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CAPITULO SEIS



CAPITULO SEIS

 

Rachel procurou sair de casa antes de Jack descer do quarto.

Certa de que ele estaria no banho, trancou o ateliê e voltou para casa. Queria ter certeza de que a governanta soubesse que Jack jantaria em casa.

Em seu quarto, Rachel tirou as roupas e tomou uma ducha. Depois de procurar no guarda-roupa, escolheu um vestido de seda verde-escuro. O corte transpassado acentuava suas curvas e deixava parte das pernas à mostra.

Estudando seu reflexo no espelho quando ficou pronta, perguntou-se por que ficara tão inquieta. Iria apenas jantar com Lucy.

Embora a casa de Lucy ficasse a apenas uma caminhada de dez minutos dali, Rachel pegou o carro. Era verão e havia muitas pessoas na rua, mas provavelmente já estaria muito escuro quando voltasse, e o caminho pelo penhasco era um pouco assustador à noite.

Lucy trabalhava no computador quando Rachel tocou a campainha.

— Entre — ela disse. — Não vou demorar. — E Rachel entrou na pequena casa. — Só estou respondendo alguns e-mails — continuou Lucy, usando o mouse para enviar a última mensagem que escrevera.

Além de escrever uma coluna sobre culinária para um jornal de Plymouth, Lucy também era conselheira sentimental em várias revistas, coisa que Jack sempre dizia, com algum humor, ser difícil de acreditar.

— Nossa, você está linda! — Lucy exclamou, rodando na cadeira e observando a amiga com olhos avaliadores. — Esqueci alguma coisa? Pensei que só fôssemos comer uma pizza na cidade.

— E vamos. — Rachel sentiu seu rosto corar, embaraçada. — Eu... só quis me arrumar um pouco mais, foi isso. Algum problema?

— Bem, faz meu jeans com camisa parecer uma combinação sem graça — afirmou Lucy, olhando pesarosa para a própria roupa. — Se soubesse, teria vestido algo diferente.

— Você está ótima! — disse Rachel com honestidade, desejando não ter se preocupado tanto com a aparência. Mas depois da conversa com Jack, quis fazer algo que a deixasse mais confiante.

— Se você diz.

Lucy deu de ombros e se levantou, revelando que era alguns centímetros mais baixa que a amiga. E os sapatos de Rachel aumentavam a diferença. Mas Lucy estava muito atraente, usando um jeans justo e uma camisa franjada de camurça, que combinavam com os longos cabelos negros e as feições femininas.

— Veio dirigindo — constatou ela, olhando pela janela e vendo o carro estacionado. Então fez uma careta. — É claro. Não poderia andar com esses saltos.

— Posso sim — disse Rachel em defesa própria, não gostando muito do humor de Lucy. Parecia aborrecida por ela ter vestido algo diferente para variar. Como Lucy era uma mulher de sucesso sob vários pontos de vista, em geral era Rachel quem se sentia inferior.

— Bem, pelo menos não vou precisar tirar o carro da garagem — continuou Lucy, uma vez que Rachel não falou mais nada. — Vou pegar minha bolsa.

Plymouth ficava a vinte minutos de carro dali, mas o tráfego em direção à cidade fazia a viagem demorar mais. Lucy falou pouco durante o trajeto, permitindo que Rachel se concentrasse na direção.

— Onde está Jack? — perguntou Lucy, quando estacionaram.

— Jack? — Rachel repetiu o nome dele para ter tempo de pensar na resposta. — Ele... está em casa, na verdade. Voltou mais cedo hoje. Disse que não estava se sentindo bem.

Lucy suspirou.

— Presumo que não tenha ouvido mais nada da tal mulher com quem ele tem saído. — Ela franziu a testa. — O nome dela é Karen, não é?

— Sim — disse Rachel, um tanto arrependida por ter falado da visita da mulher. Mas no dia em que Karen aparecera, precisara conversar com alguém. Felizmente não contara tudo à amiga, especialmente a parte da gravidez de Karen. Ou que ela mesma tentara seduzir o marido na mesma noite, uma atitude que Lucy acharia difícil de desculpar depois que jurara nunca mais deixá-lo se aproximar novamente.

— Não voltou a vê-la, voltou? —insistiu Lucy, de braços com Rachel enquanto andavam em direção ao restaurante. — Você me parece muito reticente quanto ao assunto.

