Хелпикс

Главная

Контакты

Случайная статья





CAPÍTULO VI



 

 

Nessa noite, o conde Cesare levou Celeste para jantar fora. Eles tinham sido convidados para um baile no palá cio de um amigo dele e, junto com alguns outros amigos mais í ntimos, para o jantar antes do baile. Celeste usava um brilhante vestido prateado, uma fortuna em jó ias no pescoç o e no pulso, Emma, de sua janela, os viu entrar na grande gô ndola, com cortinas cor de vinho.

O conde estava extremamente elegante de smoking, mas nã o parecia tã o animado quanto sua acompanhante. Nos ú ltimos dois dias, ele encontrou Emma vá rias vezes e agiu como se nada tivesse acontecido entre eles, como se nunca tivessem se encontrado fora da vista da condessa e de Celeste. Ela, no entanto, nã o conseguia esquecer o incidente. Cada vez que ele chegava perto, recordava o calor daquele corpo, e o cheiro má sculo que emanava dele.

Na manhã seguinte, Celeste estranhamente mudou sua rotina e tomou seu café no quarto. Desde sua chegada, sempre tomou café na sala. Provavelmente apenas para ver o conde. Mas naquele dia Anna anunciou à condessa que a signora estava com uma forte dor de cabeç a e que pedia desculpas por nã o descer.

— Mas claro! Por favor, Anna, diga à senhora que fique na cama o quanto desejar, e que ela deve pedir tudo de que precisar.

— Sim, senhora — concordou Anna e foi cumprir as ordens.

Quando voltou dirigiu-se ao conde Cesare, que estava sentado bebendo vagarosamente uma xí cara de café e lendo o jornal.

— Senhor, a cesta do piquenique que mandou preparar nã o vai mais ser necessá ria, nã o é? Cesare levantou os olhos do que estava lendo.

— Sim, Anna. Vai ser necessá ria, sim. A srta. Emma e eu vamos usá -la.

A condessa olhou espantada para o neto.

— Vai levar Celeste ao piquenique?

Ia, mas como já ouviu, ela nã o pode ir.

A condessa mordeu o lá bio.

— E agora pretende levar. . . Emma — ela insistiu, querendo que o neto entendesse sua insinuaç ã o sem precisar ser mais clara. Emma estremeceu, apesar do calor da manhã. As palavras do conde a alegraram e assustaram ao mesmo tempo. Ficou sem jeito e teve a certeza de que seu rosto estava denunciando suas emoç õ es. Cesare se mexeu inquieto.

— Sim, se Emma desejar ir, é claro. Você quer, nã o Emma?

— Onde iremos?

— Vamos a uma ilha que conheç o, na lagoa. Uma das pequenas e desertas ilhas de que falei outro dia. Há uma pequena cabana parase trocar a roupa e a praia é ideal para nadar. A á gua é morna e teremos bastante tempo para nadar e tomar banho de sol.

A condessa segurou o braç o do neto.

— Cesare. . . tem certeza que... — A voz dela sumiu. — Está tornando difí cil para Emma recusar seu convite, mesmo que ela nã o queira ir. — Ela olhava ansiosa para a enteada de sua futura nora. — Emma, tem certeza que quer ir com Cesare?

A condessa queria que ela recusasse, e Emma també m sabia que devia recusar, Se fosse com ele, criaria uma situaç ã o insustentá vel comCeleste. Mas a verdade é que queria ir, passar algumas horas sozinha com Vidal, e pouco se importava com o que Celeste pudesse fazer ou dizer quando voltassem.

— Eu gostaria muito de ir — ela respondeu, recusando-se a olhar para Cesare. — Isto é, se nã o se importa, contessa.

— Claro que nã o faç o objeç ã o. Como poderia? — Evidentemente estava frustrada, mas as regras da nobreza nã o permitiriam que agisse de outro modo.

— Você tem um maiô? — Cesare perguntou a E. mma.

— Sim, tenho.

— Entã o vá buscá -lo, antes que algué m ache algum motivo para nã o irmos. A cesta está pronta, Anna?

— Oh, sim, senhor! Como pediu! — Anna respondeu depressa.

— Entã o traga, Anna. Emma, já terminou seu café?

