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CAPITULO TREZE



CAPITULO TREZE

 

Nos dois dias seguintes, Oliver não pôde visitar o cen­tro de jardinagem. O seu primeiro dia foi ocupado orga­nizando o trabalho acumulado durante sua ausência e, mesmo indo para casa às seis e meia, foi dormir tarde.

No outro dia, Andy passou para ele um jantar come­morativo.

— Um de nós precisa ir — falou, jogando o convite na mesa do sócio —, e Jill e eu tivemos que ir ao coque­tel dos Masterson na semana passada, enquanto você aproveitava o sol.

— Mas é esta noite, e não tenho uma companhia.

— Encontre uma. A advogada não está disponível?

Assim, com relutância, Oliver telefonou para Miran­da e, naquela noite, foram ao Gosforth Manor Hotel, para o jantar de caridade.

— Isto é agradável — disse ela, pendurada em seu braço, entrando no salão de convenções, ricamente de­corado. — Quando acha que comeremos? Não tive tem­po de almoçar.

— Logo, espero — respondeu Oliver, usando a des­culpa de abrir caminho por entre as mesas para se livrar dos dedos dela. Parou, vez por outra, ao encontrar ami­gos e conhecidos, mas não apresentou sua acompanhan­te. Encontrando a mesa deles, sentou Miranda ao lado da esposa de um congressista, antes de se desculpar, indo para a saída.

Mas, nem no saguão do hotel conseguiu escapar das pessoas conhecidas e sabia que devia ao Andy ser edu­cado. Pensava em largar tudo e ficar sozinho um pouco, quando viu seu irmão chegando.

— Bem — ele disse, parando ao lado de Oliver. — Se não é o meu benfeitor. Imagino que esperava me encon­trar aqui, por isso não tem retornado meus telefonemas.

Oliver sentiu uma pontada de culpa pelas mensagens ignoradas na secretária eletrônica. Não queria outra confusão com Tom, eles mal tinham começado a se fa­lar.

— Olhe, esta não é a ocasião ou o lugar para isto. Pre­tendo ir a Tayford nos próximos dias.

— Então — Tom falou, olhando em volta. — Onde está Gracie?

— Graci... Grace? Por que eu devia saber?

— Bem, ela está com você, não está? Esta é uma oca­sião de gala.

— Não, eu não a vi.

— O que está dizendo, mano? Que vocês dois já rom­peram?

— Não. Eu... — Oliver não se humilharia diante do irmão — ...tive que voltar.

— Mas...

Antes de Tom poder falar, uma garota veio se apos­sar do braço dele.

— Aqui está você — exclamou ela, apertando os imensos seios no braço dele. — Estava procurando você.

Tom ficou sem jeito e Oliver, esperando a apresenta­ção, percebeu que conhecia a garota. Era Gina Robb, as­sistente de escritório do centro de jardinagem. Devia ter no máximo dezesseis anos. Que diabo Tom pensava? Seria alguma brincadeira para fazer ciúmes em Grace? Ou era realmente incapaz de ser fiel a uma única mu­lher, como Sophie dissera?

Tom pareceu perceber o que Oliver pensava e suas feições ficaram coradas.

— Mm... você conhece, Gina, não é, Oliver? — E virou-se para a jovem — Lembra do meu irmão?

— Claro. Olá, sr. Ferreira. Não esperávamos encon­trá-lo aqui.

— Não.

Oliver conseguiu negar, mas Tom recuperou a com­postura, dizendo friamente:

— Você não me disse com quem está Oliver. Alguém que conheço?

— Apenas uma amiga, e devo voltar para ela.

— Vamos com você e poderá nos apresentar. Quem sabe, estamos na mesma mesa?

Grace entrou no escritório às oito horas da manhã. Passara quatro dias em Londres com os pais, mas, esta­va pronta para voltar ao trabalho.

Não seria fácil, apesar do que Tom dissera. Não pre­tendia se demitir. Não era de desistir e se Tom queria que ficasse estava preparada, em seus termos, não nos dele.

