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Capítulo IX



Capítulo IX

 

- Você datilografou aquele papéis que eu lhe pedi, Felicity?- Matthew Hayton perguntou, olhando para a filha.

Naquela manhã ela parecia estar com o pensamento longe dali, em frente à maquina de escrever, fazendo um esforço sobre-humano para entender o manuscrito que o pai havia deixado sobre a mesa na noite anterior.

Fliss piscou e esforçou-se por prestar atenção ao que o pai dizia.

- Desculpe...

- As anotações. Você se lembra? Eu lhe dei uma pilha de anotações ontem à noite. Você já datilografou tudo?

- O quê? Oh, não – Fliss sentiu o rosto quente.- Sinto muito papai.

- Está doente, Felicity?- o pai perguntou, preocupado.- Céus, você está pegando fogo!- exclamou, quando colocou a mão na testa da filha.- tem certeza de que está bem?

- Sim, papai. Eu estou bem – ela se esforçou para responder, pegando a pilha de papéis a que o pai tinha se referido.- Aqui estão. Você as quer agora?

- Não, se ainda não estiverem datilografadas – o pai retrucou, sem contar a frustração.- mas, como sabe, o bispo está vindo para almoçar e eu gostaria de mostrar-lhe o que estou fazendo...

- Vou fazer tudo agra mesmo – Fliss disse, como um pedido de desculpas.

- Não, não vai ser necessário – o reverendo hayton encolheu os ombros. – Apesar do que diz, estou vendo que não está bem esta manhã. Não tem importância. Posso mostrar ao bispo minhas anotações, se ele estiver interessado. Se não conseguir ler minha letra, bem... vou deixar para me preocupar com isso, quando acontecer, certo?

- Oh, papai!

Fliss sentia-se terrivelmente mal. E não porque havia magoado o pai. E, para ser sincera, não ter datilografado as anotações do pai não era uma coisa assim tão importante. Mas ter sido desonesta com Robert... ter feito amor com Oliver Lynch na sua própria cama...

Como pudera ser tão tola? Nunca deveria ter convidado Oliver para entrar em sua casa. Fliss deveria saber o que ele queria, o que estava fazendo ali.

Não! Não tinha sido uma tola, mas deixa-lo que a tocasse, que fizesse amor com ela, isso sim, tinha sido uma estupidez.

Enquanto esteve nos braços de Oliver, Fliss precisava admitir que nada mais tinha a menor importância pêra ela. Quando estava por perto dele, parecia que o mundo todo o deixava de existir para só ter lugar para eles.

O pior era que ela sempre se julgara uma pessoas equilibrada. Seu pai, especialmente, costumava apontar-lhe duas qualidades com muita freqüência e jamais acreditaria se soubesse que a filha havia levado um homem para a cama! Fliss achava difícil de acreditar que tinha feito isso e somente com o coração disparado e o calor que sentia nos seios eram uma prova irrefutável de que realmente fizera amor com Oliver Lynch.

Parecia um sonho. Não importava quantas vezes revivesse a cena, ainda parecia incrível que tudo tivesse acontecido.

Depois de passar todo aquele tempo com Robert, como pudera fazer amor com um homem que mal conhecia?

A resposta poderia ajuda-la. Mas, por enquanto, estava convencida de que se sentia atraída fisicamente por Oliver, como ele mesmo afirmara.

Isso certamente explicaria por que sempre se sentia nervosa quando ele estava por perto. Será que já tinha pensado que Oliver poderia ser perigoso?

Não. Por mais que se sentisse atraída por outro homem, ela amava Robert. Fliss não amava Oliver Lynch. Ela o desprezava. Desprezava-o por tê-la colocado naquela situação.

No momento, não pensara nas conseqüências de seu ato. Ela tinha sido envolvida pelas emoções desconhecidas e nem chegara a imaginar o desastre que seria. Tudo o que importava naquele instante era que Oliver Lynch continuasse a beijá-la daquela maneira, despertando seus mais escondidos desejos.

E ele tinha conseguido.

Fliss enlaçara-o pelo quadril e o apertara de encontro ao corpo, quando pressentiu que ambos atingiriam o clímax juntos, depois de ter se esforçado o máximo para não gritar de prazer.

