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Sonhar de um estudante de engenharia, de vinte e seis anos, sem quaisquer sintomas específicos de psiconeurose, meramente “cheio de” problemas. 4 страница



dor desperto, embora naturalmente a compreensão deva vir antes da aplicação. Podemosevitar distorcer os elementos oníricoscom nossas especulações pessoais somente quando paramos depresumir um sentido diferente e ocultoatrás dos significados que se revelam a nósdiretamente dos conteúdos oníri—cos dados. Devemos, emlugar disso, deixarque os elementos do mundo do sonho seconservem exatamente como eram quando serevelaram ao sonhador. Se,por exemplo, o sonhador encontra um cão em seusonho, nós simplesmentesomos capazes de afirmar que a expressividade da maneira de viver de um cão está se revelando ao sonhador, aproximando-se dele,contando-lhe algo a seu respeito, de algumlugar próximo ou distante ‘bm” do sonhador, O máximoque podemos nospermitir, semfalsificar as experiências oníricas, é perguntar depois ao paciente se asua percepção, agora que ele está desperto,não é bem maisclara do que era enquanto sonhava- Podemosperguntar ao sonhador acordado emparticular: “Já que asua experiência de sonharpertence àsua existência tanto quanto a sua vida desperta, vocêpode ver, agoraque está acordado,que a sua sujeição às coisasque encontra, como se fosse umcachorro, não sóexiste no seumundo como umarelação com um animal externo mastambém como traço característico dasua própria existência?” Umapergunta seguinte seria: “Agora quevocê está acordado, não sente umaatitude de pânico em relação às suas próprias tendências de sentir-sepresa, como um animal,daquilo que você encontra,como o pânico que experienciou emrelação ao cachorro ‘extemo’ emseu sonhar?” Desta formaevitamos afirmar que a manifestação canina do mundo onírico possui uma “significação inerente” além de simplesmente umcachorro estranho; ou queela incorpora, representa e “simboliza” algum aspecto canino daprópria natureza do sonhador. Qualquer referência ao“simbolismo do sonho” ou qualquer interpretação a nívelquer subjetivo quer objetivo,pressupõe a existência dentro do sonhador de um duplo jáexistente, “inconsciente”, equipado compoderes muito superiores aos seuspróprios. Seria preciso haver tal duplo parareconhecer, unia vez que o sonhador não podeenquanto sonha, que as formas caninas de comportamento residem dentro dele, O duplo teriatambém quequerer manter seu conhecimento fora do alcance do sonhador, e teria que ser capaz defazer vigorar sua vontade através dastécnicas decamuflagem e “preção psíquica exterior”. Noque conceme àterapia é muito diferente se o elemento dosonho éreinterpretado a nível sutefivo,como um “símbolo”psicológico profundo, ou utilizado fenomenologicamente parapropiciar ao paciente despertopressentir suas próprias potencialidades de caráter canino. Pois todas as interpretaçõessimbólicas falham emlevar em conta aslimitações do estado desonho quanto a umaauto-apreciação mais acurada. Adistância do pacientesonhador de simesmo évisto no fato de que os fenômenosoníricos que não

pertencem à suaprópria existênciapossuem no entanto o poder de orientá4opara aspectos potenciais do seu próprio ser.
Na melhor das hipóteses, o paciente aprende as reinterpretações
simbólicas dos fenômenos sonhadosnuma base intelectual,superficial. Mas se um pacientedesperto é simplesmenteindagado se pode sentir possibilidades existenciais de si próprio que correspondam àsignificação das características dos fenômenos sonhados, a percepçãoapropriada revelar-se-á vindo do coração do paciente e seráabraçada.
