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Sonhar de um estudante de engenharia, de vinte e seis anos, sem quaisquer sintomas específicos de psiconeurose, meramente “cheio de” problemas. 7 страница



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mente nenhum deles achava-se seaetamente escondido num canto, ou camada, de um recipiente psíquico. Isto se aplica às ‘Idéias” que ocorrem aos pacientes em tratamento Daseinsanalítico, bem como às hipóteses e conclusões de interpretações mais tradicionais de sonhos. Por outro lado, os significados trazidos à luz durante a investigação Daseinsanalítica de elementos oníxicos podem induzir o paciente desperto a visualizar tematicamente todo significadoanálogo que tenha um lugar na sua vida passada, presente ou futura. Desta maneira, é claro, oconteúdo do sonho pode contribuir de modo importante para o esclarecimento existencial de um indivíduo mesmo após ter acordado; e, como o próprio Freud percebeu, no domínio das chamadas enfermidades neuróticas e psicossomáticas, o auto-esclarecimento equivale à cura.
Exemplo 8: O sonhai de uma mulher americana negra, sadia, devinte e oito anos,em gravidez adiantada.
Eu meencontrava no meio de unia magnífica e densa selva africana. A luz do sol penetrava por entre a folhagem das árvores altas. Havia pássaros cantando e piando por todos os lados. Eu sentia uma grande paz dentro de mim, uni estado de tranqüilidade feliz. Gradualmente fui tomando consciência de que eu era um elefante, um elefante grande e pesado. Eu só me dei conta do fato; não me surpreendeu nem um pouco - Eu me movia pela selva exatamente como os elefantes devem se mover, com força, com intenção, mas graciosamente. Eu estava preenchida com uni sentimento intenso de paz e satisfaçáô total.
Aseguir comecei a construir uma espécie demuro com ostroncos das árvores, empilhando um sobre o outro. Cada um deles era protegido por uma grossa camada de uvas silvestres, Para fazer este trabalho, eu usei a minha tromba, que era muito comprida e forte. Continuei levantando árvores do chio, e colocando cuidadosamente uma sobre a outra, com a minha tromba. Isso demorou algum tempo. Otrabalho medava multo prazer, que eu não sabia porque estava fazenda Mas eu me sentia cheia de uma paz profunda. Tinha uma espécie de satisfação estética do meu trabalho. No sonho, a minha tromba estava tomando o lugar das minhas mios, mas eu aio pensei nisso. Parecia natural, Como se sempre tivesse sido assim. Enquanto eu construía o meu muro de madeira, estava totalmente cónscia da beleza espetacular da selva. Unia maravilhosa sensação derelaxamento pameava todo o meu ser. Eu também ficava cada vez mais cônscia da minha natureza feminina, Exatamente quando essa sensação chegou ao auge, comecei a dar a luz a um pequeno elefante. Nem mesmo isso me surpreendeu, embora agora eu percebesse que havia construído o muro de madeira como uma espécie de ninho, ou fortaleza, para o bebê recém-nascido. Eu expedenciei o nascimento detalhadamente, mas sem nenhuma dor. Imediatamente tive um segundo bebê elefante. Durante osnascimentos, euestava deitada de lado, Agora melevantei e comecei a tomar conta dos meus gêmeos, ainda imersa num maravilhoso sentimento de feminilidade realizada.
Um pouco mais tarde continuei a trabalhar no muro, mantendo ambos os bebês perto de mijn o tempo todo. Percebendo que tinha atingido o mais alto momen E