Fliss fechou os olhos por alguns instantes. Não, não tinha sido um sonho.

O fato de Oliver não estar mais ali, de que ele a tivesse deixado logo em seguida que fizeram amor, tornara tudo mais sórdido. Será que Oliver soube que ela nunca tinha feito amor com Robert? Será que tinha ficado orgulhoso de sua experiência com uma virgem?

Fliss quisera morrer, quando tudo terminara. Queria puxar o cobertor sobre a cabeça e nunca mais sair dali. Ela não tinha sequer o consolo de saber que ele usara preservativo. Quando Oliver lhe perguntara se queria que ele usasse, Fliss, no desespero de ser possuída por ele, somente balançara a cabeça.

Como tinha sido tola! Oliver estava envolvido com Rose Chen. Para ele, aquela noite não tinha significado nada.

Ela já estava deitada, tentando dormir, depois que Oliver tinha ido embora, quando a voz do sr. Hood, conversando com o pai, trouxe-a de volta à realidade. Rapidamente, ela se levantou. Não queria que o pai a encontrasse naquele estado, nem seu quarto completamente revirado.

Quando o pai entrou, encontrou-a de rosto lavado e cabelos penteados e não notou que a filha havia chorado.

Entretanto, isso tinha sido na noite anterior. Depois de uma noite em que não conseguira dormir, fliss mal conseguia esconder seus sentimentos. Ela esquecera o serviço que o pai lhe pedira pra fazer, não apagara a luz da varanda, como costumava fazer toda noite, depois que o pai se recolhia e, muito menos, acordara antes dele, para preparar-lhe o café.

- Você e Robert não romperam o noivado, não é?- o pai perguntou, de repente, aproximando-se dela, com uma pilha de papéis na mão. – quero dizer, eu não a estou obrigando a nada, mas como Lynch apareceu aqui novamente... pensei que tivesse lhe trazido algum problema.

- Oh...não, papai. – Fliss tentou parecer a mais natural possível. Então o jardineiro havia contado a seu pai!

- Você não viu Robert ontem à noite, não é?

- Eu já falei, papai, que Robert foi para Londres ontem pela manhã e queria chegar bem cedo. Você sabe que o sr. Hastings costumava ficar em Londres às vezes, quando tinha reuniões pela manhã.

- Você também já me disse que Robert estava reclamando por não estar sendo envolvido nos negócios da empresa – o reverendo retrucou.- Não há nada que você não em conte, não é Felicity? Hastings não está envolvido em nenhum tipo de confusão, não é?

- Confusão? Que tipo de confusão?

Matthew Hayton deu de ombros.

- Você é quem deve saber. Tive a impressão, quando eu estava conversando com Lynch, outro dia, que ele sabe de uma coisa que eu não sei. Provavelmente estou imaginando coisas. Mas quando ele apareceu ontem eu...

- Foi só uma visita de cortesia, papai – Fliss falou, sentindo o coração saltar-lhe pela boca. – se ele tivesse alguma coisa importante para falar com você, teria ficado, não é?

- Talvez tenha razão. Mas se ele aparecer novamente, tente mantê-lo aqui. Gosto muito de conversar com ele. Oliver é um homem muito interessante.

 

Robert chegou logo no início da tarde.

Fliss estava na cozinha quando ouviu a voz dele e, por um momento, suas pernas ficaram bambas e ela chegou até a pensar que fosse cair. Não que a voz de Robert fosse parecida com a de Oliver, mas ela não o esperava antes do início da noite, quando Robert a levaria para uma apresentação no teatro local. Sua chegada quase quatro horas antes do previsto era perturbadora.

- É somente o sr. Hastings – a sra. Neil falou, ao perceber que Fliss ficara pálida subitamente.

- Eu sei – ela respondeu, esforçando-se por parecer natural. Afinal, havia se saído muito bem enquanto durara a visita do bispo.

Pare seu alívio, o pai estava junto com Robert quando ela os encontrou na sala de visitas. Estava um pouco tarde para um xícara de chá, mas Matthew hayton ofereceu um cálice de licor a Robert, deixando-a totalmente desesperada.

- Obrigado – Robert agradeceu a bebida.

- Ah, aí está você!- o pai exclamou. – Robert está aqui.

