Хелпикс

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Digitalização: Dores Cunha 3 страница



Catherine enfiou as unhas nas palmas das mã os.

— Eu nã o nadei, sra. Royal. — Era impossí vel chamá -la de Elizabeth, naquele instante. — Só fiquei apreciando Jared.

O rapaz foi andando na direç ã o da escada.

— Se me dã o licenç a...

— E o café? — A voz da madrasta seguiu-o, chorosa. Ele parou e olhou para baixo.

— Como alguma coisa depois. Peç a a Susie para me fazer um café com leite. Nã o estou com muita fome.

Elizabeth apertou os lá bios ao vê -lo desaparecer e foi com um esforç o evidente que se dirigiu educadamente à hó spede.

— Está com fome? Claro que deve estar. Nã o jantou ontem.

Catherine seguiu-a pelo saguã o até uma salinha pequena, inundada de sol, onde uma mesa redonda estava posta com uma toalha branca.

— Acho que estava mais cansada do que imaginei. Tomei um banho e nã o me lembro de mais nada.

Elizabeth sorriu.

— Nã o se incomode. É bom recuperar o sono o mais depressa possí vel. E nó s entendemos. Jared mandou uma empregada ver se estava bem.

— Obrigada. Muita bondade sua. — O que mais teria Jared lhe contado?

— Queremos que se sinta em casa nos pró ximos seis meses. Nó s... Jared e eu... queremos que descanse aqui.

Catherine nã o gostou muito daquele ”nó s”. Apesar de ser ó bvio que Elizabeth nã o era muito mais velha do que o enteado, culturalmente falando estavam em pó los opostos. Elizabeth tinha sido casada durante doze anos com um homem pelo menos vinte anos mais velho e Jared nunca tinha experimentado uma relaç ã o de compromisso total como essa.

No entanto, a madrasta falava como se fossem iguais, compartilhando um interesse comum.

Susie apareceu e Elizabeth disse a Catherine que pedisse o que quisesse. Ela já havia comido, mas ia tomar um cafezinho. Ficou por perto, enquanto a moç a comia frutas frescas, cereal e pã ezinhos com gelé ia de damasco. Catherine teria preferido ficar sozinha. Precisava de tempo’ para assimilar sua posiç ã o naquela casa. Mas a outra tinha resolvido dar informaç õ es sobre como funcionava a fazenda.

— Nó s criamos cavalos de raç a. Jared lhe contou? — Catherine sacudiu a cabeç a. — Temos tido muito sucesso. Você deve ter visto os cavalos no paddock.

Catherine pô s um pedaç o de pê ssego muito doce na boca e concordou, limpando os dedos melados no guardanapo.

— Vi os cavalos, mas nã o sabia. Pensei que Jared era pintor. Elizabeth deu uma risadinha.

— Ah, querida, ele pinta e muito bem. Mas os cavalos... eram o orgulho e a alegria do pai.

— Ah...

— Quando James — esse era o nome do pai de Jared — morreu, eu me encarreguei dos está bulos — Catherine notou que ela nã o dizia ”meu marido”. Temos um administrador muito eficiente, um irlandê s chamado Patrick Donovan, e fico contente em dizer que continuamos mantendo o alto padrã o dos cavalos Royal.

Catherine sorriu. Qualquer coisa que dissesse pareceria lugar comum. Gostava de cavalos e montava sempre quando era pequena, mas fazia tempo que nã o chegava perto de um animal, a nã o ser se contasse um camelo, em sua visita à Ará bia Saudita com o pai.

— Você monta, Catherine?

Era uma pergunta simples, mas a moç a percebeu que tinha outras implicaç õ es. Seria o tipo de pergunta que Elizabeth faria a uma moç a grá vida?

Resolvendo nã o deixar o carro passar na frente dos bois, escolheu a saí da mais fá cil.

— Nã o monto há anos. Já gostei de andar a cavalo.

— Entã o, precisamos arranjar um para você. É o ú nico modo de explorar a ilha. Vamos lhe arranjar uma companhia, també m. Dou uma festí nha amanhã e vou convidar um ou dois rapazes que sei que vã o ficar encantados com você.

— Nã o é preciso. Nã o precisa se incomodar comigo, sra. Royal.