Emma achava que seria melhor se despedir de Celeste, mas Anna tinha dito que ela estava descansando com uma compressa nos olhos e pediu para que ningué m fosse incomodá -la. Percebeu que Anna tinha adivinhado tudo e queria evitar qualquer imprevisto de ú ltima hora.

Emma estava tã o encantada com o espetacular cená rio da manhã, com o sol brilhando nas torres e refletindo na á gua dos canais, que nem se preocupou em conversar com Cesare. No entanto, nã o ignorou sua presenç a um ú nico segundo. Todo seu corpo tremia com a proximidade daqueles braç os bronzeados.

Ela havia trocado o vestido por uma calç a branca e justa, e uma camiseta estampada. Finalmente as ilhas da cidade foram ficando para trá s e Emma viu-se forç ada a dizer alguma coisa.

— Talvez eu devesse ter recusado seu convite, nã o acha?

— Minha doce Emma, nã o comece de novo, si? Pensei que tivé ssemos concordado, na ú ltima vez que eu saí com você, que é ramos amigos e nada mais. Como tal, quero conhecer você melhor. Saber o que realmente a interessa.

— Tudo me interessa — respondeu ela, se esquivando deliberadamente de uma resposta. — E a você?

— Muitas coisas! — ele respondeu sorrindo. — Como você, sou bastante aberto a novidades.

— Pare de caç oar de mim! — ela disse aborrecida. Nã o estava acostumada a esse tipo de diá logo onde tinha que ficar sempre na defensiva.

— Por que eu estaria fazendo isso? Emma, por que nã o aceita as coisas como elas sã o? Por que você tenta encontrar razõ es para tudo? Se decidi trazer você para um passeio, isto nã o é tã o terrí vel assim, é? Você teve a chance de recusar, por que nã o o fez?

— Eu acho que você está tentando provocar ciú me em Celeste — respondeu Emma. — Talvez você se divirta em atormentar os outros. Como seus ancestrais, talvez goste de encontrar novos meios de tortura.

Cesare olhou sé rio para ela, depois caiu na risada, sacudindo a cabeç a.

— Oh, Dio! Você insiste em ser teimosa, nã o? Talvez interesse a você saber que apesar de nossa diferenç a de idade, gosto da sua companhia, por você mesma. E acredite, nã o tenho desejo algum de despertar a fú ria de sua madrasta. Ao contrá rio, pois minha avó espera grandes coisas de nossa uniã o.

— Eu sei — disse Emma. virando de costas para ele.

Cesare tirou um maç o de cigarros do bolso e ofereceu um para ela. Emma aceitou e ele passou o braç o por trá s dela, colocando o maç o perto de sua mã o. Emma pegou um e imediatamente se afastou para longe dele. Furioso, ele estendeu o isqueiro para ela.

— É melhor acender você mesma, já que nã o consegue se livrar dessa sensaç ã o de terror cada vez que chega perto de mim. Repito, Emma! Você tem idade para ser minha filha.

Ela pegou desastradamente o isqueiro, quase o deixando cair no canal e Cesare bufou impaciente, olhando para o alto.

— Me dê isso! — disse, pegando o isqueiro e acendendo-o facilmente. Emma segurou a mã o dele com a ponta dos dedos, e estremeceu com esse simples contato; a pele dele era quente, deliciosamente quente! Levantou os olhos e encontrou os dele com uma inesperada e penetrante intensidade. Entã o ele baixou suas pá lpebras, acendeu seu pró prio cigarro e guardou o isqueiro de volta no bolso de sua calç a.

Emma aspirou a fumaç a e olhou para a cabine abaixo deles. Era pequena, mas superfuncional. Tinha uma mesa de madeira, um pequeno fogã o, uma pia coberta, e dois bancos. Nas paredes, pequenos armá rios e prateleiras cheias de livros.

Cesare olhou para ela e disse: — Por que você nã o faz um café para nó s? Vai encontrar tudo o que for preciso nos armá rios.

Satisfeita por ter algo para fazer. Emma desceu os degraus da cabine. Enquanto a á gua esquentava deu uma olhada nos livros, mas infelizmente eram todos em italiano. Começ ou entã o a abrir as portas dos armá rios para procurar o pó e o coador de café. Um dos armá rios era um bar, com um completo sortimento de bebidas.