— É claro que não a vi de novo. — Rachel conseguiu dar um tom convincente à voz. — Por que veria? Ela já disse tudo o que tinha para dizer.

— E o que foi?

— Você sabe. — Rachel tentava despistar. — Que devia me divorciar de Jack para que eles pudessem casar.

— E o que Jack disse? — Lucy esperava uma resposta, e quando não a obteve de imediato, continuou: — Falou com ele sobre isso? Ou convenientemente esqueceu o assunto, como costuma fazer com as coisas de que não gosta?

Rachel ofegou.

— Como o quê?

— Bem, como o fato de ter descoberto sobre o caso há seis meses e não ter levado o assunto a sério até que essa tal de Karen aparecesse na sua casa.

— Não é verdade! — Rachel estava indignada.

— Então por que ainda estão juntos? Aquilo a deixou desnorteada.

— Bem, porque ainda não tinha certeza se era verdade.

— Não tinha? — Elas haviam chegado ao restaurante, e Lucy esperou até que estivessem acomodadas numa mesa de canto antes de continuar: — Ele passou a noite na casa dela, e você até os viu juntos no apartamento da empresa naquelas imagens da câmera de segurança. E ainda não tem certeza? O que está esperando, Rachel? Você não quer encarar as conseqüências, é isso!

Felizmente, a chegada do garçom evitou mais acusações de Lucy. Independentemente de serem boas amigas, ela não tinha o direito de intimidá-la daquela maneira. Rachel não pôde deixar de notar como o garçom estava sendo especialmente atencioso naquela noite, e isso de alguma forma resgatou a confiança que perdera com os comentários de Lucy.

Elas escolheram lasanha, e pediram o vinho da casa para acompanhar a refeição.

— Não entendo você — confessou Lucy, enquanto comiam uma salada como entrada. — É brilhante linda e financeiramente independente — continuou, obstinada. — Isso sem contar sua parte nas ações da empresa. Não precisa de Jack Riordan, Rachel. Acho que nunca deveria ter se casado com ele.

Rachel lhe lançou um olhar resignado.

— Então o que faço? Peço o divórcio?

— Sim, seria o mais sensato a fazer. — Lucy sorriu, mas de modo nada agradável. — E deixá-lo totalmente arruinado.

— Quer dizer, forçá-lo a deixar a empresa?

— Se for necessário. Rachel balançou a cabeça.

— Não posso fazer isso.

— Por que não?

— Para começar, os acionistas nunca concordariam com isso. Além do mais, Jack é a Fox Construction. Sem o seu faro, a empresa já teria sido vendida há muito tempo. Meu pai era apenas um comerciante, não um empresário. Gostava do que fazia, mas só quando Jack lhe trouxe novas idéias é que ele viu como poderia alcançar o sucesso.

— Nunca imaginou que deve ter sido fácil para Jack porque não era o dinheiro dele que estava sendo gasto? — perguntou Lucy, despreocupadamente. Rachel ficou tensa.

— O que está dizendo? Que ele só se casou comigo para colocar as mãos na empresa? — Já tinha ouvido Karen dizer isso, mas doía saber que Lucy pensava o mesmo.

No entanto, a amiga percebeu que fora um pouco longe demais e se retratou rapidamente.

— Claro que não! — protestou, apertando a mão de Rachel. — Jack amava você, sabe disso. Mas, como todo homem de sucesso, tornou-se muito ambicioso. Uma esposa não parecia suficiente, quis também uma amante ao seu lado.

Rachel suspirou.

— Assim como Martin?

Os lábios de Lucy se estreitaram.

— Já que mencionou... sim, como Martin. -— Franziu a testa. — E fui tola o suficiente por acreditar que ele queria um divórcio amigável. — Ela sacudiu a cabeça. — O miserável esvaziou nossas contas, Rachel, e alegou pobreza perante as autoridades. Seu eu soubesse que Debbie estava grávida, nunca o teria deixado se livrar assim.

Rachel estremeceu apreensiva com aquelas palavras. Havia se esquecido dos detalhes da separação da amiga.

— Não acredita em mim, não é?

Lucy era persistente, e a cabeça de Rachel já doía com tantos conselhos.

— Entenda — ela disse. — Este problema é meu, certo? Obrigada por se preocupar comigo, mas tenho de lidar com isso do meu jeito.

— Se é o que prefere...

