Хелпикс

Главная

Контакты

Случайная статья





Capítulo IX



Capítulo IX

 

 

Os convidados começaram a chegar para a festa por volta das oito e meia. Em pé, ao lado de Nick, próxima à porta de entrada, Lauren atraía todas as atenções. Enquanto,cumprimentava as pessoas, perguntava-se qual teria sido a reação delas se a tivessem visto poucos dias atrás com aquele ousado vestido de festa. Parecia incrível que aquilo acontecera há pouco mais de uma semana! As mudanças tinham acontecido com tanta rapidez... No fim de semana estaria entrando numa igreja, de braços dados com seu pai, para casar-se com um homem que chegara a odiar.

Donata e o noivo também estavam recebendo os convidados. Ela conversava animadamente com Filippo e um outro rapaz. Quem a observasse mais atentamente, poderia perceber uma tristeza e um conformismo indisfarçáveis. A data de seu casamento já tinha sido marcada para o final do mês seguinte.

O casamento religioso do neto do signor Di Saverani seria uma bela e concorrida cerimônia que se realizaria em Rivaga. Lauren duvidava que o avô de Nick chegasse a presenciá-la. Ele estava na festa naquela noite, mas seu péssimo estado de saúde já se tornara visível. Além de fraco, parecia derrotado. O sábado seria o golpe final em todas as suas pretensões em relação ao herdeiro. Ela desejava muito que o velho os perdoasse. Era cruel ter que passar por tudo aquilo em seus últimos dias de vida, pensou, contrariada.

Um burburinho junto àqueles que se encontravam mais próximos à porta fez com que ela olhasse com atenção para a entrada. Segundos antes Nick ria, descontraído, mas naquele momento adotou uma expressão séria de inegável surpresa. Acabavam de chegar quatro pessoas. Três delas eram completamente desconhecidas para Lauren, mas a quarta foi reconhecida de imediato. Ela olhou com incredulidade para a recém-chegada e perguntou a si mesma o que diabos Francesca tinha vindo fazer na festa. Para piorar ainda mais as coisas, estava sem o marido. Fazia poucos dias que estavam casados, portanto era improvável que já tivessem se separado. Pensando bem, Lauren ponderou, para aquela mulher nada era impossível.

Stefano Laurentis, pai de Donata, parecia a um passo de perder a compostura quando cumprimentou o grupo. Quanto ao signor Di Saverani, ficou difícil afirmar se sabia ou não quem era Francesca, pois cumprimentava a todos com a mesma expressão séria e introspectiva.

Pela atenção com que algumas pessoas passaram a observá-los, era evidente que todos tinham conhecimento das ligações de Nick com a recém-chegada e que aguardavam com curiosidade a hora em que esta se dirigisse aos anfitriões.

— Devo chamá-la de signora esta noite, não é? — Francesca perguntou em tom polido, assim que se aproximou de Lauren. Havia muita malícia em seu olhar quando observou a anfitriã da cabeça aos pés. — Devo dar-lhe meus parabéns. Tanta coisa aconteceu desde que nos vimos pela última vez!

Nick agiu da maneira mais natural possível, cumprimentando-a polidamente. A atitude impassível do marido surpreendeu Lauren, e mais ainda o fato de ele não ter perguntado por Luigi. Será que sabia que o casamento tinha ido por água abaixo? Era provável. O que certamente ele não esperava era a presença de Francesca na festa. Sua expressão de surpresa não deixava margens para dúvidas.

O anúncio do casamento de Filippo e Donata foi feito minutos antes da ceia. Lauren manteve os olhos fixos na noiva e só conseguiu identificar uma completa submissão mascarada por um belo sorriso. Irmão e irmã foram pegos na mesma armadilha, desde crianças condicionados a aceitar ordens. Que coisa mais medieval, pensou. Era incrível que nos dias de hoje dois jovens se submetessem a ter suas vidas traçadas por terceiros e recebessem isso com naturalidade.

Balançou a cabeça, contrariada. Tinha problemas suficientes para não se preocupar com os dos outros. Na primeira oportunidade, comentaria com Nick a presença de Francesca na festa. Isso aconteceu quando foram dançar.

— Você sabia que ela viria?

