite, e eles passaram a noite no quarto que ela reservara para sua estada. Fora uma noite mágica, ainda mais intensa por causa da iminente partida. Rachel não queria ir, e Jack de fato desejava que ela ficasse.

Mas ela tinha um prazo para terminar as ilustrações do livro que estava fazendo. Não querendo aterrorizá-la contando sobre sua condição de saúde, Jack não teve outra escolha senão aceitar a decisão dela.

No entanto, ele se despediu dela no aeroporto com apreensão. Tinha tanta coisa a lhe dizer. Embora tivesse sido forçado a admitir que o Dr. Moore praticamente lhe ordenara repousar, não contara sobre os complicados exames que fizera. Ela ainda tinha a impressão de que ele voltaria logo para casa, e, apesar de não ter dito nada, Jack sabia que ela esperava que ele fizesse as malas e voltasse com ela.

E ele estava tentado a fazer isso. Estar novamente com Rachel era a coisa mais importante em sua vida.

No entanto, depois de como a mãe se livrara de Karen, ele se sentira obrigado a seguir seus conselhos. Ao invés de acreditar na história dela, Maggie dissera a Karen que seu filho não mentia. Se dizia que o filho não era dele, é porque não era. Ponto final.

Naturalmente, ainda não ouvira os detalhes da discussão. Sabia apenas que a mãe chamara um táxi e levara Karen para a estação de trem.

— Eu paguei a passagem de volta para Dublin, e isso é mais do que ela merece — Maggie falou, quando o filho apareceu na cozinha depois do almoço naquele mesmo dia. — Não podemos conversar sobre isso agora, mas fique tranqüilo porque não permitiria uma mulherzinha daquelas na minha casa!

Jack ficara surpreso. E grato.

— Então ela se foi?

— Ela não teve escolha — a mãe declarou orgulhosa. Então sorriu. — E é claro, espero que não se envolva com ela novamente.

Jack desejava que ela acreditasse nele, mas quando ia retrucar, um gesto de cabeça de sua mãe o alertou de que não estavam mais sozinhos. Rachel estava atrás dele, parada na porta, as sobrancelhas erguidas, parecendo curiosa.

— Alguma coisa errada?

— Não, o que poderia haver de errado? — exclamou a mãe de Jack, secando as mãos em um pano de prato. — Jack estava justamente me contando que você vai ficar.

— Se não for problema. Maggie sorriu.

— É sempre bem-vinda, Rachel. Devia saber disso. — Então, dando um olhar de aviso ao filho, continuou: — Imagino que aproveitaram bem a manhã.

Jack é um homem de sorte. Espero que ele reconheça isso.

Rachel colocou a mão no braço de Jack.

— Tenho certeza de que ele sabe — disse ela, e ninguém podia duvidar de que ela tinha certeza do que dizia.

Maggie lançara outro olhar significativo.

— Bem, estou feliz por vocês dois finalmente terem se entendido. Não deixem que nada, nem ninguém, se intrometa na vida de vocês.

Aquilo fora na tarde de sexta, mas agora, com a esposa indo para casa, Jack pensava que deveria ter sido honesto e contado sobre a visita de Karen. Sua mãe não conhecia Karen como ele. A mulher era inescrupulosa e parecia determinada a destruir seu casamento. Se tivesse um pouco de juízo, ele deveria voltar para a Inglaterra o quanto antes.

Mas ao discutir o assunto com a mãe mais tarde naquele dia, ela disse que era loucura.

— Até aquela mulher aparecer, não entendia por que você e Rachel ainda estavam com problemas — disse. — Bem, imaginava pelo que ela estava passando depois de perder três bebês. Provavelmente estava com medo de engravidar novamente, embora seu pai e eu não aprovássemos ela ter afastado você da própria cama. Mas isso foi há quase dois anos, e eu esperava que vocês tivessem se acertado a esta altura. Então, quando aquela mulher apareceu na minha porta, entendi por que Rachel estava na Inglaterra e você aqui, sozinho.

— Não é assim tão simples, mãe...

— Entendo, mas me ouça, Jack. — Ela ficou em silêncio por um segundo. — Antes de mais nada, você teve um caso com ela?

— Com Karen? — Jack bufou. — De jeito nenhum.

— Mas Rachel acha que sim?

— Talvez.

— Certo. — Maggie franziu a testa. — Então por que essa mulher acha que você é pai do filho dela?

Jack balançou a cabeça.

— Eu não sei.

— Ela disse que você teve um caso com ela — continuou a mãe, mais calma do que ele esperava. — Disse que tudo começou numa noite, quando você bebeu demais e ficou na casa dela.

Jack suspirou.

— Eu não bebi demais.

— Mas foi o que ela disse.

— Foi o que eu disse. — Ele deu de ombros. — Mas sabia o que estava acontecendo. Senti-me mal a noite inteira, mas não quis dizer isso a ela. Quando estávamos na porta dela, nos despedindo, fiquei muito tonto. E a única coisa que lembro depois disso é que estava deitado no sofá dela.

— Vestido?

— Ela tinha tirado meu paletó e desabotoado o colarinho.

— E as calças?

