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CAPÍTULO NOVE



CAPÍTULO NOVE

 

Jack se perguntou se alucinação fazia parte de sua lista de sintomas. Talvez o sol muito quente que atingia suas pálpebras fosse o responsável por estar vendo Rachel agora, parada no caminho que levava à porta. Ela não podia estar ali, não naquele dia, não com Karen na sala de visita de sua mãe. Embora tivesse desejado muito revê-la, aquilo devia ser algum tipo de piada doentia.

Mas então ela falou, e Jack percebeu que tanto seu maior desejo quanto seu maior pesadelo tinham se tornado realidade.

— Jack! — ela exclamou, abandonando a compostura e correndo em direção a ele. Colocou a mão com suavidade em sua testa. — Jack, qual o problema? Você parece... muito mal!

E estava, Rachel pensou, concluindo que descartara a necessidade de ele descansar, sem se preocupar se era mesmo verdade. Devia saber que não era do feitio dele abandonar as responsabilidades, deixar outra pessoa responsável pela empresa, se não fosse necessário. Era óbvio que ele precisava de muito mais do que férias, mas não quisera admitir o fato.

Jack fechou os olhos por um instante, ainda coro a esperança de que aquilo fosse apenas sua imaginação. Mas quando ela apertou seu pulso, soube que não havia como escapar.

— Eu... estava com um pouco de calor, só isso — disse ele, sabendo que assim que Rachel descobrisse que Karen estava lá, saberia a razão de sua agitação. Ele engoliu em seco. — Como chegou aqui?

— Da maneira tradicional. — No momento, Rachel não estava interessada em explicar o trajeto que tomara. — Vim de avião para Dublin e peguei o trem para Wexford. — Mas o que isso importa? Já estou aqui. — Ela o olhou com olhos ansiosos. — Está feliz por me ver?

Jack suspirou.

— Sim.

Um sorriso de alívio surgiu nos lábios dela.

— Não sabia se gostaria de me ver — ela confessou. — Depois de como agi antes de você viajar. — Ela sacudiu a cabeça. — Sou tão idiota às vezes.

Jack umedeceu os lábios.

— Então somos dois.

— Por que não me contou?

— O quê? — Por um momento, Jack pensou que o Dr. Moore tivesse falado alguma coisa, mas percebeu que divulgar os detalhes médicos de um paciente, mesmo para a esposa, estava fora de suas obrigações profissionais. — Se está falando do fato de eu estar... me sentindo mal, eu contei para você.

— Sim, mas pensei... — Ela parou de falar. Rachel se perguntava infeliz sobre o que pensara. Estivera tão nervosa com a história de Karen Johnson que pensara que ele estava tentando fugir. — De qualquer forma, é óbvio que é mais grave do que imaginei.

— Pareço tão mal assim?

— Não. Sim. — Rachel fez um gesto de impotência. — Não é isso. Você está pálido, e acho que deve estar mesmo muito esgotado para ter abandonado o trabalho. Mas depois que falei com George, descobri que parte da culpa era minha.

Jack a encarou.

— Falou com George Thomas?

— Com quem mais? Não conheço outro George — disse Rachel suavemente. — Não fique assim. Ele estava preocupado com você também. E quando ele disse que estava com problemas pessoais, bem... entendi que se referia a mim.

Jack a encarou, surpreso.

— Foi só isso o que ele disse?

— Basicamente, sim. — Rachel se aproximou mais um pouco. — Oh, Jack, senti sua falta.

— Sentiu?

Era tudo o que ele queria ouvir. Que havia feito aquela viagem porque se importava com ele. Bem, talvez se preocupasse um pouco também, mas não era pena o que via nos brilhantes olhos azuis dela.

— Quer que eu prove?

Rachel não fazia idéia do que ele estava pensando. Ela ergueu a cabeça, os dedos brincando com os pêlos de seu braço. Vestindo uma saia preta que moldava as coxas, e um casaco de lã creme, cujos botões terminavam alguns centímetros acima da cintura, ela estava mais linda do que nunca. E tão sensual que Jack sentiu o desejo despertando dentro de si.

Como se percebesse o que ele pensava, ela olhou em volta.