Ele não tinha gostado nada quando ela começou, di­zendo que ficaria numa pousada que encontrara em Ponteland até conseguir um lugar definitivo. Não queria deixar qualquer dúvida na cabeça de ninguém — por ninguém, leia-se Oliver — que não havia nada entre ela e o irmão dele. Oliver podia ser capaz de compartilhar suas necessidades sexuais — ela se recusava a chamar de afetos — entre duas mulheres, mas ela não era assim. Além do mais, nunca sentira ou demonstrara atração por Tom, e não queria mais dúvidas quanto àquilo.

Mesmo pensando que Oliver não se importava. Achava que ele e Miranda estavam se encontrando e não queria pensar nele com outra mulher.

Foi o que contou para sua mãe, quando a sra. Lovell finalmente arrancara a verdade do que acontecera na Espanha. Grace não queria contar aos seus pais. Não queria estragar as relações dos Lovell com os Ferreira, mas fora um alívio confidenciar com alguém.

Sua mãe não gostara do comportamento de Oliver, até Grace confessar que ela também fora culpada. Até admitira nutrir sentimentos por Oliver, insistindo que cuidaria deles. Ele tinha uma namorada na Inglaterra, contou e afinal, a sra. Lovell aceitou que tinha sido um lamentável erro de julgamento dos dois lados.

Pelo menos dissera. Sua mãe a conhecia bem demais para ignorar que sua filha aceitara a situação, mesmo aborrecida. Depois, insistira para Grace telefonar a Tom, explicando o que planejara fazer, antes de voltar para Nortúmbria. E fez Grace prometer que tinha que avisá-la, caso se sentisse desconfortável com ele ou com Oliver.

Grace achava mínimas as chances de rever Oliver. Afinal, trabalhava no centro há meses sem vê-lo e a sua indiferença para com os problemas do irmão devia ter aumentado o afastamento deles.

Esperava. Não queria pensar em lidar com Oliver diariamente. Também ocultara isso de seus pais.

Foi um alívio ver que o centro ainda funcionava nor­malmente. Não falara com Tom sobre as dificuldades dele. Mas, apesar do otimismo dele, temia voltar para rostos tristes e a possibilidade de iminentes demissões.

Não parecia. Quando entrou no escritório, Gina esta­va em sua escrivaninha, como sempre, e Bill Fletcher se servindo de café fumegante.

— Oi — foi Gina quem falou e Grace ficou surpresa, pois normalmente, a assistente era calada nas manhãs. — Tom disse que você voltava hoje.

Tom? Grace se surpreendeu com a familiaridade da garota.

— Bom dia — respondeu, incluindo o homem mais velho na saudação, pedindo: — Você me serve também, Bill?

— Claro. — Bill encheu outra caneca e passou para ela. — Como foi de férias?

Grace sorriu levemente.

— Nada mau — disse, tomando um gole. — Mmm, está bom.

— Você não parece muito bronzeada — criticou Gina. — Não estava fazendo calor?

— Estava muito quente. Às vezes, quente demais para tomar banho de sol.

— Ah, nunca seria quente demais para mim — excla­mou Gina. — Adoro o calor. Nem posso esperar pelas minhas férias.

Grace foi para sua escrivaninha, pensando ter coisas mais importantes para fazer. Queria perguntar se Tom já chegara. A porta de seu escritório estava fechada.

Alguns minutos depois teve a resposta. Tom chegou apressado, enfiando as chaves do carro no bolso quando viu Grace e pareceu mais animado.

— Ei — disse, parando perto dela. — Seja bem-vin­da!

— Obrigada.

Grace olhou-o, percebendo que parecia normal. Se os problemas financeiros do centro o aborreciam, não demonstrava. No lugar dele, estaria arrancando os cabe­los.

— A viagem foi boa? — Ele se referia ao vôo para o aeroporto de Newcastle. — Eu teria ido buscá-la. Não devia confiar num táxi.

— Foi ótima — Grace respondeu e, ao balançar a ca­beça, viu o olhar enigmático de Gina para os dois. Pro­vavelmente, estava imaginando o que havia. No enten­der de Gina, ela ainda devia pensar que Grace morava na casa de Tom. Tinha de corrigir aquilo.