— Ainda estava vestido com elas — protestou Jack, indignado. — Aonde quer chegar, mãe? Que fiz sexo com ela e não sabia?

Maggie arqueou as sobrancelhas escuras.

— E é possível que isso tenha acontecido?

— Não. — Jack deu de ombros. — Puxa, pensei que acreditasse em mim.

— Acredito em você — ela disse calmamente. — Mas é inútil me esconder todos os detalhes.

— Certo.

— Então você saiu com ela. — A mãe o olhava com reprovação. — Jack, você é um homem casado. O que estava pensando ao sair como uma mulher daquelas?

— Foi só uma vez — Jack disse, defensivo. — Lembre-se, eu estava deprimido. Rachel e eu... bem, parecia que não tínhamos mais contato. Isso foi parte do problema, acho. Eu trabalhava o dia inteiro, precisava de alguém para conversar.

— E por que ela?

— Não sei. Acho que era quem estava disponível. Mas pensando bem, acho que ela sempre estava no escritório de Myrna. Pensei que eram amigas, mas é óbvio que ela ficava ali para me ver.

— Então o que fez? Convidou-a para sair?

—- Sim. Tudo começou por causa daquela maldita noite.

— Ela disse que a demitiu porque ficou cansado dela.

— Ela trabalhava para George, não para mim. George a demitiu dizendo que não era competente.

— E depois de demitida, ela começou a lhe perturbar?

Jack deu uma risada.

Perturbar? — ele repetiu. — Foi mais do que isso. Até mandar Harry expulsá-la, ela costumava me esperar no estacionamento porque sabia o horário em que eu costumava sair.

— Mas por que você? Por que não George Thomas?

— Porque ele não foi estúpido o suficiente para n convidá-la para sair. Ela falou que sentia falta do escritório, que estava infeliz por não conseguir outro emprego. Senti pena dela, mas não fiz ou disse nadai que a encorajasse a pensar que queria vê-la novamente. Então, quando viu que não adiantava me bajular, começou a me ameaçar. Disse que se não concordasse em vê-la, contaria a Rachel que tínhamos um caso.

— Oh, Jack!

—- Imaginei que ela estivesse blefando. Mas quando parei de atender aos telefonemas, ela foi à minha casa.

— Sua casa? — A mãe estava horrorizada. — Ela falou com Rachel?

— Sim, disse que eu queria me divorciar porque teríamos um filho.

— Santo Deus! — Maggie fez o sinal-da-cruz antes de falar novamente. — Então Rachel sabe sobre ela? Sobre o que ela vem dizendo?

— Sabe sim. — A voz de Jack era desprovida de emoção.

— E ela acreditou?

— Não tenho certeza do que Rachel pensa — admitiu Jack com honestidade, sabendo que não podia , contar à mãe como ela reagira naquela noite.

— Mas ela veio aqui. Isso prova que acredita em você, não é?

— Pensei que sim — Jack concordou. — Mas agora não tenho tanta certeza.

— Essa mulher deve ser louca! É inacreditável! — Então ela franziu a testa. — Pergunto-me por que ela escolheu você. Falo de Karen. Ela sabia que você e Rachel estavam com problemas?

— Talvez. — Jack não queria falar sobre aquilo. Era muito deprimente. — Mas devia saber sobre os bebês. Afinal, eu tinha contado a todos que ia ser pai, e ela provavelmente ficou sabendo disso. Céus! Eu devia estar louco quando saí com ela.

A mãe estava considerando o que ele contara.

— Começo a ver um plano por trás disso. Uma mulher que perdeu o filho estaria muito vulnerável a uma chantagem emocional. Declarar que estava esperando um filho seu foi uma idéia muito inteligente.

Jack se sentia repentinamente exausto.

— De quem foi a idéia de convidá-la para sair?

— Acho que foi minha. — Jack deu de ombros.

— Tem certeza disso? Ele fez um gesto vago.

— Já disse, ela sempre estava no escritório. Não lembro por que decidi convidá-la. Talvez tenha sido sugestão de George. Ele sabia que eu estava deprimido. Não sei.

— Ora, vamos! — insistiu a mãe. — Quem você acha que é o pai?

Jack foi pego de surpresa.

— E como eu vou saber?

— Nunca pensou nisso?

— Na verdade, não. — Jack foi honesto: — Estive muito ocupado tentando fugir das mentiras de Karen para me preocupar com isso.

— Então pense. — Maggie demonstrava impaciência: — Pelo amor de Deus, Jack, pode ser alguém que conheça.

Jack parecia cético.

— Pode ser qualquer um.

— Acho que não. O mundo é pequeno, nunca ouviu esse ditado?

Jack não via razão para pensar nos possíveis suspeitos naquele momento. Quem quer que fosse, dificilmente admitiria a paternidade.

— Poderia ser alguém do escritório? — A mãe não desistia.

Jack suspirou.

— Já disse que pode ser qualquer um, mãe. A Fox Construction emprega mais de cem pessoas no escritório de Plymouth.

— E disse que Karen trabalhava no escritório de George Thomas. Há mais alguém com quem ela pudesse ter se envolvido lá?

