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COLEÇÃO JARDIM DAS FLORES 5 6 страница



Gwenna percebeu que suas pernas estavam tre­mendo. Lentamente, virou-se para encará -lo.

— Certo... Você acha que pode ser fiel agora? — perguntou. — Nã o há sentido em eu ficar se você nã o puder ser honesto.

Angelo enfiou as mã os nos bolsos da calç a e cer­rou os punhos. Nã o podia acreditar naquilo. Gwenna era persistente. Fazia perguntas diretas e nã o admiti­ria mentiras.

— Per meraviglia...

— Apenas sim ou nã o basta — interrompeu ela num sussurro.

Ele a olhou com dureza. Nã o respondia à deman­das. Valorizava sua liberdade. Mas quando se deu conta, tinha fechado a distâ ncia entre os dois e cober­to as mã os delas com as suas.

— Si. Você vai ficar?

Despreparada para aquela reaç ã o de Angelo, Gwenna murmurou:

— Mas...

— Mas nada, bellezza mia. Eu concordei. Dei-lhe o que você quer.

Com tal lembrete, ele puxou-a para mais perto. Entã o, deixou a boca deslizar pelo pescoç o delicado. Aquilo enviou ondas de calor por todo o corpo de Gwenna, fazendo-a tremer e gemer. Dando alguns passos com ela em seus braç os, Angelo encostou-a contra a parede mais pró xima e a beijou. Gwenna sentiu a pressã o do corpo forte e musculoso contra o seu e, incapaz de resistir, começ ou a interagir, pas­sando a mã o pelos ombros largos, depois, descendo-as para abrir-lhe os botõ es da camisa.

Com uma risada rouca de prazer, Angelo deixou a mã o fechar-se sobre a curva de um dos seios mag­ní ficos, provocando-lhe o mamilo, em seguida. Ela gemeu. Estava tã o desesperada para tocá -lo que mal podia suportar, e deslizou as mã os sobre o abdome reto, saboreando a sensaç ã o da pele quente de An­gelo.

Ele pegou-lhe a mã o e colocou-a em contato com sua ereç ã o. Entã o, beijou-a com tanta sensualidade que a deixou tremendo.

— Angelo...

— Mais tarde... Tudo que você quiser, mas nã o agora, cara — murmurou ele, pegando-a no colo e sentando-a sobre o braç o de um sofá para abrir-lhe o zí per do jeans com mã os impacientes.

Ela tombou para trá s, caindo sobre as almofadas, os olhos azuis o fitando em surpresa enquanto ele re­movia-lhe o jeans e a calcinha, justamente quando ela ingenuamente assumira que Angelo a levaria para o andar de cima. Com o corpo em chamas, Gwenna nã o reclamou. Na verdade, envolveu os braç os ao re­dor do pescoç o dele, enquanto Angelo descobria o ponto macio e ú mido entre suas pernas. Com um som gutural de prazer masculino, ele colocou a cabeç a ali.

Arqueando as costas com o impacto eró tico, ela continuou gemendo, enquanto Angelo explorava o centro da feminilidade, fazendo-a perder a noç ã o de tempo e a capacidade de raciocinar. Ele tirou-lhe a blusa e o sutiã e brincou com os mamilos até que Gwenna estava quase chorando de prazer. Daquele ponto em diante, nã o houve um momento em que ela recuperasse o controle, ou mesmo chegasse perto dis­so. Estava se contorcendo, implorando para que ele nã o parasse, possuí da por um ardor que jamais co­nhecera. Até que um prazer delirante fez seu corpo convulsionar num orgasmo paradisí aco. Sentindo-se repleta de poder pela experiê ncia, abraç ou-o com forç a.

— Você é incrí vel, gioia mia. — Angelo estudou-a com apreciaç ã o e deu-lhe um beijo carinhoso na testa. E daí se nunca tinha sido fiel antes? Nunca pen­sara muito sobre seus relacionamentos sexuais, mas começ ava a perceber que ela tinha alguma coisa es­pecial que trazia uma dimensã o totalmente nova a cada encontro dos dois. Podia ser filha de Hamilton, mas era també m a mulher mais encantadora que ele já conhecera. Sorrindo, levantou-se para ajeitar as roupas no corpo.