Mais uma vez, a questão apropriada é se o sonhador despertopercebe possibilidades existenciais “caninas” de sipróprio mais claramenteagora do queocorria enquanto sonhava. Tal apego fenomenológico à experiência real tomasupérfluas todas as hipóteses de um “inconsciente psíquico”. Maisadiante mostraremos em detalhe porque a suposição dapsicologia profunda referente a um “inconsciente psíquico” é não sódesnecessária para uma teoriados sonhos adequada, mas muito prejudicial a qualquer aplicação teórica ou prática do conhecimento obtido dos sonhos.
Por enquanto, porém, devemos ter em mente
apenas que o problema supostamente complexo da “interpretação do sonho” pode ser reduzido a duas perguntas simples. Aquais fenômenos a existência da pessoa na época do sonho está aberto a ponto depermitir que eles se revelem em sonho, e assim venham a existir? Asegunda perguntadiz respeito a se, agoraque a pessoaestá desperta,ela é capaz dereconhecer traços desua própria existência que são idênticos emessência aos traços dos fenômenos que pode perceber no estado de tonhar, porém só fora de si própria, em ol4etos, animais ou sereshumanos “externos”.
Se
fizermos isto, não necessitaremos mais tomar um modoparticular de existência, aexistência onírica, e objetificá-la como algum“sonho” concreto que a pessoa pode “ter”. E menos aindaseremos tentados apersonificar aexistência onírica como um homüúculo na mente de sonhador que pode mobilizaruma vontade própria eeng4ar-se emmanobras estratégicas contra o sonhador.
Livres dosacréscimos supérfluos e enganosos das modernas teorias paicologísticas dosonho, estaremos prontos a começar o treinamento para umavisão nãodistorcida doSer-no-mundo de seres humanos que sonham. Uma abordagem tão simples é com freqüência criticadacomo “banal”, mas conforme onosso esboço danatureza canina demonstrou claramente, esta critica recaisobre os próprios críticos,pessoas que se tornaram cegas à riqueza designificado existente em cada fenômeno que encontramos,seja acordados ousonhando. É precisamente umapego ao banal querestringe a sua visão de modo aenxergar apenas pobrezanas coisas.
A nossa novateoria dos sonhospode ser chamada deabordagem fenomenológica, como oposta às atitudes causais e deterministas, umavez que se

prende estritamente aos fenômenos reais do sonhar. Ela almeja apresentar um quadro cada vez mais claro destes fenômenos — fenômenos que sempre puderam sei vistos, ainda que indistintamente, desde o início.
Principiaremos os nossos exercícios práticos na compreensão fenomenológica dos elementos oníricos examinando seqüências de sonho bastante simples, prosseguindo progressivamente até chegar aos mais complicados. Naturalmente, como ressaltamos, qualquer exercício precisa se basear na repetição.
Sonhos de Pessoas Consideradss Totalmente Sâs por Si
Próprias e pelos Outros
EXERCPDIOS NA ABORDAGEM FENOMENOLÕGICA DO SONHAR,
COM ILUSTRAÇÕES PARA A APLICAÇÃO PRÁTICA DESTA
NOVA COMPREENSÃO DOS SONHOS
Exemplo 1: Sonho Simples de um
Europeu Sadio
Estou almoçando com o meu velho amigo, M. Ii., no Restaurante Hohe em Zoilikon. A sala está parcialrnente ocupada por pessoas de ambos os sexos. As vozes de algumas mulheres e de umas poucas crianças podem ser ouvidas em alguma parte, também. A luz do sol está preenchendo a sala de jantar, morna e brilhante. Estamos muito contentes de podermos nos encontrar outra vez num lugar tio calmã e descontraído. Ambos pedimos a mesma coisa, um entrecóte café deParis. Comemos com vontade e falamos dos nossos filhos. Noto com satisfação o quanto meu convidado está apreciando a refeição, como ele realmente avança sobre ela com seus dentes. Então acordei, um pouco
triste pelo fato de a visita do meu amigo ter sido apenas uni sonho. No dia anterior eu tinha desejado ardentemente que ele me visitasse outra vez.
