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Sonhar de um estudante de engenharia, de vinte e seis anos, sem quaisquer sintomas específicos de psiconeurose, meramente “cheio de” problemas. 8 страница



to acima poderia trazer àtona as seguintes perguntas:

que os verbos “existir” e “ser” podem significar sem o entendimento fundamental do ser humano.
Exemplo 2: Sonhar de uma mulher solteira de vinte e nove anos, com
- numerosos sintomas histéricos.
Ao sonhar a paciente vê seu analista, que na vida desperta sempre esteve bem barbeado e imaculadamente trajado com um jaleco branco, entrar subitamente na sala de tratamento vestindo roupas de rua e com uma barba crescida, revolta, mal cuidada. A barba parece assustá4a. Ela fica com medo do analista e foge. Quando desperta, ao contrário, ela sempre enfatizou que enxergava o analista exclusivamente como um conselheiro médico racional, inteligente, digno de confiança e não tendencioso.
Obviamente esta mulher vê no seu analista algo mais ao sonhar do que quando está acordada. Mas como este algo mais, esta barba revolta crescida, entra no seu sonho? A psicologia subjetivista poderia tranqoilamente replicar que a sonhadora deve ter produzido a barba a partir do seu “inconsciente”, e tê-la afixado a uma imagem onírica particular do seu analista. Entretanto, não há na existência desta pessoa, qualquer evidência que indique ser a barba um produto da imaginação endopsíquica, assumindo urna realidade “alucinatória” quando projetada sobre a imagem sonhada do analista. Isto é pura especulação psicológica, sem a menor base em fatos.
No que diz respeito à percepção da sonhadora, tudo que realmente acontece é que um analista evidentemente barbado se manifesta à luz da sua existência onírica. A barba acha-se ligada ao analista desde o início, em algum lugar “fora” no seu mundo de sonho, e não “dentro” dele. Além disso, a barba sonhada não é de maneira nenhuma experiendada pela sonhadora como sendo apenas uma “imagem” de barba, mas uma barba real feita do mesmo material que as barbas são feitas. E também, a barba não é um objeto isolado, de volume específico e existindo num vácuo. Não, ela é algo que cresce num ser masculino existente. Sem auxilio da interpretação, pode-se concordar que a exuberância revolta retrata o analista como um homem naturalmente masculino. Tal barba pertence ao tipo de homem ‘não cultivado” cujo comportamento em relação às mulheres contrasta agudamente com o comportamento que se espera de um analista bem barbeado vestido com jaleco branco.
Como sonhadora, a paciente recebe mais informações acerca do seu analista do que o seu eu desperto jamais percebeu. Fie não está mais encerrado na moldura de um guardião médico distante, intelecttalmente superior. Agora ele aparece em sonho como um homem desleixado, impolido, barbado. sua resposta onfrica a tal homem,terminando empánico aterrorizado, é digna de nota.
A
aplicação terapêutica da abordagemfenomenológica ao sonhar descri a

