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Capítulo II



Capítulo II

Já eram quase seis horas quando Lauren chegou no escritório. Carol e Henry a estavam esperando. Sentado na mesma posição em que o deixara, o sr. Devlin parecia não ter se movido durante o dia inteiro. Nas últimas horas, havia envelhecido uns dez anos. Seu rosto estava transfigurado numa máscara de angústia e preocupação.

— Queria ir atrás de você — ele falou, aflito, assim que pôs os olhos nela. — Mas Carol não deixou. — Procurava avidamente os olhos da filha, em busca de algum consolo. — Obrigado por tentar. Não deve ter sido nada agradável para você.

— É, mas deu resultado — Lauren declarou, forçando um sorriso. — Ele decidiu dar-lhe o prazo de um mês para tentar pagar o que deve.

— Verdade? — Um brilho de esperança tomou conta dos olhos embaçados de Henry. Depois de longas horas de tensão, podia relaxar, experimentar algum alívio. — Você nem faz idéia de como me sinto bem, ouvindo isso. Mas... como conseguiu que ele mudasse de idéia?

— Eu expliquei a situação e apelei para o bom senso do sr. Brent. — Ver o pai respirar aliviado novamente valia mais do que aqueles momentos humilhantes que ela havia passado no apartamento de Nick. — Que tal se agora fôssemos comer? Aposto que nenhum de nós almoçou hoje.

— Meu apetite acabou de voltar — Henry animou-se. — Dêem-me alguns minutos para arrumar minha mesa e as levarei ao melhor restaurante da cidade.

— Enquanto isso, vou dar um jeito no cabelo. Venha, Lauren, você também precisa passar um blush nesse rosto. Está tão pálida...

Lauren seguiu Carol até o toalete feminino. Enquanto se arrumavam diante do espelho, a secretária observou-a atentamente, demonstrando não ter acreditado que a situação se resolvesse com tanta facilidade.

— E então, o que realmente aconteceu? E não me venha com aquela história de bom coração, pois duvido que o nosso amiguinho Nicholas Brent tenha um! Você pagou um preço alto, não foi?

— Ainda não. Ele apenas me ofereceu umas férias.

— Como assim?

— Ele vai fazer uma viagem e quer que eu o acompanhe. Suponho que passarei os dias sozinha, mas as noites... bem, é esse o preço.

— Não é possível! Ele não pode fazer isso! — Carol ficou estarrecida. — Seu pai não permitirá, Lauren!

— É exatamente por isso que ele não deve saber os verdadeiros motivos desta viagem. — Ela olhou diretamente nos olhos da amiga. — Prometa que não dirá nada a ele, Carol.

— Não posso. Ele tem o direito de saber.

— Não me importo com os direitos dele. Estou apenas preocupada em livrá-lo da cadeia! — Lauren arrependeu-se do tom duro e suavizou a voz. — Nós duas o amamos e sabemos muito bem que ele não suportaria as conseqüências.

— Mas talvez as coisas não sejam assim tão trágicas. Quem sabe ele nem irá para a cadeia... Você está se precipitando!

— Eu não quero correr o risco. Não quando há uma saída. Além do mais, poderia ser bem pior. — Lauren sorriu, tentando brincar. — Muitas garotas sonhariam com essa oportunidade... Apesar de tudo, tenho de admitir que Nicholas Brent é um homem muito atraente.

— Não finja, Lauren! Sei que não é fácil para você encarar normalmente essa situação. Mulher nenhuma gostaria de ser assim subjugada, por mais interessante que o homem fosse.

Gostar ou não do que ia fazer não tinha a menor importância a essa altura, Lauren pensou.

— Não se preocupe. Ele se chateará tanto com a minha companhia que me mandará de volta no segundo dia. Você vai ver.

— E então tudo estará perdido para Henry.

— Não... Pode parecer estranho, mas tenho a intuição de que ele manterá a palavra mesmo que... Bem, afinal exigiu que eu lhe fizesse companhia, não que atuasse desta ou daquela maneira.

— O que vai dizer ao seu pai?

— Que o pessoal de Bruxelas me telefonou, pedindo que assumisse o cargo com alguma antecedência.

— E você acha que ele vai acreditar nisso?