— Onde estão Maggie e Jude? — perguntou. — Acho que é melhor avisá-los de que estou aqui. — O joelho dela empurrou o dele. — Ou não há ninguém em casa?

Jack suspirou. As palavras dela o lembraram de onde estavam, e rezou para que não tivessem ouvido a voz dela no chalé.

— Eles saíram — mentiu ele, sabendo que, independentemente do que acontecesse depois, precisava daquele tempo sozinho com ela. E, quando ela caminhava em direção à porta, ele a segurou pelos quadris.

— Por que entrar? O dia está muito bonito para ficar dentro de casa.

— Se é o que diz. — A ponta de sua língua surgiu, para umedecer os lábios. — Aonde vamos então?

— Eu já sei — murmurou Jack, tomando uma decisão. Segurando-a pela mão, ele praticamente a arrastou para a lateral do chalé, onde seu carro estava estacionado. Pela primeira vez desde que chegara, ficou feliz por ter feito a travessia marítima e trazido seu carro. Abrindo a porta de passageiros, fez Rachel entrar.

— Não precisa das chaves? — ela perguntou, quando ele se sentou em frente ao volante — Ou as fadas ligam o carro para você?

— Quase isso — ele concordou, mostrando as chaves já na ignição. — Ninguém tranca o carro em Ballyryan.

Rachel riu, um som maravilhoso que ele não ouvia havia muito tempo. Incapaz de resistir à tentação, como se não acreditasse que ela era real, esticou o braço e apertou a coxa dela logo acima do joelho. Seus dedos pressionaram a carne macia com prazer.

Ele queria continuar a deslizar a mão pela perna dela, por baixo da bainha da saia. Sabia que ela estaria disposta a isso.

Mas também sabia que era melhor não arriscar. Era apenas uma questão de tempo até sua mãe ficar impaciente e sair para procurá-lo. Era óbvio que percebera sua aflição e decidira lhe dar um pouco de tempo para respirar. Mas depois do comportamento de Karen, ela esperaria uma explicação. Mesmo que, assim como Rachel, não acreditasse nele.

Ligando o carro antes que fosse tarde demais, ele se afastou do chalé. Felizmente, apesar da chuva da noite anterior, o chão estava seco e o som dos pneus deslizando na lama não poderia denunciá-los.

Quando estava a uma distância segura da casa dos pais, Jack abriu as janelas para tomar um pouco do ar do campo. Apesar de tudo, estava se sentindo vivo novamente. Não pensaria em Karen ou no que Rachel diria quando a visse. No momento, estavam sozinhos naquele magnífico cenário, com as águas verde-acinzentadas do lago de um lado e o vale do outro.

Saiu da estrada principal e tomou uma trilha quase deserta.

— A paisagem é linda! — Rachel murmurou, colocando as mãos atrás da cabeça e suspirando contente. — Estou feliz por ter vindo.

Jack franziu a testa.

— Onde estão suas malas? — perguntou, apontando para a bolsa de camurça que ela jogara no banco traseiro. — Não deve ter trazido tudo o que precisa nessa bolsinha.

— Talvez sim. — Rachel riu novamente. Tirou uma das sandálias e apoiou o tornozelo no couro macio do banco. — Pelo menos roupas íntimas.

— E o resto? — perguntou Jack, sério, lembrando que ela sempre levava muitas malas quando viajavam. — Vamos, minha querida, sabe que não me engana.

— Eu sei. — Rachel o olhou de relance. Não queria admitir que passara a noite em um hotel em Dublin. Mas precisara de muita coragem para comprar a passagem de trem pela manhã porque não sabia como Jack reagiria. — Estão no hotel. Não sabia se... gostaria que eu ficasse.

— Entendi.

Jack suspirou. Não tinham se separado da melhor maneira. E ele nem mesmo tentara entrar em contato desde que chegara ali. Agora não tinha certeza do que ela queria realmente.

Rachel se voltou para ele, agora sentada sobre um dos joelhos, esticando o braço em direção ao assento dele.

— Não está zangado comigo, está? — ela sussurrou, os dedos tocando de leve as orelhas dele, causando-lhe arrepios na nuca. — Estas três semanas foram as mais longas da minha vida.