— Elizabeth. E, eu sei, meu bem. Espero que nã o leve a mal, mas nã o quero que... torne as coisas difí ceis para Jared. — Continuou, antes que a hó spede pudesse interrompê -la: — Veja, por exemplo, hoje de manhã. Jared vai à praia quase todas as manhã s. É sua hora de retiro, entende? A hora em que ele pensa, quando recarrega as baterias. O trabalho dele é tã o exaustivo. Você deve entender. Precisa de tempo para ficar sozinho. Ningué m o aborrece!

— Sinto muito. — Nã o tinha muito o que falar. E nã o podia negar que ele nã o queria levá -la.

— Tenho certeza de que nã o foi por mal, meu bem. — Elizabeth podia se dar ao luxo de ser bondosa, agora que tinha explicado tudo direitinho.

— Mas você vai aprender que nessa casa nó s todos damos um desconto ao... digamos... ao temperamento artí stico dele.

Catherine acabou o café sem prazer. Depois de fazer seu pequeno discurso Elizabeth começ ou a se desculpar e dizer que tinha de ir cumprir suas tarefas.

— E você, faç a o que quiser, querida — levantou-se, tirando um grã ozinho invisí vel de pó da imaculada calç a de montaria. — Tome banho de sol, ou nade na piscina. A casa é sua. Jared com certeza, vai passar o resto do dia no estú dio, mas Laura chega ao meio-dia. Eu lhe mostraria as cocheiras, mas tenho que rever umas contas com o Donovan e receber um comprador à s onze.

— Tudo bem. — Catherine puxou a cadeira para trá s. — Nã o se incomode comigo. Posso me cuidar.

— Tenho certeza. — Havia um leve traç o de irritaç ã o na voz suave e sofisticada. — Bem, vejo você mais tarde.

— Obrigada.

Catherine nã o sabia por que estava agradecendo, mas deu um suspiro de alí vio quando Elizabeth a deixou, percebendo que sua gratidã o era por ser deixada a só s. Era ó bvio que, por alguma razã o, a outra achava que precisava esclarecer sua situaç ã o em termos muito objetivos. nã o deixando dú vidas de que Catherine era uma peç a insignificante no esquema geral das coisas.

 

 

                                 CAPÍ TULO IV

 

 

A manhã até que passou depressa. Catherine pegou os ó culos escuros no quarto e sentou-se numa das confortá veis espreguiç adeiras perto da piscina, tirando o jeans e a bata e passando ó leo na sua pele. Geralmente se queimava depressa e esperava nã o demorar muito para perder aquele tom desbotado, lembranç a do inverno inglê s.

Esticada na espreguiç adeira, com o sol diretamente sobre ela, sentiu-se bem, apesar do antagonismo disfarç ado em todas as coisas que Elizabeth lhe dissera. À s onze horas, Susie trouxe uma jarra cheia de suco de laranja gelado. A empregada sugeriu també m que nã o era bom ficar muito tempo exposta ao sol logo no primeiro dia e Catherine nã o fez objeç õ es, quando ela trouxe mais para perto um guarda-sol colorido para protegê -la.

Estava saboreando o segundo copo de laranjada, quando escutou barulho de saltos nos ladrilhos e se virou. Uma moç a vinha vindo em sua direç ã o. Era mais alta do que Elizabeth mas nã o tã o alta quanto ela, com cabelos escuros curtos e traç os serenos e bonitos. Usava um vestido sem alç as, estampado de amarelo e azul, que valorizava seu bronzeado. Catherine desconfiou imediatamente de que era Laura, noiva de Jared. Ergueu o corpo e procurou sua bata.

— Por favor, nã o se levante. — A voz de Laura era quente e amiga.

— Você está tã o bem! Deve ser Catherine, claro. Sou Laura. Laura Prentiss. Como vai?

— Sim, sou Catherine. Como vai?

Laura sentou-se na espreguiç adeira mais pró xima e puxou a saia sobre os joelhos.

— Bem-vinda a Barbados. Acha que vai gostar daqui?

— Claro que vou. Quem nã o gostaria?

— Sou suspeita. Sempre morei aqui e sempre quis morar. Quem nasceu em ilha nã o quer mais sair.