Ainda meio atordoada, Gwenna levantou-se, pe­gou suas roupas e vestiu-se. Eles nem mesmo haviam chegado a um quarto. Ela estava embaraç ada, incerta de como se comportar. Tudo que acreditara saber so­bre si mesma parecia ter virado de ponta-cabeç a ago­ra. Mas lutou contra o medo, ciente de que Angelo parecia estar fazendo um esforç o sincero.

Afinal, ele nã o fora procurá -la naquela noite? Ti­nha ficado irritado ao vê -la com Toby. Ciú me? Tal­vez Angelo nã o fosse tã o frio e insensí vel quanto di­zia sua reputaç ã o. Alé m disso, embora uma promessa de fidelidade fosse obviamente difí cil para Angelo, ele lhe fizera uma.

— Precisamos de um banho. — Ele pegou-lhe a mã o e conduziu-a para o andar de cima.

Gwenna de repente se sentiu feliz, e o reconheci­mento disso a assustou. Ele apertou-lhe a mã o como se nã o quisesse soltá -la nunca mais, e ela gostou dis­so. Sentia coisas que nã o podia compreender, pensa­va coisas que nã o poderiam acontecer. Era apenas o impacto fí sico que a estava confundindo, racionali­zou, reprimindo uma onda de vulnerabilidade.

Seu celular tocou quando eles tinham acabado de entrar num quarto palaciano. Ela pegou-o para aten­der e afastou-se de Angelo no minuto em que reco­nheceu a voz de Toby.

— Sim, claro, estou bem — murmurou baixinho. Angelo sentiu a raiva percorrê -lo quando percebeu quem era ao telefone. Lá estava ela, em seu quarto, conversando com um outro homem como se aquilo fosse normal. Ele cerrou os dentes no momento em que ela lhe deu um olhar de desculpa e terminou a conversa com a gentil promessa de que entraria em contato em breve.

— Nã o acho que você deveria aceitar ligaç õ es dele.

Olhos azuis o fitaram em surpresa.

— Por que nã o? Toby é meu amigo mais antigo.

— Você está apaixonada por ele — apontou Ange­lo com frieza.

— Mas nada vai acontecer. Toby nã o pensa em mim dessa maneira.

— Mas nã o gosto disso.

Absorvendo o olhar intenso de Angelo, Gwenna descobriu-se achando graç a. Ele era tã o possessivo, tã o incrivelmente apaixonado. Nã o era o homem in­sensí vel que uma vez acreditara ser.

— Entendo você — respondeu ela suavemente. Os ombros tensos de Angelo relaxaram um pouco.

Ele a levou para o banheiro e a despiu. Cada peç a foi removida com carí cias absolutamente sensuais. As luzes brilhantes a fizeram se sentir tí mida, mas nem isso podia diminuir a excitaç ã o que ele lhe provoca­va. Angelo a levou para debaixo do chuveiro. Gwen­na fechou os olhos com forç a, rendendo-se ao prazer eró tico enquanto eles faziam amor sob o jato de á gua, até atingirem um orgasmo delirante. Depois disso, ela só queria dormir e mal podia sustentar o peso do corpo sobre os pé s. Ele a envolveu numa toalha fel­puda.

— Eu gostaria que você pudesse ficar acordada, passione mia — reclamou Angelo.

— Eu mal dormi a noite passada — murmurou ela, todo o estresse das ú ltimas 48 horas finalmente tiran­do-lhe as forç as.

Ele a acomodou entre os lenç ó is frios, e Gwenna esperou que ele se juntasse a ela. Em vez disso, ouviu uma porta se abrir e olhou para o outro lado do quar­to, notando que Angelo estava apenas de cueca.

— Aonde você vai?

— Meu quarto é perto. Ela empalideceu.

— Mas...

Angelo deu de ombros.

— Sempre durmo sozinho. Eu a verei pela manhã. A porta se fechou. Sempre durmo sozinho. Ela ti­nha passado a vida inteira dormindo sozinha també m, e nã o podia compreender por que se sentia re­jeitada pela retirada dele. Todavia, estava exausta de­mais para pensar, e antes que se desse conta, já tinha adormecido.

Acordou assustada, incerta de onde estava e do que a acordara. Rapidamente, lembrou-se de que es­tava na casa de Angelo e acendeu o abajur. Estava se sentando quando ouviu um grito vindo do quarto dele. Sem pensar em mais nada, saiu da cama e vestiu a camisa que Angelo deixara jogada no chã o. Entã o abriu a porta que conectava os dois quartos.

