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CAPÍTULO III



CAPÍTULO III

 

A divulgação surtiu efeito rápido. No domingo à noite, Lisa já havia sido informada que vários hóspedes queriam se submeter à magia de suas mãos.

Como não sentira os efeitos do fuso horário e estava ali para trabalhar, não para se divertir, Lisa decidiu deixar a exploração da ilha para outra ocasião.

Gary cumprimentou-a pela disposição e depois pelo resultado obtido. Todos os clientes que passaram pela sala de massagem fizeram observações, aprovando o novo serviço e, é claro, a nova contratada.

— Você já provou que merecia minha confiança — Gary disse quando ela se apresentou em sua sala, na sexta-feira à tarde, obedecendo a seu chamado. — Eu sabia que não iria me decepcionar. — Ele se recostou na cadeira e sorriu. — Parece disposta. Nunca se cansa?

Foi a vez de Lisa sorrir.

— Meu trabalho aqui não é diferente do que eu fazia na Inglaterra. E o lugar é mais estimulante.

— Lugar que você ainda não teve tempo de conhecer, pelo que me disseram.

— O fim de semana está próximo. Por falar nisso, a oferta do carro ainda está de pé?

— Por que não estaria?

— Por nada. — Ela deu de ombros. — Pensei que o sr. Sanderson talvez tivesse mudado de idéia.

— Por que mudaria? — Gary estranhou.— Se tem alguma dúvida, confirme com ele. Brett acaba de chegar.

— Eu não sabia que ele havia viajado.

— Foi para Boston na terça-feira pela manhã. Não costuma voltar aqui tão depressa, mas, afinal, o hotel é dele. Eu também estive muito ocupado esta semana. Amanhã é meu dia de folga. Terei muito prazer em levá-la para conhecer a ilha.

Lisa preferia sair sozinha e conhecer a ilha aos poucos, mas seria uma indelicadeza recusar o oferecimento. Gary era o responsável por sua contratação e estava dispondo de seu tempo por ela.

— Obrigada.

— Como eu disse, será um prazer acompanhá-la. Aliás, poderíamos começar nosso programa hoje mesmo. Janta comigo?

Lisa demorou alguns segundos para responder. Quando o fez, já havia decidido enfrentar a situação de frente.

— É gentil de sua parte me convidar, mas não creio que seja uma boa idéia nos expormos a comentários.

— Que tipo de comentários?

— Que minha contratação não se deveu a um interesse puramente comercial. Você e eu sabemos a verdade. Os outros podem distorcer os fatos. Como o sr. Sanderson, por exemplo.

Um sorriso surgiu nos lábios do gerente.

— Talvez esteja certa. Talvez fosse melhor adiarmos o tour pela ilha também. Ao menos por enquanto.

— Acho que sim. — O telefone tocou, salvando-a daquela conversa embaraçosa. Ela aproveitou para pedir licença e sair. — Tenho um cliente marcado para daqui a quinze minutos.

Percorreu o saguão sem pressa. Estava sendo exagerada em sua cautela, provavelmente, mas não se arrependia do que fizera. Ao menor sinal de dúvida por parte de Brett Sanderson de que havia algo mais entre ela e Gary, tinha certeza de que seria colocada na rua.

Seguiria seu plano original, o que lhe parecia muito melhor. Desde que o carro ainda estivesse disponível. Sem ele, não poderia visitar os pontos turísticos da ilha sem gastar uma fortuna.

O hotel fornecia transporte aos hóspedes até a cidade, duas vezes por dia. Ela poderia utilizá-lo sem nenhum custo. Mas teria de pegar um táxi depois e sabia que o serviço era caro. O mais recomendável, talvez, seria alugar um carro. Como precisaria dele apenas nos fins de semana, o que ganhava seria mais do que suficiente.

O cliente seguinte seria o último do dia e da semana. Já o conhecia. O homem tivera um problema no ombro na segunda-feira ao pular na piscina. Como alguns outros, ele preferia receber o tratamento na privacidade de sua suíte.

Para esses casos, Lisa mandava que colocassem uma mesa no quarto.

Quando entrou, o cliente já estava deitado, sem camisa. Tinha mais de cinqüenta anos, mas parecia mais jovem. Os cabelos castanhos apresentavam poucos fios grisalhos. Viúvo havia cinco anos e em boas condições financeiras, ele costumava passar todos os invernos no Caribe, de ilha em ilha, e os verões em Boston onde tinha um filho casado, o qual não se relacionava muito bem. Era comum os clientes conversarem sobre suas vidas particulares durante as sessões. No caso de Richard Hanson, ela pressentiu solidão, o que a levou a cogitar os motivos por ele ainda não ter se casado novamente. Oportunidades não deviam faltar.