“Não é confortador que, pelo menos ao sonhar, você não restrinja mais o seu analista ao papel de um médico distante, bem barbeado,
um mero cérebro vestido de branco, que a
trata desapaixonadamentecomo um objeto? Noseu sonhar, felizmente, os seusolhos se abrempara algo vital, impolido, inerentementemasculino acerca del&”
b. ‘Por outro lado,
não é surpreendenteque vocêseja forçada a ver este homem como urna criaturaperigosa, ameaçadora, quenão lhe deixa
outraalternativa senão a fuga?”
c. “Do
que é que vocêacha queprecisa fugir?”
Nãohaveria nenhuma justificação científica, nem valor terapêutico, emdizer alguma coisamais sobre estes eventos oníricos. Emparticular, não há absolutamentebase alguma parase dizer que oanalista barbado nosonho “significa” na verdade algo diferente de si próprio, fazendo do sonho inteiroum “sonho de transferência”, noqual oanalista apareceu como um símbolo para opróprio paida muliier, que usava barba quandoela o conheceu. Todavia, pode ser verdade que o comportamento inadequado do seupai tenha alterado patogenicamente apercepção da filha de pouca idade, de modoque atéagora sua existência esteja aberta para perceber apenas possibilidadescomportamentais masculinas cruéis eperigosas. Não obstante, o último sonho da paciente envolveuapenas opróprio analista, não oseu pai nem qualquer “imagem paterna endopsíquica”. O conteúdo dosonho demaneira nenhumafaz por merecer a designação de“sonho de transferência”. Em prinieiro lugar,não podemosprovar a existência dequaisquer afetos endopsíquicos que possamser transferidos, de uma representação endopsíquicapara outra. Emsegundo lugar, devemos repetir aqui oque foi dito a respeito da noção de “transferência” nadiscussão sobre o rectutaque matoumulheres emseus sonhos.É característica dosneuróticos nãopraticar atransferência no sentido de transportaralgo de umlugar a outro dentro de umapsique. De fãto, a suacaracterístiàa é nãomudar nada. Para o neuróti co, tudopermanece como sempre foipara ele. Permanece como se ele tivesse justamenteque experienciar o seu mundo comocriança. O neurótico, então,mantém-se fixo nos seus modosinfantis de perceber, assim confundindo e distorcendoos seres de seu mundo adulto. Figurativamente falando,é como se a cómea do olho da sua mentetivesse sido deformada de modo a eleenxergar para sempre apenasum mundo distorcido. Como resultado, mesmo depois de terem atingido asua idade adulta oficial, os neuróticos ainda vêem cadapessoa que encontram com avisão limitada que lhesfoi transmitida através dos erros deseus pais. Como conseqüência desta limitação e distorção dasua capacidade de perceber, asua percepção do analista

também é necessariamente distorcida, e na verdade, quanto mais humanamentepróximo ele está, mais intensa é a distorção. Não importa oseu desenvolvimentointelectual geral em outrasáreas, os neuróticos só conseguem vê-lo, ou como umpai rido e cruelembora não oseu próprio pai
ou como uma mãeviolenta esem amor.Mas ao julgar tão erroneamente osoutros adultos, as pessoasneuróticas “na verdade” não têm em mente seus verdadeiros pais oumães. Embora sua visão possa estar nublada, elanunca se desvia da pessoa que está àsua frente, O que toma tãoimperioso livrar-se dateoria da transferência é que arelação inicial com o terapeuta, comfreqüência a mais genuína aque o neurótico temacesso, é o íinico pilar quesustenta o seu mundo. Se o terapeuta abala estarelação emocional em nome de umateoria detransferência, rotulando-a de“ligação falsa” ou “tapeação”, ele sóconfunde mais o paciente. Commuita freqüência, de fato,tais enganos analíticos têm conduzido opaciente ao suicídio.8
Exemplo 3:
Sonhar de um homem solteiro, de vinte e oito anos, sofrendo deum sentimento de solidão eausência de sentido davida.
Na noite
passada eu sonhei que estava dormindo. No sonho eu acordei, e olhei pela janela da casa dosmeus —- Dois exércitos inimigos estavam nos campos.Começaram a lutar. Eles estavam chegando mais perto da casa e eu fiqueicom medo que eles pudessem entrar, então corri e fechei todas as portas, e fui para o quarto da minha mie. Ela estava deitada na cama. Eu pulei para a cama. De repente tudo ficou quieto e tranqüilo. Os tiros fora pararam. Eu pude dormir outra vez.
Uma das vantagens da abordagem fenomenológica do sonhar éque ela uma atenção imediata ao lugar.no-mundo ( Weltautent halsort) em que osonhador se encontra. Nestecaso, o sonhar “desperta” na casa de seus
—. Ele declara, depois de ser solicitado a fornecer uma descrição maisdetalhada da sua experiência onfrica, que ao sonhar elese sentia como um ruenino decerca dedoze anos. Agora, é extremamente importante lembrar quea época em que o paciente experienciou o sonhar éagora, a noite passada,para ser mais preciso, quando pelospadrões domundo desperto eleteria tido vinte e oito anos deidade. Isto significa que então, no momento doseu sonho, ele estava existindo como criança na casa deseus pais, dependente da mãe em cuja cama ele semeteu. Na realidade, ele era ummenino dormindo que despertou apenas por um breve período de tempo. O terapeutadeixará de considerar aimportáncia decisiva destes eventos sonhados se os encarar basicamente como um convite parabuscar alguma experiência patogênica que deve ter ocorrido durante avida desperta mais ou menosdertsseis anos atrás, e que funcionou como causa dosonho da noite passada.

