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CAPÍTULO 1



 

 

VENTO DO DESERTO

ANNE MATHER http: //www. adororomances. com. br/ 2

CAPÍ TULO 1

No momento em que ia fechar a porta, o homem moveu-se, caiu para fora e quase a derrubou. Mas ela era á gil e forte e conseguiu empurrá -lo de volta para o banco do carro. O movimento, entretanto, acordou-o e, antes que ela pudesse se afastar, o desconhecido a agarrou com forç a pelo pulso.

— Bon sangl — o homem falou em voz baixa, confirmando a impressã o de Rachel de que fosse estrangeiro. — Qu'est-ce que vous ê tes en train de faire?

Tentando inutilmente libertar-se, Rachel percebeu que ele poderia tomá -la por uma ladra.

— Eu apenas tentei impedir que você caí sse do carro — explicou, um pouco insegura. — Abri a porta porque imaginei que você estivesse doente e precisando de ajuda.

— Doente? — perguntou ele em inglê s, mas com um ligeiro sotaque. — Por que eu estaria doente? — Seus olhos irô nicos observavam Rachel. — Você costuma abrir a porta do carro de estranhos?

— É claro que nã o — ela falou, cada vez mais embaraç ada diante daquele olhar. — Você estava caí do sobre o volante. Eu fiquei.. . preocupada.

— A boa samaritana.

— Pode me chamar do que quiser. Agora, deixe-me ir, sim? Já é tarde e tenho que trabalhar amanhã.

Ele hesitou, mas, com um gesto cansado, libertou o braç o dela. Aborrecida e com a sensaç ã o de que seu interesse fora um pouco sem propó sito, Rachel dirigiu-se para o seu carro. Mas parou a um chamado dele.

— Espere.

O homem estava em pé, encostado no carro e Rachel notou como ele era alto e elegante.

— Qual é o seu nome? — perguntou ele. — Se nã o fosse você, eu nã o teria acordado e seria embaraç oso se me encontrassem assim.

— Você bebeu demais. E teve sorte por ter sido eu que o acordei e nã o um policial.

— É isso o que você pensa? — Andou na direç ã o dela. — Entã o, você acha que bebi demais?

— Achei uma garrafa. — Enquanto falava, Rachel calculava a distâ ncia que a separava de seu carro. Talvez precisasse correr até lá.

— Você ainda nã o me disse o seu nome —- falou ele.

— Rachel Fleming — respondeu, irritada pelo desconhecido ter ignorado o que ela dissera. — Boa noite. — E dirigiu-se para o carro.

— Um momento. .. — Mais uma vez ele conseguiu detê -la. Rachel o olhou friamente, embora seu coraç ã o batesse descompassado. — Eu gostaria de explicar. . .

— Nã o é necessá rio.

— Acho que é. Eu nã o estava inconsciente como você pensou e aquela garrafa nã o era minha.

— Realmente? Você quer dizer que nã o bebeu?

— Isso mesmo. No aviã o, bebi apenas um pouco de vinho. http: //www. adororomances. com. br/ 3

— No aviã o?

— Acabo de chegar de Nova York e a viagem demorou quase vinte e quatro horas. Por isso estava cansado.

Rachel poderia ter dito que uma viagem de Nova York a Londres nã o levava tanto tempo. Mas preferiu ficar calada, pois aquele homem nã o tinha obrigaç ã o de lhe explicar nada.

— Bem, parece que me enganei. Sinto muito — disse ela, procurando sorrir.

— Nã o se desculpe. Você fez o que achou melhor. Se eu estivesse inconsciente, a sua ajuda teria sido muito valiosa.

— Nã o pense mais nisso. — Estava ansiosa para entrar no seu carro, onde teria seguranç a. — Bem, preciso ir.

— Gostaria de acompanhá -la — falou o homem, andando ao lado dela e segurando-a, mais uma vez. — Pode me acreditar, nã o estou embriagado. Você está em seguranç a comigo.