Catherine teve a tentaç ã o de dizer que os ingleses també m eram de uma ilha. mas achou rude e só sorriu e esperou que Laura continuasse.

— Sinto muito a morte de seu pai — acrescentou, simpá tica, e Catherine percebeu que era verdade.

— Seus pais moram aqui, Laura? — perguntou, depois de agradecer os pê sames.

— Moram! Mamã e nã o dá um passo fora daqui, nem para fé rias. Como diz ela, temos tudo aqui. Onde achar um lugar que tenha mais do que temos?

Catherine sabia de muitos lugares, mas ficou quieta.

— E você já viajou, Laura? — perguntou, educadamente, querendo que Elizabeth aparecesse para que ela pudesse escapar e ir se vestir.

— Fui aos Estados Unidos com papai, uma vez. E visitei outras ilhas, mas foi só. Frequentei a Escola de Bridgetown. Acho que ainda nã o esteve lá, nã o?

— Nã o. Cheguei ontem à tarde e estava tã o cansada que dormi a tarde e a noite inteiras.

— Entendo. É uma longa viagem. Eu nunca a faria, sozinha.

— Por que nã o?

Laura deu um sorriso infantil.

— Eu morreria de medo. Todo esse tempo sem conversar com ningué m e sem saber que diabo ia encontrar no fim da viagem! Acho que depois que Jared e eu casarmos vou ter que me acosturUar a viajar. Ele é sempre convidado a seminá rios nos Estados Unidos e à s vezes vai à Inglaterra. Sabe disso, nã o é? Foi assim que conheceu seu pai.

Catherine escutou passos, mas era Susie outra vez, que vinha saber se a srta. Prentiss queria café.

— A sra. Royal já vem — acrescentou para alegria de Catherine. — E

o sr. Royal també m vem vvindo o que nã o a agradava nada.

Catherine levantou-se imediatamente quando Jared apareceu, vindo do

pá tio. De calç a justa de gabardine e uma camisa de seda azul desabotoada no peito e com as mangas arregaç adas, estava bonito, e elegante. Passou os olhos por Catherine e ela percebeu seu desprezo, antes que sua expressã o se suavizasse para cumprimentar a noiva.

Os dois se beijaram. Observando-os, Catherine viu com uma certa satisfaç ã o que o beijo nã o era nada apaixonado.

— Catherine e eu está vamos batendo papo — disse Laura, segurando a mã o dele. — Trabalhou muito hoje de manhã, querido?

Antes que Jared pudesse responder, Catherine levantou-se.

— Se me desculpam, vou me vestir. — Trocou um sorriso com Laura. pegou suas coisas e saiu.

Ao entrar em casa, escutou Laura dizer.

— Ela nã o é um amor, Jared’? E sozinha no mundo!

Até entã o, isso nã o tinha ocorrido a Catherine. Nunca havia sido uma pessoa muito dependente e, depois da morte do pai, Tony sempre esteve por perto. Suspirou, batendo os pé s descalç os ao subir a escada. Jared i ia sem dú vida, tirar tais idé ias da cabeç a de Laura. Nesse ”momento, ele devia estar dizendo que a srta. Fulton podia ser tudo, menos ”um amor”.

Apesar de ter dito que ia desmanchar as malas, algué m o tinha feito na sua ausê ncia, dependurando suas coisas nos armá rios de cedro e arrumando seus perfumes e cosmé ticos numa prateleira.

Catherine passou algum tempo resolvendo o que vestir para o almoç o, e já era quase uma hora quando desceu, alta e elegante, num vestido sem costas de jé rsei combinando com a cor de seus olhos. Foi para o pá tio. mas a piscina estava deserta e sua entrada triunfal só foi testemunhada por um um passarinho que pulava nas mesas de vidro procurando migalhas.

Voltou para a casa e encontrou Lily na sala de almoç o.

— Está procurando o pessoal? — perguntou a criada. — Estã o tomando drinques na biblioteca. Sabe onde é?

Catherine balanç ou a cabeç a, e, com um sorriso de compreensã o, Liiy fez sinal para que a seguisse. No hall viraram em direç ã o a uma sala que a moç a ainda nã o conhecia. Portas duplas davam para uma sala recoberta de estantes cheias de livros. Viu Elizabeth e Laura sentadas juntas numa marquesa e Jared em pé diante da janela, olhando para fora.