— Não — Nick respondeu, sem perder tempo em perguntar sobre quem a esposa estava falando.

— Mas você sabia que ela havia abandonado Luigi?

— Soube disso há alguns dias. Um amigo me contou. E não me pergunte por que ela decidiu vir hoje para cá porque não tenho a menor idéia. Francesca tem muitos amigos e sempre acaba conseguindo o que quer.

— Ela ainda o atrai?

— Se eu dissesse que não, estaria mentindo. Ela sempre me atraiu e provavelmente sempre me atrairá. Pelo menos enquanto não perder a beleza, é claro.

— Não vou aceitá-lo se você se aproximar de mim vindo de outra mulher, Nick! — Lauren fazia um esforço enorme para controlar-se.

— E como saberá que estive com outra mulher?

— Eu saberei, Nick. Tenha certeza disso. Ou você me promete que não a verá mais depois desta noite, ou nós cancelamos a cerimônia de casamento imediatamente.

— Você faria isso?

— Faria.

— Então é melhor tomar todas as providências já.

— É isso o que você quer?

— Não. Não é isso o que eu quero. Apenas não aceito qualquer tipo de ameaça. Nós já nos divertimos bastante, cara, e certamente poderemos nos divertir ainda mais no futuro. Mas é você quem tem que escolher. Eu não posso forçá-la a fazer algo que vá contra a sua vontade.

— Mas você não me dará a sua palavra de que não falará mais com ela?

— Não.

A música era romântica e suave. Nos longos momentos que se seguiram, Lauren sentiu com mais intensidade o corpo dele colado ao seu. Lembrou-se dos momentos em que a proximidade era ainda maior, momentos de risos e alegria, de suspiros profundos e prazeres impensáveis, de uma paixão tão furiosa que mal podia ser contida. Será que queria abrir mão de tudo aquilo? Teria coragem de desistir?

Mas não se tratava apenas do aspecto físico, admitiu para si mesma. A simples suposição de que nunca mais teria Nick, de nunca mais poder ouvir sua voz, doía tanto que ela tinha medo de não poder agüentar. Apaixonar-se por um homem incapaz de experimentar qualquer tipo de emoção mais profunda por outra pessoa era pura asneira. E ela havia feito exatamente isso.

— Você não faz nenhuma concessão, não é, Nick? — disse, com amargura.

— Você já sabia disso quando se casou comigo. As pessoas não mudam da noite para o dia, Lauren, isso requer muita paciência. Esqueça Francesca. Ela não tem nada a ver com os momentos em que estamos juntos.

Ela só estaria convencida disso quando tivesse certeza de que a outra pertencia a um passado já esquecido.

Vincenzo convidou-a para dançar em seguida. Durante algum tempo conversaram amigavelmente, até que Lauren decidiu saber como o rapaz estava se sentindo.

— Eu imagino que os Bianchi nem foram convidados, não é? É uma pena, pois gostaria de conhecer Fiorella.

— Foi apenas por consideração a eles que não foram convidados — Vincenzo respondeu, tentando reagir com calma à provocação. — Afinal de contas, o acordo era apenas entre as duas famílias e só se tornaria público depois que a data do casamento fosse acertada.

— Como aconteceu com Donata e Filippo, certo?

— Exatamente.

— Vincenzo você acha que sua irmã ama o futuro marido?

— Filippo é um bom homem — ele respondeu, depois de um curto silêncio.

— E muito conveniente, não?

— Isso também. Há muitas famílias italianas que ainda não aderiram aos novos costumes — ele explicou, com um ligeiro sorriso. — Nicholas e você com certeza agirão diferente com seus filhos.

— E você, mudaria alguma coisa, se fosse o herdeiro?

— Isso não vai acontecer.

— Eu sei, mas assim mesmo...

— Bem, eu não tenho certeza. — Ele pensou um pouco. — Talvez também não fosse capaz de mudar assim tão depressa. É uma questão cultural, Lauren. Esses valores foram enfiados na nossa cabeça desde a infância.

— De qualquer modo seria muito tarde para Donata, não é?

— Há muito pouco para ser feito a esse respeito. Ela concorda com tudo o que está acontecendo.

— Apenas porque não tem como lutar contra as regras estabelecidas. Ela sabe que ninguém a apoiaria.