— E por que não acreditaria? Desde que você não abra a boca, ele não terá motivos para duvidar de mim. — Lauren deu uma última escovadela nos cabelos e depositou a escova na pia. — Se puder, telefono para você contando como as coisas andam. Mas não se preocupe, Carol. Sei me cuidar.

Lauren esperou até a noite seguinte, sábado, para informar ao pai que viajaria na segunda de manhã.

— Recebi o telefonema ontem — mentiu. — Só que, com aquela confusão, esqueci de contar a você.

— É uma pena que eles não lhe tenham dado tempo de tirar umas férias entre um emprego e outro — o sr. Devlin comentou com um sorriso. — Mas se é melhor para você...

— É sim, papai. Não vejo a hora de poder iniciar as minhas novas atividades.

— Lauren, minha filha... gostaria de conversar sobre ontem à tarde, quando visitou Nicholas Brent. Ele não... isto é, você demorou tanto que...

— Fique tranqüilo, papai. Ele foi um perfeito cavalheiro. Demorei apenas porque precisei esperá-lo voltar do almoço.

— Entendo. — Ele parecia mais aliviado. — Eu não teria deixado você ir, se soubesse antes. Mas estou agradecido pelo que fez, minha filha. Não acredito que Brent tenha ficado com pena de mim ou qualquer coisa parecida. Provavelmente deve ter pensado em você e no seu futuro quando resolveu me dar uma segunda chance.

— Talvez, papai.

— Vou sentir muito a sua falta, querida. Você é muito importante para mim, sabia?

— Vou sentir muitas saudades também... Papai, por que não se casa com Carol? Vocês parecem feitos um para o outro.

— Nós nos gostamos muito. Na verdade, ultimamente tenho pensado nessa possibilidade. Você não se importaria se eu tomasse uma decisão?

— Claro que não! — Lauren deu-lhe um sorriso terno e compreensivo. — Não sei de onde você tirou a idéia de que eu poderia ser contra esse casamento. Carol e eu nos damos muito bem. Gosto muito dela.

— Fico contente com isso. Mas não poderei tomar nenhuma atitude antes de sair dessa enrascada em que me meti. Tenho que readquirir meu auto-respeito antes de pedir a Carol que venha fazer parte de minha vida.

Ela compreendia e respeitava aquela decisão. Era o mais sensato, nas circunstâncias atuais. Apesar daquele negócio infeliz, seu pai sempre fora extremamente honesto, pensou com ternura.

A segunda-feira mostrou-se um dia úmido e vazio, como um reflexo do estado de espírito de Lauren. Ela passou a manhã prostrada numa poltrona, na ampla sala de estar de sua casa em Wimbledon, olhando o vazio, no qual sentia-se mergulhada cada vez mais desde que conhecera aquele homem. Não via horizontes, parecia predestinada a lutar com unhas e dentes para poder tomar as rédeas da própria vida, sem conseguir...

O telefone tocou às onze. Ela alcançou o aparelho apenas esticando o braço, sem mover o resto do corpo. A voz marcante que ouviu dispensava apresentações:

— Já começou a arrumar suas coisas?

— Em poucos minutos poderei arrumar o que levarei na viagem — Lauren respondeu com frieza. — Não esqueça que vamos juntos para o seu entretenimento, não para o meu.

— É o que veremos — ele respondeu, depois de uma gargalhada. — De qualquer modo, se você precisar de alguma coisa durante a viagem eu mandarei comprar. Digamos que também faz parte do trato, certo?

— Eu não quero nenhum centavo seu, sr. Brent. Lembre-se de que não está me comprando.

— Chantagem foi a palavra que você usou antes, não? Enfim, encare tudo isso como achar mais conveniente, Lauren. Mas o fato é que tivemos uma pequena mudança de planos. Passarei aí para apanhá-la amanhã de manhã. Iremos de sua casa direto para o aeroporto, portanto, esteja pronta às dez e quinze.

— Estarei pronta. Só espero que você cumpra sua palavra.

— Não se preocupe. Seu pai está à salvo. Agora o problema está em nossas mãos, refere-se apenas a mim e a você. Até amanhã, às dez e quinze.

