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CAPÍTULO SEIS



CAPÍTULO SEIS

 

Grace agradeceu à mulher lhe que mostrara o pequeno apartamento, dizendo que ia pensar. Mas, antes de subir os degraus do porão para a rua, já riscava outro possível endereço da lista. Além do mais, era uma das áreas mais pobres da cidade e, com bares em cada esquina, era im­provável que seria o silencioso santuário pelo qual an­siava.

Precisava sair da casa de Tom. Mesmo que signifi­casse mudar para Newcastle.

Ao mesmo tempo, estava ficando deprimida. Com o aluguel que podia pagar, as suas escolhas eram míni­mas. Se ao menos os pais de Tom estivessem em casa, ela podia morar com eles. Certamente, a sra. Ferreira entenderia a sua situação, agora que Sophie voltara a morar com a mãe.

Entrou em seu Mini, ligou o motor e se afastou da Byker Avenue. Só faltava um endereço, mas não hoje. Já passava das oito e Tom deveria estar imaginando onde estaria. As suas freqüentes desculpas da ginástica estavam ficando minguadas.

Para seu alívio, Tom não estava quando voltou. Um bilhete pregado na geladeira informava que ia jantar com seu gerente de banco e voltaria tarde. Grace estava aliviada — e impressionada —, embora suspeitasse da hospitalidade de Tom.

O telefone tocou enquanto estudava o conteúdo da geladeira. Atualmente, não cozinhava muito, algo que esperava mudar, quando tivesse o seu cantinho.

Pegando o fone de parede, prendeu-o entre o ombro e a orelha, tirando da geladeira, dois ovos e um pacote de queijo cheddar. Uma omelete de queijo parecia apetitosa, e na gaveta de verduras, havia um pé de alface.

— Sim — atendeu e o fone quase caiu ao ouvir uma voz profunda, vagamente familiar, dizendo: — Grace?

Oliver Ferreira. Nem sabia por que tinha tanta certe­za, céus, mal o conhecia. Mas, a sua voz profunda e atraente era inconfundível e ela pousou os ovos e o quei­jo, segurando o fone.

— Oi — respondeu, tentando parecer calma. — Mirim... Tom não está.

— Não? — Por que ele parecia saber? — Que pena.

— Posso deixar um bilhete para ele ligar, assim que voltar — ofereceu, não sabendo mais o que dizer.

— Não precisa. Falarei com ele em outra ocasião. — Houve uma longa pausa e depois, ele acrescentou sua­vemente: — Ele a deixou sozinha?

— Eu não colocaria as coisas assim — falou, ressen­tida com o tom de deboche dele. — Estou sozinha, sim, mas é como gosto.

— Que pena. — Ela ouviu um suspiro. — Eu ia per­guntar se gostaria de jantar comigo. Se ainda não jantou, claro.

— Eu... — Os ovos e o queijo na pia esperavam por ela, mas não conseguiu recusá-lo. Pelo menos, não com­pletamente. — Na verdade, ainda não jantei.

— Quer dizer que virá?

— Por que deseja jantar comigo, sr. Ferreira?

— Talvez eu queira explorar a minha atração por você — respondeu, secamente e Grace ficou totalmente embaraçada, lembrando do que dissera a ele na última vez em que tinham estado juntos.

— Eu... não acho.

— Não acha o quê? Que estou atraído por você ou que aceitará o meu convite?

— Os dois... acho.

— Por quê?

— Sabe a razão — Os ovos e o queijo pareciam ga­nhar um pouco de sua atenção. — Mas obrigada pelo convite. — E desligou o telefone.

Para seu desagrado, estava tremendo e, apesar da fome, guardou as coisas para a omelete de volta na gela­deira. Perdendo a vontade de cozinhar, pegou o pão en­rolado em plástico na cesta, para um sanduíche.

Ela machucou o dedo na tira de metal e o chupava, frustrada, quando a campainha soou. Agora o quê? Im­paciente, foi para a porta.

Sem pensar no risco que corria, enquanto estava so­zinha, destrancou e abriu a porta.

Oliver!

O nome dele saiu de seus lábios, quase sem perceber e por um momento, só conseguiu olhá-lo, como se não acreditasse. Piscou. Não fazia nem cinco minutos desde que desligara. Como podia estar aqui?

Estava. Ela só precisava sentir o formigamento fami­liar em sua pele, para saber que não estava imaginando coisas. De camisa preta, jeans preto e uma jaqueta preta de couro, ele parecia meio estranho, mas sabia ser ape­nas o seu sangue espanhol se mostrando.

— Realmente, não devia abrir a porta antes de ver quem é — declarou ele, esticando uma das mãos para se apoiar no umbral da porta. — Ou estava esperando al­guém?