— O que ela vai fazer é o mais sensato.

— Mas Vincenzo, o nome de sua família é Laurentis, não Di Saverani. Seu tio não tem nenhum direito de decidir sobre o futuro de vocês!

— Ele emprega a mim e a meu pai. Isso lhe dá todo o direito de que necessita. Você não deve se preocupar com o bem-estar de Donata; ela estará contente com o que lhe for reservado.

Se contentamento era o suficiente, então ele tinha razão. Talvez Donata fosse até mais feliz com Filippo do que ela com Nick.

— Acho que falei demais, Vincenzo — desculpou-se, com um suspiro. — Perdoe-me, por favor.

— Não há por que pedir desculpas, Lauren. É perfeitamente normal que você não se habitue com nossos costumes em tão pouco tempo.

Na verdade, ela não acreditava que um dia viesse a se habituar. Não importava quanto tempo vivesse naquele lugar, sempre veria tudo com os olhos de uma estrangeira.

Quando a música parou, correu o olhar pelo salão à procura de Nick. Não havia o menor sinal dele. No fundo, no fundo, receava encontrá-lo com Francesca. Não tinha a menor idéia de como reagir se isso acontecesse.

O Palazzo era construído em volta de um amplo pátio e cada andar tinha uma varanda com vista para os belos jardins internos. Chegando lá, ao invés de encontrar seu marido abraçado com a outra, como temia, Lauren encontrou Donata sentada num banco, olhando pensativa para as estrelas.

— Estava com calor — a irmã de Vincenzo apressou-se em explicar. — Precisava respirar um pouco de ar fresco.

— Eu também. — Lauren aproximou-se da companheira. — Será que Filippo não está a sua procura?

— É provável que não. Ele sabe que não posso estar muito longe e que cedo ou tarde estarei ao seu lado.

Algo no sorriso dela intrigava Lauren.

— Pelo menos fisicamente.

— Não entendo — Donata falou, dando de ombros.

— Eu quis dizer que sua mente está livre para ir aonde quiser.

— Acho que você está querendo me dizer alguma coisa, não é?

— O que estou tentando perguntar é se você realmente ama Filippo.

— Respeito muito meu futuro marido, e acho que isso é fundamental num relacionamento.

— É claro. Mas não é tudo. Você pelo menos sente prazer quando faz amor com ele?

— Nunca tive essa experiência. Você tem que entender que nossos costumes são diferentes. Filippo nunca tentaria tocar sua futura esposa. Só nos conheceremos intimamente depois do casamento.

— Quando já for muito tarde para voltar atrás.

Donata soltou um profundo suspiro e ia responder quando ambas ouviram uma gargalhada vinda de uma das varandas que davam para o pátio interno.

Aquele som atingiu Lauren como uma bofetada. Reconheceria aquela risada em qualquer lugar do mundo. Rapidamente virou-se para trás a fim de constatar o que tanto temia. Não era difícil identificar as duas silhuetas na varanda do segundo andar: os ombros largos de um homem e os braços nus de uma mulher que enlaçavam o pescoço do mesmo. Se ele estava tentando se esquivar do abraço, certamente não era com muito esforço. Sentindo-se mal, Lauren virou o rosto para não ver a cena. Bem, ele a tinha avisado. Francesca não seria de modo algum evitada.

— Ela não significa nada para ele — Donata tentou confortar Lauren. — Nick é...

— Ele é como qualquer outro homem. Você sabe quem é aquela mulher?

— Acho que veio com Roberto Emanuele, se é quem eu estou pensando.

— Exatamente — Lauren confirmou, tentando conter a raiva. — Ela foi amante de Nick por dois anos.

— Ah, então aí as coisas ficam diferentes. — Donata não conseguiu disfarçar a preocupação. — Mas por que ela veio com os Emanuele?

— Não faço a mínima idéia.

Lauren manteve-se distante de Nick durante toda a festa. O signor Di Saverani havia se retirado logo depois do jantar, e, quando ela foi até a biblioteca, para ficar um pouco sozinha, surpreendeu-se ao encontrar o patriarca lá, descansando.

— Desculpe — disse, ainda segurando a maçaneta da porta. — Eu não sabia que o senhor estava aqui.