" Estarei mesmo? ", perguntou Rachel a si mesma. Alguma coisa dentro dela dizia que aquele homem, tã o atraente e sensual, significava problemas. Roger e ela estavam noivos e, embora tivessem discutido, nã o iria se deixar envolver pelo magnetismo daquele estranho.

— Obrigada, mas o meu carro está aqui. — Determinada; afas-lou-se dele e dirigiu-se para o automó vel. — Nã o preciso de companhia. Boa noite!

— Você chegou cedo ontem — falou Sane, pondo uma xí cara de chá ao lado da cama de Rachel.

— Roger e eu brigamos, por isso saí da festa mais cedo.

— Entã o foi por isso que você nã o dormiu. . . O que aconteceu? O mesmo de sempre?

— O que mais poderia ser? A mã e dele continua interferindo nos preparativos do casamento. — Rachel bebeu um gole de chá. Nã o queria contar mais nada à amiga.

Uma estranha sensaç ã o de culpa a dominava. Nã o fora a briga com Roger que lhe tirara o sono, mas o outro acontecimento da noite anterior.

— Meu Deus! Quinze para as oito! — exclamou Rachel, pulando da cama. — Prometi ao sr. Black que estaria no escritó rio mais cedo hoje.

Em dez minutos, Rachel estava pronta.

— Estou bem. Jane? — perguntou.

— Quando você nã o está? Na minha pró xima encarnaç ã o, quero ser uma morena de olhos azuis como você — respondeu lane, com uma pontinha de inveja.

Cinco minutos tais tarde, Rachel já estava no ô nibus a caminho do trabalho. Era um dia lindo, ensolarado. Olhando pela janela, distraí da, pensou em como seria bom se o casamento estivesse mais pró ximo, Uma vez casada, Rachel nã o permitiria que a mã e de Roger interferisse tanto em suas vidas. Apesar disso a ter incomodado sempre, ela sentia, no entanto, que nã o era esse o ú nico motivo do seu nervosismo naquela manhã.

O que a havia impressionado tanto naquele estranho? O ar de misté rio que parecia envolvê -lo? Ou seria a sua aparê ncia, aquele algo mais que havia nele, capaz de seduzir, de atrair ao primeiro olhar?

Desceu do ô nibus e dirigiu-se ao escritó rio, irritada por um desconhecido tê -la http: //www. adororomances. com. br/ 4

perturbado tanto. Quando chegou, o sr. Black já estava à sua espera.

— Você está atrasada — falou seu chefe, com severidade. — Temos pouco tempo, antes que eu saia.

— Sinto muito. O trâ nsito estava horrí vel.. .

— Sim, eu sei — interrompeu ele, dirigindo-se para a sua sala. — Sempre está. Você deveria ter previsto isso e saí do mais cedo.

— Sim, sr. Black. — Rachel acompanhou-o apressada, já de bloco e lá pis nas mã os.

A sala dele, bem como as outras da firma Hector, Hollis e Black, era antiga e malcuidada. Eles pareciam nã o dar importâ ncia à aparê ncia do seu local de trabalho. Apesar disso, tinham uma clientela fiel e numerosa. Excelentes advogados formavam sua equipe e Rachel podia imaginar a fortuna que o sr. Black e seus só cios recebiam peias causas ganhas.

— Ficarei a manhã toda no tribunal. Você poderia ficar aqui na hora do almoç o? Talvez eu precise ligar para cá — ele falou, apó s ditar vá rias cartas.

— É claro que sim. — Em princí pio, iria ver Roger à noite. Mas nã o tinha muita certeza disso. Talvez seu noivo esperasse que ela desse o primeiro passo para uma reconciliaç ã o.

— Bem, isto é tudo. Terminamos rá pido. Você é mesmo muito eficiente.

— Obrigada.

— Ah! Por favor, mande flores para a sra, Black. Ê nosso aniversá rio de casamento e nã o terei tempo para comprar pessoalmente. Até logo.

— Até logo, sr. Black.

Assim que ele saiu, Sophie, uma das datiló grafas, entrou na sala. Era uma bonita moç a, de aproximadamente dezoito anos.