— Acho que desta vez, seu músculo acabará de se soltar — ela disse. — Quando seguirá viagem?

— Não sei. Acho que após o Natal como nos outros anos. O hotel estava com lotação completa até o Reveillon, mas

um cliente assíduo como Richard Hanson conseguiria uma acomodação sempre que quisesse. Para casos como aquele, quando os hóspedes decidiam prolongar a estadia, o hotel contava com um pequeno anexo, igualmente luxuoso.

— Ouvi dizer que o Natal no Royale é algo muito especial.

— Sim, é maravilhoso. Já estive em outros, mas nenhum o supera. Brett Sanderson entende do negócio.

— O senhor o conhece como pessoa?

— Não. Apenas como dono deste hotel. Embora ele também more em Boston a maior parte do tempo, não nos relacionamos. Como eu, ele trabalha com construções. É um ramo que requer muita dedicação e disponibilidade. Se for inteligente, ele se aposentará cedo como eu e começará a aproveitar a vida antes que seja tarde demais.

— Algumas pessoas não conseguem viver sem trabalhar. — Ela ergueu o braço e movimentou-o para trás e para frente.

— Dói?

— Não mais.

— Nesse caso, dou-lhe alta, mas estarei à disposição caso precise.

— Obrigado. — O homem se sentou e moveu o ombro com cuidado, como se ainda não estivesse convencido de que estava bem. Em seguida sorriu. — Você tem uma técnica fantástica.

— Fico satisfeita em ter ajudado. Mas lembre-se de não exagerar nos primeiros dias. Em especial quando mergulhar na piscina.

— Terei cuidado. — Ele se levantou da mesa e apanhou a camisa que deixara numa cadeira. Lisa estava dobrando o lençol quando Richard Hanson perguntou o que ela fazia nas horas livres.

— Ainda não tive nenhuma — respondeu —, mas pretendo conhecer a ilha.

— Fui convidado para uma festa amanhã à noite, mas não tenho quem levar. Você concordaria em acompanhar um velho como eu?

Lisa olhou para ele, viu o sorriso em seus lábios e precisou rir.

— Mais velho do que eu, sim, mas não um velho!

— Aceitaria acompanhar um homem mais velho, então? — Ele percebeu que a recusa estava pronta nos lábios de Lisa e acrescentou. — Prometo não lhe causar nenhum problema. Tudo o que quero é ter alguém a meu lado com quem possa conversar.

— Há muitas mulheres desacompanhadas no hotel. Hoje mesmo o vi conversando com uma no jardim.

— Era ela que estava conversando comigo. Está a caça de um novo marido.

— E o senhor não gostou de ser considerado uma possibilidade?

— Não gostei dela — Richard Hanson respondeu, bem-humorado. — Além disso, não estou cogitando me casar novamente. Promete pensar a respeito?

Lisa sabia que deveria recusar o convite no ato, mas algo a fez hesitar. A franqueza dele, talvez.

— Está bem. Onde será a festa?

— Do outro lado da ilha, em Magen's Bay.

— Gente daqui?

— Não exatamente. Os Gordon também são de Boston. Eles mantêm a casa para oferecê-la aos amigos. Ela costuma ficar ocupada o ano todo. A filha, Andréa, é a que mais a aproveita. Não é muito mais velha do que você e adora festas. Portanto, não encontrará apenas pessoas de minha idade.

— Já me convenceu — Lisa brincou. — A que horas devo estar pronta?

— Às nove. Obrigado pela confiança, Lisa.

— De nada. Eu aprendi a lutar judô. Ele olhou para ela e riu.

— Uma decisão sábia nos dias de hoje. Até amanhã, então, às nove, na porta do hotel.

Lisa deixou a suíte, satisfeita. Era agradável ter aonde ir em sua primeira noite livre na ilha. Aproveitaria a folga, também, para ligar aos pais e contar as novidades. Cartões-postais e cartas serviam como recordações, mas demoravam demais para alcançar seus destinos.

Uma das recepcionistas chamou-a quando passou pelo saguão.

— O sr. Sanderson quer vê-la em sua casa.

 Uma ordem que cheirava a problemas, Lisa pensou, embora não conseguisse adivinhar o que poderia ter feito para receber uma reprimenda.

A tentação de ir primeiro a seu quarto e trocar a túnica branca por.uma roupa mais bonita foi imediatamente colocada de.lado. Não estava ali para impressionar seu patrão, mas para demonstrar eficiência em seu trabalho.