— Mãe!

— E George? Ele não é muito mais velho do que você, é?

— George! — Jack parecia incrédulo. — Mãe, George é casado e tem três filhas adolescentes. Nunca o vi olhar para outra mulher.

A mãe deu de ombros.

— Bem, Karen é persistente, não acha? É do tipo de mulher que atrai certos homens. Sabe do que estou falando. Homens que gostam de ruivas cheinhas e de seios grandes.

Jack não pôde evitar um sorriso.

— Gostou mesmo dela, não foi? — ele disse, sarcástico.

— Não gostei nem um pouco — declarou Maggie Riordan, com firmeza. — Não passa de uma oportunista. Se quer saber minha opinião, ela deve estar querendo arrancar algum dinheiro. Ela sabe que não pode provar nada até ter o bebê.

Jack a encarou.

— Está me dizendo para comprar o silêncio dela?

— Claro que não! — A mãe parecia irritada. — Mas pense sobre o que eu falei. Se George Thomas não está envolvido, quem mais poderia estar?

Rachel passara a semana trabalhando em suas ilustrações para o livro. Estava atrasada, mas era difícil se concentrar com tantas coisas na cabeça.

Não planejara viajar à Irlanda, mas estava feliz por ter tomado aquela decisão. Mas voltar sozinha não fora parte de seu plano.

Não teria viajado se George não tivesse lhe sugerido isso. Como não recebera notícias de Jack, telefonara para o diretor para saber quando o marido planejava voltar. Ele fora um pouco vago, e ela tivera a impressão de que Jack não lhe confidenciara nada. Mas ele fora categórico ao dizer que Jack estava deprimido e fisicamente esgotado. Tinha certeza de que Jack ficaria feliz em vê-la.

Ele tinha razão, mas Rachel estava na Inglaterra novamente e seus antigos temores vinham à tona. Viu que Jack estava fatigado, mas não parecia deprimido. Ou ficara feliz por vê-la? Ou já estava recuperado? Por que não voltou com ela para casa?

Alguém bateu na porta do ateliê e Rachel se voltou ansiosa, esperançosa de que seus pensamentos tivessem se tornado reais. Mas era a Sra. Grady.

— Estou indo até a vila, senhora — ela disse, timidamente. — Vou ao correio, mas não demoro. Quer alguma coisa?

Meu marido, pensou Rachel, mas conseguiu sorrir para a governanta.

— Não, Sra. Grady. Devo terminar este capítulo em uma hora. Depois vou relaxar um pouco na banheira.

— Que bom. — A governanta sorriu em resposta. — Então nos vemos mais tarde.

— Claro.

A governanta voltou para a casa. Rachel suspirou, mas retomou o trabalho. Ainda tinha muito a fazer antes de tirar o merecido descanso.

Cerca de dez minutos depois, Rachel teve o pressentimento de que não estava mais sozinha. Era uma sensação desagradável, e ela esperava que a Sra. Grady tivesse trancado os portões. Estava ficando paranóica, mas desde a visita de Karen e a partida de Jack, ficara muito preocupada com a segurança.

O pressentimento não desaparecia, e depois de misturar as cores erradas e espirrar água em uma das ilustrações prontas, Rachel largou a aquarela, desanimada. Terminaria o capítulo no dia seguinte. Jack não era o único que se sentia esgotado.

Estava fechando a porta do ateliê quando viu Karen Johnson. A mulher descansava na mureta que margeava o pátio, e embora fosse um fresco dia de agosto, o rosto de Karen brilhava, vermelho. Ela se ergueu quando Rachel foi em direção a ela. Apesar de querer ignorar, Rachel não pôde evitar olhar para a volumosa barriga que tornava o vestido de verão disforme.

— Olá, Rachel — disse ela, parecendo sem fôlego. — Não nos vemos há um bom tempo.

— Como entrou aqui? — replicou Rachel, colocando as chaves do ateliê no bolso do jeans.

— Esqueceu que já estive aqui antes? Notei que a caverna fica nos fundos da casa. Imaginei que haveria um jeito de subir até aqui pela praia. E estava certa.

Rachel a encarou.

— Você veio de Foliot Cove? — Não era de admirar que estivesse vermelha. No estado dela, devia ser uma escalada e tanto.

— Tive de fazer isso. — Karen se abanou com a mão trêmula. — Vi sua governanta sair, mas os portões se fecharam e não podia pular o muro. Então, voltei para a vila. — Ela sorriu de modo afetado. — Sua casa não é tão segura assim.

Silenciosamente, Rachel admitiu que ela estava certa. Se Karen conseguira subir, qualquer um conseguiria.

— De qualquer forma, perdeu seu tempo — ela disse. — Não pretendo conversar com você. E se estiver procurando por Jack, ele não está.

— Sei disso — Karen respondeu afrontosamente. — Passei as últimas semanas com ele em Ballyryan. — Ela parecia se divertir com a expressão de Rachel.—Não acredita em mim? — Ela remexeu a bolsa. — Veja você mesma. É a passagem para Dublin que comprei na semana passada. No dia em que você chegou e estragou tudo.

 

 



  

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