Lucy pareceu finalmente entender a mensagem, e pelo resto da noite, Rachel não voltou a se preocupar com aquele assunto. Mais uma vez, ficou feliz por não ter contado sobre a gravidez de Karen. A comparação que Lucy faria com o fim de seu próprio casamento era óbvia demais para ser ignorada.

Jack passou a noite trocando canais na TV de tela grande. A sala fora projetada para ser um ambiente íntimo, mas acabara recebendo estantes, uma escrivaninha e até mesmo um conjunto de TV.

Mesmo com q aparelho ligado, a sala parecia abandonada e solitária. Como ele próprio, pensou, hesitando um instante antes de pegar a garrafa de uísque que trouxera consigo. Quem se importaria com sua morte? Rachel ficaria melhor sem ele.

Passava um pouco das nove e trinta quando ouviu o motor do carro. Não podia acreditar. Quando Rachel jantava com Lucy Robards dificilmente voltava antes das onze e meia. Sabia disso porque costumava ficar acordado esperando-a chegar em casa.

Queria ficar onde estava e ignorá-la, fingir que não a ouvira chegar e que estava interessado no documentário que era exibido naquele momento. Mas o medo de que ela subisse as escadas e não o visse era imenso. Ignorando a palpitação de seu coração, abriu aporta.

Rachel estava na entrada, colocando as chaves na bolsa, quando o viu. A expressão que surgiu no rosto dela não era muito lisonjeira, mas Jack se recusou a ser sugestionado. Ela estava maravilhosa, o provocante vestido acentuando cada curva do corpo delgado. Percebeu que estava vestida de maneira muito provocante para um simples jantar com Lucy. Será que aquela mulher havia organizado um encontro com colegas do jornal? Provavelmente, não. Lucy Robarts mastigaria pregos antes de deixar outro homem entrar em sua vida.

De qualquer forma, ver Rachel daquela maneira o lembrava de quando voltara para casa e a encontrara praticamente nua. Pensara que a casa estava pegando fogo, mas fora ele quem saíra queimado. Ficava excitado só de lembrar como ela estava desejável. Ou seria seu corpo reagindo ao fato de que ela era sua esposa?

— Quer alguma coisa? — Rachel perguntou, colocando a bolsa debaixo do braço, despertando-lhe o desejo de também ficar próximo daqueles seios macios.

— Voltou cedo — falou Jack, perguntando-se o que ela faria se a convidasse para tomar algo. Provavelmente diria que estava cansada, pensou, pois ela não parecia muito amigável.

— Lucy estava cansada — disse Rachel. Mas, na verdade, fora ela quem usara dessa desculpa, não a amiga. Então, como não conseguia ignorar o abatimento dele, continuou falando: — Como está? — Desprezava a si mesma por sentir-se preocupada com ele, mas não podia evitar. — A Sra. Grady preparou o jantar?

— Bem, eu não saí, se é o que quer saber — respondeu Jack, tentando ignorar sua libido. Em seu estado, seus impulsos sexuais deveriam ser fáceis de controlar. Mas não eram. — Não quer tomar um drinque? — perguntou casualmente. — Pode me fazer um pouco de companhia. Não falei com ninguém esta noite, exceto a Sra. Grady.

— Nem mesmo Karen? — Rachel não pôde evitar a provocação e viu um olhar frustrado surgir no rosto dele.

— Com ninguém — afirmou, percebendo que seria impossível contar sobre o exame que Karen havia enviado. Mas também não seria uma boa idéia ficar sozinho com Rachel.

Ele estava prestes a dizer a ela que esquecesse aquela idéia, quando ela respondeu:

— Está bem — disse, erguendo os ombros como se num gesto de rendição. — Acompanho você. — Ela andou na direção dele, tirando os sapatos. Então, °s ergueu pelas tiras. — Não se importa, não é?

Jack fez que não com a cabeça, aliviado por não ficar tonto com o gesto. Dando um passo para trás, permitiu a passagem dela, e foi envolvido pela fragrância fresca e feminina do corpo dela.

Enquanto a seguia e desligava a TV, perguntou-se por que ela aceitara o convite. Um mês antes, não teria hesitado em dar uma desculpa boba e ir para o próprio quarto. Mas um mês antes ele também não teria feito aquele convite.

Estava escuro lá fora, e antes de mais nada, Jack acendeu algumas luzes, dando ao ambiente uma sensação mais agradável com a iluminação suave.

— Desculpe, não tenho velas — disse, sabendo que não era um bom comentário, mas ela não se ofendeu.