Angelo movimentava-se agitado na grande cama. Estava murmurando alguma coisa em seu idioma. O terror na voz dele a fez correr para seu lado, tocar-lhe o ombro e chamá -lo gentilmente.

Angelo movimentou-se. Estava tremendo, mur­murando em italiano. De repente acordou, passou os dedos pelos cabelos pretos e virou-se para olhá -la.

— O que você está fazendo aqui?

— Você estava tendo um pesadelo.

— Nã o tenho pesadelos.

— Você gritou e me acordou.

— Nã o é possí vel — replicou ele na defensiva. Gwenna suspirou. Evidentemente, homens como ele nã o admitiam ter pesadelos. Com os cabelos desa­linhados e alguns pê los despontando no maxilar, An­gelo parecia lindo e má sculo, mas foi o brilho triste nos olhos dourados que a fez sentar-se na beirada da cama e envolver os braç os ao seu redor.

— Eu tenho pesadelos, à s vezes.

— Verdade? — perguntou ele secamente, mas nã o a afastou.

Gwenna pousou o queixo no ombro largo, distraidamente aconchegando-se no calor e no aroma já fa­miliar daquela pele.

— Eu nã o estava lá quando aconteceu, mas costu­mava sonhar que via o acidente de carro de minha mã e. Entã o, fui para o colé gio interno...

— Quando foi isso?

— Eu tinha dez anos quando papai foi morar com Eva e as filhas dela. Infelizmente, Penelope e Wanda nã o me aceitaram e, para que todos tivessem paz, fui enviada para o colé gio. Eu o detestava.

— Por quê? Você era intimidada lá?

— Sim, por acordar as outras garotas com meus pesadelos e por ser terrivelmente chorona. — Gwen­na recuou ao se lembrar de suas fraquezas passadas. — Eu sentia muita falta de casa.

Angelo sentou-se na cama e a puxou para seu colo.

— Eu també m sentia, mas nã o tinha mais uma casa para qual voltar.

— Você estudou em colé gio interno, també m?

— Minha mã e estava morta e o patrã o dela pa­gou por minha educaç ã o num colé gio exclusivo. Mas nã o me adaptei. Eu falava mal o inglê s e era muito pequeno.

— Pequeno? — interrompeu ela, incré dula.

— E magro. Nã o desenvolvi meu corpo até chegar à adolescê ncia.

— Você foi intimidado també m?

— E claro que nã o.

Mas Gwenna percebeu o tom inseguro na voz de Angelo e suspirou.

— Sim, você foi. Sei disso.

— Como? Tem uma bola de cristal, bella mia? — Dedos longos e bronzeados exploraram debaixo da camisa que Gwenna usava, fazendo-a ofegar. Quan­do ele inclinou a cabeç a e provocou um dos mamilos entre os lá bios, ela gemeu.

— Pare de me distrair.

Angelo deitou-a na cama a posicionou-se sobre ela, colocando os quadris entre as coxas delgadas, fa­zendo-a sentir sua poderosa ereç ã o. Entã o a olhou.

— Estou distraindo você?

— Mas eu quero saber... realmente quero saber o que aconteceu para deixá -lo tã o assustado — protes­tou ela.

Angelo ficou tenso de imediato.

— Fui queimado com cigarros, chutado onde mais dó i e surrado.

— Oh, meu Deus. — Horrorizada, Gwenna sentiu os olhos lacrimejarem. — Angelo... isso é terrí vel. Você ainda sonha com essas coisas?

— Si. — Mesmo enquanto se perguntava por que tinha lhe contado aquilo, ele observava-lhe a reaç ã o, fascinado.

Gwenna esforç ou-se para combater as lá grimas de compaixã o sem muito sucesso. Engoliu em seco, fun­gou, e finalmente envolveu os braç os ao redor de An­gelo e o apertou com forç a. Estava imaginando um garotinho, subitamente privado do amor da mã e e mergulhado num ambiente estranho.

— Isso fez de mim uma pessoa forte. Eu era fraco, bellezza mia. Foi bom para mim.

