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CAPITULO QUATRO



CAPITULO QUATRO

 

— Não quero conversar com você. — Rachel franzia a testa, e ele podia perceber sua frustração. — E não quero me sentar — completou sucintamente. — Quero ir para o meu quarto.

— Tudo bem por mim. — Jack parecia condescendente. — Irei com você.

— Não vai não!

— Não? — Jack assumiu um ar perplexo. — Mas ontem à noite não era problema!

— A noite passada foi um engano.

— Certo. — Jack fingiu considerar a afirmação dela. — Então, toda aquela cena: falta de luz elétrica, velas perfumadas, você praticamente nua... Devo crer que tudo foi um engano?

Rachel ergueu o queixo.

— Sim!

— Por que será que não acredito em você? Ela respirou fundo.

— Porque é arrogante demais para pensar nos outros? — sugeriu ela, e ele suspirou.

— Está dizendo que aquilo tudo foi para outra pessoa?

Aquela idéia acabara de lhe ocorrer, e ele não gostou nada daquilo. Mas para seu alívio, Rachel estava muito desesperada em se defender para mentir.

— Não! — ela afirmou com veemência. — Não sou promíscua.

— Então quer dizer que eu sou?

— Se a carapuça lhe servir.

Ele ficou momentaneamente furioso com aquela acusação injusta. Mas conseguiu se acalmar.

— Então aquela encenação foi toda para mim? Rachel parecia desconfortável.

— Se é o que pensa.

Jack ergueu a mão, e apesar de ela se afastar instintivamente, pegou uma mecha dos cabelos sedosos e os arrumou com toda a gentileza atrás da orelha dela.

— Não sabia que sentia tanta falta de mim. Rachel parecia atônita.

— Não sinto falta alguma.

Os dedos de Jack percorreram com suavidade um caminho imaginário desde a orelha até o decote pronunciado do top.

— Não pode negar que me desejou na noite passada. Rachel ergueu a cabeça.

— Sim, desejei.

Jack queria muito desatar a blusa amarrada na cintura e deslizar as mãos pelo corpo dela. Mas apesar do que ela tinha dito, achava que ela não permitiria. Não tencionava apressar as coisas e destruir o tênue entendimento que havia entre eles. Em vez disso, contentou-se em observar os mamilos enrijecidos contra o tecido do top, lembrando-se de como os envolvera com a língua.

— Escute — disse ele após um instante. — Precisamos conversar sobre isso. Não posso simplesmente ignorar o que aconteceu entre nós.

— Por que não?

— Por que não? — Ele a olhou, confuso, os olhos adquirindo uma intensa tonalidade de jade. — Porque fiquei muito satisfeito com o que aconteceu entre nós — ele respondeu, entusiasmado. — E quero continuar de onde paramos.

— Não.

Jack ergueu a mão, mas embora Rachel tivesse dado um passo para trás, ele remexeu os próprios cabelos.

— E agora? — ele perguntou. — Tenho de esperar até a próxima vez que quiser satisfazer suas necessidades? Ou tenho o direito de opinar?

O rosto de Rachel ficou vermelho.

— Não fale assim.

— Por que não? Foi isso o que aconteceu, não foi? Eu fiz amor com você, mas você apenas me usou!

— Não!

— É a mais pura verdade. — Jack fechou os olhos por um instante, tentando se controlar. — Devia ter imaginado que aquilo não significava nada pra você.

Rachel tremia.

— Bem, o que você esperava? Jack franziu a testa.

— O que queria então? Rachel respirou fundo.

— Esqueceu-se da Srta. Johnson? A propósito, qual é a função dela agora? É sua secretária? Ou sua assistente pessoal? Oh, sim, uma assistente pessoal encobriria tudo. Ela...

— Karen não trabalha mais para a empresa — Jack a interrompeu.

Rachel o encarou, incrédula.

— Desde quando?