— Gostou? — perguntou ela, colocando-o na defensiva novamente, fazendo com que Jack respirasse fundo antes de responder.

— Foi... diferente — respondeu, esperando que aquilo não trouxesse mais reminiscências daquela noite perturbadora. Ele atravessou a sala e pegou a garrafa de uísque.

— Uísque puro ou com água? Ou prefere outra coisa? Vinho, talvez. Você escolhe.

— Uísque, por favor — pediu Rachel, acomodando-se na poltrona na qual ele estivera sentado antes, massageando a sola dos pés. — Mmm, assim é bem melhor.

Tentando ignorar o fato de que ao apoiar o pé sobre o joelho as pernas dela se afastaram e ergueram o vestido exibindo as coxas, Jack pegou um copo e colocou uísque.

— Água?

— Prefiro puro — disse, olhando-o discretamente. Os dedos deles se tocaram quando ele lhe entregou o copo. — Obrigada.

Jack se virou e encheu de novo o próprio copo. Mas o cheiro o deixou com falta de ar, por isso deixou a bebida de lado. Como seria perigoso sentar em frente a ela, preferiu se encostar na escrivaninha.

— A noite foi agradável? — perguntou, tentando normalizar a situação.

— Sim. — Mas Rachel não seria honesta se dissesse que fora divertida.

— Só foram você e Lucy, certo?

Rachel franziu a testa. O que ele queria dizer com aquilo?

— Sim — retorquiu ela cuidadosamente. — Disse isso antes de sair.

— Mmm. — Jack cruzou os braços, a camiseta delineando os ombros largos. — Só queria saber.

— Por quê?

Jack percebeu que não devia ter dito nada. Não queria começar uma discussão.

— Por nada — murmurou, pegando seu copo, mas recordando que não deveria beber mais. — Seu uísque está bom?

— É uísque — disse, ríspida. — Nem mesmo você Poderia estragar uma bebida. — Então fez uma pausa, como se considerasse algo. — Por que perguntou se nós estávamos sozinhas?

Jack segurou um suspiro.

— Já disse, por nada.

— Ora, vamos! — Rachel não acreditava nele. —. Ninguém faz uma pergunta por nada. — Ela hesitou. — Acha que tive um encontro?

— Não. — Jack quis parecer indignado, mas não conseguiu. — Certo, talvez eu tenha pensado isso. Mas você tem de admitir que não se arruma tanto quando sai com ela.

Os olhos de Rachel se arregalaram.

— Você notou? — disse, zombeteira. Esticou as pernas, sem se importar em arrumar o vestido. — Acha que estou bem?

Ela parecia estar se divertindo em provocá-lo. Se tivesse bom senso, ignoraria isso. O problema era que parecia existir certo bloqueio na comunicação entre seu cérebro e seu sexo.

— Está sim — disse, taciturno, com um relutante sorriso nos lábios. — Glamourosa e sensual.

Os lábios de Rachel se abriram, surpresa com o cumprimento, ou simplesmente continuando o próprio joguinho. Jack não tinha certeza. Mas quando ela usou a língua para umedecer os lábios, ele sentiu o desejo se espalhar como fogo por seu corpo.

— Você está ótimo também — disse ela, convencendo-o de que apenas brincava com ele. — Sempre ficou bem de jeans.

Jack engoliu em seco. O problema era que suas calças eram muito reveladoras no momento, mas estava feliz porque do ângulo em que estava, ela não podia ver nada.

— Obrigado — disse. — Então... onde jantaram?

— Comemos lasanha no Romano's — ela falou rapidamente. — E você? Parece abatido. Está ficando doente?

— Por que tanta preocupação? — perguntou. — Há algumas horas me disse que não se importava com o que eu sinto. O que causou esta mudança súbita? Está se sentindo culpada, ou algo assim?

— Por que me sentiria culpada? — Apesar de determinada, não sabia o que dizer. — Não posso evitar de me preocupar com você. É meu marido.

Foi a vez de Jack ficar surpreso.

— Sim — disse, cético. — E quando se lembrou disso, exatamente?

— Nunca me esqueci — replicou Rachel, ficando ligeiramente corada. — Não sou eu que procuro diversão fora de casa.

— Nem eu — disse Jack, ríspido, aliviado por estar num terreno mais familiar.

— De qualquer forma, acho que provei como me sinto semanas atrás.