— Nã o diga bobagem! — Ela respirou fundo. — Quero dizer, eu era apenas provocada e humilhada verbalmente, mas você foi brutalizado...

— Mereç o sua compaixã o? — interrompeu ele de modo rude.

Ela ergueu os olhos azuis.

— À s vezes, você pode ser muito ofensivo.

A face de Angelo corou quase imperceptivelmente.

— E a resposta é nã o. Nã o porque estou irritado com você, mas porque acho isso muito embaraç oso. Tudo que quero agora é fazer amor — acrescentou ele, beijando-lhe o pescoç o.

Sentindo-se mortificada pelo fato de estar sofren­do por ele, Gwenna mordeu o lá bio e virou o rosto em rejeiç ã o.

— Talvez... mais tarde.

— Mais tarde, eu estarei em Nova York, cara mia — disse Angelo frustrado, percebendo a relutâ ncia dela ao seu peso, mas puxando-a para seus braç os.

Gwenna virou o rosto para o reló gio ao lado da cama e murmurou:

— Meu Deus, já é essa hora?

— Sã o só 6h30 — disse ele gentilmente.

— Em menos de uma hora, Piglet será alimentado no hotel de animais e nã o quero me atrasar. — Liber­tando-se, ela saiu da cama com movimentos frené ti­cos. — Os funcioná rios de lá nã o se importam que eu vá alimentar Piglet, porque, caso contrá rio, ele nã o come. Mas querem que eu respeite a rotina do lugar e nã o gostam de visitas entre oito e nove da manhã.

Mal podendo acreditar naquela explicaç ã o, Ange­lo sentou-se.

— Você está me dizendo que precisa sair a esta hora da manhã todos os dias para alimentar aquele animal?

— Nos finais de tarde també m. Ele tem comido muito pouco — disse Gwenna na defensiva. —- Você deveria vê -lo na webcam. Está tã o deprimido. Nem mesmo olha para a tevê ou brinca mais com bolas.

A partida dela de seu quarto foi apressada. Angelo praguejou enquanto tomava uma ducha gelada, e saiu do banheiro determinado a dar uma olhada pela webcam em Piglet fingindo-se de doente. E lá estava ele, o vira-lata esperto, deitado em sua caminha com a cabeç a afundada entre as patas, os olhos redondos com expressã o tediosa. Era a pró pria figura de um cã o em sofrimento.

Mas Gwenna era devota ao cachorro. Até mesmo obcecada, pensou ele. E por que nã o? Quanto amor e atenç ã o ela tinha recebido de um pai corrupto e uma mã e que provavelmente só a tivera numa tentativa de destruir o casamento de seu amante? Angelo pegou o telefone. Era hora de libertar Piglet de seu cativeiro.

 

 

CAPÍ TULO SETE

 

Angelo olhou ao redor do cô modo repleto de pes­soas, disfarç ando seu desgosto. Perguntou-se por que, quando o destino tinha lhe dado o que acreditava que sempre quisera, achava isso tã o irritante. Mulhe­res pegajosas sempre o tinham exasperado.

No espaç o de um mê s, descobrira que Gwenna nã o era do tipo pegajosa. Na verdade, lhe dava muito pouca atenç ã o. Quando estava conversando com os convidados dele, perdia a noç ã o do tempo. Era alta­mente popular com os entusiastas de jardinagem e precisava ser regularmente resgatada daqueles que se aproveitavam de seu conhecimento de horticultura para pedir conselhos de graç a.

— Onde ela está? — Angelo finalmente foi forç a­do a perguntar para Franco.

Alguns minutos depois, com seu chefe de seguran­ç a seguindo-o, ele chegou ao terraç o dos fundos de sua residê ncia de Londres e olhou para o jardim abaixo. Num brilhante vestido longo azul, Gwenna estava mostrando uma planta florida para um casal. O homem era um banqueiro suí ç o libertino. O mero fato de estar perto de Gwenna fez Angelo cerrar os dentes.

Franco pigarreou.

— Sabe, chefe... a srta. Hamilton é uma moç a ado­rá vel, que gosta de ajudar pessoas.