Construída nas encostas da colina, a casa era muito elegante. Tinha dois andares e um pátio na frente com uma piscina oval.

Lisa subiu os degraus e parou no alto da escada não apenas para recuperar o fôlego, mas também para admirar a vista que era ainda mais bonita do que do hotel.

Com a proximidade do pôr-do-sol, o horizonte estava tingido de rosa e, ouro. As ilhas que salpicavam o mar azul pareciam quase irreais.

Ela sentiu uma saudade pungente dos pais. Não lhe parecia justo que estivesse vendo aquele espetáculo sozinha.

— Algum problema? — Lisa ouviu a voz inconfundível de Brett e se virou. Ele estava a poucos metros de distância. Usava uma calça branca, uma camisa pólo azul-marinho e tênis.

— É uma subida e tanto.

— Um bom exercício. Mas aqueles que sentem dificuldade em subir os degraus, podem visitar a casa por um outro caminho, do outro lado da colina. — Apontou pára uma mesa e cadeiras sob um guarda-sol listrado de branco e amarelo. — Sente-se. Vou buscar algo para bebermos. O que gostaria de tomar?

— Um suco de laranja gelado, se for possível.

— Em território americano, sempre é possível — Brett respondeu e apontou para o céu. — Já está anoitecendo. Não prefere uma bebida mais forte?

— Não, obrigada.

— Nesse caso, um suco para você e um uísque para mim. Dê-me cinco minutos.

Ela ficou observando-o. Brett deu a volta pela piscina e entrou na casa pela sala. Parecia estar bem. Se tivesse alguma reclamação a lhe fazer, sua atitude seria diferente. Assim mesmo, não conseguia se sentir à vontade.

Voltou em cinco minutos como prometera. Trazia uma bandeja com uma jarra de suco, copos e um litro de uísque, além de duas tigelinhas com amendoins e batatas chips.

— Sirva-se! — disse assim que depositou a. bandeja sobre a mesa.

— Você não tem ninguém que o ajude aqui? — Lisa indagou.

— Não faço a faxina, nem lavo ou passo minhas roupas, se é isso que quer saber. Mas não preciso de atendimento as vinte e quatro horas do dia.

— Com o hotel ao lado, é claro que não. Caso precise de algo, o telefone resolve.

— Sim. Essa é a vantagem de morar vizinho ao Royale. — Brett se serviu de uma dose de uísque e ergueu o copo como se estivesse fazendo um brinde. — Como foi sua primeira semana?

Estava na ponta da língua de Lisa responder que a semana ainda não havia terminado, mas ela se conteve.

— Até agora, tudo bem. Houve alguma reclamação?

— Ao contrário. Só ouvi elogios a seu respeito. Mesmo por parte das mulheres.

— Por que estranhou? Qual a diferença?

— Os sexos costumam buscar o oposto. Faz parte da natureza.

— Nem todos são da mesma opinião — Lisa retrucou, antes que pudesse se conter.

— Você é muito impulsiva — Brett declarou sem alterar o tom de voz. — Já tentou contar até dez antes de reagir?

Ela mordeu o lábio. A observação era válida. Sempre fora geniosa. Por mais que quisesse, não conseguia mudar.

— Peço que me desculpe.

—Desta vez passa — ele respondeu, sem parar de encará-la ou de sorrir. — Sou eu que provoco essa reação ou você é arisca com todas as pessoas?

— Eu já pedi desculpa — Lisa respondeu, fugindo à questão. — Não tornará a acontecer... senhor.

Os olhos cinzentos adquiriram um brilho ameaçador.

— Admiro mulheres de personalidade forte, mas não force demais.

Por pouco ela não tornou a retrucar. Tinha a impressão de que ele a estava provocando deliberadamente. Não entendia o porquê. Se queria dispensá-la, Brett Sanderson já tinha motivos suficientes.

— Poderia me dizer se devo cumprir meu período de experiência até o fim ou se decidiu acatar a palavra de Gary?

— Você está aqui há umas semana apenas. Faltam cinco para serem analisadas. Por falar em Gary, espero que o relacionamento entre vocês não vá além do comercial.

— Claro que não — ela se apressou a dizer.

— Você é jovem e muito atraente e ele teve muito trabalho para obter a documentação necessária. Isso para não mencionar o risco que correu.

— De perder o emprego?

— De se comprometer perante mim. Ele não costuma tomar decisões precipitadas. Não considero uma boa política contratar novos funcionários sem uma análise detalhada de suas aptidões.

