Хелпикс

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CAPÍTULO III 7 страница



— Venha comigo — ele disse para Fenny. — O garoto ficará feliz de brincar conosco, e eu gostaria que você o conhecesse melhor.

Quase disse que sim, mas sentiu novamente o olhar desconfiado que a babá lhe dirigia e mudou de idé ia.

— Estou um pouco cansada. Vou ficar aqui sentada um pouco mais e desfrutar a minha solidã o.

— Se é assim que você quer... — Inclinou-se para ela e, na frente daquela garota, beijou de leve seu rosto. — Sonhe com Atenas e com os momentos agradá veis que passaremos juntos. Até mais tarde,

Saiu com a babá do filho, e Fenny ficou sozinha com o pensamento confuso de que Zonar e ela estavam se metendo, quase inevitavelmente, numa intimidade perigosa. Os dois estavam sozinhos... tinham ambas perdido algué m que significava muito. Dos jardins cheios de sombras vinha um aroma agradá vel de uvas e o canto das cigarras. Estava tudo muito calmo, em contraste com seus sentimentos. Foi tocada pela beleza da noite, mas de forma diferente, como se nunca mais fosse se emocionar com coisa alguma. Bem distante, no mar, divisava as lanternas dos barcos pesqueiros, as luzes eram para atrair os peixes.

Havia beleza em viver, mas havia crueldade també m e jurou a si mesma nunca mais permitir que seu coraç ã o a levasse a sentir aquele ê xtase e dor.

Levantou-se e saiu do terraç o, dirigindo-se para seu apartamento na torre. Quando chegou ao corredor, encontrou Kassandra, rodando no escuro. A mulher cumprimentou-a, baixinho, depois, acompanhou-a à sala da suí te.

— Está parecendo bem melhor — disse. — Mas tenho estado triste por você, pois ouvi dizer que chamou por seu marido e ele nã o veio.

— Nunca mais vou chamá -lo novamente, Kassandra, e nã o pretendo ficar aqui. — Fenny encontrou os olhos da velha num espelho da parede. — Isso tinha que acontecer, e você sabia. Você viu na minha mã o, na noite em que cheguei aqui. Entã o, eu era uma estranha na Gré cia e nã o acreditava em tais coisas, mas nunca mais serei cé tica. Aprendi como é perigoso desafiar os deuses.

— A kyria vai permitir que eu leia sua mã o outra vez?

— Nã o! — Fenny escondeu as mã os atrá s do corpo. —Já sei o futuro por mim mesma e eu... eu simplesmente nã o suportaria ter certeza. Esqueç a isso. Deixe que eu aprenda a esquecer.

— Como a kyria quiser. — Kassandra olhou firmemente para Fenny, de um jeito estranho. — Perigo, amor, fidelidade, esses sã o os fogos do espí rito, você sabe. Eles nos erguem e nos destroem, e devemos ter coragem para enfrentá -los.

— Acho que minha coragem desapareceu. Nã o posso suportar mais...

— Entã o vai embora, kyria?

— Vou. Logo.

— Com o irmã o do senhor?

— Sim.

— Entã o, Deus que os ajude!

Kassandra virou-se e saiu do quarto, fechando a porta com um barulho que mexeu com os nervos de Fenny. Oh, Deus, será que pensavam que era feita de pedra para suportar tudo aquilo? Ela nã o era grega. Nã o estava acostumada com o tipo de resistê ncia deles, porque sua idé ia de casamento era um ombro muito forte, protetor e firme para achar forç a. Nã o tinha nada disso, e nã o podia encarar o futuro assim.

Escondeu o rosto nas almofadas do divã, apertou-as, até que sentiu os dedos doerem. Nã o conseguiria encarar Lion e queria ir embora do castelo antes que ele voltasse. Já pagara bem caro por se casar com ele no lugar da prima.

Combinaram ir para o continente e Zonar reservou quartos para eles no Hotel Achilles, no centro de Atenas, com vista para a Acró pole.

Entã o, veio a mudanç a de planos para Adelina, que recebeu a notí cia de que o pai nã o estava muito bem e desejava vê -la. Como era a ú nica filha, Adelina decidiu ir imediatamente, arrumou as malas e foi na lancha que tinha sido enviada para buscá -la, acenando dramaticamente para o marido, que ficou na praia, com o olhar meio perdido.