Elizabeth foi a primeira a vê -la e se levantou, dizendo:

— Acabei de mandar Susie procurar você. Achamos que podia ter dormido de novo.

Laura també m se levantou, comentando:

— Que vestido bonito! É da cor das violetas africanas que mamã e cultiva em casa. Você já as viu, Jared? O vestido de Catherine nã o é da mesma cor? Jared virou-se com relutâ ncia e Catherine o encarou. Se já pensava o pior dela, seria divertido aumentar a antipatia. O que tinha a perder? Nã o acho que a srta. Fulton esteja interessada na minha opiniã o.

Laura.

Mas Catherine nã o concordou.

A gente sempre gosta de saber se está bem, Jared — respondeu docemente e foi recompensada com uma expressã o que se anuviava.

— Quer um drinque antes do almoç o?

A intervenç ã o de Elizabeth foi calma e deliberada, cortando qualquer ligaç ã o entre os dois e chamando a atenç ã o para si. Usava um vestido longo muito feminino.

Laura, que nã o tinha percebido nada, sugeriu:

— Tome um coquetel. Catherine. Jared fez cada um melhor do que o outro!

— Entã o, preciso experimentar.

— Vai querer mais um, Laura? — Elizabeth entregou a Catherine um copo cheio de cubos de gelo. — Acho que Lily deve estar nos esperando.

— Nã o, obrigada. Nã o posso beber muito hoje. Você vai assistir, nã o vai. Jared?

Catherine bebericou o coquetel, pensativa. Estava delicioso como Laura dizia. Esperava por rum, mas nã o era. Uí sque e suco de laranja e mais alguma coisa...

— Mas. Jared, você prometeu!

Percebendo que estava fora da conversa, Catherine tentou ver o que acontecia.

— Jared tem aquela encomenda para acabar — lembrou Elizabeth. Sabe que ele nã o pode passar uma tarde inteira...

— Mas é só uma vez por outra E é a primeira vez que chego à s semi-finais!

Catherine franziu a testa. As semi-finais de quê? Por que Laura Precisava estar em forma? Ia nadar? Mergulhar, talvez? Montar? Parece que gostavam muito de cavalos por ali.

— Talvez Catherine queira ir assistir, Laura. — Era Elizabeth outra vez, e Catherine levantou as sobrancelhas, perdida — Gosta de té nis, nã o gosta?

— Eu... bem... à s vezes.

— Sã o as finais do torneio do clube — explicou Laura, desapontada.

— Organizamos um torneio todos os anos e essa é a primeira vez que vou tã o longe.

— Que ó timo! — Catherine tentou parecer entusiasmada. Olhou para Jared, ató nita por se achar na posiç ã o de ter que defender sua noiva. —

você, nã o vai?

— Jared está trabalhando... — começ ou Elizabeth, mas ela interrompeu.

— Ele nã o pode falar por si pró prio’?

— Ah, por favor! — Era Laura, corada de vergonha. Estava ó bvio agora o motivo pelo qual Elizabeth nã o fazia nenhuma objeç ã o a Laura como futura mulher de seu enteado. Os-dois juntos reduziam a moç a a um zero à esquerda.

— É verdade. — ” Jared nã o queria se explicar, mas nã o tenha escapató ria. — Tenho que trabalhar hoje. Sinto muito, nã o posso fazer nada.

— Mas teve tempo de ir à praia hoje de manhã! — reprovou Catherine.

Seu tom de acusaç ã o fez com que Elizabeth prendesse o fô lego e Jared se irritasse.

— Tive, sim.

— Nã o tem importâ ncia!

Era Laura de novo, e dessa vez Catherine desistiu. Se a noiva aceita a situaç ã o, por que ela haveria de se preocupar? Assim mesmo, achou que ao tomar o partido de Laura tinha conseguido antagonizar Elizabeth ainda. Foi um alí vio quando o almoç o foi anunciado.