— Acho que não é da sua conta — retrucou, retri­buindo a resposta dele, quando perguntara se ele queria uma família. Um leve sorriso lhe aflorou aos lábios fi­nos.

— Aceitarei isto como um não. — Ele pôs um pé no degrau. — Posso entrar? Não! Grace apertou os lábios. Como podia recusar? Não era a sua casa.

— Se quiser — respondeu, sem graça, virando no corredor.

Ela sabia que ele a seguia. Embora o som da porta ba­tendo devesse significar algo, ela só estava ciente dele, com todas as fibras de seu corpo. Se ele não fosse tão grande, perturbadoramente masculino, pensou, desejan­do que ele ficasse. Mas o que fazia aqui?

Ela parou no meio da cozinha, vendo o pão e a tira de metal que causara tanta dor e suspirou. Ia fazer um san­duíche, lembrou.

Ele parou à porta, encostando, estudando-a com os profundos olhos escuros.

— O que está fazendo?

Grace encolheu os ombros, pensando que gostaria de estar usando algo mais elegante, ao invés de camiseta e jeans. Certo, as calças jeans eram de corte baixo nos quadris e a camiseta curta exibia um tentador pedaço de sua barriga e a minúscula rosa tatuada, que fizera num momento de fraqueza, arrependida para sempre.

— O que parece? — respondeu, pegando uma faca da gaveta. — O que deseja?

— Parece que você está começando a fazer um san­duíche. Eu devia me sentir insultado? Parece que você prefere fazer um... sanduíche de queijo... do que jantar comigo.

— O que faz aqui, Oliver? Onde estava, quando me telefonou? No bar?

— Eu estava sentado no carro, no seu portão — con­fessou. — Pensei que era melhor telefonar, antes de aparecer.

— Para quê? — Grace se permitiu um rápido olhar na direção dele. — Claramente, você pretendia vir aqui.

— Bem... sim. Mas não gosto que me batam o telefo­ne. Você gosta?

— Não bati o telefone. De qualquer modo, Tom não está.

— Eu sei. Sabia antes de você dizer.

— Como sabia? Falou com ele?

— Não — Oliver hesitou um momento e depois dis­se: — O gerente do banco dele é meu amigo.

— Você arrumou esse encontro para ele?

— Não. George Green me contou que ia encontrar Tom para jantar.

— Por que ele contaria algo assim? — ela fitou-o. — Os assuntos dos clientes não devem ser confidenciais?

— Ele não fez qualquer confidencial, Grace. Nós dois estávamos numa reunião de planejamento, esta tarde. Ele mencionou o jantar com Tom.

— Então, quanto telefonou, sabia que Tom não esta­va?

— Parece.

Grace pousou a faca, apertando as mãos.

— Então, por que fingiu?

— Pelo que lembro, você disse que Tom não estava antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Eu continuei.

— Por que telefonou?

— Precisa perguntar? — Oliver afastou-se da porta, se endireitando. — Eu queria revê-la. Nos meus termos, não nos de Tom.

Grace sentiu a boca seca e, quando ele andou na sua direção, suave, mas seguro, não conseguiu evitar umedecer os lábios com a língua.

— É melhor você ir embora — falou, mas uma das mãos dele pegou-lhe o pulso e, antes dela terminar de falar, ergueu a mão dela aos lábios.

— Você não quer dizer isto — declarou, a língua explorando a sensível ramificação de veias da mão dela, mordiscando a pele suave. — Tão sensível — murmurou, rouco. — Não diga que não quer ver onde vai dar isto.

Grace sentiu que sabia exatamente aonde ia dar, se deixasse. Assim tão perto dele, era difícil pensar eis qualquer outra coisa, assolada pelo calor de sua proximidade, seu cheiro másculo. A certeza de que ele podia controlá-la tão facilmente devia assustá-la, mas não o fez.

Uma gota de suor correu entre seus seios e, mesmo ele não podendo ver, parecia que podia. A cabeça dele estava inclinada sobre seu pulso, e ela tremeu com seus pensamentos. Ele olhou para cima, com olhos que não pareciam ter qualquer luz, buscando o seu rosto desar­mado e um sorriso sensual suavizou os contornos duros do rosto dele.

— Está com frio? — Ele ergueu as sobrancelhas es­curas, e quando ela negou com a cabeça, ele continuou: — Acho que não — falou com certo prazer, passando uma mecha solta dos cabelos acobreados dela para trás da orelha. — Ainda quer que eu vá embora?

Grace tremeu.

— Você iria se eu pedisse?

— Não. Mas você não respondeu à pergunta.