Àprimeira vista a seqüência deste sonho parece ser do tipo que Freudchamou de “sonhos derealização simbólica e não-dissimulada de um desejo”, que costumavam “provar” dois pontos-chave da sua complexa teoria dos sonhos. “Taissonhos não-dissimulados” afirmava ele categoricamente,“naturalmente possuem inestimável valor como prova deque averdadeira natureza dos sonhos em geralsignifica a realização deum desejo.”2 Mas, como expusemos num livro anterior sobre sonhos, esta “prova” citada por Freudé tão suspeita quanto a inferência de que se algumas rosas sãobrancas,então todas as rosas coloridas são essencialmente rosas brancas, t sua cor serve meramente de disfarce para a brancura.
Freud também acreditava que sonhos tais como este podiam ser usados para ilustrar um dos quatro processos que ele atribuía à elaboração de sonho inconsciente, sendo este a transformação de desejos e vontades em ações completas. Conforme o próprio sonhador admitiu, no dia anterior ao sonho

ele teve o freqüente desejo de que seu amigo M. li o visitasse outra vez logo que possível. Agora, será que até mesmo este modo de afirmar pode constituir uma violação subjetivista-psicologística da experiência real? Será que desejar pode ser chamado de coisa - um “desejo”, uma configuração psíquica existente por si só em alguma parte da pessoa? Haverá mesmo “dentro” da pessoa, um desejo que esteja ligado a alguma representação endopsíquica de um objeto externo? Demonstramos anteriormente que não há prova, nos fenômenos reais da experiência humana, da existência de entes endopsíquicos tais como representações, ou afetos a eles ligados. Ainda assim, nem sequer amais importante condição prévia para estas premissas foi até agora explicada: Ninguém sabe onde está ou o que éeste recipiente “psíquico” ao qual a palavra “dentro” se refere. Se a resposta é “dentro” de uma psique, faz-se necessárIo demonstrar primeiro que nós seres humanos possuímos psiques, entes que existem em alguma parte acessível emalgum espaço vazio. Em segundo lugar, precisaríamos saber a natureza desta“psique” dentro da qual“afetos” e representações do mundoexterior poderiam penetrar, como seela fosse uma cápsula.
Se seguimos a abordagem fenomenológica oudaseinsanalítica apegando-nos exclusivamenteaos fatos daexperiência em si, descobrimosapenas quediversas vezes nodia anterior ao sonho, o sonhador conscienteniente entrounuma relaçãomuito específica com seu amigo: elequeria o amigo por perto. Nenhum “deseja?’, entretanto,constitui umaconfiguração endopsíquicaisolada existindo independentemente, que possatransformar umacoisa em outra.
Toao
desejar é inerentemente umdesejar alguma coisa. Isto significa que odesejar do nossosonhador é um modoespecífico derelacionar-se inteiramente com algum fenômenonuma base equivalente a outras fonnas de serelacionar, taiscomo tocar ou cheirar algo. A relação com a coisa desejadadifere dos outros modos potenciais de serelacionar principalmente pelo fato de a pessoadesejosa contentar-se emmanter um anseiopassivo pela coisa,quer esta seja presente aos sentidos ou percebida remotamente. Emqualquer um dos casos, apessoa dispensa trazer a coisa parasua presença imediata porque existem obstáculosintransponíveis ouporque odesejo não é forte obastante para superar obstáculos menores. Asrepresentações endopsíquicas não desempenham um papel maior nodesejar do que, digamos, no contatofísico. Uma pessoa que deseja algo, assim como alguém queesteja tocando algo, jáestá “aí fora”junto com essa coisa — oSer-no-
-mundo humano aberto aos fenômenosque encontra onde quer que eles se revelem no campo claro da percepção.