A única linha de inquiriçãoterapêutica realmente útil começaria com a seguintepergunta: “Em que medida você, o sonhador desperto, estáconsciente de que até hoje você ainda existefundamentalmente como uma criança dormindobem próximo a mãe?” Então as seguintes perguntas seriam apropriadas: a. “Não osurpreçnde o fato de que, ao ter aberto osolhos nosonho, o mundointeiro forada casa dos seus pais lhe apareceu como um perigoso campo de batalha?” b. ‘%iesmo considerando o mundoregido pela guerra, não é também surpreendente que, emvez dese meter na briga, vocêexista apenas como um observador infantilassustado?” A experiênciaensina, aliás, que pacientesque assumem uma postura de observador enquanto sonham,distanciando’se de uma participação ativa com os outros, requerem terapeutasparticularmente obstinados e persistentes. Todavia, esteaspecto à parte, a pergunta b naturalmente conduziria àpergunta seguinte: c. “Nãolhe parece estranho, afinal, que até mesmo a postura de observadorlhe sejaassustadora, levando-o a fugir ainda mais, ouseja, para a cama dasua mãe e voltando a um sono renovado, sem sonhos?” Seria um erro, em contraste, atribuir o recuo onfrico para a mãe a um desejo edipiano inconsciente, unia “causa psíquica”. Isto seria errado, primeiro eprincipalmente, porque o próprio pacientejamais experienàiou qualquer coisa do tipo; mas também, éclaro, porque a noção de “causapsíquica” deixa sem especificar o significado desuas duas partes constituintes, ouseja, os termos“causa” e “psíquica”. Simplesmente formulando asperguntas a, b e c, o terapeuta teria feito tudoque poderia fazer de útil. Qualquer especulação teóricasem uma base fatual na experiênciaonírica em sisó poderia ser prejudicial. As três simplesperguntas, no entanto, levaram o paciente a prestar atenção, e começar aperceber que,até mesmo pela sua vida desperta ele passava comoum sonhador, emtodos os momentos imbuido deum penetrante sentimento deansiedade em relação ao mundo exterior de adultosestranhos, os quais ele sóconseguia enxergar como combatentes destrutivos, O pacientepode vir a perceberque ele está eternamente necessitado depedir abrigo nos braços da mãe, como uma criança adormecida.

Exemplo 4: Sonhar de um homem de trinta anos, sofrendo de neurose de ansiedade séria, casado, paide dois filhos.

No meu sonho da noite passada, eu estava na sa em que a minha família viveu desde a época em que eu tinha treze anos até os dezoito. A minha mie estava em pé ao lado do fogo na cozinha. Eu tinha acabado de voltar depois de tê-la deixado anos antes para me casar com a mulher com quem eu me casei realmente na vida desperta, e com quem tive meus dois filhos. No sonho, eu estava me perguntando se deveria me desculpar à minha mie por tê-la deixado Também estava considerando se deveria contar a ela que tinha feito isso só por obrIgação para com a minha mulher, que parecia tio indefesa. Eu sabia que se falasse diretamente e me desculpasse. isto apagaria os sentinientos ruins que ainda existiam entre a minha mie e eu desde o tempo em que fui em- hora. A tentação de me desculpar era grande, porque a minha mie estava exercendo uma poderosa atração sobre mim. Eu podia sentir que ela queria me fazer entrar num mundo muito quente e maravilhoso, onde todos osproblemas e dificuldades desapareciam. Mas ao mesmo tempo eu sabia que abandonar-me à atração maternal significaria a aniquilação de mim mesmo como unia personalidade distinta.
Aqui mais uma vez, não há justificativa para ir além daquilo que a experiência onfrica revelou ao sonhador, no sentido de trazer à tona coisas supostamente ocultas atrás das manifestações oníricas. Os significados de acontecimentos e entes no sonhar estão plenamente àvista, Osonhador experieneia de modo direto quão pouco o seu coração tem estado com a esposa durante o tempo de casamento. De maneira igualmente direta, ele percebe sonhando que a sua decisão de casar-se e deixar a mãe surgiu exclusivamente de um senso de obrigação, um sentimento de “éisso que as pessoas fazem”, e não devido a um amor maduro. Agora no seu sonhar, porém, o paciente reassusue uma relação próxima com sua mio. Ele não falha em perceber o terrível perigo que esta lig&çk forte demais podetrazer para a sua evolução no sentidode uma existência Independente e segura de si. Esta circunstância existencial jamais tomou-se clara para ele na sua vida desperta. Foi sé depois de ter acordado deste sonho queele foi surpreendido pelo que compreendera a respeito do seu estado. A mensagem do sonho tomou conta do paciente com tanta intensidade que o terapeuta não precisou fazer nada mais do que ficar sentado e ouvir. Se tivesse querido fazer mais alguma coisa, seria aconselhável apenas reiterar a seqüência das experiências oníricas, ou, no máximo, salientar a importincia positiva dofato de o sonhador ter
• sido capaz de resistir à atração da mie,
Exemplo 5:Sonhar de um homem de quarenta anos, casado, sem
Este paciente sofria de uma incapacidade de ejacular e ter orgasmos, a