— O que quer de mim, Oliver? Se é alguma brinca­deira para fazer ciúmes em seu irmão...

— Não é. — Os olhos dele escureceram. — Eu não seria tão estúpido. — Seus dedos tocaram o rosto dela, o polegar acariciando os lábios suaves. — Sei que não precisa que eu diga que é linda, mas você é, sabia? Lin­da de doer.

Grace moveu a cabeça para os dois lados, afastando os dedos dele de seu rosto.

— Não preciso de cumprimentos desnecessários — ralou, um pouco rouca. — Só quero saber por que está fazendo isto.

— Não está claro? — As mãos dele puxaram-na, apertando-a contra ele, num contato íntimo. — Isto não diz algo?

As pernas de Grace ficaram como gelatina ao primei­ro toque dele em seu corpo e uma dor incomum em seu estômago deixou-a fraca. Ele separou as pernas para que ela ficasse entre elas, a pesada pressão de sua ereção inegável.

Antes que a mente dela tivesse tempo de processar tal pensamento, Oliver se inclinou, roçando os lábios, sua­vemente, sobre os dela. A respiração que ela nem sabia que estava prendendo, escapou com um suspiro, en­quanto ele continuava a provocá-la e ela se encostou, os seios colando ansiosos no peito rijo dele.

Foi diferente de qualquer beijo que já experimentara. Ele não fazia força ou mostrava ansiedade, mas, quando mordeu levemente seu lábio inferior, ela sentiu-se der­reter.

Mal estava ciente das mãos dele deslizando pelos seus quadris e curva do bumbum. Só quando ele come­çou a acariciá-la, quando as pontas de seus dedos entra­ram na fenda suave no alto de suas pernas, ela se apertou contra ele. Sentiu um calor úmido latejar, sensual e po­deroso, e ele mal a tocara. Parecendo saber exatamente o que ela sentia, Oliver aprofundou o beijo, seus lábios se ajustando, quentes e firmes, nos dela.

O coração dela martelou, enquanto a língua dele in­vadia sua boca. Deixou escapar um gemido baixo, meio de protesto, meio de convite, o sangue correndo quente em suas veias. Ele a estava seduzindo com os lábios, foi o seu último pensamento coerente antes que uma estra­nha letargia a atingisse. Ele usava a língua, imitando o que queria fazer com qualquer outra parte de seu corpo e, quando mexeu os quadris contra os dela, instantanea­mente ela sentiu um calor quente, sexual.

— Quero você — disse ele sem fôlego, encostando-a contra a bancada atrás dela. A pressão do corpo dele a prendia lá, as mãos dele apoiando-o, enquanto continua­va a beijá-la profundamente nos lábios, rosto, a curva suave do pescoço. — Eu a quis na primeira vez em que a vi. Loucura, não?

Grace tremeu.

— Não acho que seja loucura. — Ela virou a cabeça para um lado, facilitando o acesso dele ao seu ombro. — Também fiquei atraída por você. Você sabe.

— Sei? — Ele olhou-a, observando sua reação quan­do suas mãos buscaram a bainha da camiseta, acarician­do suas costas. Os polegares tocaram as laterais dos seios, os olhos escurecendo quando descobriu que não usava sutiã. — Acho que estamos vestidos demais.

— Também acho — confessou ela, passando as mãos pela camisa dele, sentindo o forte pulsar do coração sob suas palmas.

— Devíamos ficar nus — murmurou ele, passando a língua preguiçosamente sobre o mamilo duro, clara­mente visível sob a camiseta dela, que tremeu. — Mas não estamos — continuou, resistindo aos esforços dela e usar sua jaqueta e afastando-se. — Não na casa do Tom. — Subitamente, ele pareceu desgostoso. — Não onde ele f... traz suas mulheres.

Grace se apoiou na bancada, fazendo força para colo­car as mãos atrás dela.

— Você... quer dizer, Sophie. — Tentava fazer sua mente assimilar as palavras.

— O que for — retrucou, mas, antes que ela pudesse perguntar algo, ambos ouviram o ruído de um carro.

— Tom — exclamou ela, esquecendo tudo com o choque da volta dele. Meio culpada, olhou para o reló­gio, arrumando a camiseta. — Ele voltou cedo, são ape­nas nove horas.

— Talvez a reunião não tenha ido tão bem quanto ele esperava — a expressão de Oliver endureceu. — Acho que é onde eu entro.

— O que quer dizer?

Grace ainda o olhava sem entender quando a chave de Tom mexeu na porta, que se fechou depois, com uma batida. Logo ela andava pelo corredor e, incapaz de fi­car ali parada, como Oliver, fingindo que nada aconte­cera, ela se virou, pegando novamente a faca, enquanto I Tom aparecia à porta.