Entã o, ela tinha conquistado també m seus empre­gados, pensou Angelo ironicamente. Nã o era de se admirar, uma vez que Gwenna nã o parecia fazer dis­tinç ã o entre os empregados e os conhecidos de Ange­lo, tratando todos com a mesma amabilidade. Mesmo Franco, um sujeito preconceituoso com relaç ã o ao sexo feminino, estava ansioso para defendê -la. O chofer, curado de uma tosse persistente por algum re­mé dio caseiro, a tratava com reverê ncia. Sua assis­tente no escritó rio definira Gwenna como agradá vel e cortê s. Seu chef agora adornava os pratos com mo­tivos de horticultura porque ela lhe plantara ervas em pequenos vasos.

Infelizmente, Angelo se sentia excluí do da bonda­de geral e isso o magoava mais do que queria admitir. Ela nã o parecia muito interessada nele nem questio­nava suas ausê ncias. Havia uma barreira que Gwenna nã o transpunha. Contudo, enlouquecia-o na cama, e isso nã o era o mais importante?, perguntou-se impa­ciente. Nenhuma mulher jamais lhe dera tanto prazer, e ele fazia de tudo para passar mais tempo ao seu lado. També m lhe dava muita atenç ã o e era um amante generoso. Mas ela nã o estava respondendo aos seus esforç os para agradá -la.

Usava as roupas e as jó ias que ele lhe dava com in­diferenç a, trocando-as por jeans e camiseta na pri­meira oportunidade que tinha. Pré -estré ias de filmes, festas sofisticadas e celebridades nã o a impressiona­vam. As casas de Angelo nã o passavam de um teto sobre a cabeç a dela, e apenas os espaç os ao ar livre eram capazes de despertar-lhe um interesse verdadei­ro. Ele já nã o lhe devolvera seu precioso cã ozinho? Reclamava quando o minú sculo vira-lata tentava ata­cá -lo?

Poré m, o que mais o perturbava era a suspeita de que Gwenna nã o estava feliz. Estaria sofrendo por Toby James? A mera idé ia o encheu de hostilidade. Furioso por sua falta de disciplina mental, esforç ou-se para reprimir o pensamento.

E se ela estava infeliz, Angelo sabia que logo lhe daria uma notí cia que a faria ainda mais infeliz. Trê s semanas antes, ele tinha instruí do os advogados para checarem cada aspecto das propriedades que Donald Hamilton lhe vendera. Algumas irregularidades na papelada e uma investigaç ã o futura haviam revelado que Hamilton era culpado de um outro crime. Angelo agora possuí a a prova de uma fraude inescrupulosa que destruiria a confianç a de Gwenna no pai para sempre.

Com as faces vermelhas pela atenç ã o que Johannes Saudan estava lhe dando e pela percepç ã o dos olha­res ressentidos da namorada do homem, Gwenna res­pondia à s perguntas do banqueiro da maneira mais breve possí vel. Quando viu Angelo no terraç o acima, foi um alí vio poder dizer...

— Acho que Angelo me quer...

— Que homem nã o a quereria? Você é maravi­lhosa.

— Com licenç a. — Reprimindo um tremor de re­pulsa, ela entrou na casa.

Angelo saiu do terraç o para encontrá -la no corre­dor. Os olhos de ambos se encontraram e uma onda de excitaç ã o percorreu o corpo de Gwenna. Ela ficou tensa, detestando a fraqueza de suas pernas e a dor no baixo ventre. Ele possuí a seu corpo, pensou com tris­teza. Angelo a olhava, a tocava, e estava perdida. Fi­sicamente, ainda nã o descobrira um meio de resistir a ele.

— Sempre tenho de procurar você, bellezza mia. Era uma censura, mas ela abaixou a cabeç a e nã odisse nada. Afinal, o que poderia dizer? Forç ava-se a se comportar com frieza, e nã o podia reclamar se isso o exasperava. No quarto, estava sempre onde ele es­perava encontrá -la, porque, segundo o acordo deles, era onde o relacionamento começ ava e terminava.

Eles faziam sexo. Muito sexo. E Gwenna era ho­nesta o bastante para admitir que gostava. Supunha que, sob as circunstâ ncias, isso era uma sorte, mas o orgulho e a vergonha que sentia pelo que ele lhe obri­gara a fazer nã o lhe permitiam oferecer mais nada do lado de fora do quarto. Afinal, o acordo ofendia suas crenç as e destruí a seu auto-respeito.

— Eu gostaria de vê -la mais quando estamos rece­bendo pessoas — disse Angelo, erguendo-lhe a mã o.