to de satisfação da minha vida, dediquei-me ao trabalho, por tanto tempo, de fato, que comecei a ser tomada por um sentimento deeternidade sem fim. Eu sabia que a minhavida sempre iria nessa direção. Para toda a eternidade eu continuaria criando mais filhos e construindo novos ninhos sempre com uma imutável atitude de amor.
A principal característica dosonho foi que nunca precisei pensar nas coisas logicamente, eu percebia tudo de forma direta, intuitiva ouemocional, sentindo que tinhaum conhecimento sem limites de todas as coisas.
Jamais saberemos o que se passa no mundo de um elefante, ou,com respeito a isso, se os elefantes têm ummundo conforme nós o concebemos. Como todo outro anImal, eles não sabem falar a nossa linguagem e não podem noscontar como experienciam o seu ser. Portanto, uma coisa é certa; eles não se situam no mundo da mesma maneira que nós, humanos.
Obviamente, oselefantes se relacionam à sua própria maneira comqualquer coisa que se lhes depare. No entanto, devido àausência defala, somos obrigados a permanecer nas trevas quanto àmaneira como se efetua este relacionamento. Sempre queacreditamos entender esses animais, o que fizemos foisimplpsmente aplicarpadrões humanos a eles, e portantoinadvertidamente osantropomorfizamos. Anossa sonhadora, porém, por mais que se sentisse e secomportasse como um elefante genuíno, eramuito mais doque isso: elaexistia como elefante humano. Asua existência,apesar da sua forma exterior de elefante, era verdadeiramente humana. A sua percepção achava-se aberta para a presença e significação de entes queiam a seu encontro de modo caracteristicamente humano; isto é, ela percebia as coisas ‘lingüiiticamente”, no sentido mais profundo da palavra linguagem”: a selva, a luz do sol, cada sombra e tronco de árvore como uma “selva”, “luz”, “sombra”, .e “tronco de árvore” universais, De outra forma nunca poderia ter percebido a si própria e seus filhos como “elefantes”, criaturas que possuem o seu significado próprio e específico. Houve muitas coisas distintas que lhe falavam da sua significação: uma grande alegria, relaxamento, satisfação como fêmea, e eternidade. Eis como a mulher experienciou em sonho a ligação entre a sua fertilidade e a natureza animal. A experiência foi tão intensa que a pequenez da forma humana não lhe fazia mais justiça; os sentimentos colossais evocaram a formacolossal do elefante e a extensão sem limites de uma selva primitiva eprolífera como elementos temáticos do mundo onírico, Até mesmo aestrutura temporal da existência da sonhadora alongou-se de acordo,transcendendo a finitude pertencente ao ser humano,para o infinito sem limites da natureza eterna.
Embora a regra geral seja que no sonhar apercepção não se compara à do estado desperto, aqui asonhadora achava-se adiante do seu estado desperto narealização desuas possibilidades existenciaisfemininas. Isto não impede, porém, que umagrande parte do seuser tivesse permanecido oculta no

E.

sonhar. Pois ela.’percebia a si própria como vivendo predominantemente - embora não totalmente — de forma a-histórica. A sua estrutura temporal de referência expandiu-se, é verdade, mas apenas no sentido de o finito ter sido sobrepujado por uma repetição sem fim da mesma coisa, um interminável criar filhos e construir ninhos. Devemos ter em mente, todavia, que a natureza humana é essencialmente finita e histórica. Ela é finita em virtude de o homem ser mortal. E é histórica no sentido de que aquilo que sucedeu no passado nunca desaparece simplesmente e se vai, mas é retido e continua falandona vida presente e futura da pessoa.
Nenhum ser humanopermanece omesmo durante doismomentos sucessivos, umavez quê ‘ho segundo momentoele já se encontra imbuido do primeiro momento. Este fatoconduz à importante consideração deque todosos humanos não são objetosadequados para a experimentação científica natural. Tudoque os experimentosdas ciências naturais podem afirmar, estritarnente falando, é se um determinado conjunto decircunstâncias produzirásempre o mesmoresultado, Oprimeiro pré-requisito para uma experimentaçâbcientífica naturalé, portanto, a possibilidade derepetição, que pressupõe principiar todavez com a mesmasituação. Mas uma vez que os sereshumanos sãoinerentemente criaturas históricas, e em fluxoconstante, eles excluem esta possibilidade. Até mesmo baterias de testespsicológicos destinados aquantificar e fazer experimentoscom fenômenos humanosnunca podem fazer mais doque tocar a meraperiferia da existência humana.
Sonhos de PessoasConsideradas MentalmentePerturbadas
por SiPróprias, por Outros, ou Ambos
A expressão “mentalmente
perturbada” refere-se a pessoascujo livre exercício de urna ou maispossibilidades existenciais foi patologicamenteprejudicado. Por “patológico”entendo que oprejuízo é acompanhado de desordenssuficientes para causar sofrimentos napessoa afetada e em outrosseres humanos,particularmente seus parceiros amorosos.Tal sofrimento pode assuniisdiversas formas, abrangendo osseguintes agrupamentos nosológicos.
1. Histeria
clássica ouobsessão apresentandosintomas específicos.
2. Personalidadehistérica ouobsessiva sem sintomas específicos óbvios, apenas comportamento perturbado emrelação a si próprio eaos outros.
3. Enfermidades habitualmente (mas incorretamente)denominadas “psicossomáticas”.
4. Às neuroses de pessoas sofrendo de um descontentamento geral,com acivilização, sem qualquer outrosintoma,