Almoç aram em silê ncio. Jared estava quieto e distante; Elizabeth, fria crí tica; e Laura, muito infeliz entre os dois. Catherine ficou irritada com a humildade da moç a e estava louca para fugir para o quarto. Comeu sem prazer nenhum, concentrada no que acontecia à sua volta, admirando a mobí lia de madeira escura e as paredes forradas de um papel adamascado. Havia um lustre baixo de cristal, suspenso sobre a mesa polida. Mas achou que em ocasiõ es especiais com certeza acenderiam um par de candelabros de prata sobre o bufe. Podia imaginar a luz das

velas retletida nas superfí cies escuras, chamando atenç ã o sobre o retrato na parede.

ficou olhando a pintura do rosto de uma mulher, um pouco mais velha do que Elizabeth, de cabelos escuros, usando um vestido de gaze, um colar de pé rolas, e muito parecida com Jared. Seria a mã e dele? E se fosse, quem o teria pintado? Seu pai lhe contara que a mã e de Jared tinha morrido quando ele era adolescente, de modo que nã o podia ser ele o pintor. Mas era um quadro bom.

Quando voltou a prestar atenç ã o na mesa, percebeu que Jared observara seu interesse.

Mas Elizabeth nã o tinha desistido dela ainda.

— Acho que seria uma boa idé ia ir até o clube com Laura, Catherine. Ainda havia uma certa frieza em sua voz, mas Laura viu aquilo como a quebra do gelo.

— Isso mesmo, Catherine, por que nã o vem junto? — pediu, contente com qualquer coisa que ajudasse a romper a tensã o. — Trouxe as raquetes comigo e vou direto daqui para o clube.

Catherine apertou as mã os com forç a. Nã o tinha saí da e sabia disso. Levantou a cabeç a e viu os olhos de Jared postos nela, entre divertido e malicioso, e teve vontade de matá -lo.

— Vai encontrar mais gente jovem. Jared e eu temos que trabalhar hoje à tarde e você vai se chatear ficando aqui sozinha.

Quase disse que ela mesma era o melhor juiz para saber o que a chateava ou nã o. Mas, apesar de desprezar Elizabeth, nã o podia ofendê -la.

— Onde é o torneio? — perguntou, resignada, sabendo que estava dando o primeiro passo e quê nã o podia voltar atrá s.

— No Té nis Clube da Praia de Alora — respondeu Laura. — É a meia hora daqui. Um lugar bá rbaro! Pode jogar té nis ou squash ou nadar. E ’em uma piscina de crianç as é a sede do clube.

Catherine pensou que era exatamente o lugar que preteria evitar e, pela Primeira vez, sentiu certa simpatia por Jared. Nã o sabia por quê, mas achava que ele també m nã o gostaria daquele tipo de lugar estereotipado.

— Você vem, entã o? — Laura implorou, e Catherine cedeu.

— Eu... está bem.

— Que ó timo!

Laura parecia felicí ssima e até Elizabeth amansou.

— Você vai gostar. — E deu uma olhada para Jared que Catherine interpretou como vitó ria.

Afinal de contas nã o foi uma tarde desagradá vel.

O clube de té nis nã o era o que tinha imaginado. Situado na costa sul da fazenda Royal, sua sede se espalhava por vá rios alqueires. Havia muitos carros estacionados dentro dos portõ es de ferro e caminhos pavimentados que levavam à s piscinas, junto da praia e da sede em estilo colonial.

As partidas finais do torneio de té nis nã o começ ariam até à s quatro horas e Laura apresentou Catherine a um grupo de jovens sentados junto à piscina.

Laura foi recebida calorosamente, mas era evidente pelos olhares curiosos que todo mundo queria saber por onde andava Jared.

— Ele nã o vem — explicou a moç a, sem dú vida querendo acabar com as explicaç õ es o mais depressa possí vel, e acabou com as censuras deles de ”Que monstro! ” e ”Que pena! ”, com a afirmativa de que seu trabalho era mais importante do que um jogo de té nis.

Olhando-a, Catherine percebeu que ela realmente dizia a verdade, um fato que teria agradado demais a Elizabeth Royal.

Enquanto Laura desculpava Jared, um homem bonito, de cabelos castanhos e os olhos mais azuis que Catherine já vira, levantou-se e ofereceu seu lugar. Ela agradeceu e aceitou. O homem, que estava de calç ã o, sentou-se no chã o a seu lado e olhando para cima, disse:

— Vai ficar muito tempo em Barbados, Catherine?