— Desde que George Thomas a demitiu. — Jack não queria falar sobre o assunto no momento, mas devido às circunstâncias, seria inevitável. — O que posso dizer? Ela não era boa funcionária.

— Então como ela...?

Rachel tinha começado a perguntar como Karen sabia onde Jack estava e o que fazia, mas se calou. Que idiota! Só porque a mulher não trabalhava mais na empresa, não queria dizer que eles não se vissem. Ele devia achar que seria estúpida a ponto de acreditar que o caso deles tinha terminado porque Karen fora demitida.

— Como ela o quê?

Jack esperava por uma resposta, e Rachel gastou vários segundos pensando no que dizer.

— Como... Como ela consegue se virar sem uma referência? - falou finalmente. Então, aproveitou que ele parecia pasmado. — Oh, entendi. Você lhe deu uma recomendação. O que escreveu, Jack? Tem uma baixa performance no escritório, mas compensa tudo isso na carnal

— Por Deus! — Jack suspirou. — Não consegue esquecer esse assunto? Você não me quer, mas ainda acha que tem o direito de controlar minha vida.

Rachel ficou ruborizada novamente. Jack deu uma sonora gargalhada.

— Isso faz sentido?

— Você não entende...

— Tem razão. — Jack a encarou. — Há dois anos você me diz que não me quer mais por perto. Depois do aborto, permanecemos meses sem mal nos falarmos.

— Eu estava traumatizada!

— E eu também — disse Jack, irritado. — Mas eu sabia que não havia nada que pudesse ser feito.

— Você sabia que não era culpa sua — Rachel afirmou num sussurro, mas Jack ouviu.

— Não foi culpa de ninguém — disse, ríspido. — Nunca culpei você, culpei?

— Não...

— Então, por que faz isso comigo? Sempre me senti sendo punido por não ser capaz de manter as mãos longe de você.

— Não foi bem assim.

— Então o que foi, Rachel? — Sentia-se esgotado e, afastando uma das cadeiras da mesa, sentou-se antes que caísse. — Diga-me: por que decidiu continuar casada, se é óbvio que não está feliz com essa situação? Temos vivido como estranhos por meses, só nos falamos quando necessário, só somos vistos juntos para manter as aparências. Se queria se divorciar, por que não me disse?

— E por que você não pediu o divórcio?

Eu? — Jack respirou fundo. — Por que não era o que eu queria.

— Por quê? Por que sabia que, se me deixasse, papai não o faria seu sucessor?

— Não! — Jack estava surpreso. — Rachel, como pôde pensar isso? Se pensa mesmo que me casei para pôr as mãos na empresa de seu pai...

— Nunca pensei isso — ela murmurou com urna voz muito baixa. E apesar do que Karen tinha dito, os argumentos dela não a convenciam. — Foi o que me disseram.

— Quem?

Rachel hesitou, torcendo o nó que segurava a camisa com os dedos. Então, criou coragem:

— Karen Johnson.

— O quê? — Jack ficou abismado. Não podia acreditar. Mas com a tontura que agora sentia freqüentemente, sabia que aquilo era real. Rachel havia entrado em contato com aquela mulher. Mas como?

— Ela... ela veio me ver — Rachel continuou, inadvertidamente respondendo à pergunta que ele se sentia incapaz de fazer. Ela o fitou com curiosidade. — Não sabia disso?

— Não. — Jack empurrou a cadeira para longe e se ergueu. Andando um pouco atordoado pelo cômodo, conseguiu manter o equilíbrio. Mas não podia ficar sentado, olhando para ela, sabendo que cedo ou tarde ela perceberia que ele estava lutando para manter o controle.

Olhou por sobre o ombro. Rachel permanecia no mesmo lugar, mas desviou o olhar quando ele descobriu que ela o observava. O que estaria pensando? Que ele estava triste por ter sido descoberto?

— Está dizendo que ela veio aqui? — perguntou, quando foi capaz de formular uma frase. — Quando?