5. Depressão leve e profunda.
6. Atitudes de indiferença geral, enfado, desespero com aausência de sentido da vida.
7. Psicose.
Às
sugestões eformulações terapêuticasreproduzidas abaixo na forma defala direta sãotranscrições literais deconselhos dados a pacientes, e facilmenteentendidos pelosmesmos. Deve-se ter em mente, no entanto,que os pacientescujas experiênciasoníricas aqui aparecem são, emsua maioria, possuidores de umainteligência acima da média e, portanto, dotados de boapercepção dassuas próprias naturezas. Para pacientes deperspicácia consideravelmente menor, a fonna das perguntas deve ser elaborada de modo aadaptar-se ao entendimentomédio eà conversa coloquial, mas seu conteúdo devepermanecer inalterado. Se taisconcessões não forem feitas, as medidas terapêuticas correm o risco de cairnum vazio.
Finalmente, o leitor
é expressamente advertido contra adotar cegasnente as medidas aqui expostas como novas armas no seu arsenal terapêutico.
O Sonhar dePessoas Neuroticamente Perturbadas
(Exemplos 1
22)
Exemplo 1: Unia mulher de trinta anos, casada, mãe de dois filhos, que começou tratamento Daseinsanalítico por causa de frigidez.
Eu sonhei que tinha que declinar um substantivo em latim, um daqueles cujo final masculino disfarça o seu gênero feminino, Eu tinha que decliná-lo com um adjetivo, de modo que os finais femininos do adjetivo traissem o verdadeiro gênero do substantivo, apesar de suas formas masculinas, Mas eu tive dificuldades em fazer a tarefa; na verdade, nun consegui terminar, Mesmo enquanto sonhava, eu não tinha certeza de qual era a palavra envolvida.
ODaseinsanalista de iníciosimplesmente reiterou o seguinte:
Então, ao sonhar você teve que pegar um substantivo latino que é feminino, mas se oculta atrás de finais aparentemente masculinos, e decliná-lo junto com um adjetivo, de modo que, apesar dos finais masculinos, o substantivo podia ser reconhecido como feminino pelos finais femininos doadjetivo. Mas não conseguiu cumprir a tarefa,
Aqui o terapeuta dá um passo inicial apenas repetindo a essência do sonhopara a sonhadora desperta. Noentanto, att mesmo estepouco provou ser suficiente para tornar claro à paciente que, em seusonhar, ela se preocu 68

para emdemonstrar a feminilidadeinata, porém oculta, de um substantivolatino que se fantasiava demasculino. Tudoque asonhadora tinha á mão para estepropósito era o adjunto feminino,algo alheio, um mero “ad-jetivo”.Ela finalmente teveque encarar o fato de ter falhado nasua tarefa de origem nãoespecificada.
No sentido de pennitir à paciente ganharpercepção da sua condição global presente com base noseu comportamento onfrico, era imperioso não distorcer seu Ser-no-mundo emsonho com interpretações simbólicas. Pois, de outramaneira, a questão real presente fugiria a ambos, sonhadora e terapeuta. Os doisdeixariam então de considerar amedida emque a sonhadora falhou emperceber queera ela própria queestava ocultando a sua feminilidadeatrás de umaaparência masculina, O ato deocultar a feminilidade atrás de urnafachada masculina lhe eraconhecido apenas através de um componente alheio de uma língua “morta”: um substantivolatino, cuja presença era incontestável, cujo significado,porém, foi deixado vago. Conseqüentemente,ela ainda não era capaz deapreender, seja desperta ou sonhando,que precisava mudar, “declinar”,seu próprio procedimento masculino, de modo que suafeminilidade pudesse começar aemergir, inicialmente pelo menos por meio dealgo afixado perifericamente a ela, algum adjetivo. Mas os detalhes do seu sonhoconvenceram o terapeuta do quanto ela estava longe de perceber que oseu verdadeiro ser feminino não podia se manifestar pois estava encoberto por uniafachada masculina. Ainda menos visível para ela era de onde tinha vindo a exigência de mudar, até mesmo asimples mudança de umapalavra latina de aparência masculina. Ela nem sequer se perguntou, ao sonhar, quem lhepedira para demonstrar o gênero feminino no longMquo domínio da gramática latina. Como unia menininha de escola,ela obedeceu semquestionar a um professor rígido einvisível. Mas não conseguiu completar a tarefa que lhefoi exigida. Desperta ou sonhando, ela não tinha a mais vagaidéia das origens daquilo que lhe foi ordenado.
Sempre que o terapeuta emprega interpretação simbólica a nível assim-
-chamado
subjetivo ou objetivo, elefalha emenxergar e avaliar corretamente o quanto o paciente aindaestá longe de tomarconsciência do traçoexistencial da suaprópria existência cujosignificado corresponde àsIgnificação de um objeto ououtro ser humanosonhado. Portanto, com unia intervençãoterapêutica destas eleestá cometendo um erro terapêutico comum, embora imperdoável. Por que haveria a palavralatina, tão vagamente percebida no sonho damulher, ser outra coisa além do quesimplesmente isto? Que razão existe para alegar que a palavra latina, pelo fato de ser umsubstantivo-sujeito, “na verdade refere-se aoego humano” da própriasonhadora? Onde está aprova para tal afinnação? Quem, ou oquê, poderia ter ocultado um “significadosimbólico” atrás da palavra latina,sabendo deantemão precisamente a que o“significado real” queria se referir? Pois apenas algo que exis t