Lauren desligou depois de uma breve e seca despedida. "Apenas a mim e a você..." Aquela ameaça velada deixou-a em pânico. Estava determinada a mostrar-se indiferente a toda e qualquer investida daquele homem. Só a possibilidade de ser forçada a responder às suas iniciativas e sugestões era muito mais do que ela poderia suportar. Se ao menos houvesse algum modo de escapar! Concentrou todas as suas energias tentando achar uma maneira de minimizar o problema. Em vão. Seu destino estava traçado.

Henry e Carol chegaram para o jantar e ficaram muito surpresos ao encontrarem-na junto à janela, observando as luzes que invadiam a cidade.

— Eu me confundi com as datas — ela se apressou em explicar. — A viagem está marcada para amanhã e não para hoje, como eu havia entendido. Desculpe se estraguei os planos de vocês... Queriam jantar sozinhos, não é?

— Nós vamos ter muito tempo para ficarmos a sós — Henry respondeu com um sorriso radiante. — Pedi a Carol que se casasse comigo quando toda essa confusão estiver terminada. Ela aceitou.

— Oh, papai, que bom! Felicidades, Carol!

— Eu disse a seu pai que não havia motivo para esperarmos, mas ele não concordou.

— Não confio muito naquele sr. Nicholas Brent... Só vou ter sossego com a certeza de que não há mais perigo de enfrentar uma prisão. Não seria justo manter Carol comprometida com um prisioneiro... — Henry acariciou a mão da noiva, com ternura.

— Ele vai manter sua palavra, papai, fique sossegado. Marque o casamento para o último dia do mês, quando você já terá pago o que deve e eu poderei voltar de Bruxelas.

— Sem dúvida é uma boa data. — Sorrindo, Henry serviu vinho e todos ergueram as taças para um brinde. — A um futuro feliz e honesto. Prometo que nunca mais cometerei um erro como esse.

Carol esperou até ficar sozinha com Lauren, depois do jantar, para perguntar, preocupada:

— E então, o que houve realmente?

— Ele telefonou mudando os horários. Voaremos para Roma amanhã de manhã.

— Deve estar sendo muito difícil para você...

— O que importa é que papai vai ficar bem novamente. Mas... e se ele não conseguir levantar o dinheiro necessário para devolver à companhia? O que será de nós? É uma possibilidade que não deve ser afastada...

— Mas ele conseguirá, não se preocupe — Carol a tranqüilizou. — O investimento que fez não pode dar errado. Dentro de algumas semanas, com certeza, terá todo o dinheiro de volta, acrescido de algum lucro.

— Bem, agora as cartas já estão lançadas. Não adianta mais a gente se preocupar com isso, vamos mudar de assunto. E então, vocês pretendem casar na igreja?

— Não. Vamos nos casar apenas no civil. Bem, pelo menos essa confusão trouxe algo positivo. Finalmente Henry descobriu que precisa de alguém... Não estou dizendo que você não tenha estado sempre ao lado dele, Lauren. Acho que o que está fazendo agora é a maior demonstração de quanto se preocupa com seu pai, mas...

— Uma filha nunca pode oferecer o mesmo tipo de conforto e ajuda que uma esposa, não é? — Lauren completou com um sorriso cheio de compreensão. — Não estou com ciúmes, Carol. Pelo contrário, sinto-me muito feliz por ele ter tomado essa decisão.

— Muito obrigada, querida. Você nem sabe como é importante para mim que esteja de acordo com nosso casamento.

Mais tarde, enquanto se preparava para dormir, Lauren voltou a pensar na viagem, e um arrepio percorreu-lhe a espinha. Sua vida não lhe pertencia mais. Dali a vinte e quatro horas estaria passando por uma experiência contra a qual todos os seus princípios se rebelavam. Mesmo assim, deixaria que tudo acontecesse, pois não tinha outra saída. Estava com as mãos completamente amarradas.

Apenas um homem muito desprezível poderia ter prazer na companhia de alguém que não correspondesse a suas tentativas de sedução. Estava firmemente determinada a mostrar-se fria durante toda a viagem. Todo o desprezo que sentia por ele estaria implícito em suas atitudes. Era sua única defesa, para manter-se íntegra.