— Pobre Lina — ele disse, balanç ando a cabeç a. — Estava morrendo de vontade de fazer compras. — Demetre olhoupara o irmã o. — Você vai adiar o passeio, nã o vai? Fenella nã o terá acompanhante. Entã o, por que nã o esperam a volta da minha Lina? Ela nã o vai demorar muito, será uma visita curta. Disse o nome de Fenny muito cerimoniosamente, ainda obstinado em nã o aceitá -la. Talvez porque seu irmã o gê meo, sem dú vida alguma, gostava dela.

— Nã o, nã o há necessidade de adiar a viagem, porque Adelina poderá se juntar a nó s, assim que voltar. — Zonar olhou diretamente para Fenny, — Você gostaria muito de conhecer Atenas, nã o é verdade?

— Muito — falou, como se o desafiasse. — A nã o ser que ache que devemos esperá -la para viajar. Depende de você!

— Nã o vejo nenhuma razã o real para esperar. Você precisa de umas fé rias para se recuperar do acidente.

— Acho que você devia adiar isso — o irmã o insistiu. — Seja razoá vel, Zonar, Fenella nã o é sua esposa! Ela pertence a Lion!

Agora, ele dizia aquilo. Mas sabia que nunca tinha pertencido a Lion no bom sentido da palavra. Demetre foi o primeiro a entender isso, quando a chamou de intrusa.

— Zonar está certo — disse, olhando para o outro cunhado. — Preciso urgentemente fugir desta ilha e das recordaç õ es. Quero ir para Atenas mais do que tudo no mundo. e poderei ir sozinha, se você achar que a famí lia ficará ofendida se eu for com Zonar.

Demetre franziu a testa.

— Lion tem um bom nome e deve ser preservado. Nã o é direito a esposa dele sair com outro homem. Você nã o acha que já atrapalhou muito a vida de Lion?

— Oh, sim, estou bem consciente do que fiz com ele, Demetre, mas, o que os olhos nã o vê em o coraç ã o nã o sente. Vou para Atenas sozinha ou acompanhada, mas vou.

— Nã o, nã o tem nada de você ir sozinha, Fenella — Zonar interrompeu. — Nó s dois somos bastante adultos, e para o diabo com a pessoal desta casa e com o que poderã o pensar. Iremos amanhã, como tinha sido combinado. E tem mais: você nã o precisa ficar dando satisfaç õ es a ningué m.

— Lion nã o vai gostar nada disso — Demetre advertiu. — Sabe que temperamento ele tem, Zonar, quando alguma coisao deixa zangado. Como esposa dele, aqui é o lugar de Fenella, e ela precisa estar em casa, para explicar o caso do acidente.

— Verdade, mano? Por acaso ele estava aqui, quando ela se atormentou por ter perdido o filho dele? Estava ao lado dela para lhe oferecer conforto e carinho? Fui eu que fiz tudo, e agora serei eu quem vai levá -la onde as luzes sã o claras e onde há mú sica. Será assunto meu fazê -la sentir-se feliz novamente, e estou pouco me importando com o que você ou qualquer outra pessoa possam pensar. Ela é uma mulher encantadora, que merece ser feliz, e farei tudo para ajudá -la.

Zonar estava vermelho de raiva e nã o conseguia se controlar.

— Quando Lion chegar, ele que fique bravo comigo, que me ofenda, que me bata, que faç a o que quiser. Mas nã o com a garota que o ama tanto. Olhe para ela, Demetre! É apenas uma garota fraca e vulnerá vel como a sua Adelina, e a ú nica coisa que quer é ser protegida. Para o inferno com o bom nome de Lion! Para o inferno com ele! Vamos supor que esteja com aquela loura artificial e exibicionista... Isso prova que prefere qualquer mulher à esposa.

— Por favor! — Fenny segurou o braç o dele, sentindo os nervos à flor da pele, — Por favor, nã o discuta com Demetre por minha causa. Ele está preocupado com Adelina, e, alé m disso, nã o me aceita e nã o gosta de mim. Pare com isso! Você é um bom rapaz, e nã o deve dizer coisas de que mais tarde poderá se arrepender. Há coisas que nunca devem ser ditas. Portanto, nã o fale tanto assim e nã o mande ningué m para o inferno. O inferno nã o é um lugar agradá vel para estar, eu sei!

Zonar baixou os olhos castanhos para Fenny. Depois, os mú sculos de seu rosto relaxaram e um sorriso curto surgiu em seus lá bios.