eseja conhecido pode ser oculto. Além disto, haveria necessidade de lia- ver algum agente existente dentro da existência do paciente,agente este que teria que decidir sobre a importincia de ocultar. Entretanto, temos repetida- mente indicado quãoinsatisfatório e sem sentido éinventar sábios endopsíquicos,tais como o “inconsciente” ou o“censor inconsciente”, e depois atribuir-lhes opapel de ocultadores.
Tudo que anossa paciente sabia enquanto sonhava foi aquilo que ela experienciou. Se quisesseenxergar mais profundamente do que suapercepçlo onírica lhepermitiu, teria provavelmente que consultar um analista, escoladona percepção danatureza básica detudo aquilo que encontra, umanalista que seja existencialmente livre para reconhecer o quesignifica penetrar numa coisa, torná-la o que elarealmente &Tal analista nãopoderá jogar fatos de fora sobre o sonhar em si, apontando para estes fatoscomo os indicadores do conteúdo “real”, “inconsciente” ou “simbólico” do sonhar. Então ele seria culpado não só defalsificar fenômenos dados, mastambém de um pré-julgamento impensado danatureza básicadestes fenómenos.Entretanto, algo pior doque a inadequabffidade teórica de qualquer procedimento “científico” que comete violência contra osconteúdos oníricos “interpretando.os” comosimbólicos: a sabe±, a ruptura pela terapia. Para perceber o grande mal quepode resultar disso, basta apenas considerar a medida em que onosso sujeito está desligado, ao sonhar, de qualquer percepção essencial do seu estado existencial, e como ele consegue responderapenas a um comandoperiférico relacionado com uniagramática fora doseu alcance. Estefrágil autoconhecimento deveria ser suficiente parasugerir os males que poderiamser causados pelainterpretação simbólica violando os fenômenos onfricos reais. Se amulher tiver sido suficientementeafortunada paraevitar uma “educação” em psicologia, o conteúdosimbólico que o analista sugere para a palavra latina simplesmente entrará por um ouvido e sairápelo outro. Se oterapeuta forçar sua interpretação, ela poderá adiá-la na melhor dashipóteses “muitointeressante” Isto fará com que ela comece a pensar sobre isso. No entanto, é aprópria intelectualização que a impede deexperienciar realmente com sentimento insights importantes dosfundamenros do seu ser. Somente com base em tais insights a pessoa chega realmente a não ter outra escolha, a não ser transformar o seu comportamento em relação aos seres encontrados em seu mundo, para corresponder à“expansão da consciência” adquirida em terapia.
Em suma, portanto, apenas as seguintes indagações e sugestões possuem valor científico e terapêutico suficiente para serem dirigidas àsonhadora desperta:
a. Comopessoa que em sua vida despertanão sabe por queviver, não
poderia o aparecimento de uma tarefa em sonho significar um
passo

 