Lauren já estava esperando quando o Rolls-Royce parou em frente ao portão, na manhã seguinte. Por uma pequena fresta na cortina da sala de estar, observou o motorista abrindo a porta do carro para que Nick saísse. Esperou que ele tocasse a campainha três vezes antes de ir atender à porta. Afastou-se polidamente para dar-lhe passagem, sem cumprimentá-lo.

— Minhas malas ainda estão no quarto. Talvez você queira mandar seu motorista buscá-las.

— Eu mesmo posso pegá-las. Leve-me até lá.

— É a primeira porta à direita, subindo as escadas.

— Não. Eu disse para você me levar até lá.

Com um gesto de indiferença, Lauren subiu as escadas. Ele a seguiu.

A porta do quarto estava fechada. Ela a abriu e entrou, apontando, displicente, para o canto onde estava sua bagagem.

— Ali.

Ignorando o que ela havia dito, Nick aproximou-se e pousou as mãos sobre os ombros delicados de Lauren. Fitou-a por instantes, antes que seus lábios lhe tocassem suavemente o pescoço e a orelha.

— Se não tivéssemos um horário a cumprir, juro que começaríamos a sua pequena viagem de férias agora mesmo.

Lauren afastou-se imediatamente, completamente atônita com o frio na espinha que aquele primeiro contato lhe causara. Fechou os olhos, já distante dele, e jurou para si mesma que não cederia. Nem que precisasse fazer o maior esforço do mundo, iria contra ele e contra si mesma, nem que precisasse sufocar suas emoções, seus desejos mais íntimos, seu próprio corpo. De livre e espontânea vontade, não, jamais!

Ele pegou as malas sem dizer nada, apenas com um sorriso enigmático nos lábios. Desceu em silêncio, encaminhando-se para o carro. Ela o acompanhou, obediente.

O motorista abriu a porta para que ela entrasse, seguida imediatamente por Nick.

Durante todo o trajeto até o aeroporto, Lauren permaneceu distante, sem proferir uma única palavra.

— Você não vai ficar calada durante toda a viagem, não é? — ele falou, dez minutos depois. — Se há algo que não suporto são mulheres mal-humoradas.

— Eu não estou mal-humorada — ela respondeu, sem ao menos virar a cabeça para olhá-lo. — Só não vejo sentido em manter uma conversa, a não ser que haja algum assunto muito interessante ou alguém com quem valha a pena conversar. E você parece não se enquadrar em nenhum dos dois casos, sr. Brent.

— Pode me chamar de Nick — ele observou, ignorando o insulto. — Neste estágio do nosso relacionamento, acho que as formalidades já podem ser deixadas de lado.

— Prefiro continuar chamando-o por sr. Brent, se não se importa.

Ele riu.

— Sabe, ainda não sei se você é realmente tão tola quanto parece ou se tem a memória muito fraca. Já se esqueceu de que foi você quem começou tudo isto? "Eu farei o que você quiser", não foi isso que falou?

— Sim, mas...

— Não tem nada de mas. Já lhe garanti que seu pai está salvo, portanto pare com toda essa precaução. — Ele fez uma pequena pausa e depois perguntou: — A propósito, o que disse a ele?

— Fiz com que acreditasse que você estava lhe dando uma nova chance por ser muito... bondoso. — Ela frisou bem a última palavra. — Ele estará mesmo a salvo, se conseguir repor todo o dinheiro que tirou?

— Sim.

— Pelo que pude entender, há apenas uma chance mínima de que algo dê errado. Mas vamos supor que papai não consiga reaver o dinheiro... Você certamente vai considerar que já tem a dívida paga por mim, não?

— Lauren, tem idéia do que está me pedindo? Alguém terá que desembolsar o dinheiro da Clayfield. Se não for seu pai, serei eu.

— Foi o que imaginei.

— E você tem idéia da soma envolvida nisso tudo?

— Sei que se trata de muito dinheiro.

— E assim mesmo acha que devo pagar, se Devlin não conseguir...

— Sim.

— Será a maior quantia que um homem já pagou por uma mulher, — Nick suspirou. — Eu bem que poderia abandoná-la agora, mas no momento não é minha mente que está comandando minhas ações. Portanto, você pode ficar tranqüila. Seu pai estará fora de perigo em qualquer circunstância. Tem minha palavra.