- Há alguma coisa errada? – ela indagou, num evidente esforço.

- O que poderia estar errado? – Robert perguntou, se aproximando dela. – eu mal podia esperar pra vê-la. E só. – ele disse, roçando-lhe os lábios.

Fliss olhou em direção ao pai, sobre os ombros de Robert.

- Robert... – ele chamou, segurando o copo, o que fez com que ele soltasse Fliss

- Você foi à reunião? – Fliss indagou. Alguma coisa tinha acontecido. Ela tinha certeza disso.

- Oh, sim – Robert respondeu. – Foi uma reunião muito esclarecedora.

Fliss sentiu um frio no estômago.

- É mesmo?

- Sim. – Robert terminou seu segundo licor e, só aí continuou: - Fui convidado a fazer parte da diretoria.

Fliss mal conseguia disfarçar a alegria.

- Oh! Rob, é maravilhoso!

- É?

- E não é? Pensei que era isso que queria.

- Sim, eu também pensei. Engraçado como as coisas são...

Fliss olhou novamente para o pai, confusa.

- Isto significa que vai tomar conta do escritório de Londres a partir de agora, meu rapaz?

- Não tenho certeza. Acho que sim.

- Oh, Rob! Rose Chen deve ter muita confiança em você!

- Sim- murmurou, aparentemente não muito satisfeito com o resultado da reunião.- Pelo menos aquele bastardo do Lynch não estava na reunião. De acordo com o que Rose Chen falou, ele não está envolvido nessa operação.

- Não?

- Não. Ele é somente um...parasita, como eu já tinha dito. Mas se ele pensa que tem Rose Chen em suas mãos, está muito enganado.

Pela primeira vez desde que Fliss entrara na sala, Robert sorria. Mas não era um sorriso de prazer, nem de vitória.

- Eu não tive essa impressão – o reverendo observou.- Lynch não me pareceu ser um... parasita? Eu o achei uma pessoa muito interessante. Você sabia, por exemplo, que ele estudou direito? Acho que deve ter sido um excelente aluno.- Matthew Hayton fez uma pequena pausa.- devo acrescentar que ele não falou só para me impressionar. Eu perguntei-lhe sobre a educação que tinha tido e ele foi obrigado a admitir que havia abandonado os estudos para seguir carreira no exército. Ele lutou na Guerra do Vietnã, você sabia? Uma experiência que perturba a maioria dos homens.

O sorriso de Robert havia desaparecido e ele parecia ressentido com o pai de Fliss.

- Está dizendo que é uma desculpa para ele viver com minha irmã?

- Não – Matthew respondeu.- Estou dizendo que alguém que sempre viveu uma existência confortável e sem problemas, não tem o direito de chegar a nenhuma conclusão precipitada!

- Olha aqui...

- Oh, por favor – Fliss se interpôs entre os dois homens, que haviam se levantado e se olhavam como se fossem partir para a luta.- realmente importa o que cada um pensa a respeito do sr. Lynch? Como você mesmo disse, Robert, ele não está envolvido.. vamos deixar as coisas como estão.

Robert olhou pra ela, como se quisesse continuar a discussão.

- Para mim está bem- disse, por fim.

- É melhor eu ir preparar meu sermão desta noite – o reverendo murmurou.

Assim que viu que o pai de Fliss tinha saído, Robert se aproximou novamente dela, mas Fliss conseguiu se livras das mãos de Robert, caminhando até a varanda.

- E então, o que aconteceu?- ela perguntou.

- O que quer dizer?

- Você não ficou muito feliz com o novo arranjo. Rose Chen dificultou as coisas pra você?

- Com Rose está tudo certo. – ele respondeu, depois de um momento.

- É mesmo?

- Ela é da família, quer eu goste ou não.

- Entendo...

- Deve estar pensando só porque fui convidado para fazer parte da diretoria da empresa, mudei de opinião a respeito dela.

- Bem...

- Você não entende. Não é tão simples... como eu pensei. Rose tem feito um bom trabalho desde que meu pai morreu e é obrigação minha ajuda-la no que for necessário.

- Oh...

- Qual o problema?

- Nenhum. É que estou surpresa. Não pensei que gostasse dela.

Robert hesitou por um instante.