— Ele não me contratou sem fazer essa análise de que está falando. Gary levou em consideração minha formação, minha experiência, a categoria do instituto onde eu trabalhava e o resultado, do tratamento que ele próprio obteve. Nunca houve nada de pessoal em sua decisão.

— Parece que não.

— Já deve ter feito essa mesma observação a ele. Não ficou satisfeito com a resposta?

— Digamos que ela não me convenceu por completo. Mas, vamos mudar de assunto. Relaxe e tome seu suco.

Lisa preferiria se levantar e voltar para o hotel, mas não podia seguir seus instintos sob o risco de cair ainda mais na antipatia de seu patrão. Para se acalmar, recostou na cadeira e tomou um gole do suco enquanto admirava o brilho dourado que se afastava para trás das colinas das ilhas mais distantes.

No porto, os navios de cruzeiros começavam a acender suas luzes. Como se apenas estivessem esperando por esse sinal, as cigarras puseram-se a cantar.

Lisa respirou fundo. Por um instante chegou a esquecer que estava ao lado de Brett Sanderson. Cada pôr-do-sol em St. Thomas era único, cada noite uma experiência a ser saboreada.

— Não foi espetacular, mas foi bonito — Brett comentou, trazendo-a de volta à realidade. — Já teve a oportunidade de ver a luz verde?

— Que luz é essa?

— Um fenômeno que acontece esporadicamente no exato momento que o sol desaparece. Dizem que traz boa sorte aos que a vêem.

— Você já viu?

— Não. Quero acreditar naqueles que juram ter visto essa luz, mas às vezes duvido. De qualquer forma, se isso acontece é por causa de certas condições atmosféricas favoráveis. Quanto à sorte, somos nós que a fazemos, boa ou má.

— Não podemos decidir sobre o destino — Lisa argumentou. — Isso é uma contradição.

— Se não decidimos sobre nossa sorte ou azar, ao menos atraímos o que é bom ou mau de acordo com nossa vontade. O destino não está escrito nas estrelas.

Lisa não concordava com aquela linha de pensamento, mas calou-se.

Naquele instante, a frente da casa e a piscina foram iluminadas. As lâmpadas eram acionadas por fotocélulas, provavelmente. A água parecia morna e convidativa. No dia seguinte, Lisa pensou, procuraria uma praia e tomaria seu primeiro banho de mar.

— Sobre o carro de que falou o outro dia — ela aproveitou para lembrá-lo —, ele ainda está disponível?

— Claro que sim. Dei ordens à recepção para que lhe entreguem a chave sempre que pedir.

— É muito amável.

— Mais suco? — Brett indagou, ignorando o elogio.

Ela negou com um movimento de cabeça, tomou o restante que ficara no copo e se levantou.

— Espero que tenha uma boa noite. Mais uma vez, obrigada pelo carro.

Ele acompanhou seu movimento ao se levantar. Havia uma expressão indefinível em seu rosto.

— Lembre-se de que a mão aqui obedece ao sistema inglês. Dirija do lado,esquerdo. No início achará estranho, mas acabará se habituando. Há mapas à disposição na entrada do hotel.

— Eu já tenho um, obrigada. Venho estudando-o a semana inteira. Acho que não corro o risco de me perder pela ilha.

Enquanto se afastava, Lisa sentia os olhos de Brett em suas costas. A escada estava bem iluminada. A descida não seria difícil se suas pernas não tremessem tanto. Meia hora na companhia de Brett Sanderson era o bastante para deixar seus nervos em frangalhos.

Não entendia o que se passava com ela. Se não simpatizava com ele, por que se sentia tão fortemente atraída? O beijo deveria ser a resposta. Ele havia despertado algo em seu íntimo que não era fácil esquecer. Assim, o melhor que tinha a fazer, para sua própria paz de espírito, era manter-se bem longe dele.

Jantou às oito horas, conversou com duas outras funcionárias do hotel, deu uma volta pelo jardim e se recolheu para escrever em seu diário que a acompanhava desde os quinze anos de idade. Raramente deixava de registrar um acontecimento. O por quê disso, não saberia dizer. Afinal, nunca relera nenhum deles.

Naquela noite, fez uma breve referência ao patrão, mas descreveu o pôr-do-sol em detalhes Haveria outros, talvez ainda mais bonitos, mas aquele ficaria gravado em sua memória para sempre.

Quando acordou, na manhã seguinte, ao som da chuva, pensou por um instante que estivesse de volta à Inglaterra. Mas a nuvem passou e o sol já estava brilhando quando ela terminou de tomar o café.