— Mais ou menos uns seis meses. Nã o me lembro do seu nome.

desculpe.

— John. John Dexter. Você veio da Inglaterra?.

— Vim De Londres. Estou com os Royal.

— Soubemos que você vinha. Laura nos contou. Catherine abanou-se com uma das mã os.

— Nã o está quente? John sacudiu a cabeç a.

— Nã o demais. Devia mergulhar na piscina para refrescar. É o que estou fazendo.

— Eu gostaria muito, mas nã o trouxe maio.

— Posso emprestar um. — Laura tinha escutado o fim da conversa. Quer nadar, Catherine?

— Ora, por que nã o?

Laura sorriu.

— Venha, entã o. Tenho um armá rio na sede onde guardo minhas coisas. vou mostrar a você onde pode trocar de roupa.

— vou esperar! — A promessa de John, em voz alta, as alcanç ou até dentro da sede.

Parece que você já fez uma conquista — comentou Laura. — Mas nã o o leve muito a sé rio’ viu? Ele é um conquistador de marca maior!

— vou tentar — murmurou Catherine, mas a outra nã o percebeu o sarcasmo.

com vá rios rapazes competindo com John por sua atenç ã o, nã o foi difí cil se convencer de que tinha sido bom ter vindo.

Infelizmente, Laura perdeu nas semi-finais, mas a moç a que ganhou dela foi a primeira colocada, o que a consolou um pouco. Voltaram para Amaryllis quase à noite. Ao chegarem, Catherine deixou-a contando tudo que havia acontecido para o futuro marido e a madrasta e foi procurar o bendito isolamento de seu quarto.

O jantar foi sem graç a. Só Elizabeth jantou com ela na sala iluminada por lâ mpadas mais suaves do que as do lustre. Quando perguntou onde estava Jared, ouviu a explicaç ã o irritada de que tinha saí do para jantar com os futuros sogros.

Depois do dia cheio de novidades, Catherine dormiu profundamente e se levantou à s oito horas. Saiu da cama e foi para o banheiro, pensando se Jared teria ido à praia para o surf.

Vestiu uma bermuda e um bustiê e desceu, ansiosa para continuar a se dourar no sossego da piscina.

Elizabeth estava sozinha na sala de almoç o, estudando a pá gina financeira do jornal local. Esforç ou-se para dar um sorriso quando a hó spede apareceu, observando-a com as sobrancelhas arqueadas. Usava outra vez calç a de montaria, que pelo jeito era seu uniforme de trabalho.

— bom dia — disse a Catherine, que vinha vindo se sentar à mesa. Você está muito bem.

Foi um comentá rio ambí guo, e a moç a percebeu que era a primeira vez que Elizabeth a via numa roupa tã o sumá ria. Estaria imaginando ou a outra olhava fixamente para sua barriga exposta ao sol? Será que Jared já tinha lhe contado sobre sua suposta gravidez?

— É outro dia maravilhoso — disse Catherine, sorrindo para Susie que tinha vindo perguntar o que ela queria. — Só torradas e café por favor.

Elizabeth dobrou o jornal.

— Estamos com sorte. O tempo está ó timo.

Catherine descansou os cotovelos na mesa, apoiou o queixo nas mã os e sorriu, concordando. Fez-se um silê ncio constrangedor e ela comentou:

— Nem acredito que é fevereiro. Só alguns quiló metros, e que diferenç a!

— É. — Elizabeth acabou o café e empurrou a xí cara. — Sinto muito, mas nã o vou poder lhe mostrar os está bulos hoje. Tinha me esquecido de que vamos dar um jantar e ainda preciso ir a Bridgetown mais tarde. Marquei cabeleireiro para as trê s. Se incomoda de ficar sozinha?

— Claro que nã o. — Catherine até gostava da oportunidade de ficar só.

— O que quero dizer é que... — Aparentemente, Elizabeth ainda nã o estava satisfeita com as explicaç õ es. — Você nã o... vai amolar Jared, nã o é, Catherine? Ele tem que trabalhar. Sei que nã o está aqui, no momento.

