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This side of paradise 9 страница



Não desperdice sua vida, Leila tinha dito. Aproveite as chances.

Atreva-se.

Passava das três da madrugada quando chegou a uma decisão. Leila estava certa. O desejo era um começo. Podia fazer com que Ryan a amasse. Tinha que tentar! E se não a amasse... Bem, era um problema para ser resolvido, se e quando chegasse a hora.

Ele a estava esperando no aeroporto, alguns dias depois. Ao vê-lo lá, de pé no fim do corredor, teve vontade de sair correndo para o avião novamente. Seu sorriso era um pouco divertido, um pouco espantado. Ele estava diferente. Agia diferente. Ou será que era apenas a insegurança dela que a fazia ver as coisas assim?

— Neil mandou lembranças — disse, enquanto tirava o carro do estacionamento. — Ele está viajando, no momento, e me emprestou a casa durante os próximos dias, assim como os empregados. Achei que você apreciaria o alto estilo de vida aqui de Nassau, antes de irmos para a ilha.

— Ainda não começou o seu livro?

— Não. Não sei por que, ainda não consegui começar. Acho que estava com o cérebro preocupado com outras coisas. — Olhou-a, rapidamente. — A sua carta não dava muitas explicações. Como Hugh aceitou os fatos?

— Com calma.

— Você disse que estava vindo para cá?

— Não precisei. Ele parecia saber.

— Não por meu intermédio.

Gina acreditou. Ryan não era do tipo que saía se vangloriando de suas conquistas; muito menos, por carta.

— Ele me deixou sair do emprego bem mais depressa do que o normal.

— Muito generoso da parte dele.

— Foi mesmo? — A conversa estava começando a ficar ridícula. Gina sentiu-se desesperada. Por que tinha vindo? Quase não conhecia esse homem. Era mesmo uma tola!

— Bonito carro. É seu? — falou para se acalmar um pouco.

— Alugado.

Ela desistiu de tentar conversar. Olhou pela janela e viu um moinho abandonado. Lembrou da primeira vez que passara por ali e de seu desapontamento diante daquela parte de New Providence, quase completamente abandonada, a poucos quilômetros do aeroporto. Imaginou o que Marie estaria fazendo. Talvez fosse melhor nem saber. Marie era muito imprevisível.

A casa de Neil ficava a pouca distância da costa leste de Nassau. Dava frente para o mar e tinha uma grande piscina oval, rodeada por um lindo jardim. A casa era em estilo colonial, com terraços em todos os quartos. Dali, o mar parecia uma turquesa ao sol da tarde.

— Gostou? — Ryan perguntou, atrás dela.

— É linda. Mas Neil deve se sentir muito sozinho aqui, apesar dos três empregados.

— Não por muito tempo. Ele está vendendo a casa. Encontrou uma viúva em Miami e ela não quer vir morar aqui.

— Talvez ela mudasse de idéia, se visse a casa.

— Duvido. Tem uma casa maior do que esta e com praia particular.

— Neil teve sorte.

— Ainda não conheço a noiva; portanto, não posso dizer se teve sorte ou não. Ele parece feliz, pelo menos. — Ryan fez uma pausa e ela o ouviu se aproximando. Pousou as mãos em seus ombros e a virou. Os olhos cinzentos tinham uma expressão estranha. — Devia ter feito isso no aeroporto, mas você não parecia querer,

Gina fechou os olhos, enquanto se aproximava dele. O beijo lhe deu uma certa segurança. Não importava o futuro: agora, ele a desejava.

— Pensei que tivesse mudado de idéia — ela murmurou, quando se afastaram. — Parecia tão diferente.

— Calculista, talvez. Mas não sou.

Gina desejava acreditar. Ele provavelmente acreditava, naquele exato momento.

— O que aconteceu com Pal? — perguntou, de repente. — Você o deixou sozinho na ilha?

— Eu o coloquei num canil, por poucos dias. Passaremos lá, para pegá-lo, quando voltarmos. Que tal um mergulho? Terá bastante tempo para secar os cabelos, antes de sairmos à noite. — Sorriu, diante da expressão dela. — Sairemos só nós dois. Já é tempo de você conhecer a verdadeira Nassau.

E depois ele a traria de volta para aquela linda casa e a levaria para a enorme cama que havia lá. Gina preferia que tivessem ido direto para a ilha. Ali seria diferente, ela tinha certeza.

Ryan trocou de roupa, e ela vestiu um biquíni. Pegaram algumas toalhas no banheiro.