Na noite passada eu sonhei que fui acordado por sinos de igreja às cinco da um nh Era o pastor que estava tocando os sinos tio cada Fui direto para a igreja e o xlii-
4 guei por me acordar com todo aquele barulho. Eu também lhe disse para não fazer isso
de novo.
Aqui mais uma vez,como no nossõ terceiro exemplo, estamos lidando com alguém que “acorda” dentro do seu sono, e então exibe um tipode comportamento específico. Inicialmente, ele tem raiva de ter sido acordado tio cedo. Essa experiência no sonhar induzo terapeuta a dar início àsessão perguntando ao paciente se pode haver algum outro despertar queo esteja perturbando noseu estado devigília. O paciente de pronto responde: “Sim, você estd me perturbando com todas essas perguntas que mefazem ver coisas a meu respeito que eu não quero ver:’ Estaconfissão traz uma consciência muito maior do quea quelhe era acessível emsua raiva onírica contrao pastor. A confissão não surge do sonho, mas da existência desperta do paciente. No estado desonhar, a significação de ser acordado, e a resistência a isto, abordao sonhador apengs de uma maneira periférica: toma a forma de um despertar “físico” provocado pelos sinos da igreja do pastor. Assim, é de suma Importância que o terapeuta faça menção repetida daxesposta aborrecida dada pelo sonhador já desperto, trazendo sua tremenda resistência a aumentar sua autoconsciência no estado de vigília. Para conseguir isto, bastaque oterapeuta reitere, sempre que possível, a própria raiva que o paciente relatou ter sentido do pastor; ele deve manter obstinadamente este fato sob o nariz do paciente.
Porém no sonhar não é o analista que desperta o paciente, mas um pas tor que
não se parece nem um pouco com o analista. Não será então que o analista estáoculto ou disfarçado na forma de pastor, talvez porque o aonliador não ouse expressar abertamente a sua agressão em relação ao analis ta? Não será então necessário “interpretar” a figura do pastor sonhado, o que na linguagem da moderna teoria dos sonhos equivale a ‘reinterpretá -lo” Não será preciso afinnar que o pastor do sonho nãosignifica realmente um pastor, mas na verdade algo bem diferente, ou seja, o analista? Mas que direito tem alguém de fazer tais pronundamentos?Devemos perguntar aqui,como fizemos tantas vezes antes, que agente pessoal econsciente existe dentro dapersonalidade do sonhador, que é capaz de disfarçar o analista, ocultando-o por trás da figura do pastor, de modo que a terapiatenha que reverter o processo detransfonnação? No sonho em si, o pastor é experienciado somente como umclérigo de verdade, conhecido dopaciente. Se, de acordo comos preceitos dainterpretação fenonnológica dos sonhos, permitir-se

despeito deuma ereção plena e fácil; trabalhava e era bem sucedido comotécnicO.

filhos.