Este
era o estado de coisas com o nossosonhador antes de ele ir dormir. Cientificamente falando, pode-sedizer apenas que naquele ponto a sua percepção reconhecia uma relação com oamigo, mas somente na for-

ma de desejar a sua presença. E esta era uma presença limitada, a de visitalizar o amigo muito longe na sua casa em Hamburgo. Mas uma vez iniciados o sono e o sonhar, seu desejo de ter o amigo próximo desapareceu; e o campo existencial do sonhador abriu-se, permitindo-lhe perceber o amigo como uma presença imediata, sentida.
No estado de sonhar, então, não havia necessidade para o primeiro passo de desejar que o amigo estivesse perto. E nenhum hipotético desejo endopsiquico necessitava transfonnar-se em algum outro ente endopsíquico,a representação de umobjeto externo fisicamenteperceptível, porexemplo. Todo este processo édesnecessário, bem comodesprovido de fundamento: Comopode algum desejo surgir “numa menteadormecida”, apenas para ser transformado numa presençareal através de algumapresumida elaboração desonho? Comopoderia um desejoendopsíquico, uma coisa para cujaexistência não existe absolutamente prova alguma,ser transformado em alguma outra coisa? Oque havia ocorrido, na passagem doestado desperto para o sonhar, foiuma mudança em todo o modo de existência do sonhador, que inclui o caráter do campo depercepção que constituía a sua existência e a fonna pelaqual o seuamigo estava presente.
Será realmente tão simples? Será isto tudoque podemos aprender donosso sonho depseudo-realização deum desejo?Qualquer queseja o caso, o sonhar revelouque a imperturbada relação diurna do sujeitocom seu amigo não se modificou nomodo deexistência onírico. Um exame maispróxi mo do sonhadormostrou também queantes de ir dormir eletambém queria muito uma outra coisa, algopara comer, porqueum desarram4oestomacal o fizerajejuar durante todo o diaanterior. A conexão entre o desejo desperto decomida e ocomer real no sonho que se seguiu é amesma que existe entre o desejo de ver o amigo e a presença física deste no sonho.Antes de o sujeito adormecer, a comida se apresentava apenas comoalgo desejável, de maneira remota. Em contraste, ao sonhar ele apreciou a presença imediata, sentida dos dois entrecôtes café de Paris. Esta abordagem simples das coisas nos mantém afastados de espéculaç&s vazias e terapeuticamente nocivas, conduzindo-nos para uma abundância de fecundos ensinamentos teóricos e terapêuticos referentes à constituição do sonhador — mais ensinamentos, na verdade, do que poderíamos jamais exaurir.
Até mesmo o sonho mais simples revela, portanto, os dois princípios fundamentis que nospermitem penetrar nomodo existencial de uma pessoadurante o sono. Emprimeiro lugar, devemos notar aquais fenômenos oDa-sein do sonhadorestá aberto durante o sonho e como esses fenômenos oafetam. Em segundolugar, precisamos examinar aresposta do sonhador àquilo que selhe revela, como ele seconduz em relação ao que vê.
Dnefts: literalmente “ser-aí”. Refere-se ao existir humano.