— Não seja boba — ele disse com voz rouca, as mãos apertando o volante. Então, achando o lugar que procurava, dirigiu o carro aos solavancos através de um buraco numa sebe. Parou mais em frente e desligou o motor. — Venha! — chamou ele, abrindo a porta. — Quero que veja uma coisa.

Rachel pegou as sandálias no chão e engatinhou sobre os bancos. Parou por um instante, para calçar as sandálias novamente, e se ergueu, vacilando um pouco sobre os saltos.

— Onde estamos?

— Se vier comigo, eu mostro —- replicou Jack, misterioso. Segurou a mão dela e ficou por um instante a observá-la. Então se inclinou e tomou-lhe a boca num beijo quente antes de começar a descer a trilha novamente, com Rachel lutando para manter o equilíbrio e a cabeça no lugar.

— Espere — disse ela após um tempo, usando a mão livre para se apoiar em um tronco de pinheiro. Tirou as sandálias e fez uma careta. — Vai ter de me carregar se ficar muito íngreme.

— Sem problemas — disse Jack, sério, imaginando como seria maravilhoso fazer aquilo. Então sacudiu a cabeça. — Mas não se preocupe. Não está muito longe.

A última parte da subida era margeada por árvores. Rachel não sabia o que veria até alcançar um terreno onde um lago refletia o azul do céu.

Uma saliência rochosa envolvia o lago, e a chegada deles fez um bando de patos sair em pânico da vegetação. Do outro lado do lago, as árvores formavam uma proteção contra os ventos, e a ruína parcialmente escondida do que fora uma igreja ou abadia dava ao vale uma magnífica sensação de isolamento.

— E lindo! — Olhando ao redor, Rachel ficou encantada com o cenário.

— Imagino que os monges usavam o lago para tudo: beber, lavar, irrigar as plantações. O monastério devia ser auto-suficiente — Jack disse, agachando-se na beira da água.

Rachel o seguiu.

— Então era um monastério? — Ela olhou para as pilhas irregulares de rocha cinzenta. — Deve ser muito antigo.

— Deve ter centenas de anos, ao menos — concordou Jack, erguendo-se e jogando um seixo na água. Observaram as ondas se espalhando no espelho d'água. Então, Jack continuou falando: — A água aqui é clara e fria como o gelo. Dizem que vem de uma nascente subterrânea, mas eu e meus irmãos nunca a encontramos.

Rachel arregalou os olhos.

— Costumavam nadar aqui?

— Quando éramos crianças — Jack afirmou. — Meus avós moravam em Ballyryan quando éramos jovens, e costumávamos ficar aqui nas longas férias de verão.

— Mas este lugar é muito longe de Ballyryan. Jack sorriu, um pouco melancólico.

— Nós tínhamos bicicletas. Nossos avós não sabiam onde passávamos o dia. — Seu sorriso se alargou. — Amávamos este lugar.

— Aposto que sim. — O vale era acolhedor, mas Rachel estremeceu. — Jack, este lago parece ser bem fundo. Vocês poderiam ter se afogado.

— Não se pensa nessas coisas quando se é criança — disse Jack, calmamente. — Além disso, nadávamos bem. Até mesmo minhas irmãs. Era uma aventura. — Ele ficou em silêncio por algum tempo. — Quer tentar?

Rachel ficou atordoada e imediatamente deu um passo para trás.

— Você diz nadar no lago? Ele deu de ombros.

— Se tiver coragem. Rachel sacudiu a cabeça.

— Não é questão de coragem — disse ela, com a boca seca ante a perspectiva. — Você mesmo disse que crianças vêm aqui. E se nos virem?

Jack não disse nada. Apenas tirou a camiseta, e Rachel sentiu os joelhos fracos com a visão do corpo musculoso. Era loucura, mas a idéia de ficar nua com seu marido era tão provocante que se sentia como uma adolescente.

Os dedos dela automaticamente buscaram os botões do casaco.

— Vamos ficar dentro da água, não é? — Ela quis se certificar. — Se alguém aparecer...