— Por que nó s estamos nos preocupando com os outros?

— Porque nã o somos completamente egoí stas.

— Mas ainda vamos para Atenas... juntos?

— Sim — ela falou, com uma ponta de fatalismo. — Vou deixar acontecer. Meu rosto estará exposto, Zonar, e nã o coberto por um vé u.

— Você s dois... — Demetre começ ou — você s vã o fazer a pró pria infelicidade e a de outros també m. Nã o entendem isso?

— Eu me recuso a pensar em qualquer coisa, alé m dodia de amanhã. Você nã o entende, mano, porque a paixã o nã o é a sua cruz. Você tem o que lhe serve, mas Fenella e eu precisamos ir à procura da nossa estrela.

Enquanto voltavam para o castelo, Fenny olhou para a imponente casa branca, com seus ní veis de telhados e sua torre como um minarete turco. Lá em cima, naquela torre, tinha sido uma prisioneira de seu amor por Lion. A escrava dele, uma barganha que agora estava acabada. Se algué m faz algo para ser magoado, parece nã o haver nenhuma forma de evitar o sofrimento.

Quando entraram no castelo, o cé u sobre eles tinha tons escuros e selvagens e a ressaca do mar atirava areia no calç adã o de pedra.

Voaram para Atenas no helicó ptero e se hospedaram no Hotel Achilles, separando-se na porta dos quartos com o sorriso conspirador de duas pessoas no limiar de uma descoberta. Fenny suspeitava de que nenhum deles estava consciente do que aquilo poderia lhes causar, mas, por hora, estavam felizes. Como duas crianç as que tivessem escapado das garras do cruel guardiã o.

Nos dias seguintes, dias encantadores, visitaram quase toda Atenas e Fenny conheceu os lugares que apenas um verdadeiro grego podia conhecer tã o bem. Zonar deixou de lado a parte turí stica e levou-a a pequenas lojas fascinantes no velho bairro turco, com seus trabalhos feitos em cobre, tapeç arias, sapatarias e fá bricas de seda. Negociaram um corte de seda com um turco velho. No fim, ele mostrou os dentes num sorriso e falou em turco com Zonar. Minutos depois, Fenny estava feliz com sua bonita seda.

— O que foi que ele disse? — perguntou, quando saí ram da loja. Zonar olhou-a e riu.

— Ele disse que a seda combina com o seu cabelo e que daria um belo traje de dormir para uma houri. Ele viu a alianç a no seu dedo e me tomou por seu marido.

Fenny olhou para a mã o e encheu-se de surpresa porque, em nenhum momento, lhe passara pela cabeç a tirar a alianç a. Agora estava na hora... mas nã o o fez. Sabia, no fundo do coraç ã o, que só tiraria a alianç a de Lion quando sua memó ria e seu corpo nã o se lembrassem mais dele.

Caminharam sob o sol da tarde e subiram ao ponto mais alto da cidade, onde ficaram à sombra das colunas do templo dedicado à deusa-virgem, Atena.

Fenny percebeu como as turistas olhavam para Zonar. Nã o havia dú vida de que os gregos exerciam um fascí nio selvagem sobre elas. Sorriu para ele e deixou que a ajudasse a descer os degraus, até onde uma velha vendia nozes, pistache e passas.

Os olhos de Zonar passearam sobre ela, enquanto caminhavam, comendo nozes. Fenny usava um elegante vestido verde-mata e parecia flutuar ao sol,

— O sol grego se perde em seu cabelo — Zonar disse. — Agora, sua pele é um mel suave, e as tristezas parecem ter desaparecido de seus olhos. Gostaria de poder gritar para o mundo inteiro que você é minha. As pessoas olham para nó s e pensam isso. Mas é verdade, Fenella?

— Eu nã o... nã o sei. Já nã o é suficiente o que estamos vivendo agora?

— Você quer que seja suficiente... por enquanto?

— Por favor, Zonar. Esses dias despreocupados com você tê m me ajudado muito. Estou muito grata.

— Gratidã o? — Seu sorriso era cí nico. — Nunca pensei que um dia eu chegasse a ouvir essa palavra prosaica! Se nã o for cuidadosa, pequena, conseguirá fazer de mim um bom rapaz.

— Você já é um bom rapaz.

— Sim, acho que devo ser. Esta é a primeira vez que levo uma garota para umas fé rias platô nicas.