O nosso exemplo simplestambém nos permite ver quanto damanipulação envolvida no método de interpretação de sonhos geralmente recomendado ésupérfluo e enganoso. Em nosso esforço de entrar no estado existencial do sonhador,trabalhamos sem as supostamenteindispensáveis “associações livres”. De fato, estas poderiamter-nos conduzido para bem longe do alvo, perdendo osignificado inerenteaos elementos oníricos em si. Este perigo amiúde sefaz presentenas “associações livres” de elementosoníricos individuais. Primeiro, tal “associação”geralmente precisa esperar alguns dias para acontecer,até a próxima sessão do paciente, e entrementes,outras experiências poderão ter colocado apessoa num estado deespírito bem diverso. Àlém disso, o curso seguido pela“associação livre” pode ser fortemente iiifluenciadopor qualquer quantidade de situações despertas num dadomomento; entre elas,a própria presença doanalista não édas menos importantes. Às expectativas teóricas deste, quenão podem permanecer ocultas dopaciente pormuito tempo,são particularmente ativas emcodeterminar o rumo que a “associação livre” toma. Isto ajuda a explicar porque as “associações livres” de pacientes emanálise freudiana regulannente levama desejos instintivos, aopasso que pacientesjungianos são levadosa estruturas arquetípicas e mandalas. E se pacientes emDaseinsanálise fossem encorajados a praticar “íssociações livres” (no sentidofreudiano), sem dúvidaviriam sempre com idéias tipicamente existenciais. Até mesmo a “amplificação” dos “conteúdos oníricos” pregada por Jung geralmenteprejudica a compreensão dos sonhos e, oque é mais importante, o próprio processo terapêutico. Por exemplo, o sonhador no nosso exemplopoderia terintroduzido vários mitos e lendaspara “amplificar” seusonho de comerentrecôtes e estes mitos elendas poderiam ter-nos levado a abstrair umarquétipo, tal como“cornucópia”, quesupostamnente existiriam num inconsciente psíquico. Porémtais “amplificações” apenas desviam o sonhador do seupróprio mundo e da existênciapessoal pela qual ele é responsável,persuadindo-o a saborear “interessantes” relatos de mundos e erasdistantes. Ainda queesta atividade nãoseja prejudicial em si, o tempo que o sonhadorperde pensando a respeito deheróis mfticos nãoserá gasto trabalhando comsua própria forma de ser. Entretanto, se a “amplificação” é tomadacomo significando explicar, abrir e revelar os sentidos equadros de referência quepertencem diretamente a elementos concretos do mundo onírico, oumaneira como o sonhador secomporta em relação a estes elementosentão ela éindispensável. Tal “explicação” requer que o sonhadordesperto forneça um relato cada vezmais refinado da seqüência dosonho, porém isto deve ser eliciado apenas deixando que o sujeito suplementeseus esboçosiniciais com revelaçõesmais detalhadas. A meta deve ser compor damaneira mais clara possível umavisão desperta do que realmente foi percebido no sonhar. Naturalmente a “memória

falha” exerce aqui alguma influência, mas não mais do que narecordação deeventos davida desperta. Note que isto nada tem a ver com o conceito freudiano de revisão secundária, ou interpolação, nem com o conceito jungiano de “amplificação” corno recuperação de mitos e lendas antigos. Ésimples. mente obter um relato completo dos tipos de coisas que podem se revelar à
pessoa que sonha, bem como uma descrição igualmente completa das formas como a pessoa reagiu a essas coisas. Em outras palavras, o objetivo é tornar visível todo o ser-no-mundo do sonhador: a forma de ser específica aberta (ou limitada) que caracterizou — e foi— o seuL)a-sein — o seu “ser aí”— enquanto durou o seu sonhar.
Assim, se desejamos enxergar a composição existencial do sonhador, melhor seria dispensar as “associações livres”. Tampouco precisamos de qualquer conhecimento a respeito da sua história de vida anterior. Isto éverdade para todos os sonhos e pressupõe apenas que o sonhador desperto descreve o seu sonhar em detalhe suficiente acerca do seu contexto e significação. Ocontexto inclui material biográfico para o qual os elementos oníricos apontam — mas somente material extraído da experiência real. Se, comoaconteceu certa vez a um dos pacientes de Jung, o sonhador vê umamesa e a reconhece, mesmo em sonho, como a mesma mesa cuja superfície fria o encarava penetrantemente vinte anos antes quando seu pai o repreendia por maus resultados escolares, então a referência ao pai zangado surge da própria mesa dosonho. Esta significação contextual pertence àmesa em si, ao assumir presença tendtlca no domhiio aberto do mundo onírico do paciente.