— Sim — disse Jack, sentindo-se cada vez mais excitado. — A não ser que tenha uma idéia melhor.

Rachel estremeceu, mas desabotoou o casaco sem hesitar. O lago parecia realmente convidativo, e em seu presente estado de agitação, seria bom se refrescar.

Ou não? Observando Jack tirar o jeans, viu que ele não usava nada por baixo e perdeu o fôlego. Ele estava meio de costas para ela, mas isso não a impediu de ver a ereção dele. Se ela ainda tinha dúvidas de que ele a desejava, todas desapareceram imediatamente. A vontade de ir até lá e pressionar o corpo contra o dele era perturbadoramente tentadora.

Então Jack mergulhou no lago, fazendo com que a água alcançasse os pés descalços de Rachel. Como Jack conseguia suportar uma água tão fria? Talvez não estivesse tão mal assim.

Ele voltou à superfície, tirando o cabelo molhado do rosto, parecendo um deus pagão que se banhava nas águas.

— O que está esperando? — ele perguntou, zombeteiro. — Está com medo?

Rachel se demorou um instante tirando a saia. Colocou-a num lugar onde não ficasse molhada, e sem tirar a roupa de baixo, andou até a margem. Então, fechando os olhos e rezando para não fazer papel de boba, tampou o nariz e pulou no lago.

Pareceu que ia afundar para sempre até flutuar de volta até a superfície. Ficou ofegante por causa do frio e da falta de ar. A água devia estar quase em ponto de congelar. Não ficaria surpresa se encontrasse pingüins escondidos na vegetação, junto com os patos.

Jack nadou em sua direção, com um sorriso malicioso.

— Gostou? Não há nada melhor num dia quente. Rachel tremia, mal conseguia impedir que os dentes batessem.

-— Minhas pernas estão dormentes — murmurou ela.

— É porque está parada — replicou Jack, razoável. — Venha. Vamos nadar até o outro lado. Vai se sentir melhor quando começar a se mover.

— Acha mesmo?

Rachel não estava convencida, mas Jack começou a nadar vigorosamente através do lago. Sentia-se à vontade dentro da água. Percebendo que não tinha muita escolha, Rachel encheu os pulmões de ar e o seguiu.

Ele tinha razão. Começou a sentir menos frio depois de algumas braçadas, e começou a aproveitar a sensação da água deslizando por sua pele.

— Imagine o que os monges diriam se pudessem vê-la agora — Jack a provocava. — Embora eu não saiba por que ainda está usando sutiã. Não a está protegendo de nada.

Rachel olhou para baixo e percebeu que ele tinha razão. A renda molhada estava colada em sua pele, expondo os seios rosados e destacando os mamilos que se projetavam contra a seda.

— Vire-se. — Jack se aproximou dela. — Eu tiro. — E segundos depois o sutiã flutuava livremente ao lado dela. — Assim é melhor! — disse ele, rouco, aproximando-se mais para segurar os seios com as mãos. — Muito melhor!

Rachel engoliu em seco, e Jack não a desapontou. Aproximando-se ainda mais, deslizou a mão com familiaridade pelas nádegas dela, trazendo-a para junto da parte mais íntima de seu corpo. Então, usando a mão livre para mantê-los flutuando, envolveu-a com uma das pernas e tomou os lábios dela com a própria língua.

Tudo era tão erótico que Jack sentia sua cabeça girar. Mas sentia-se bem, por isso tomou uma decisão.

— Vamos sair daqui.

Rachel pegou seu sutiã e eles nadaram de volta para onde tinham deixado as roupas. Jack saiu da água e ofereceu a mão para Rachel. Ela subiu à margem, e antes mesmo que pudesse retomar o fôlego, ele a levava de encontro às rochas.

O beijo era ardente e impetuoso, mas também muito sensual. A boca de Rachel se abriu, recebendo a língua com uma urgência que a fez arquear o corpo de encontro ao dele. Ele suspirou, procurando sua boca com uma urgência crescente, e um tremor sacudiu seu corpo.

Ele praguejou quando as mãos encontraram a calcinha. Em questão de segundos, Rachel as sentiu sendo removidas e a frieza da rocha molhada contra suas nádegas.