— Bem, venha ao escritório. Tenho o que contar.

Não sobre Oliver, ela esperava, se levantando hesi­tante. Tom contara ter visto Oliver e Miranda juntos num jantar de caridade e não queria ouvir mais nada.

— Você não esqueceu que vai me levar para ver o novo projeto na hora do almoço, não é, Tom? — per­guntou Gina enquanto ele andava para o escritório, e Grace viu irritação no olhar para a garota.

— Eu disse que faria, se tivesse tempo — respondeu, afastando-se para Grace entrar. — Benzinho, traga-me um café, sim? Estou ressecado.

Se olhar matasse, agora os dois estariam mortos, Grace percebeu, enquanto Tom fechava a porta atrás de­les. Ele nem pareceu notar — ou era indiferente. Indi­cou uma cadeira para Grace e sentou-se displicente.

— É bom tê-la de volta, Grace. O escritório não é o mesmo sem você.

— Mesmo? Você e Gina parecem estar se dando bem. Desde quando ela o chama de "Tom?" Quando parti, era sr. Ferreira.

— Ah, você conhece Gina, é uma cabeça-de-vento. Gosta de pensar que somos chegados, mas você sabe que não somos.

— De qualquer modo, não me importa — disse Gra­ce, quando percebeu que Gina estava à porta, segurando a caneca de café para Tom.

Houve um silêncio desagradável, depois, Tom disse:

— É o meu café, benzinho? Obrigado. Você é uma boa menina.

As feições de Gina estavam raivosas enquanto passa­va pela cadeira de Grace e saía. Desta vez, a sua raiva era dirigida apenas a Tom e Grace esperou não ser res­ponsável pela desavença.

— Então — ela disse quando a porta se fechou. — O que quer contar? Já conseguiu resolver seus problemas financeiros?

Tom olhou-a atentamente.

— Oliver contou? — Grace percebeu não ser a única ocultando coisas. — Você o viu em San Luís, não? E

Sophie?

Grace engoliu em seco, se recusando a ficar intimi­dada.

— Sophie disse isso?

— Devia?

— Depende do que ela lhe disse. Eu não tenho que contar a você o que faço, Tom. Você é meu empregador, nada mais.

— Sophie disse que você e Oliver têm passado algum tempo juntos. Não acha que eu devia saber que está dormindo com meu irmão?

Grace engasgou e levantou-se.

— Se é assim que as coisas serão daqui por diante creio que devo partir. O que faço ou não, não é da sua! conta. Mas, só para constar, não tenho... dormido... com ninguém!

O que compartilhara com Oliver não fora “dormir" pensou. Não para ela, pelo menos.

— Certo, certo. — Tom percebeu que fora longe de­mais e olhou-a, se desculpando. — Sente-se, Grace. Desculpe se pareci irritado, mas deve saber como me sinto a seu respeito. Imaginá-la com Oliver, entre tan­tos, me aborrece.

— Imagino que seja como ele se sentiu quando você seduziu a esposa dele. Mas, não pretendo fazer você guardião da minha moral. Se... eu quiser sair com qual­quer pessoa, o farei.

— Inclusive Oliver.

— Oliver já tem uma namorada. Você mesmo me disse.

— É. Sente-se, por favor. Quero contar sobre o em­préstimo e prometo não falar mais no nome de Oliver.

Grace hesitou. Tom e Oliver tinham uma longa histó­ria e, o que acontecesse, ele ia fazer Tom lembrar o que podia ter acontecido.

Resolveu sentar, olhando-o distraída. Queria saber como pretendia salvar o centro de jardinagem, garantin­do que o emprego de todos os amigos que fizera aqui estaria seguro.

— O banco concordou em aumentar o meu emprésti­mo. O que acha?

Grace não sabia o que pensar e nem queria perguntar se Oliver tinha interferido junto ao banco.

Por ora, era suficiente saber que o futuro do centro estava garantido.

— Isso é ótimo. Você deve estar aliviado.

— Estou. Eu sabia que era apenas uma questão de tempo.

Grace não concordava, e esperou que ele explicasse por que o banco tinha concordado aumentar o emprésti­mo. Como ele não falou, resolveu voltar ao trabalho.