O biquíni dela era novo, amarelo-pálido e muito pequeno. Gostaria de estar bronzeada, mas a cor das últimas férias não tinha durado muito. O que Ryan havia dito? Nada mais a fazer, a não ser tomar banhos de mar e de sol, enquanto ele trabalhava. Só à noite seria chamada para cumprir seus "deveres".

Ryan já estava na piscina quando ela desceu. Ele se debruçou na borda e a observou. A água caía de seu cabelo sobre os ombros bronzeados.

— Pedi chá gelado e sanduíches. Chegarão dentro de quinze minutos. Nada como um mergulho, para abrir o apetite.

Pouco à vontade sob o olhar dele, Gina tirou o roupão e as sandálias. Parou um momento na borda, depois mergulhou na água que estava bem morna. Quando voltou à tona, Ryan tinha desaparecido. Olhou em volta e ele surgiu, perto dela. Aproximou-se. Sua altura lhe possibilitava andar dentro da piscina. Começou a beijá-la. Gentilmente, a princípio; depois, mais exigente, até que a resposta dela se tornou cega, puro instinto.

Gina quase não sentia as mãos dele em suas costas, apenas as carícias da água na pele. De repente, ele soltou a parte de cima do biquíni.

— Os criados — ela murmurou, tentando se cobrir —, Ryan...

Ele retirou as alças, por cima dos ombros, e a abraçou.

— Danem-se os empregados. Por que você não veio antes?

— Não pude. — Seu autocontrole estava cada vez mais fraco. Só conseguia sentir o peito dele, musculoso, atraindo-a, torturando-a. — Ryan... por favor, por favor...

Ele a ergueu na água e beijou-lhe os bicos dos seios.

— Você vai se acostumar — falou ele, sorrindo.

Saiu da água e lhe estendeu o robe. Ela se vestiu, quase às cegas. Não podia reclamar. Tinha dado carta branca a Ryan, vindo ali, sem mais nem menos. Ele não lhe mentira. Não fizera falsas promessas. Tinha aberto o jogo. O corpo dela lhe pertenceria durante o tempo em que ficassem juntos.

Ele deu mais um mergulho e ficou nadando, preguiçosamente. Gina se sentou em almofadas, quase detestando aquele homem, pelo poder que exercicia sobre seus sentidos. Em Londres, pensara que o poder que exercia sobre seus sentidos. Em Londres, as coisas eram diferentes. Mas era tarde demais para mudar de idéia. Não tinha como voltar para a Inglaterra.

O chá e os sanduíches chegaram, trazidos por um velho criado, chamado Joseph: educado, porém distante. Estaria censurando o comportamento de ambos? Gina ficou preocupada. Os criados sabiam que não eram casados. O que iriam pensar dela?

Ryan se aproximou, enxugando o cabelo.

— Este é um hábito inglês que não abandonei — disse, cheirando o chá. — Joseph o prepara com perfeição.

— Acho que ele não aprova o nosso comportamento — Gina observou, rouca.

— E isso a incomoda?

— Um pouco.

Ficaram em silêncio algum tempo, antes que ele falasse, rude:

— Acho que devíamos ter ido direto para a ilha. Agora é muito tarde.

— Vamos amanhã, Ryan, por favor.

— É isso que você quer?

— Sim — respondeu, sem olhá-lo.

— Então, iremos amanhã. Tomou o chá e pegou um guardanapo. — Você precisa descansar; foi um longo vôo. Só sairemos às oito e meia. Use aquele colar de prata que usou no dia em que fomos ao clube. Fica muito bem em você.

— Está bem.

Durante alguns segundos, pensou em lhe contar a conversa com Leila. Depois, decidiu não dizer nada. Não tinha ligação com sua vinda. Levantou-se:

— Tem razão. Preciso descansar. Sinto-me exausta.

— Eu não a incomodarei. Deixe as minhas coisas na cadeira, perto da porta. Usarei outro quarto. Estarei de pé às oito.

Só quando chegou ao quarto, ela lembrou que havia deixado o sutiã do biquíni no encosto de uma cadeira, na beira da piscina. Joseph ia encontrar. A menos que Ryan o trouxesse para dentro... mas ele parecia não dar a mínima para o que o empregado pensava.

Tomou um banho de chuveiro e lavou a cabeça. Seus olhos estavam avermelhados, depois daquele longo vôo. Talvez, fosse também por causa da leve depressão que sentia. As coisas melhorariam, depois de um cochilo. Pelo menos, era o que esperava.