O chão era duro, mas ela mal notou isso quando Jack se deitou ao seu lado, pressionando seu corpo no dela. A boca se moveu ao longo do pescoço dela, mordiscando a carne macia, fazendo com que ficasse quente e deliciosamente rosada.

Jack podia sentir o corpo dela se aquecendo. Braços frios envolveram seu pescoço, as unhas cravadas em seu couro cabeludo. Então ela segurou seu rosto, ansiando pelo contato de sua boca.

— Abra as pernas — murmurou ele, com um gemido de satisfação.

Embora a pele dela estivesse fria, ela estava preparada para recebê-lo novamente, como semanas atrás. E ele a possuiu por completo.

Era incrível como pouco se importava quanto à exposição deles agora, pensou Rachel atordoada. A idéia de que alguém pudesse estar a observá-los naquele exato instante lhe dava mais estímulo e liberdade. E saber que Jack era parte dela novamente era tudo o que importava. Ele a completava física e espiritualmente, e ela já estava prestes a atingir o primeiro orgasmo quando ele deslizou a mão e começou a massagear o ponto escondido de sua feminilidade.

— É bom? — ele perguntou, apesar de um pouco rouco, e Rachel não pôde evitar que as sensações dentro dela atingissem o ponto máximo. Segurou-se nele como se sua vida dependesse daquilo, e ele sufocou o grito dela com os próprios lábios.

— Para o caso de alguém estar ouvindo — ele disse suavemente, começando a se mover de novo, fazendo com que ela chegasse ao segundo e terceiro orgasmos antes que ele se entregasse ao próprio prazer.

Então ele repousou a cabeça na curva do pescoço dela e sentiu uma sensação de paz e satisfação ainda maior do que na vez em que fizeram amor no quarto dela.

Ele fechou os olhos, querendo prolongar aquele momento. Sabia que se estivessem em outro lugar, fariam amor novamente, mas não era certo deixá-la deitada sobre as rochas por mais tempo.

Além disso, sabia que devia voltar a Ballyryan. Não queria fazer isso, mas não podia evitar mais a situação. Com um resmungo de desespero, ele se deitou de costas.

— Você está bem, Jack?

Quase imediatamente, Rachel estava deitada sobre ele, a preocupação estampada nos olhos azuis, os seios tentadoramente próximos à sua boca. Sabia que tinha de fazer algo antes que o desejo o dominasse, por isso, apoiou-se nos cotovelos.

— Não queria ter de voltar — disse, suavemente.

— Não será tão ruim — disse ela, otimista. — Eu posso ficar até segunda, o que significa que temos o fim de semana inteiro só para nós. E sua cama será muito mais confortável.

Jack reprimiu um resmungo. Queria contar a ela o que a aguardava, mas não podia estragar a felicidade do momento.

— Eu a amo — disse ele. — Nunca esqueça isso.

— E eu o amo também — ela sussurrou em resposta. — Oh, Jack, como fui tola.

 

* * *

Já passava da uma hora quando eles chegaram no chalé. Jack passara o trajeto inteiro tentando achar uma maneira de contar sobre Karen, mas as palavras certas não surgiam em sua mente.

Ele estacionou o carro no mesmo lugar onde estava antes, mas quando Rachel se preparava para sair, ele segurou a mão dela.

— Espere — disse ele. — Tenho de lhe dizer algo. Rachel franziu a testa, dividida entre a vontade de falar logo com a sogra e o olhar ansioso de Jack.

Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Maggie apareceu, vindo encontrá-los com um inesperado sorriso de boas-vindas no rosto.

— Ótimo, aqui estão vocês! — ela exclamou. — Eu os vi saindo daqui horas atrás! — Ela se virou para o filho. — O que está acontecendo, Jack? Quer ficar com ela só para você?

Jack estava surpreso, e, obviamente compreendendo a confusão do filho, a mãe abraçou Rachel antes de tomar ambos pelos braços.

— Vamos! — ela disse. — Seu pai e eu estávamos esperando você e Rachel para o almoço. — Ela deu um grande sorriso para a nora. — É tão bom vê-la, querida. Já era hora de vir cuidar do seu marido.

 

 



  

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