— Isso não quer dizer que você não possa ficar. Venha e converse um pouco comigo. Ainda vai demorar muito para que os convidados comecem a ir embora.

Lauren entrou e sentou-se em uma poltrona ao lado dele.

— Você não é a única que está incomodada com a presença daquela mulher aqui — ele afirmou inesperadamente. — O que me intriga agora é como vocês duas se conheceram.

— Nós nos encontramos numa festa em Roma — Lauren respondeu, certa de que ele tinha ouvido o que Francesca lhe havia dito quando se cumprimentaram. — Ela estava lá com o marido.

— Luigi Bardini. — Um discreto sorriso esboçou-se nos lábios do ancião. — Eu tive o cuidado de verificar cada detalhe da vida privada de meu neto e temo afirmar que houve muitas outras antes daquela que está lá fora. Você acha possível mudar um homem como ele?

— Acho que sim. Não vai ser fácil, mas devo tentar.

— Talvez você não consiga.

— Talvez. Mas assim mesmo tenho que tentar. — Fez-se um breve silêncio, até que ela continuou. — Posso fazer-lhe uma pergunta, senhor?

— Faça.

— Por que o senhor queria que Nick se casasse com Fiorella Bianchi?

— O fim da pureza do sangue dos Di Saverani era algo que eu não podia aceitar. Uma noiva italiana seria uma garantia de pureza. Agora, nos filhos que ele tiver com você, seu sangue italiano estará mais impuro.

— Eu o respeito muito, senhor, mas não posso deixar de lembrá-lo que por idéias parecidas com as suas muitos crimes foram cometidos. É uma tristeza pensar que em pleno século XX alguém ainda defenda a superioridade de uma raça sobre outra.

O velho levantou as sobrancelhas, irritado.

— Você parece ser dessas jovens modernas, que desprezam a tradição.

— Desprezo mesmo, senhor, principalmente quando essa "tradição" torna as pessoas infelizes. Que sentido há em obrigar um homem e uma mulher a ficarem juntos, se não se amam? — Ela estava pensando em Donata. — Deve ser terrível sacrificar a vida por valores que já estão mortos e enterrados.

Em vez de ouvir uma explosão de raiva, como esperava, Lauren viu o signor Di Saverani esboçar um sorriso cansado e fechar o livro que tinha sobre os joelhos.

— Bem, acho que está na hora de me despedir de nossos convidados. — Ele levantou-se com dificuldade e caminhou até a porta. — Você é muito forte e corajosa, moça. Espero que a vida não acabe com essa energia.

Lauren permaneceu onde estava depois que ele deixou o aposento. O que o avô de Nick quisera dizer com aquilo? Talvez conhecesse o neto muito bem e duvidasse do amor dos dois. Mas não podia levar aquele homem a sério. Era uma pessoa preconceituosa, que fizera muita gente infeliz. Agora estava sozinho, morrendo aos poucos... Tinha pena dele, mas não podia deixar de reconhecer que o marido estava com a razão, por criticar tanto o patriarca.

Quando Nick a envolveu nos braços naquela noite no quarto, todos os protestos que havia ensaiado se dissiparam. Ele apoderou-se de seus lábios, e imediatamente o corpo dela vibrou, tomado de sensações fortes, arrebatadoras. Apesar do ciúme, ou até devido a ele, suas reações foram ainda mais intensas quando fizeram amor.

— Você é composta de duas pessoas completamente diferentes — ele comentou, quando descansavam deitados lado a lado na cama. — Calma e recatada durante o dia, mas uma mulher selvagem durante a noite! Por que uma pessoa como você demorou tanto tempo para desfrutar das maravilhas do sexo?

— Talvez por precisar de alguém como você para mostrá-las a mim. Acho que devo ser grata por toda a experiência anterior que você teve. É possível que isso tenha contribuído muito para a sua perfeição.

— E você acha que eu consigo a perfeição? — ele riu.

— Só poderei ter certeza quando tiver uma base de comparação — Lauren desafiou, com o claro objetivo de atingi-lo.

No escuro, era difícil julgar a reação dele à provocação. Seu riso pareceu normal e sem nenhum constrangimento.

— É uma afirmação muito perigosa, minha senhora.

— Você quer dizer que sua esposa não pode olhar para nenhum outro homem?