rumo a uma existência mais livre e significativa? No mundo do seu sonhar, a tarefa consistia numa exigência extremamente precisa, isto é,declinar um substantivo latino que parece masculino, mas na realidade éfeminino, como revela o adjetivo que o acompanha.
Qualquer intervenção por parte do terapeuta deve tomar a forma de perguntas, e não de declarações específicas, uma vez que as primeiras permitem muito mais àpaciente concordar ou discordar. Declarações afirmativas quanto ao “significado” de algo tendem aforçar o terapeuta a assumir um papel de figura de autoridade, ao niesmo tempo que obrigam a paciente a um comportamento subordinado, infantil.
b. Depois de o analista terfeito referência ao conteúdo afirmativo do sonho, esforçando-se para conter sua própria apreciação desse conteúdo, ele deveria perguntar:
Por outro, não lhe parece estranho queno seu sonhar você receba uma tarefa tão desligada de você própria, envolvendo apenas uma palavra de uma língua estrangeira morta, e que esta tarefa implique num trabalho mental, altamente abstrato, ou seja,uma declinação gramatical?
Uma vez tendo tomado consciência da distância onfrica que a separa da palavra latina, a paciente espontaneamente recordou dezenas de coisas, algumas que chegaram a remontar à própria infância, em relação àsquais seucomportamento foraigualmente distante. Não demorou muito para que ela começasse a ver as razões por trás do seucomportamento: seim pais atinham incentivado a manter uma distância não-natural das coisas, e tantas vezes, que istohavia se tornado para ela uma segunda natureza.
Se, ao contrário, o terapeuta começa a procurar memórias antigas da infinda antes quea paciente tenha tido uma oportunidade de crescer totalmente cônscia dos padrões comportamentais que governam a sua existência desperta e o seu sonhar, a terapia está si4eita a acarretar um trabalho de Sí.sifo. Mas se a paciente é levada a questionar sua distância das coisas que encontra, em vezde tê-la como certa, ela poderá sentir a possibilidade de estabelecer relações muito mais próximas com os entes do seumundo presente. Àluz desta liberdade, pacientes (não só esta a que nos referimos no momento) descobrem que podem se recordar sem esforço de quando se originaram suas perturbações neuróticas. Esta percepção da sua histozicidade éem si altamente liberadora. Ela faz com que os pacientes tomem consciência do fato de que a sua estrutura patológica atual de existência não éimutável e eterna, mas tomou-se como éno decorrer das suas experiências de vida. Isto significa ao mesmo tempo que ela pode ser mudada.

Agora chegou a hora do Daseinsanalista ter de repetir e completar as suas intervenções terapêuticas com as seguintes afirmações e perguntas adicionais:
Tudo que aconteceu no seu sonhar nada teve a ver com a sua própria existência. Durante todo o tempo do seu estado de sonho você só foi capaz de ouvir falar de uma tarefa referente a uma palavra latina. Mas agora que você está acordada, será que não poderia enxergar com mais clareza do que enxergou sonhando? Será que agora você aio écapaz de pelo menos ver apresentada a você uma tarefa bem diferente que está àsua espera? Uma tarefa que, apesar de ter uma natureza bem diferente, prática e concreta, possui no entanto o mesmo conteúdo significativo essencial? Poderia haver uma tarefa, por exemplo, apelando debilmente a você e exigindo devocê como pessoa desperta que traga àluz a feminilidade não só deuma Palavra latina distante, mas os traços de caráter femininos da sua própriaexistência? Nos seus estados de vigfliavocê tem demonstrado até agora somente uma postura decididamente masculina. Será que não chegou o momento de suas próprias possibilidades de modos femininos relacionadoscom aquiloque você encontra serem expressos? A sua tarefa em sonhoera de origem desconhecida,mas você pode sentir que esta tarefa despertase origina claramentedo clamor essencialda sua própria existência, isto é,sue exigência de levar a cabo todas as possibilidades relacionais que constituem a sua existência?
e. Finalmente o terapeuta pode acrescentaralgo que encoraje a paciente:
Você própria não acha que esta t’Lrefa você será capaz deconseguir realizar,em nítida contradição com atarefa puramente intelectual do seuestado de sonho, onde nofinal fracassou apesar detodos os seus esforços?
Mas uma vez,dever-se-ia salientar bem o fato deque embora as duas tarefasfossem esaencialmente similaresquanto àsignificação, ou seja, umaexigência para que apaciente mude algo, ambaspertenciam a dois mundoscompletamente distintos. No mundo da suaexistência onfrica nãohavia mais nadaalém da tarefa dedeclinar uma palavra latina. A tarefa de inodificar sua postura existencial, de modo masculino de se relacionar para um modo feminino, simplesmente não existiu enquanto ela sonhou. Ninguém no universo inteiro sabia de qualquer coisa a respeito de tal tarefa antes de ela ter contado esses eventos sonhados ao analista. Como, então, poderia se justificar a alegação de que esta segunda tarefa já exstia ou se achava presente “dentro” dela enquanto ainda estava sonhando? Naturalmente, desde Freud, os psicólogos estão acostumados a deduzir uma profusão deconclusões mentais dos fen6menos dados. Mas nenhum deles é capaz de provar realmente queas suas conclusões e deduções lógicas correspondem a algo que exista de fato. Aocontrário, apesar das suas elaborações mentais a respeito de tantos inconscientes psicológicos,ninguém é capaz de dizer exatamente o



  

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