A sua saudação ao irmão foi pouco amistosa.

— O que está fazendo aqui? — Olhou com suspeita para os dois e Grace pensou que, se ele ainda esperava conseguir algum apoio financeiro de Oliver, não estava agindo como devia.

— É, também é bom vê-lo — respondeu Oliver, se­camente e Grace o invejou pela presença de espírito.

— Bem... — O rosto de Tom endureceu, mas Grace percebeu que muito de sua raiva diminuíra, com a frieza do irmão. — Tive uma noite horrível.

— E me encontrar aqui não a melhorou? — sugeriu Oliver. — Não. Bem, não é minha culpa se entrou em confusão.

— Eu sei. Não precisa repetir. De qualquer modo, não disse por que está aqui. Mudou de idéia?

— Vontade sua — Oliver foi sarcástico. — Não, na verdade, eu sabia que você devia estar jantando com George Green e liguei para a srta. Lovell, para saber se queria jantar comigo. Ela recusou.

Em completa surpresa, as sobrancelhas de Tom se juntaram, mas Grace, encontrando o olhar enigmático de Oliver, sentiu um súbito frio de certeza de que o que acontecera nada significara para ele.

— É, Grace é muito seletiva quanto a com quem sai — declarou Tom, pensando que a decisão dela devia ter algo a ver com ele. Passou um braço possessivo pelos ombros dela. — Teve uma boa noite, meu bem? Foi à ginástica?

Grace não agüentava o toque dele, mas qualquer coi­sa era melhor do que deixar Oliver ver como se sentia humilhada.

— Foi... interessante — falou, afastando-se de Tom.

— Acho... que tomarei um banho. Estou me sentindo suja.

— Não é culpa minha — falou Oliver, enquanto ela largava a faca. — Eu o vejo mais tarde, Tom. — Sem dar chance a qualquer um dos dois de detê-lo, ele foi para a porta.

A porta mal fechara atrás dele quando Tom virou-se para Grace.

— O que houve aqui, Gracie? O que ele queria?

— Ele disse por que veio aqui. — Sentia raiva por ter sido novamente usada. — E não me chame de Gracie!

Não gosto.

— Ele convidou-a mesmo para jantar? Tem cora­gem!

— Por quê? — Grace estava disposta a discutir. — Por que não devia me convidar? Eu sou livre e ele tam­bém.

— Se fosse você, eu não deixaria Sophie ouvir isto. Ela ainda considera Oliver sua propriedade. Mesmo quando estava comigo, sempre queria saber dele, verifi­cando aonde ele ia, com quem dormia.

— Não me interessa — exclamou Grace, ignorando como seu estômago se apertou, ao ouvir falar de Oliver dormindo com alguém. — Não vou sair com ele, por­tanto, não importa se Sophie aprova ou desaprova. E vou mesmo tomar banho, certo?

Tom hesitou.

— Sabe, estou realmente satisfeito, que tenha recusa­do sair com Oliver, quero dizer. Você e eu... temos as­suntos pendentes.

— Tom...

— Não, não diga nada agora. Foi uma noite horrível e não vou agüentar mais rejeição. Não nesta noite.

Green se negou, sabia? Ele diz que sou bom só para uns cem. Onde vou conseguir o resto?

Grace percebeu que nã0 queria mais saber daquilo. Ficar depois de Sophie ter ido embora fora um erro e, se não tivesse cuidado, pagaria caro por aquilo.

Talvez ficasse menos enrolada se partisse logo. Tal­vez Tom percebesse que tinha de resolver sozinho os seus problemas. Ia arrumar um lugar para ela.

— Lamento. — Lamentava, talvez não pelos motivos que ele podia imaginar. Depois, movendo os ombros, ela acrescentou: — Olhe, estou pensando em tirar uns dias de folga. Meu pai sempre pede para ir passar uns dias com ele e sei que vai à casa no fim de semana, por duas semanas. Pensei em ir com eles, se estiver bem para você.

— Imagino que não posso detê-la, se é o quer. Mas vou sentir a sua falta.

— Também sentirei sua falta. Só ficarei fora uma se­mana — disse, se enganando por se sujeitar à chanta­gem emocional dele. — Quem sabe? Talvez... Oliver... — teve dificuldade de falar o nome dele. — Talvez ele mude de idéia.

— Não acredito — respondeu Tom, amargo, abrindo a geladeira para pegar uma cerveja. Grace aproveitou para se afastar e ir para a porta. Ele olhou-a, triste e pe­saroso. — Vá e divirta-se, Gracie. Você merece. Falare­mos quando você voltar.

 

 



  

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