O conde evidentemente era um homem que gastava muito. Será que ele nã o se importava de ter que se vender por tal preç o em troca de luxo e conforto? Emma suspirou, balanç ando a cabeç a. Isso soava detestá vel para ela. Nã o podia sentir outra coisa senã o desrespeito por um homem que concordava em se vender dessa maneira. No entanto, tinha vontade de encontrar uma razã o decente para o que ele estava fazendo.

Debaixo da pia, encontrou apenas uma caixa de violã o, a mesma que ele carregava no dia em que o tinha visto entrar silenciosamente no palá cio. Ou seria outra? Emma tirou-a de lá. Tinha aprendido a tocar um pouco de violã o e adoraria checar seu talento depois de tanto tempo. Será que ainda se lembrava de alguma coisa? Levantando a tampa, ficou espantada ao ver um equipamento de mergulho no lugar do violã o. O macacã o de borracha, ó culos e equipamentos de respiraç ã o. Faltavam apenas os cilindros de oxigê nio. Que coisa!

Basta! Diol Que diabo está fazendo?

Signore, . . — ela gaguejou. Cesare desceu.

— Perguntei o que está fazendo? — ele perguntou furioso. — Como se atreve a ficar fuç ando por aí como uma abelhuda?

O rosto de Emma queimava de vergonha. — Sinto muito, signore.

— Tinha que mexer aí? Eu nã o dei permissã o para que investigasse minhas coisas particulares! — ele berrou.

Emma achou um absurdo ele se alterar desse jeito por tã o pouco.

— Nã o exagere, signor conde! O que foi que eu fiz de tã o grave, afinal? Abri apenas uma velha e idiota caixa e nã o toquei em nada!

Scusi, signorina — disse friamente. — Desculpe, fui rude, sim, mas no futuro ficarei grato se nã o deixar sua curiosidade interferir na minha vida.

— Peç o desculpas — ela disse devagar —, vou fazer o café. A á gua já está fervendo.

— Esqueç a isso, venha. Vamos tomar uma lata de cerveja em vez de café. Está muito quente e estou com sede.

Emma subiu atrá s dele, para o deck superior, sentou na popa e aceitou sem graç a o copo que ele lhe ofereceu. Ela sentia-se completamente estú pida e tinha certeza de ter estragado o resto do dia. Cesare sentou-se ao seu lado. Ele engoliu um grande gole de cerveja com evidente prazer e limpou a boca com as costas da mã o. despreocupadamente.

— Humm. . . isto está muito bom! — ele disse, rindo de repente. — Emma, tudo bem! Tudo bem! já pedi desculpas, nã o pedi? À s vezes na vida da gente acontecem coisas que nã o se pode explicar. Existe uma razã o, mas você nã o pode dá -la.

Emma bebeu um gole de cerveja e olhou para ele: — Nã o sei o que quer dizer!

— Eu sei. Mas algum dia talvez você saberá. Tudo que posso dizer agora é que quero que você esqueç a completamente que viu aquela caixa de violã o e seu conteú do, si?

— Esquecer? — ela perguntou franzindo as sobrancelhas.

— Isso mesmo. Será pedir muito?

Emma apenas balanç ou a cabeç a.

— Bom. Entã o somos amigos de novo?

— Agora, tenho sua palavra de que nã o vai mencionar a ningué m esse incidente? Quero dizer ningué m mesmo!

— Claro! — respondeu depressa, passando as mã os nos cabelos que esvoaç avam. e desviando sua atenç ã o para as á guas da lagoa.

A ilha que Cesare escolheu para o piquenique era pequena e deserta e a cabana exatamente como ele tinha descrito. Assim que chegaram Cesare tirou a calç a e a camisa e deu um mergulho nas á guas azuis. Emma investigou a cabana, enquanto ele nadava. Tinha um aposento só, e apenas uma janela cujo trinco parecia estar emperrado. Havia vá rias cadeiras de vime, uma mesa e um armá rio vazio.

Ela saiu da cabana quando viu que Cesare vinha caminhando pela areia quente da praia. Sentiu um arrepio ao ver aquele corpo bronzeado brilhando, molhado. Ele usava um pequeno calç ã o azul e pingava á gua, com seus cabelos molhados, puxados para trá s, grudados na cabeç a. Ele pegou uma grande toalha cor de laranja e começ ou a se enxugar.