— Tudo bem. — Ela lembrou-se de que ele nã o ti­nha reclamado quando Piglet roera um de seus sapa­tos. Para um homem que nã o tolerava animais dentro de casa, Angelo estava sendo muito compreensí vel.

Ele acariciou-lhe a mã o e sentiu a pulsaç ã o acele­rada.

Consciente do calor da pele dele contra a sua e da tensã o sexual na atmosfera, Gwenna ergueu a cabeç a e o fitou por um longo momento.

— Como você faz isso comigo? — murmurou An­gelo com voz rouca.

O coraç ã o dela disparou. Sentia-se tã o excitada que fechou os olhos com forç a, lutando contra o mag­netismo sexual que ele exercia.

— Nã o sei sobre o que você está falando.

— Di niente. Deixe-me lhe mostrar. — Seguran­do-lhe ambos os pulsos, ele se encaminhou para o quarto atrá s de si, carregando-a consigo.

No instante em que reconheceu a intenç ã o dele, Gwenna ficou rí gida. Frequentemente Angelo lhe provava o quanto era fraca ao escolher locais e horá ­rios nã o convencionais para despertar-lhe a paixã o, e ela sempre acabava rendendo-se, dominada por uma excitaç ã o que era incapaz de resistir. Mas, por uma fraç ã o de segundo, imaginou como seria sua aparê n­cia, saindo de um quarto, despenteada, amassada e com a maquiagem borrada.

— Nã o. Agora nã o. Seus convidados vã o notar que sumimos.

— E daí? — Angelo a segurou pelos quadris, pu­xando-a para um contato mais í ntimo com suas coxas.

— Eles vã o descobrir o que fizemos. Ele riu.

— Por que descobririam?

Mas Gwenna frequentemente se via no espelho depois dos encontros deles, as faces rosadas e o bri­lho lâ nguido nos olhos que contavam uma histó ria í ntima.

— Eles saberã o.

— Mas por que você se importa com isso, bellezza mia? — Destemido, Angelo tentou começ ar a abrir o zí per do vestido dela.

— Nã o. — Irritada, Gwenna empurrou-lhe as mã os. — Você nã o se importa, e por que deveria? To­dos os homens vã o achá -lo macho, mas eu parecerei uma prostituta!

Ele a fitou com expressã o incré dula.

— O que deu em você? De onde vem toda essa bo­bagem?

— Nã o é bobagem. Nã o precisamos anunciar do que se trata nosso relacionamento — disse ela com amargura. — E nã o vou ser humilhada diante de adu­ladores como Johannes Saudan!

— O que Saudan lhe falou? — Angelo exigiu sa­ber. — Como ele a humilhou?

— Relaxe, Saudan nã o disse nada, mas pude ver o que estava pensando e ele nã o é o ú nico. Você me co­loca para desfilar diante deles como se fosse um poodle premiado. Os diamantes ao redor de meu pescoç o sã o como uma coleira.

— Nã o é incrí vel como tantas mulheres olham com inveja para este colar?

— É como ser marcada a ferro quente pelo seu dono, e nã o me importo com o valor da jó ia! — Gwenna estava quase gritando. — Você nã o enten­de, nã o é? Acha que ser sua amante é algum tipo de honra.

— Santo Cielo! Saia de perto dessa porta — ins­truiu ele em tom irado. — Preciso falar com Saudan e descobrir o que ele lhe disse.

— Ele nã o me disse nada. Nã o precisou! Acredita que posso ser comprada e, quando me olhava, pude ver que estava imaginando quando você me colocaria de volta no mercado. Porque para ele sou apenas uma mercadoria, e pensa que pode me ter para...

Angelo pegou-a nos braç os e tirou-a de seu ca­minho.

— Vou matá -lo!

— Para quê?

— Dannazione! Ele aborreceu você.

Com medo de uma cena, ela voltou a colocar-se diante da porta para bloquear-lhe a passagem.

—Por que você se importaria com isso? — Sem aviso, a voz de Gwenna tornou-se trê mula e lá grimas marejaram-lhe os olhos.