 


ao pastor permanecer exatamente aquilo que aparenta, adquire-se um insight adicional que foge às formas mais habituais de interpretação. A grande significação científico-terapêutica deste insight foi mencionado no prólogo ao Capítulo 1 da presente obra.9 O paciente provavelmente jamais teria sonhado em ser desperto abruptamente não tivesse já experienciado a terapia em seu estado de vigília como uni despertar abrupto para insights desagradáveis concernentes à sua própria constituição existencial. A aparição do pastor no estado de sonho e a existência do analista no mundo desperto do paciente não deixam, portanto, de estar relacionadas. O que pennanece duvidoso éa natureza precisa da relação entre as duas figuras tiradas da vida do paciente. Osimples fato de ser obtida uma relação não émotivo suficiente para declarar uma figura como sendo mais real do que a outra, ou que uma éderivada da outra, introduzindo assim unia relação de causa e efeito entre ambas. Se as experiências de sonhar e estar desperto não forem arbitrariamente intercombinadas, se se permitir que pastor e analista se mantenham fenômenos distintos, independentes, àparte da sua conexão comum com otema do despertar cedo, o analista étrazido para diante de uma questão decisiva. Ofato de o sonhador se enxergar sendo acordado não pelo próprio analista, e sim porum pastor, induz o analista a perguntar:
Se você pensa realmente sobre o seu sonho com o pastor, não pode sentir que também experiencia a análise como basicamente um tipo de intervenção religiosa, uma chamada convencionalmente ética para padrões comportamentais específicos dados por um representante da moralidade social, pública?
Foiprecisamente esta pergunta que teve um efeitoadmiravelmente terapêutico sobre o paciente, muito maior do que qualquer outra coisa feita oudita pelo analista durante todo o decorrer da terapia. Ainda assim a pergunta sequer teria ocorrido ao analista se ele tivesse ficado cego pelas teorias de sonhos das “psicologias profundas”. Pois daquela maneira ele teria simplesmente confundidá o pastor sonhado com o analista.
Exemplo 6: Sonhar de uma mulher de vinte e seis anos, casada há ciii- co anos, mas ainda sem filhos.
Esta paciente exibia uma conduta infantil, era frígida e possuía ansiedades esmagadoras.
Na noite antes desta, eu sonhei que finalmente tinha ficado grávida e podia me tomar mãe. Eu estava transbordando de felicidade. Então tive que voltar para casa, para os meus pais. Cheia de excitação, eu lhes contei sobre a minha gravidez. Mas eles imediatamente duvidaram de que eu algum dia pudesse ficar grávida. De repente, então, a minha gravidez se foi,

Ao sonhar, esta paciente adquiriu por umbreve período de tempo unamaturidade eabertura existencial que abarcam a possibilidade de tomar-se grávida.Segundo a expansão do seuDarem, todasua existência estava emharmonia com felicidade e prazer.Entretanto, asonhadora pôde mantertal liberdade abertaapenas por um tempo curto.Uma “intimação” dos pais.aos quais ela estáescravizada, a conduziu de volta à presençafísica imediata deles. Ao mesmo tempo, sua própriaexistência secontrai, retrocedendo para o estado pré-adolescente de dependência infantil. Enquanto sonha, de fato, apaciente demonstratanta falta de liberdadeque não podevoltar para a casa dos paispor vontade própria. Elanão sabepor que não foi capaz depensar em algo maisadulto einteligente doque retornar à casa dosseus pais opressores. “Então tive quevoltar para casa, para os meus pais”; estafrase oferece oretrato de urnapessoa que nãotem escolha a não ser obedecer inquestionavelniente a uma força alheia, outraque não ela própria.
É isto, e somente isto,
que o terapeuta deveria dizer à paciente desperta.Sua tarefa éfazê-la enxergar, demaneira mais clara do quejamais foicapaz, exatamente como as coisas se situam para ela. Esta percepção maisclara do seu estadoexistencial bastaria para tornar questionável asua subserviência infantil aos pais; e esta mesma percepção, por si só, serviria para encorajá-la aadotar padrões de comportamento mais livres. £claro que até
mesmo na terapia Daseinsanalítica, uma únicabatalha não ganha a guerra. Mas adiante na análise, dezenas desonhos similares poderão vir á luz. Oanalista não devejamais se cansar detomar cada uma destas oportunidades paraapontar o tipo especial deescravização do paciente. Ele muitas vezes precisa ser mais obstinado do que a limitação existencial mais enrustida de seus pacientes.
Exemplo 7: Sonhar de uma mulher de trinta e dois anos, solteira, há um ano em tratamento Daseinsanalítico poruma neurose
de ansiedade.
Meu sonho da noite passada começou comigo na casa da minha mãe. Eu i a minha tartaruga de estimação, Jacob. Alguma força começou a partir a tartaruga, separando o casco da parte de baixo. Para mim era uma tortura assistir àquilo, então eu gritei e disse para minha mãe: “Só existe um jeito de livrar o animal da sua dor, ématá-lo.”
A sonhadoraencontra-se na casa dasua mãe. Mães sóexistem ondeexis 1