— Bem, vai entrar na á gua? — perguntou a Emma.

— Tenho que mudar a roupa — ela disse, olhando para a cabana.

— Ainda é cedo. Venha e sente-se. Pode entrar na á gua mais tarde, si? — ele disse, percebendo-lhe a hesitaç ã o.

Emma concordou. O conde Cesare era boa companhia. Conversaram muito, e foi difí cil para ela interpretar o papel de enteada protegida. Ficou tentada a contar a ele toda a verdade sobre seu treinamento de enfermagem no hospital em Londres. Mas se conteve. Tinha que fingir todo o tempo, mentindo até que conhecia os Estados Unidos, e rezando para que nã o estivesse dando respostas diferentes das de Celeste. Quem sabia o que ela teria contado?

Cesare deitou-se preguiç osamente na toalha, estudando-a atravé s dos olhos meio fechados devido ao sol forte. Parecia muito mais jovem do que realmente era, provavelmente porque compensava a vida boê mia que levava, praticando muito esporte. Por isso, tinha saú de e vitalidade. Emma sentou-se na areia abraç ando os joelhos e olhando para a á gua ao longe, que reluzia.

— Você nã o está ainda pensando naquele incidente na lancha, está? — ele perguntou.

— Nã o, pensava em muitas coisas, mas nã o nisso. Gostaria muito de saber falar italiano. Seria bom poder conversar com pessoas diferentes em sua pró pria lí ngua.

O conde riu. — E nó s somos. . . minha avó e eu... tã o diferentes assim?

— Sim. Pelo menos... bem... de qualquer forma, gostaria de aprender.

— Gostaria que eu lhe ensinasse?

— Você faria isso?

— É claro! Talvez seja mais fá cil para você aprender palavras individuais em primeiro lugar. Um vocabulá rio, si? — ele olhou ao redor. — Por exemplo, a praia é Ia spiaggia; esta toalha é L'asciugamano; a costa é Ia costa.

Emma repetia as palavras depois dele, e ia perguntando os nomes de cada coisa que via, relaxando completamente pela primeira vez. Riram juntos da horrí vel pronú ncia de Emma e só pararam com as liç õ es ao meio-dia e meia.

— Acho que vai ter que deixar a nataç ã o para mais tarde — disse ele. — Vamos almoç ar agora. O que gostaria? Galinha? Presunto? Lagosta? Anna sempre arruma comida para um exé rcito.

Emma aceitou lagostas e salada, acompanhando os pratos com pequenos pã ezinhos com manteiga. Depois comeram salada de frutas e beberam um delicioso vinho branco, que Cesare elogiou muito.

— Estava uma delí cia! — ela disse no final do almoç o, quando Cesare jogou os restos de comida dentro de um latã o, perto da cabana. — Estou me divertindo muito.

— Isso é que é bom! — Ele sorriu, pegando seu maç o de cigarros. Depois deitou preguiç osamente, colocando seus ó culos de sol sobre o nariz.

Emma ficou triste ao pensar que aquele dia tã o excitante ia acabar. E o pior: quando Celeste descobrisse que eles tinham estado juntos ficaria completamente furiosa. Emma nã o estava preocupada com isso, mas sim com o possí vel efeito sobre suas relaç õ es com a condessa. A amizade delas era bastante recente, e nã o resistiria a uma complicaç ã o como essa. Bem, nã o adiantava pensar nisso agora. O que interessava era que o conde evidentemente també m estava se divertindo. Ele a tratava como futura enteada, mas o que ele nã o sabia era que quando casasse com Celeste, ela seria mandada de volta imediatamente para o hospital, provavelmente para nunca mais voltar à Itá lia. Mas essa era uma perspectiva que nã o desagradava Emma. De modo algum ela seria capaz de viver junto com Celeste e Cesare, sabendo que eles tinham casado e levavam uma vida í ntima juntos e felizes, provavelmente. A idé ia a repugnava.