— Foi para a praia?

— Espero que sim. — Elizabeth nã o aprovava os modos atrevidos dela. — Já lhe expliquei isso, Catherine.

— Ah. já, sim! — Arregalou os olhos inocente. — E eu entendi. Nã o se preocupe, sra. Royal. vou só me sentar ao lado da piscina e fazer o possí vel para nã o aborrecer ningué m.

Elizabeth levantou-se e arrumou a cadeira.

— Se me der licenç a...

— Pois nã o. E nã o trabalhe demais.

Catherine acabou o café da manhã sozinha e saiu. A piscina parecia convidativa, mas resolveu fazer a digestã o primeiro. Tirou os ó culos dos bolsos, descalç ou as sandá lias e esticou-se na espreguiç adeira.

Estava lá há meia hora mais ou menos, pensando em entrar para pegar um ó leo protetor para passar nas pernas, quando um homem veio andando até o pá tio. Os pé s calç ados de botas faziam barulho nas lajotas, e ela abriu os olhos, surpresa ao vê -lo muito perto.

Endireitou-se, tirou os ó culos escuros e perguntou:

— Posso ajudar em alguma coisa?

O homem riu. Era um pouco mais alto do que o normal, forte, com cabelos grisalhos e rosto atraente, queimado de sol. Com botas, calç a de montaria, e uma leve camisa de algodã o aberta no peito, parecia um fazendeiro antigo, mas ela nã o tinha idé ia de quem era ele.

Deve ser a srta. Fulton. — aproximou-se mancando um pouco.

— a pronú ncia era inconfundí vel e Catherine lembrou-se. Ah, é o sr. Donovan. Está procurando Elizabeth? Certo. Ela está por perto? Nã o sei. Pensei que estava nos está bulos. Donovan suspirou.

Droga! Queria perguntar a ela se o comprador de ontem vai voltar hoje.

— Ah. acho que nã o! Parece que ela quer ir a Bridgetown e vai ao cabeleireiro à tarde, por causa do jantar de hoje.

— Ah! — Donovan franziu a’testa e mudou de assunto. — Como está se sentindo em Amaryllis? Catherine deu de ombros. — Muito bem. — Nã o está — É, nã o diria tanto. Trabalha aqui há muito tempo?

— Uns dez anos, mais ou menos.

— Entã o, conheceu o pai de Jared? — Conheci. Ele me empregou.

Catherine pegou os ó culos e começ ou a brincar com eles.

— Jared... se parece com o pai?

— Jared? — Donovan olhou-a enviezado, e ela ficou pensando se nã o estava sendo indiscreta. — O que quer dizer?

— Se ele é um bom patrã o.

— Espera que eu lhe diga mesmo? — Donovan riu. — O melhor do mundo!

— Por que diz isso?

— Porque nunca se mete nos negó cios.

— E você nã o se importa?

— Por que me importaria? É muito esperto quanto ao aspecto econó mico e financeiro. Quer bons lucros para seus investimentos, mas deixa a administraç ã o dos está bulos para mim.

— E Elizabeth?

— Pergunta demais, nã o? Catherine abaixou a cabeç a.

— Sinto muito, mas é a primeira pessoa que encontro aqui, desde que cheguei. a quem posso fazer umas perguntas.

Donovan olhou-a com simpatia.

— vou tomar isso como um elogio. Para falar com franqueza, a sra. Royal tem boa cabeç a para negó cios. Deixo a papelada para ela. Vende e compra, e nó s dois vamos a leilõ es de cavalos.

— Parece interessante.

— E é, quando se gosta de cavalos. E eu adoro. Cresci numa fazenda na Irlanda onde criavam puros-sangues e nunca me esqueci-da emoç ã o quando meu pai me colocou em cima de um cavalo pela primeira vez. Eu devia ter uns trê s anos, mas aquilo ficou na minha cabeç a, sabe o que quero dizer? Ei, talvez queira Ver nosso campeã o, Chartreuse! Ganha todas as corridas em que entra, incluindo o Derby de Kentucky. Foi um dia de muito orgulho! — Sacudiu a cabeç a, lembrando-se. — Mas agora usa suas energias em outra direç ã o!



  

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