— Mas você está gostando das fé rias, nã o está? Deve ser uma coisa diferente para você també m.

Ele caiu na risada.

— O que é, Fenny? Tem vergonha de estar comigo?

— Nã o. Nã o, realmente. — Ao dizer isso, lembrou-se de como fora tí mida e como ficara envergonhada com Lion. Um simples olhar tinha sido suficiente para fazê -la ficar vermelha dos pé s à cabeç a. — Sinto-me bem com você, Zonar, no melhor sentido da palavra. Você é a pessoa em quem mais confio, o melhor homem que já encontrei. Nã o está com saudade do seu filhinho?

— Um pouco. É um amor de crianç a, nã o acha? Tem os mesmos olhos da mã e. Ela era uma criatura encantadora, sabe? Alé m disso, muito boa para mim. Eu... eu muitas vezes lhe dei motivos para nã o confiar em mim. Ao contrá rio de Lion e Demetre, eu nasci aventureiro. Meus dois irmã os sã o o que você pode chamar de homens de uma mulher só. Fenny baixou os olhos. Pensou em Penela e pediu a Deus para que a prima merecesse o amor que Lion lhe dedicava.

— Hoje à noite, iremos danç ar — Zonar anunciou. — Fiquei sabendo que todas as sextas-feiras há bailes no salã o do hotel. Bailes à fantasia. Esta tarde, vamos a alguma loja de aluguel para escolher nossas fantasias. Está entusiasmada?

— Oh, sim, claro, vamos nos divertir a valer. Nunca usei uma má scara... — Parou imediatamente, pois se lembrou do vé u antigo que usara no casamento, escondendo o rosto de Lion.

— Nã o pense mais nisso! — Zonar acariciou as mã os dela. — Todos nó s; uma vez na vida, fazemos uma loucura, e nã o podemos continuar sendo punidos. Nã o permitirei que isso aconteç a com você! Ande, termine suas nozes, e vamos procurar nossas fantasias.

Naquela noite, o salã o do hotel estava enfeitado com balõ es e lampiõ es e havia mú sica tocada por uma orquestra grega.

A fantasia de Fenny era muito bonita, com um pequeno boné de abas, um bolero de veludo, uma blusa de seda com mangas compridas bordadas e saia rodada de veludo. Zonar usava uma calç a preta justa, uma camisa de seda franzida e um gorro com pompom na ponta. Parecia uma mistura de pierrô e pirata.

De braç o com ele, Fenny ria e sentia que tinha encontrado um pouco de esquecimento. Até que algué m pousou a mã o nas costas de Zonar.

— Estou atrapalhando? — disse uma voz inconfundí vel. Fenny olhou fixamente para os olhos do homem, olhosdourados de leã o faiscando atravé s da abertura estreita da má scara negra.

— Permite? — perguntou Lion, tomando-a pela mã o. Ela percebeu que Zonar ficou tenso, mas depois, sem umapalavra, deixou-a nos braç os do irmã o. Rapidamente, seus olhos encontraram os de Fenny e todo o riso desapareceu do rosto dos dois. Inclinou a cabeç a, daquela forma irô nica e cavalheiresca, e afastou-se.

Os braç os fortes rodearam Fenny, que sentiu as pernas bambas.

— Eu... eu nã o consigo danç ar — disse debilmente. — Por favor, leve-me para fora.

Ele concordou e guiou-a, sempre abraç ando sua cintura. Lá fora, no terraç o, ela se agarrou na pedra fria do parapeito e rezou para nã o desmaiar.

— Deixei você chocada? — ele perguntou, tirando a má scara.

— Como foi que conseguiu me achar? — Um pouco de sua firmeza começ ava a voltar, mas o coraç ã o traidor batia desesperadamente. Como ele era alto e como estava bonito, tã o bronzeado.

— Fui informado de que você estava aqui com Zonar. Que tinha fugido com ele.

— Foi Demetre quem contou?

— Demetre é muito apegado ao gê meo para ser desleal e negou saber o que estava acontecendo. Tive que perguntar a todos, arrancar informaç õ es, e acabei descobrindo que você tinha vindo para Atenas com meu irmã o para se divertirem.

— Você falou com a babá de Alekos, nã o foi? Ou ela, voluntariamente, resolveu contar os detalhes escandalosos?

— Sã o escandalosos? — Esticou o braç o e tirou a má scara dourada do rosto de Fenny, como que para ver mais claramente se estava mentindo. — Zonar é seu amante?