— Adivinhe só, Rachel. O sr. White me convidou para almoç ar. Você acha que devo aceitar?

— Conheci a mulher dele outro dia. Ela é muito simpá tica — Rachel falou, sem desviar os olhos dos papé is que examinava.

— Isto quer dizer que você acha que nã o devo, nã o é mesmo?

— Quem decide é você, Sophie. Estou apenas dizendo que. .. bem, ele está sempre tentando sair com uma das datiló grafas.

— Pensei que você pudesse compreender — falou Sophie, irritada. - Afinal, é só um almoç o e ele é tã o atraente!

— Nã o é o meu tipo.

— Você é mesmo diferente. Acho que nenhum homem, com exce-ç iio de Roger, seria capaz de atraí -la.

— Faç a o que achar melhor, Sophie. — Queria terminar com iiquula conversa. As palavras da amiga lembraram-lhe o encontro da noite anterior e nã o queria pensar naquele desconhecido. — Se me der licenç a, preciso acabar de examinar a correspondê ncia.

Assim que Sophie saiu, o telefone tocou.

— Rachel — disse a telefonista —, há um homem na linha querendo falar com você.

— Ele nã o deu o nome, Jennifer? Será algum cliente do sr. Black?

— Nã o, ele quer falar com você. Nã o deu o nome, pois disse que nã o significaria nada para você. Vai atender?

Rachel ficou um minuto em silê ncio. Suas mã os tremiam, nã o sabia o que fazer. Seria ele? Se atendesse, aquilo seria motivo para falató rios durante toda a semana. http: //www. adororomances. com. br/ 5

— Diga que nã o estou. Nã o deve ser nada importante.

Ficou contente por nã o ter atendido. Podia imaginar qual seria a reaç ã o de Roger se soubesse que um estranho estava tentando falar com ela.

O sr. Black ligou logo depois. Enquanto anotava suas instruç õ es, Rachel tentava se convencer de que o telefonema anterior nã o tinha nada a ver com o desconhecido da vé spera. Como poderia descobrir seu telefone? Devia haver diversas Rachel Fleming em Londres.

— Você anotou tudo? — A voz do. patrã o trouxe-a de volta ã realidade.

— Sim, sr. Black. Mais alguma coisa?

— Diga ao sr. White que preciso dos documentos do caso Oliver para amanhã. Lá pelas quatro horas, estarei aí. Você poderia ficar no escritó rio até as seis horas?

— Pois nã o. — Se Roger fosse buscá -la para jantar, só apareceria lá pelas oito horas. Teria tempo suficiente para se arrumar, mesmo saindo mais tarde.

Quando preparava um pouco de café; Sophie apareceu,

— Desistiu do almoç o com o sr. White? — perguntou Rache!.

— Sim. Disse que tinha outro compromisso. Posso ficar aqui até que ele saia?

— Claro. Tome um pouco de café. Eu també m nã o vou sair para almoç ar.

— Você é que é uma pessoa de sorte. Vai casar e, se quiser, nã o precisará trabalhar mais. De qualquer forma, seu pai é rico. Você poderia parar quando quisesse.

— Meu pai nã o me sustenta — Rachel respondeu secamente.

— Mas poderia, se você quisesse. O meu é tã o pobre que nã o pode me ajudar de jeito nenhum.

Rachel pensou que, pelo menos, Sophie tinha uma coisa que ela nunca tivera: uma famí lia. Seus pais se divorciaram quando tinha apenas oito anos. Passara sua vida em colé gios ou em casa de tios. Sua mã e partira para a Austrá lia com outro homem e seu pai dera miL desculpas para nã o se ocupar da filha que ele apenas visitava de vez em quando.

Os pensamentos de Rachel foram interrompidos pelo barulho da porta. Voltou-se para ver quem era e seus olhos encontraram os do homem parado à sua frente. Nã o podia ser verdade,

- Bom dia — falou ele. — Ou deveria dizer boa tarde? Afinal, já sã o quase uma hora.



  

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