Uma vez que um neurótico toma consciência das peculiaridades da sua última conduta no sonhar, ele tende a recordar situações mais antigas nas quais seconduziu do mesmo modo. E também começa a ver espontaneamente os padrões de comportamento patogênicos dos mentores que desde a primeira Infincia o criaram de maneira neurótica, e que continuam a negar-
-lhe escolhas mais livres na forma como ele é.
Mas aqui já estamos discutindo a apiieaçdo tenzpêutica da teoria dos sonhos, e neste campo o nosso primeiro exemplo pouco tem a oferecer, Osonhador não demonstra quaisquer sintomas neuróticos quando está acordado, e tampouco qualquer compulsão neurótica se revela nosonho de estar comendo entrecôtes com seuamigo. Eenão se sentiu pressionado pelo tem. po durante o sonho, e não esteve entregue ao tédio. No espaço, não estava nem sendo tolhido nem abarcando o cosmos em ansiedade quase psiatica. Em vezdisso, estava sereno, àvontade, e envolvido num relacionamento mutuamente caloroso com um amigo. Os filhos dele, e do amigo também, esta- vai» presentes em sonho, na conversa. No máximo, poder-ce4a indicar que as mulheres estavam conspicuamente ausentes dos fenômenos do sonhar. Esta ausência poderia levar-nos a questionar cautelosamente — e apenas cautelosamente — o sujeito quanto àabertura de sua existência desperta às

mulheres. Tais considerações só possuem algum mérito se a distância do sujeito em relaçãoàs mulheres se manifesta tanto nosonhar quanto na vigília. Mas embora não houvessemulheres emprimeiro plano na temática dosonho, nem visíveis aos olhos, este mundo oníriconão estava inteiramentedestituído da influência feminina, pois o sonhador ouviavozes demulheres vindas de alguma parte da sala de jantar.
Certamente seria possível atribuir a visita do amigo a
um instinto homossexual e então atribuir o almoço em conjunto a suna regressão libidinalao “estágio oral de desenvolvimento”. É possível admitir qualquer coisa que
se queira admitir. Mas tal elaboração mental
não tem base nos fenômenosreais da existência do sujeito e portaàto jamais poderiam ser verificados. Além disso,tais especulaçõesgeram novospseudoproblenias quesão tio impossíveis desolucionar como sãofáceis deevitar. Hão conceito de energialibidinal: Comopode todo o mundo deum ser humano, desperto e sonhando, ser elaborado a partir desta noção? Pois aqualidade essencial domundo humano é a sualigação ininterruptacom osignificado em tudoaquilo que encontra. Conceitos fisicalistas, que incluem energias de qualquer espécie- até
• mesmo energia libidinalnão são conformes com este aspecto fundamental domundo humano porque são todos “cegos”. Se tentarmos contornas o dilema alegando que instintos e libidose referem a energias “psíquicas”, estaremos simplesmente levantando uma nova pergunta: o que realmente signif1- ca o termo “psíquico” neste contexto?
Exemplos 2-a 7:
Sonhos de Recnstas Sadios do Exército Su(ço
• Jovens em torno de vinte anos aptos pan servir o exército, acisam-se, presumivelmente, em boa saúde e espera-se queexibam comportamento onírico “normal”, não complicado. Devemos os exemplos de sonhos a seguir ao esforço deum capitão da infantaria suíça, queos anotou aleatoriamente de relatos de seus recrutas durante um período dequatro meses de treinamento. Sendopsicólogo na suavida civil, o capitão necessitava de material para seutrabalho estatístico.
Exemplo 2
Hoje tive um sonho com o meuprimeiro grande amor, uma garota em quem não tenho pensado acordado, pelomenos por dois anos, Nosonho, eu casualmente dou deencontro com ela. Nósnos sentamos num banco. A coisa que melembro melhor é quetenho pamissão de segurar a mib dela. Mas aí, sinto dizer, obreve sonho Já está tenninado.
Neste sonho, o jovem envolve corpo e mente em singela relação comseu



  

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