O dia pareceu interminável. Pensara que, voltando à rotina, afastaria os monstrinhos que a incomodavam desde que deixara San Luís, e não parecia assim. Não se sentia mais à vontade aqui, e culpar Gina ou Tom por tudo não era o bastante.

Suspeitava que Tom escondia alguma coisa quanto a sua boa sorte súbita e, embora aparentemente aceitando a decisão dela de se mudar, a atitude dele era estranho. Não confiava nele.

O que estaria pensando? Era o que gostaria de saber.

Estava se preparando para encerrar o dia quando Gina se aproximou. Grace esperava que ela não recla­masse que Tom não a levara para sair, conforme prome­tido, por causa dela.

Agora, esperando a garota falar, sentia apreensão, mas estava cansada demais para se importar.

— Na terça foi o jantar de caridade — Gina falou afi­nal e Grace ergueu a sobrancelha. E daí? — Tom me le­vou com ele, ele contou?

— Não. — Grace não conseguiu esconder o desgos­to. Sabia que Tom fora ao jantar, vendo Oliver e Miran­da juntos, mas não tinha contado que a sua companhia era a jovem assistente de escritório.

— Bem, levou — declarou Gina, triunfante. — E nos divertimos muito!

— Que bom — Grace sorriu, suavemente. Não era culpa de Gina se Tom se portava como um tolo. Aquilo explicava muito. — Estou contente por você ter gosta­do.

— Está? — Gina parecia desconfiada. — Aposto que você gostaria de estar aqui. Ele a teria convidado, no meu lugar.

— Ei, não aposte. Tom e eu somos apenas colegas de trabalho. Não passamos o nosso tempo livre juntos.

— Mas você mora na casa dele.

— Não mais — Grace achou que a garota merecia uma explicação. — Estou procurando um lugar para mim. Por enquanto, estou numa pousada em Ponteland.

— Mas... porquê?

— Ah... — Grace balançou a cabeça. — Acho que desde que Sophie foi embora não tem sido a situação ideal. E preciso do meu espaço.

— Então, você não está... saindo com Tom?

— Socialmente? Não.

— Então, não está com ciúmes?

— Não. Ele disse que eu estava?

— Ele disse muitas coisas. — Agora, Gina parecia um pouco em dúvida. — Sabe, ele tem bebido e acho que não lembra a metade do que disse. Claro que era principalmente por causa do irmão, Oliver. — Ela fez uma pausa e depois, continuou, cautelosa: — É isso? Oliver estava na Espanha quando você estava lá? Tom parecia pensar que você estava encontrando com Oliver às costas dele.

Grace sentiu-se corar.

— Não creio que seja da conta de Tom discutir o que fiz ou deixei de fazer nas minhas férias. Como eu disse, não tenho nada com ele.

— Ele acha que tem.

— Bem, não tenho. De qualquer forma, Oliver tem alguém. Você deve tê-la conhecido, estava com ele no jantar, não estava?

— Ah... Miranda. — E o toque de esperança que Grace tivera, achando que Tom estava mentindo, evaporou. — Ela estava lá. Mas não parecia muito feliz.

— Não? Por quê? — A pulsação de Grace acelerou.

— Estava com raiva porque Oliver a deixou sentada e foi conversar no saguão do hotel com alguém. Foi onde o encontramos. Ele não parecia apressado para fi­car com ela.

— Mesmo? Por que diz isso? — Estava forçando as coisas, mas não podia evitar.

— Bem, quando Tom disse que gostaríamos de co­nhecê-la, Oliver ficou muito relutante.

— Ah.

Os lábios de Grace se apertaram, agora entendia. Claro que Oliver hesitaria em apresentar sua namorada ao irmão. Primeiro, por saber que Tom não perderia tempo em contar ter visto os dois juntos. E segundo, provavelmente mais importante, não confiava em seu irmão perto de uma mulher que amava.

— De qualquer modo, estou contente por esta con­versa — disse Gina e, pela primeira vez, que Grace lem­brasse, deu um sorriso brilhante. — Nos vemos amanhã, certo?

 

 



  

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