Já estava escuro, quando acordou. Olhou o relógio. Eram sete e quinze. Sentiu-se descansada, mas não feliz. Os problemas continuavam os mesmos.

Vestiu o longo prateado e colocou o colar. Ryan apareceu para pegar suas roupas. Não protestou, quando ela lhe disse que o encontraria na sala. Entretanto, seu olhar tinha um brilho irônico.

Lá embaixo, andou por vários aposentos luxuosos, sentindo que invadia a intimidade de Neil. A sala era enorme, com uma porta de vidro, que dava para um grande terraço, perto da piscina.

Joseph apareceu, enquanto ela olhava o mar. Perguntou-lhe se desejava algo para beber e Gina sacudiu a cabeça.

— Já está trabalhando há muito tempo para o sr. Neil, Joseph?

— Desde que ele veio morar nesta casa, há quinze anos.

— E ficará com os novos proprietários?

— Depende de quem comprar a casa, madame. — A voz dele era baixa, calma e impessoal. — Quer alguma outra coisa, madame?

Gina sacudiu a cabeça novamente. Sabia que não ia conseguir conversar com aquele homem. A presença dela, ali, era uma afronta, que ele só aceitava porque lhe haviam dado ordens. Não havia dúvida que se sentiria aliviado, quando partissem.

Ryan usava calça escura e um blazer branco. Estava muito atraente, de chamar a atenção. Se, ao menos, as coisas fossem diferentes. Se tivessem se encontrado e se apaixonado do modo normal. Agora, estariam em lua-de-mel, em vez de terem um caso sórdido. Sim, sórdido. Não havia nada de bonito naquele relacionamento. Decidiu o que fazer... o que precisava, para salvar o próprio orgulho.

Ryan quase não falou, a caminho da cidade. Talvez não tivesse nada para dizer. Foram para um dos maiores hotéis de Nassau. Ele pediu um jantar delicioso, que devia custar uma fortuna. Puro desperdício: ela mal tocou na comida. Tomou apenas um copo de vinho, sabendo que precisava estar com a cabeça fria, quando chegasse em casa. Não ia ser fácil dizer o que tinha a dizer, mas não havia outro jeito.

— Você não está se divertindo. Por quê? — Ryan perguntou, enquanto dançavam. — Quer ir embora?

— Quero, mas não para casa. Tenho que falar com você, Ryan.

— Sobre o quê?

— Aqui não, por favor.

— Está bem.

Voltaram para a mesa e ele pediu a conta. Alguns minutos depois, foram de carro pela costa, até Delaport Point. Ryan encontrou uma praia pequena e parou.

— Pronto — disse. — O que é?

Gina respirou fundo; estava nervosa.

— Quero voltar para casa — falou, finalmente, surpresa porque as palavras tinham saído calmas. — Sei que estou pedindo muito, considerando o preço das passagens, mas vou pagar, assim que puder.

— Por quê? — Inesperadamente, a voz dele estava gentil. — O que a fez mudar de idéia?

Ela o olhou, durante um longo tempo. Sentiu que a garganta se contraía, quando seus olhos se encontraram. Tinha que dizer a verdade. Já sabia qual seria a reação dele. Podia sorrir e dar de ombros; talvez ficasse um pouco aborrecido, mas não muito. Então, lhe diria se estava livre ou não para partir. Se recusasse, não sabia o que ia fazer.

— Não consegui agüentar — disse, e ele riu. — É irônico: não pude me casar com Chris, porque não o amava; e não posso ficar com você, porque o amo.

O silêncio entre ambos pareceu durar um século. Depois, Ryan segurou seu queixo. Não conseguiu decifrar a expressão dos olhos dele.

— Por que o amor por mim faz tanta diferença?

— Porque, para você, tudo é apenas atração física. E não consigo aceitar isso. Pensei que ia conseguir... mas, não. É só. Hoje à tarde, na piscina... o modo como Joseph me olhou... fez com que me sentisse uma prostituta.

— Quando descobriu que me amava?

— Antes de escrever, avisando que vinha. Senão, não teria vindo.

— E, agora, quer ir embora pela mesma razão.

— Sim. — Era impossível fazê-lo compreender. Duvidava até que acreditasse em suas palavras. — Sei que vai custar caro e não posso retribuir de modo algum, mas eu...

— Para o diabo com o dinheiro! — disse, furioso. Mas a raiva não parecia dirigida a ela. Gina se afastou e ele afundou no assento, ruído. — Eu provoquei tudo isso, insistindo em que viesse para cá deste modo. Fui um cretino.