— Você pode interpretar assim, se quiser. — Nick beijou-a com carinho, cobrindo-a com o lençol. — Durma bem, querida.

Quando ele dormia a sono solto, todos os acontecimentos da noite desfilavam como num filme pela mente de Lauren. Seria inútil qualquer comentário sobre o que tinha visto no pátio, concluiu. O que deveria fazer para forçá-lo a esquecer Francesca? Devia haver um jeito de conseguir isso.

Na manhã seguinte, todos partiram para Rivago, onde seria celebrado o casamento. Donata foi no mesmo carro que Lauren e Nick.

A viagem transcorreu normalmente. Durante o trajeto conversavam animadamente sobre os mais variados assuntos. Lauren observava com atenção a paisagem. Rivago era uma cidade pequena, típica de interior. A rua principal era ladeada por lojas e cafés entremeados de terrenos repletos de plantações de uvas. Na velha praça central, uma igreja do século XVI11 despontava como o maior orgulho dos habitantes. Alguns quilômetros adiante, atravessaram os portões da villa dos Di Saverani.

Assim que avistou a sede, Lauren quase perdeu a respiração. Tratava-se de um pequeno palacete, majestosamente construído entre árvores centenárias. Um amplo e bem cuidado jardim, com uma fonte no centro, adornava a frente da casa. Pela alameda havia passagem para apenas um carro. Normalmente os passageiros desciam ao pé de uma imponente escada de mármore.

— Um lugarzinho bem confortável, não? — Nick comentou, com um sorriso maroto, enquanto subiam a escadaria.

Lauren estava contente por terem chegado antes dos outros. Precisava de um pouco de tempo para acostumar-se com a suntuosidade do lugar.

Ao saguão principal estavam ligados quatro largos corredores que levavam às quatro alas do palacete. Em um dos lados desse saguão havia uma porta que dava para a sala principal, magnificamente ornamentada.

— Parece que as crianças não tiveram muito acesso a esta sala, não? — ela constatou ao observar as peças de porcelana e cristal que decoravam o ambiente.

— Nós tínhamos nossos próprios cômodos — Donata esclareceu. — Quando crianças, vínhamos para baixo apenas em ocasiões muito especiais. Não nos sentíamos privados de nada. Pelo contrário, tínhamos pleno acesso à piscina e aos estábulos. Mais tarde, quando você voltar durante o verão, vai conhecer os dois.

— No verão?

— Sim. As mulheres sempre deixam a cidade durante os meses mais quentes.

— Mas os homens ficam lá?

— Eles vêm para cá apenas durante os fins de semana. — A moça sorriu ao observar a expressão de Lauren. Nick ainda estava lá fora, ajudando a descarregar o carro. — Sempre foi desse modo.

— Mas não vai ser mais — Lauren cortou com firmeza. — Eu ficarei onde Nick estiver.

— Isso porque você ainda não tem confiança em deixá-lo sozinho, não é?

Lauren baixou os olhos, admitindo a verdade. Enquanto Francesca continuasse em Veneza não se sentiria segura.

— E onde é que você vai ficar durante o próximo verão?

— Talvez com você, aqui — Donata respondeu. — Vai depender do que Filippo quiser. Ele não tem nenhuma propriedade fora da cidade, por isso é provável que prefira que eu continue vindo aqui, onde poderá me encontrar quando desejar.

— Entendo. — A voz de Lauren demonstrou como reprovava tanta submissão.

Pouco depois os outros carros chegaram. Lauren foi imediatamente ao encontro do pai.

— Você ainda não viu nada, papai — comentou, enquanto subiam as escadas.

— Acho que já vi o bastante para perceber que não será fácil para você viver aqui.

— O que está sugerindo, papai?

— Não gostei do que vi ontem à noite. Aquela mulher que apareceu na festa... Não parecia ser uma estranha para Nick.

— Você está falando de Francesca. Ela não me era estranha também. Eu não tenho medo dela.

— Mas deveria ter. Ela não é do tipo que desiste facilmente.

— Eu também não desistirei com facilidade, papai — Lauren afirmou, com o olhar cheio de determinação.

 



  

© helpiks.su При использовании или копировании материалов прямая ссылка на сайт обязательна.