— Amante? — repetiu, olhando-o cara a cara e nã o se sentindo mais uma mulher fraca e boba. — Tive apenas um amante na vida, Lion. Apenas um homem, que conheceu cada centí metro de meu corpo. Um homem que me fez um filho... um pequeno ser que eu queria desesperadamente, mas que seus deuses gregos tomaram de mim, justo no dia em que fui à capela para agradecer por sua arrogante cabeç a nã o ter sido arrancada por uma bomba.

— A crianç a! — Lion agarrou-a, com selvageria. — Você podia ter morrido, e eu seria o culpado...

— Nã o. O carro saiu da estrada.

— Falei com o mé dico. Ele me contou tudo.

— Entã o, agora já sabe que nã o tenho mais nada para lhe dar. Nada que você possa querer. Seu filho está morto e eu ajudei a matá -lo, embora preferisse ter morrido no lugar dele. Sem dú vida, é o que está pensando.

— O que estou pensando é que tenho sido um cego, palhaç o e bruto com você.

— Comigo? — Levantou os olhos para ele e viu que estava bem diferente do homem cruel que ela esperava encontrar,

— Tenho apenas uma coisa para lhe dizer, Fenny, antes que você saia da minha vida. Eu a amava e nã o sabia. Quando percebi isso, você já nã o me queria mais, e foi por isso que fui para alto-mar no drene, como um garoto idiota.

— Você... você me amava? Mas sempre me desprezou, Lion. Você queria Penela, e eu achei que tinha ido à procura dela, que nã o aguentava mais ficar longe dela.

— Penela? — Ele parecia impaciente. — Minha querida, eu nã o podia mais pensar nela, depois de conhecer você. Era você que ocupava meus pensamentos, e algumas vezes até mesmo no meio de conferê ncias de negó cios. Seus cabelos dourados espalhados pelos ombros brancos, os grandes olhos suaves, as mã os como pá ssaros em meu corpo. As mã os de seda, que eu sentia por horas a fio... Santo Deus! Quis matar meu irmã o, quando aquela garota me contou que você tinha deixado a ilha para ficar com ele. Você ama Zonar?

— Claro que eu o amo...

— Nã o! — Foi um gemido desesperado, e seus olhos pareciam sem vida quando pousaram em Fenny novamente.

— Zonar é o cunhado mais adorá vel e compreensivo, todas as mulheres gostariam de ter algué m como ele, assim tã o bom e tã o prestativo.

— Ah! — Agora, ele suspirava de alí vio. — De qualquer forma, eu nã o podia acreditar que você fosse fugir e fazer esse tipo de jogo. Mas eu tinha que me certificar por mim mesmo...

— Por quê, Lion?

Ele tinha dito que a amava, e se fosse realmente verdade... Oh, nem tinha coragem de acreditar!

— Você quer uma esposa que nunca vai poder lhe dar um filho?

— Eu quero você. Nunca conheci mulher alguma que fosse tã o bondosa como você, Fenny. Tã o meiga, valente e corajosa. Você tem tudo que um homem pode querer. Meu filho poderia ter matado você, está ouvindo? Queria você viva e apaixonada comigo no drene, mas você mesma disse que nã o queria ir. Nada nunca me magoou tanto como aquilo. Por Deus, nada! Fiquei louco e cheguei a perder a cabeç a.

—Teria sido maravilhoso, viverí amos num paraí so, mas achei que você ia me mandar embora e tive medo de me arriscar... — Nã o conseguiu continuar. Começ ou a soluç ar, ao lembrar-se da crianç a e pensar que poderiam ser felizes os trê s.

— Eu mereç o ser aç oitado por ter feito um trato daqueles com você. Ah, Fenny, pode me perdoar por ter sido tã o bruto? Vou mudar, você vai ver.

— Sim, mas nã o muito. — Passou os braç os pelo pescoç o de Lion e, quando aquele corpo forte curvou-se sobre o seu, Fenny aconchegou-se mais e ofereceu-lhe os lá bios.

Lion a beijou com um ardor selvagem, do jeito que ela queria. A mú sica tocava no salã o de baile, e Fenny desejou ardentemente que Zonar encontrasse uma garota bonita para danç ar. Agora, era feliz. Amava e era amada, tinha um cunhado encantador e o que mais queria era que ele fosse feliz també m.

 

F I M

 



  

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