— Cretino?

— É verdade. Se a tivesse pedido em casamento, na última vez em que estivemos juntos, aceitaria?

— Não sei.

— Eu não quis me arriscar. Achei que, se concordasse, seria só porque me achava uma opção melhor do que Chris.

— Você nunca poderia acreditar numa coisa dessas. Não depois de como ficamos juntos, naquela noite.

— Sei que a excito sexualmente. Precisava ter certeza de que havia em você sentimentos mais profundos, antes de pedir que se casasse comigo. Tem que concordar que tive motivos para desconfiar, depois que você resolveu se vingar.

— Eu só fiz aquilo porque achei que você ia fazer tudo novamente. Não consegui esquecer aquela primeira vez.

— Nem eu. E me arrependi mais do que qualquer coisa na vida. Estava dizendo a verdade quando lhe contei sobre o truque que usei para atraí-la ao hotel. Depois, pensei ser tarde demais, quando você disse que ia se casar.

— Então, percebeu que eu não estava tão apaixonado como devia e começou a suspeitar dos meus motivos. — Ela riu. — Acho que estava mais ou menos certo. Se me casasse com Chris, estaria fazendo uma barganha. — Ele tentou abraçá-la. Mas as coisas ainda não estavam completamente esclarecidas entre ambos. — Ryan, quer mesmo que fiquemos vivendo juntos, aqui?

— Até que eu tenha certeza dos seus sentimentos por mim. A sua vinda foi uma grande prova, depois de tudo que falei sobre a falta de segurança. Mas parecia fria e distante, no aeroporto.

— Estava começando a entender o que havia feito. Não estava fria, apenas preocupada e tentando, desesperadamente, esconder isso de você. Ryan...

Ele a olhou, fixamente. Parecia querer encontrar sua alma, percorrendo a suave luminosidade dos olhos e a curva trêmula dos lábios. Então, seu rosto se alterou. A expressão dele foi se tornando menos dura e se abraçaram, bem apertado.

Finalmente, foi o próprio Ryan quem pôs fim àquele momento de abandono. Apesar de continuar a abraçá-la, murmurou em seu ouvido:

— Eu a quero, mas não aqui; nem assim. Não, agora. — A voz dele estava alegre. — Onde quer passar a lua-de-mel? É só escolher o lugar.

— Há uma ilha, nas Bahamas, que é exatamente um paraíso. — Disse, como num sonho.

— Quer ir para lá? Por quê?

— Apesar de você não ter despertado nenhum anjo em mim, foi lá onde tudo começou.

— Não. Tudo começou alguns dias antes, quando vi uma garota no hotel, que me olhava com olhos que pareciam safiras. Então, planejei voltar e procurá-la novamente, na semana seguinte. Mas ela se adiantou.

— E você, imediatamente, se aproveitou.

— Pode dizer isso. Tive ódio de mim mesmo, quando a deixei, naquela noite. Eu a desejava muito!

— Que força de vontade! — murmurou, e ele riu.

— Naquela época e por motivos errados, você atingiu algumas feridas minhas e me deixou cego a tudo o mais. — Afastou-a um pouquinho. — De agora em diante, escreverei do jeito que quero e não mais para o gosto do público. Tenho dinheiro suficiente para me arriscar.

— Espero que não esteja pensando em cortar as cenas de sexo — disse ela, fingindo susto.

— Não, se você estiver envolvida. Vai ser duro escrever um livro, quando voltarmos juntos para lá.

— Não, não vai. Estarei por perto, quando me quiser, mas não interromperei nunca. Serei a esposa perfeita de um escritor, querido. Prometo!

— Mal posso esperar. — A expressão dele mudou um pouco. — Vai demorar alguns dias para conseguirmos a licença. Mudarei minhas coisas para o outro quarto.

Aquilo não era uma pergunta e, sim, uma afirmação: Gina disse, suavemente:

— Precisamos continuar na casa? Quero voltar para a ilha com você, Ryan... para a nossa ilha. Quero nadar com você naquela enseada e fazer amor sob as estrelas. Podemos voltar para assinar os papéis, quando chegar a hora?

— Mesmo? Confia tanto assim em mim?

— Por que não? Se vou confiar em você por toda a vida... Você mesmo disse isso, certa vez: não há motivos para um casamento, se não se pretende que ele dure. O nosso vai durar, não é?

Ele a beijou, com paixão e amor, acariciando-a:

— Pode contar com isso, amor!

FIM

 



  

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