— Já se passaram quase três semanas desde que... nos entendemos — disse ele, usando aquelas palavras deliberadamente. — E não me lembro de o fato de ser seu marido ter algo a ver com isso. Queria provar que poderia me atrair novamente. E conseguiu. Mas não fique tão animada, querida. Poucos homens teriam recusado um convite desses.

O rosto de Rachel ficou vermelho.

— Não consegue deixar de ser detestável, não é? Batendo o copo na mesa, levantou-se no mesmo instante. — Não sei por que aceitei beber com você. Acho que fiquei preocupada. Mas foi uma idiotice porque você não precisa da simpatia de ninguém. É um insensível!

Jack se arrependeu, mas não queria deixar Rachel sair com a última palavra. Por isso, colocou-se no caminho dela.

— Sinto muito, foi rude de minha parte — disse suavemente, olhando por cima do ombro dela. — Não se vá. Não terminou sua bebida.

— Termine você — murmurou Rachel, ressentida, mas não tentou passar por ele, e antes que pudesse pensar no que fazia, Jack deslizou as mãos pelos quadris dela.

Soube que aquilo foi um erro assim que sentiu o tecido do vestido deslizando suave sob suas mãos, revelando que ela usava muito pouco por baixo. E, embora estivesse zangada segundos antes, ela não fez nada para impedi-lo de deslizar as mãos por seus quadris até a provocante curva de suas nádegas.

O vestido era bem curto e o convidava a explorar ai pele dourada. E quando enroscou a mão pelos cabelos dela, ela ergueu o rosto sem resistência.            

Sua virilha doía de ansiedade. Seria tão fácil erguer o vestido e se esquecer de tudo. E apesar do que ela dissera antes de tocá-la, Rachel não o rejeitaria.

Não seria aquela a intenção dela? Os olhos dela não tinham mais ressentimento, mas ansiedade e expectativa, como se soubesse exatamente o que ele estava pensando. E naquele momento soube por que ela aceitara seu convite: ela queria fazer amor com ele de novo, embora aquilo parecesse improvável.

Mas por quê? Tentando controlar suas emoções, ele se perguntou se o plano anterior não funcionara e ela resolvera tentar mais uma vez.

Era loucura, mas ela provavelmente pensava que o tinha nas mãos. Mesmo o vestido era fácil de ser tirado pelos ombros, e se ela estivesse usando qualquer roupa íntima, seria tão ínfima e erótica quanto antes.

Seu coração pareceu falhar uma batida, e depois outra. Tentando se controlar, disse a si mesmo que podia continuar, ou ao menos fingir que podia.

— Vai me beijar?

Rachel o olhava, mas o rosto dela parecia embaçado.

— Por que não? — ele sussurrou, sem saber ao certo se respondia a ela ou a si mesmo, e, baixando a cabeça, roçou a boca suave.

Ela parecia em chamas, a língua procurando a dele com uma urgência que demonstrava o próprio desejo. Não conseguia tirar as mãos do corpo dele, segurando-lhe o rosto, as unhas afundando nos cabelos da nuca e em seguida puxando a camiseta para sentir a pele de seu tórax.

Ele não pôde evitar. Aprofundou o beijo, abandonando-se nas emoções que ela desencadeava. A perna nua de Rachel roçava a dele, numa carícia sensual antes de envolvê-lo completamente. Ele se aproximou ainda mais e a sentiu pressionando seu corpo.

Uma onda de suor o envolveu, e, enquanto ela procurava pelo botão da calça, ele sentiu-se quase desmaiar. Não conseguia respirar. Por um momento teve certeza de que seu coração parará de bater. A necessidade de sobreviver superava qualquer coisa.

Afastando as mãos dela do zíper, conseguiu se afastar, cambaleante. Imaginou que devia estar com uma aparência medonha, mas Rachel não parecia ignorar o fato.

— Seu maldito! — ela gritou, evidentemente sem perceber o que acontecia com ele. — Eu devia esperar algo assim. Você quer sempre sair ganhando, não é, Jack? De uma forma ou de outra.

Jack lutava para respirar.

— Você não entendeu... — Ele se sentia sufocado, mas ela não o deixou terminar de falar.

— Oh, entendi sim — ela replicou, sem querer ouvir mais nada que ele tinha a dizer. — Desapareça da minha vida! — ela gritou, sem hesitar em empurrá-lo para o lado, marchando orgulhosamente, apesar dos pés descalços.

 

 



  

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