Chegaram ao aeroporto cinco minutos antes da última chamada para o seu vôo. Todos os outros passageiros já haviam tomado seus lugares no avião, só faltavam eles.

Acomodaram-se, e a aeromoça serviu-lhes bebidas assim que o aparelho tomou altura.

Distraída em seus próprios pensamentos, Lauren assustou-se ao sentir o calor da mão de Nick pousando sobre a sua, que repousava no joelho.

— Não tome muitas liberdades — sussurrou, irritada. — Tolerância não é minha qualidade mais forte. — No entanto, não fez nenhuma tentativa de esquivar-se ao toque dele.

— Você fala como se tivesse orgulho disso.

— Eu estava apenas avisando.

Ele não respondeu, e Lauren também continuou em silêncio. Mas ficou paralisada quando ele lhe virou a mão e começou a observá-la atentamente, parecendo ler e decifrar cada traço daquela palma delicada.

— Esse novo emprego no qual você vai começar... — falou inesperadamente. — Do que se trata? Qual será sua função?

— Faxineira — Lauren encarou-o em desafio e por instantes pensou que Nick fosse perder a paciência.

— Já entendi. Não é da minha conta.

— Entenda como quiser.

— Está bem. Aceito isso. O que você faz da sua vida é problema seu. O que eu peço é apenas a sua atenção exclusiva durante algumas semanas.

— Você quer dizer que é isso o que exige.

— Como quiser. — Nick soltou a mão dela, encostando a cabeça na poltrona e fechando os olhos com uma expressão de desinteresse e enfado.

Lauren concentrou-se no tapete de nuvens brancas que se estendia do lado de fora da aeronave. Pensava nos afazeres diários nos quais estaria envolvida caso tudo aquilo não tivesse acontecido. Deveria apresentar-se em Bruxelas no primeiro dia do mês seguinte. Nick tinha afirmado que voltariam à Inglaterra no dia vinte e oito, portanto ela teria três dias livres para colocar todas as coisas em ordem antes de partir definitivamente. Não que tivesse muito o que fazer. Seus documentos estavam em dia, e as acomodações já estavam reservadas. Deveria apenas arrumar seus objetos pessoais. Ainda assim, não pensava em levar muita bagagem, pois voltaria para casa com bastante freqüência.

Estranho... à medida que se via mais próxima da partida para a Bélgica, o entusiasmo diminuía. Talvez, no fundo, não quisesse ir. Às vezes ficava confusa com os próprios sentimentos. Tinha lutado tanto por uma oportunidade de construir sua própria vida, e agora, quando conseguia, dava-se conta de que desejava realmente permanecer na Inglaterra.

Lauren olhou para o lado e viu que o companheiro continuava recostado na poltrona. Mantinha os olhos fechados e parecia estar dormindo, na maior paz do mundo. Sentiu raiva. Como detestava aquele homem!

— Você já esperava por esta situação quando veio me procurar naquele dia — Nick falou, inesperadamente, sem abrir os olhos. — Então por que não relaxa e aceita o que é inevitável?

— E se eu lhe disser que sou virgem?

— Você pode me dizer o que quiser — ele respondeu, fitando-a com uma expressão de desprezo e zombaria.

Imediatamente, Lauren olhou para as nuvens, lá fora. Pena que não podia agir como na infância, quando se defendia das outras crianças com insultos e pontapés. Por que teve que abrir a boca para afirmar aquilo? Só lhe dera mais uma chance "de humilhá-la.

Estava chovendo quando aterrissaram em Roma.

— Vou mandá-la com a bagagem para o hotel. Tenho um compromisso para daqui a meia hora. A suíte já está reservada; quando chegar lá, apresente-se em meu nome. Estarei de volta mais ou menos às cinco horas.

Lauren ouviu tudo em silêncio, como uma aluna obediente. Depois que entrou no táxi, Nick fechou a porta e pagou a corrida, informando-o para onde deveria ir.

Era bom estar sozinha novamente, mesmo que fosse apenas por algumas horas, ela pensou, aliviada, quando se viu a caminho. Teria tempo de se preparar para quando Nick voltasse, de arranjar forças de enfrentar aquela situação com um mínimo de dignidade.

 



  

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