Levantando silenciosamente para nã o perturbar o sono de Cesare, ela foi andando pela praia, passou pela cabana e continuou até um grupo de arbustos e á rvores que formavam o centro da pequena ilha. Era na verdade um pequeno atol, um dos muitos que havia por ali, onde era relativamente fá cil encontrar um lugar deserto. Do outro lado da ilha tinha outra praia, nã o tã o bonita, mas sombreada. Quando Emma se virou olhou para onde o conde estava deitado, nã o o viu mais. Recusando-se a se deixar dominar pelo pâ nico, foi olhar na cabana, depois começ ou a procurar por toda parte. Foi entã o que viu a lancha indo pela lagoa a toda velocidade. Apertando os olhos contra a claridade, Emma nã o acreditava no que via. Era a lancha de Cesare. Ele tinha ido embora, abandonando-a na ilha deserta.

Suas pernas fraquejaram e ela caiu de joelhos na areia, tremendo. Oh, Deus, ela pensou. O que ele estaria pretendendo fazer? Como ele podia deixá -la assim, sem uma palavra? Ela achou que ia chorar, mas se forç ou a permanecer calma. Tinha que pensar em algo e pensar coerentemente. Coisas como essa simplesmente nã o aconteciam! Tinha que haver alguma razã o e se ele tinha deixado a cesta da comida e a toalha, é porque pretendia voltar. Com esse pensamento ela se acalmou, envolvendo o pró prio corpo com os braç os. Seu lindo dia tinha sido estragado e agora o que ela queria era chorar muito, muito. . .

Decidida, esfregou a mã o sobre os olhos molhados. Nã o ia se comportar como uma idiota. Se o pior acontecesse, ela podia sempre fazer sinal para algum barco que passasse e alé m de tudo ainda havia muito tempo. Eram apenas trê s horas da tarde. Resoluta, abriu sua sacola, tirou seu maio de uma peç a, que tinha comprado em Londres, pouco antes de viajar. Ficava muito bem em seu corpo delgado e combinava com sua pele clara e seus cabelos loiros.

Vestiu-se na cabana e foi até a á gua. Estava morna, linda e deliciosa, em comparaç ã o com as á guas frias da Inglaterra. Nadou até bem longe da praia, em movimentos lentos, pois estava destreinada. Depois de algum tempo, virou-se de costas e flutuou, boiando na á gua. Nã o querendo se arriscar a ter cã ibras, nadou de volta à praia e foi até a areia. Só nesse momento se lembrou que nã o tinha trazido uma toalha para se enxugar. Relutante, pegou a enorme toalha de Cesare e embrulhou seu corpo molhado. A toalha estava quente do sol e a envolveu deliciosamente como um cobertor. Ela podia sentir vagamente o leve perfume da loç ã o de barba que ele usava e um cheiro indefinido daquele corpo má sculo.

Sentiu medo subitamente, nã o apenas por estar sozinha, mas por causa de seus sentimentos pelo conde. Estava pensando demais nele, permitindo que ele tomasse conta de todos os seus pensamentos, excluindo tudo o mais. Ele era de Celeste e nã o dela, afinal de contas. Era Celeste que ele queria, Celeste com seus milhõ es de dó lares, para que ele pudesse reconstruir seu decadente palá cio e retomar os tesouros penhorados da famí lia. Parece que nã o importava se Celeste fosse mandar instalar aquecimento, carpetes e até talvez um elevador, quem sabe? Porque quando estivessem casados suas vidas seriam uma só e a vontade dela iria sempre prevalecer. Se imaginar Cesare com Celeste agora já era bastante doloroso, como seria depois que eles estivessem casados?

Amargurada, Emma enterrou o rosto na toalha, sentindo lá grimas quentes correndo pelo seu rosto. Ela se desprezava por se sentir assim, por ter essas estú pidas emoç õ es. Como podia agir dessa maneira? Por que nã o conseguia acabar com a depressã o que tomava conta dela? Deitou-se de lado na areia, envolta na toalha, suspirando profundamente. O sol estava quente e ela fechou os olhos. Precisava escapar da inutilidade de seus pensamentos sobre um homem que nã o só estava fora do seu alcance, como també m pouco se importava com o que acontecesse a ela. Importava-se tã o pouco que nem mesmo se dera ao trabalho de explicar coisa alguma, antes de largá -la ali sozinha em uma ilha deserta, no meio da lagoa.



  

© helpiks.su При использовании или копировании материалов прямая ссылка на сайт обязательна.