Rachel parecia desconfortável, mas a razão só lhe ocorreu segundos antes de ela responder.

— Ontem — ela respondeu baixinho, virando-se para a mesa e se esforçando para recolher os pratos. Ela limpou a garganta. — Vai comer salada?

A tontura de Jack deu lugar a uma onda de descrença. A raiva deu força às pernas que, até momentos antes, pareciam fracas e incertas. Indo até a mesa, segurou a esposa pelos ombros e a fez encará-lo, sem dar importância à apreensão nos olhos dela.

— Ontem?! — ele exclamou. — Karen esteve aqui ontem? — Seu coração batia forte contra o peito, mas ele ignorou o fato. Levou a mão até a testa. — Então isso explica todo o teatrinho de ontem à noite!

— Não necessariamente. — Rachel se desvencilhou dele. — Afinal de contas, você é meu marido. Posso dormir com você quando quiser.

Jack sacudiu a cabeça, não querendo discutir o assunto no momento.

— Continue — disse, de forma áspera. — O que ela disse?

Rachel endireitou o corpo.

— O que acha que ela disse? Jack suspirou, irritado.

— Não faça isso, Rachel. Não estou com humor para brincadeirinhas.

— Oooh, estou com tanto medo! — ela debochou, mas ofegou com os dedos dele apertando seu pulso. — Está me machucando!

— Acredite, isso não é nada comparado ao que eu gostaria de fazer agora — respondeu irritado. —Ande logo, Rachel. Fale!

— Se está tão interessado, por que não pergunta a ela? — protestou.

— Talvez faça isso mesmo, mas agora estou perguntando a você.

Puxou o braço dela novamente, fazendo com que ela perdesse o equilíbrio. Ela se apoiou nele, registrando com os dedos o calor sob a camisa, os contornos dos músculos roçando seus seios.

Ficou momentaneamente surpresa com a própria reação, incapaz de responder à pergunta que ele fizera, pois temia mostrar como estava perturbada com a proximidade dele. Convencera-se de que cometera um erro na noite passada. Acreditara que podia seduzir Jack sem se envolver emocionalmente de novo, mas se enganara. Mesmo que evitasse os beijos, o próprio corpo a traía, incitando-a a se encostar nele e abandonar-se como na noite anterior.

— Rachel!

A voz dele a tirou de seus devaneios, e ela tentou se concentrar na pergunta. Mas o hálito quente e o aroma masculino que a pele morna exalava a impediam de se concentrar.

Instintivamente, colocou a mão sobre o peito dele. Podia sentir o coração de Jack batendo forte contra seus dedos, e se sentiu triunfante ao imaginar que ele também estivesse recordando a noite anterior.

— Jack... — murmurou, incapaz de conter o tom ardente da voz.

Jack praguejou.

— Não faça isso, Rachel — ele a alertou, mas os olhos já estavam escuros de paixão, os lábios a centímetros dos dela.

Ele a beijaria, ela pensou, alheia a qualquer coisa que não fosse o próprio desejo. E por que não? Por que não podia ter o que queria sem pensar nas conseqüências? Tantas pessoas faziam isso, por que não ela?

— Rachel!

Ao pronunciar seu nome novamente, Jack fez com que ela tivesse consciência do que estava fazendo. Concluiu que se enganara por pensar que estava tão excitado quanto ela. Sentia apenas raiva e frustração. Pois bem, ela podia entrar no jogo também.

— Deixe-me ir, Jack — ela disse, irritada, como se segundos antes não estivesse praticamente implorando para ser beijada. Mas Jack não era tolo.

— Não até me contar o que ela disse — falou, ríspido. — Ela disse que nós temos um caso?

Rachel suspirou alto.

— Sabe que sim — disse, aborrecida. — Mas não se preocupe. Não era nenhuma novidade. Já sabia do seu segredinho havia algum tempo.

Jack a encarou, incrédulo.