A falta de água era um dos maiores problemas nas ilhas. As construções contavam com canos para captação de águas pluviais. Para beber, comprava-se água mineral em garrafas. O recepcionista entregou a chave do jipe assim que Lisa fez a solicitação. Mesmo que ninguém comentasse, ela percebeu que aquilo era um privilégio que poucos do staff recebiam. Não lhe agradava ser apontada como uma protegida. Por outro lado, queria muito explorar a ilha. Talvez devesse devolver a chave e dizer que havia desistido do passeio. Mas, essa atitude não

despertaria ainda mais atenção? Em suma, o mal estava feito. Talvez, uma forma de minimizá-lo fosse usar o jipe apenas aquele fim de semana e alugar um carro das outras vezes.

Embora não primasse pelo conforto, o jipe era fácil de manusear. Assim mesmo, ela sentiu um pouco de dificuldade por não estar acostumada a dirigir do lado esquerdo.

Como só havia dois navios atracados aquela manhã, Lisa pensou que não precisaria dividir a cidade com um excesso de turistas. Daria um passeio pelo centro. A tarde, então, faria uma exploração mais intensa e talvez tomasse o tão esperado banho de mar antes de voltar para o hotel. Queria chegar com tempo de folga para se arrumar para a festa.

Por pouco não aconteceu algo que certamente estragaria seu dia. O carro à frente parou sem mais nem menos e ela quase bateu. Tudo porque o motorista havia reconhecido um amigo na calçada e quis cumprimentá-lo.

O episódio se repetiu, com outro carro, dez minutos depois. Isso a convenceu de que a ocorrência era comum no lugar. Quem quisesse dirigir em St. Thomas, precisava ter reflexos rápidos.

Encontrou uma vaga para estacionar junto à praia e seguiu para a rua principal. Os táxis pululavam. Não podiam ver um pedestre e já pensavam que era um turista querendo voltar para seu navio.

As lojas fervilhavam. Eram joalherias em grande parte. A oferta de artigos de ouro e de pedras preciosas era incrível. Lisa não sabia para que lado olhar.

Parou diante de uma vitrine e estava admirando um par de brincos de diamantes quando sentiu alguém espiando sobre seu ombro. Brett Sanderson.

— Se está pensando em fazer compras, vá a outro lugar. Aqui os preços são especiais para turistas.

Lisa forçou uma risada.

— Eu só estava olhando. Mesmo que custassem a metade, seriam muito caros para mim.

— Não deve comprar jóias. Isso quem deve fazer é o homem de sua vida.

Ela fitou-o por um instante antes de continuar.

— Não esperava vê-lo por aqui.

— Normalmente não me veria. Não a esta hora. Preciso encontrar alguém. Que achou do jipe?

— Bom. — Lisa hesitou. Talvez aquele não fosse o momento ideal, mas não queria perder a oportunidade. — Sou-lhe muito grata pelo oferecimento, mas acho que providenciarei outra condução no próximo fim de semana.

— Não há necessidade.

— Eu não quero provocar comentários. O fato de eu ser inglesa já chama a atenção o bastante.

— Acha que por eu também ser inglês as pessoas podem supor que temos um relacionamento mais íntimo?

— Não foi isso que eu quis dizer.

— Mas deve ter pensado e com razão. Estivemos juntos em duas ocasiões e por um longo tempo. Eu diria que a fogueira já foi acesa.

— Se sabia disso, por que me chamou a sua casa ontem à noite? O que tinha para me dizer poderia ter sido resolvido. no escritório.

— Prefiro uma atmosfera informal mesmo quando estou trabalhando. Quanto ao uso do jipe, depende de você. Em minha opinião, se não tornar a usá-lo provocará ainda mais especulação. Bem, eu preciso ir. Divirta-se.

Brett se despediu com um sorriso carregado de malícia. Lisa permaneceu imóvel. Não podia acreditar. Ele parecia estar se divertindo com o fato de feia não querer ser alvo de comentários.. Tentou afastar as preocupações da mente, passeando pelas ruas. Tomou um lanche num café na rua Hibiscus e voltou para apanhar o jipe à uma hora para descobrir que um ônibus fechara sua saída.

Como o motorista não estava por perto, ela não teve alternativa exceto sentar-se e esperar. Vinte minutos depois ele chegou como se não tivesse feito nada errado.

Então, quando ela pensou que estava finalmente livre, um táxi parou o trânsito para fazer uma manobra.

Passados outros dez minutos, Lisa decidiu abraçar a filosofia da ilha. Para que ter pressa, afinal? Aquele era seu dia de folga!

 

 



  

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