 

tem filhos: a própria palavra “mãe” implica em “filhos”, e vice-versa. Conseqüentemente, a presença da sonhadora perto da sua mãe ressalta a sua situação filial em si. Ela se acha envolvida num relacionamento úitimo mãe-filha. Ela está existindo na forma desse relacionamento. Este é o primeiro indício que o terapeuta pode oferecer à paciente. Entrementes, o campo aberto do seu mundo onírico também tem espaço para a presença de um animal querido, Jacob, a tartaruga de estimação. A natureza animal, como já dissemos, distingue-se da natureza humana principalmente pelo fato de ser “instintiva”, isto é,a vida anima], em suas relações, éfirmemente embebida e presa àquilo que se revela no ambiente. Ela ésempre presa das coisas que de alguma forma são percebidas. Assim a sonhadora percebe esse tipo de “viver” escravizado ocorrendo apenas fora de si própria, no seuquerido animaizinho deestimação. “No entanto”, o terapeuta poderia dizer a ela,
A natureza animal de alguma forma se aproxima de você no seusonhar, ainda que apenas na forma de uma criatura dotada de sangue frio, inofensiva, e muito bem protegida por uma carcaça. Você consegue somente entrar numa relaçio íntima com uma criatura queestá distante do modo de existir humano. Não é por mero acaso que,tanto na sua vida desperta como noseu sonho, você tenha escolhido uma tartaruga como biduo de estimação. Entretanto, um relacionamento, ainda que seja com um animal, é muito mais do quenenhum. Mas então, um poder desconhecido e misterioso aparece derepente e começa adespedaçar o seu bicho deestimação encouraçado, dcmodo quevocê e ele sofrem terrivelmente.
Uma abordagem fenomenológica do sonho desta paciente consistiria em indagar-lhe: “Agora que você está acordada, ainda percebe a presença de alguma força que está prestes a partir e abrir outras criaturas protegidas por couraças?” Se a resposta for não, poder-se-ia então perguntar: “Aquilo que você tem que passar em terapia não lhe parece como se você estivesse se abrindo, algo que para você éigualmente doloroso?” Aqui, mais una vez, o terapeuta deve guardar-se estritamente contra a declaração autocontraditória de que, no sonhar, a couraça da tartaruga “realmente” eram as barreiras existenciais da própria sonhadoza, ou que a tartaruga sendo despedaçada e aberta “sinibolizava” a revelação analítica da vida desperta da paciente. Se assim fosse, a própria paciente, ou alguma superpessoa dentro dela, teria que entender os “significados subjetivos dosentes oníricos”, embora tal consciência teria que ter sido uma “consciência inconsciente”. E ela também não expedenciou a tartaruga como unia simples imagem; ao contrário, reconheceu o animal com todos seus sentidos como sendo seu bicho de estimação, Jacob. Mais uma vez, éde suma importância que notemos a grande distáncia da qual sua existência onfrica enxergou o processo de estar sendo aberta. Pois não foi ela mesma e sim uma tartaruga com vida própria, que estava sendo aberta. Unia visão desta distância existencial de si pria não



  

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