— O que quer dizer com isso?

Rachel estava cansada daquilo tudo. Pisando no pé dele, aproveitou a chance para se afastar.

— Não sou tão idiota, Jack — respondeu, enquanto ele se recuperava da dor. — Não é tão esperto quanto imagina.

Os olhos dele se estreitaram.

— O que quer dizer exatamente?

— O apartamento que alugou em Plymouth, dizendo que era para os clientes. Sei que a levou lá.

Sentindo-se enojado, Jack lembrou que levara Karen até o apartamento, mas não para fazer sexo. A empresa havia alugado o apartamento mobiliado e Jack precisava de alguém para fazer um inventário e tomar nota do que seria necessário para torná-lo mais confortável para os clientes.

George Thomas enviara Karen, provavelmente porque seria impossível que ela fizesse algo de errado. Então, ele mesmo a levara até o apartamento, apresentara-a ao porteiro para que este ficasse ciente da presença da funcionária, mostrou o apartamento e saiu. Fim da história.

Só semanas depois fora tolo o suficiente para convidá-la para jantar quando se sentira deprimido. Certamente não a levara para o apartamento naquela ocasião. Mas não sabia o que contara a Rachel. Sentiu-se gelado ao lembrar o que acontecera naquela noite. Havia lhe dado a oportunidade perfeita para criar uma grande mentira.

— Não levo ninguém lá — ele disse, sabendo que ela não acreditaria. — O apartamento pertence à empresa. Pergunte a George Thomas, se não acreditar em mim.

— Então nunca dormiu lá?

— Sim, já dormi lá algumas vezes, mas sozinho. Rachel balançou a cabeça.

— Se é o que diz.

— Estou dizendo a verdade. — Jack sentiu-se tonto mais uma vez e lutou para se manter firme. — Rachel, seja lá o que ela disse, nunca tivemos um caso!

— Então como explica o fato de ela estar esperando um filho seu?

— O que disse?

— Você me ouviu. — Apesar da acusação, Rachel não conseguia encará-lo nos olhos, e mais uma vez se virou para a mesa para verificar a salada. Então, como o silêncio começou a lhe dar nos nervos, falou abruptamente: — Acho que deveria comer alguma coisa, Jack. A Sra. Grady teve muito trabalho para preparar tudo e vai ficar desapontada...

— Para o inferno com a Sra. Grady!

Jack passara os últimos minutos observando-a fingir que verificava a comida. Tentava manter-se calmo, mas sua mente fervilhava.

No entanto, não era apenas o choque de ouvir Rachel dizer que Karen estava esperando um filho que o abalara. Sabia que era mentira. Na verdade, as implicações das ações de Rachel o deixaram perplexo. Concluiu que Rachel não o havia seduzido porque queria dormir com ele. Para ser honesto, ela nem mesmo dormira com ele. Assim que ficara satisfeita, encontrara outro lugar para passar a noite.

— Por que está me olhando deste jeito?

A revolta devia estar visível nos olhos dele. Sentia-se traído por ter sido usado e descartado. Ela agora o encarava.

Os lábios de Jack se curvaram num sorriso irônico. Precisa mesmo perguntar?

Ela manteve-se na defensiva.

— Achou que Karen não me diria que estava esperando um filho? Oh, sim, ela estava muito orgulhosa disso. Como pôde deixá-la vir até aqui me pedir para que lhe desse o divórcio, Jack?

— Isso é mentira, e você sabe disso! - vociferou ele. — Se Karen está grávida, não tenho nada com isso. Mas não pense que não sei o que está querendo fazer. Está tentado me distrair do assunto. Não me seduziu porque me queria — ele continuou falando quando ela tentou interrompê-lo. — Não foi nem mesmo porque queria sexo. Acreditou nas mentiras daquela mulher e decidiu me dar uma lição. Queria manter o controle da situação, mesmo se arriscando a engravidar!

 

 



  

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