Angelo detestava choro feminino, e nunca se co­movia por explosõ es de raiva. Mas quando viu as lá ­grimas nos olhos de Gwenna, sentiu-se subitamente aliviado, como se ela tivesse lhe mostrado como de­veria reagir. Ela estava triste, chorando. Ele nã o po­dia ficar ofendido por nada que ela dissera. A frustra­ç ã o em seu interior desapareceu. De repente, sabia como deveria agir. Colocando as mã os nos ombros delicados, acariciou-os gentilmente, antes de puxá -la para seus braç os.

Um soluç o escapou da garganta de Gwenna e ela o engoliu rapidamente.

— Eu nã o choro... Eu nã o...

— Eu nã o a ouç o chorar — sussurrou Angelo, que­rendo mandar todos os convidados embora, levá -la para cama e tê -la só para si.

Ela enterrou o rosto no ombro largo. Sentia-se des­norteada por seu pró prio comportamento. Como ti­nha se tornado tã o pró xima dele? A raiva havia pas­sado agora, e sua atitude mudara.

— Estou bem — murmurou Gwenna no momento que seu celular tocou. — Com licenç a.

Era sua meia-irmã, Penelope.

— Precisamos falar com você urgentemente — declarou Penelope sem rodeios. — É um assunto fa­miliar e nã o pode ser discutido ao telefone. Em quan­to tempo pode chegar aqui?

— Vou pegar o primeiro trem disponí vel amanhã. — Em seguida, dirigiu-se a Angela:

— Terei de ir para casa por alguns dias. Uma crise familiar. — Gwenna informou Angelo, imaginando se o problema ao qual Penelope se referira tinha a ver com o rompimento final do casamento de seu pai.

Angelo franziu o cenho.

— Eu vou com você.

Considerando a atitude de Angelo em relaç ã o ao pai dela, a presenç a dele somente aumentaria o es­tresse de todos.

— Obrigada, mas nã o acho uma boa idé ia. Esse é um problema particular de famí lia.

Angelo pensou que aquilo era duvidoso. O mais prová vel era que o assunto fosse sobre mais um crime inescrupuloso de Donald Hamilton. Ele estudou as feiç õ es pá lidas de Gwenna e admirou-se por ela ain­da ser tã o vulnerá vel e ingê nua.

— Você acha que poderia cuidar de Piglet? — pe­diu ela sem graç a. — Minha madrasta nã o gosta de cachorros, e acho que ele ficaria traumatizado se ti­ver de voltar para o hotel.

Angelo ficou tocado pelo fato de ela querer con­fiar o animal aos seus cuidados, uma vez que, sem dú vida, Piglet era sua posse mais preciosa.

— Non c'è problema... Sem problemas. — Ele pe­gou-lhe a mã o. — Quando eu levá -la para casa mais tarde, teremos uma noite memorá vel, bellezza mia — acrescentou, excitando-a com a promessa de prazer.

Cedo na manhã seguinte, ela acordou e ouviu os movimentos de Angelo no quarto adjacente. Ele nun­ca passava a noite com ela. Sempre dormia sozinho. Todavia, dava-lhe um prazer inimaginá vel...

Angelo entrou. Vestido num terno impecá vel e ar­rasadoramente bonito, parou aos pé s da cama. Os lin­dos cachos loiros de Gwenna emolduravam o rosto em forma de coraç ã o e acentuavam os gloriosos olhos azuis e a boca rosada.

— Dio mio... nã o tenho certeza se posso deixá -la ir, cara mia. — Ele sorriu. — Você foi incrí vel ontem à noite.

Embora enrubescendo, Gwenna o fitou. O brilho de desejo nos olhos dele a fez se sentir poderosa, mas ficou chocada quando se ouviu dizendo:

— Você deveria ficar mais um pouco.

— Tenho uma reuniã o em uma hora — murmurou ele com voz rouca. — É muito importante.

A atmosfera sexual provocou uma carga de adre­nalina ao corpo de Gwenna. Ela estudou-lhe as fei­ç õ es bonitas.

Era a primeira vez que Gwenna lhe fazia um con­vite desse tipo e Angelo sentiu uma sensaç ã o de triunfo. Ligou para Franco e falou em italiano:

— Avise no escritó rio que fiquei detido de forma inevitá vel.

Ele removeu a gravata, depois o paletó, sem tirar os olhos dela por um ú nico segundo. Abriu os botõ es da camisa com incrí vel lentidã o.



  

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