- E não gosto.- ele admitiu.- Mas preciso trabalhar com ela, Fliss. Ela tem o controle de tudo. E que importa de onde o dinheiro vem, já que há bastante dele para todos?

Fliss olhou para Robert com curiosidade.

- O que isso significa?

- Nada. – ele respondeu, impaciente.- Não quer dizer nada. Eu só estava pensando alto, é tudo. Por que não vamos ao shopping, antes do teatro? Podemos comer alguma coisa por lá mesmo.

Robert olhou-a, por alguns instantes.

- E então? Não vai se aprontar?

- Agora? Mas você não vai para casa, para se trocar, também?

- Não, acho que não. Não quero me aborrecer indo para casa agora.- Robert deu uma olhada na roupa que estava usando.- acha que preciso ir?

O que ela poderia dizer?

- Sua mãe não o espera? Não quer conversar com você, sobre o que aconteceu durante a reunião?- Fliss indagou.

- Minha mãe estava na reunião – ele respondeu.- eu a levei até em casa, antes de vir pra cá. E então, vamos sair ou não? Eu realmente gostaria de saber o que vai decidir.

 

 

Capítulo X:

- E você acha que ele vai contar o que está acontecendo? – o coronel Lightfoot indagou, pensativo. – Se for verdade, Rose Chen não está correndo um risco desnecessário?

- Depende. – Oliver respondeu, considerando as opções.- ela pode estar mentindo, é claro. Ela e Robert podem estar planejando um golpe duplo, mas não creio que Hastings seja esperto o suficiente. Acho que é mais um movimento frio e calculado de Rose Chen.- Oliver fez uma pausa.- o que eu preciso descobrir é o motivo de tudo. Ela não é do tipo que aproveita oportunidades. Não quando há tanto dinheiro envolvido.

- Então, qual sua opinião?

- Eu ainda não formei uma. Vou esperar e ver o que posso descobrir. Disse a Rose que queria voltar a Hong-kong no final de semana, portanto...

- Por que falou isso? Pelo amor de Deus, homem, quer perder todo o terreno que já ganhou?

- Não. É que não quero que Rose Chen suspeite de mim, tanto afastado do meu serviço. Devo continuar exatamente como era antes. De acordo com Rose, eu estou somente perdendo meu tempo por aqui. Quem sabe? Talvez isso a convença a me dar um motivo para que eu continue aqui, ao lado dela.

- Espero que esteja certo.

- E estou. Ligarei novamente, quando tiver descoberto alguma coisa.

- Em dois dias, Lynch – o coronel falou, mas Oliver já não o ouvia mais, pois já colocara o fone no gancho.

Depois de haver desligado o telefone e ter o resto do dia à sua disposição, Oliver sentiu que não deveria ter sido arrogante. O que quer que tenha dito ao coronel, sua associação com Rose Chen nunca esteve tão fragilizada. Apesar de Rose não saber, sua ligação com Fliss Hayton era a única responsável pela deterioração de seu relacionamento.

Oliver ficou furioso quando chegou a essa conclusão. Ele não estava acostumado a nenhum tipo de interferência em suas atividades profissionais. Mesmo o romance com Rose Chen tinha sido perfeitamente arranjado. Oliver estava fazendo um bom serviço, e havia progredido em suas investigações. Agora estava deixando seus sentimento por Fliss colocarem tudo a perder.

Será que estava tendo alguma espécie de crise de consciência? E o que o velho Archie iria pensar se Oliver dissesse que não poderia continuar a missão, porque estava envolvido emocionalmente com um dos suspeitos?

Oliver resmungou algo. Ele não imaginava o que Archie diria, mas com certeza não seria um cumprimento.

Mas quem poderia culpa-lo? Ele estava fazendo a coisa errada! Nunca tinha se deixado envolver por nenhuma mulher... não antes de conhecer Fliss. Mas por que tinha que ser logo a filha do pastor?

Desafiar Robert não era nenhum problema para Oliver, seduzir a noiva de Hastings não fazia parte do serviço e Oliver sabia disso.

Mas ele não conseguia esquecer o que havia acontecido no quarto de Fliss! Não porque achasse que tinha sido uma loucura, mas porque não conseguia esquecer de que tinha sido uma noite maravilhosa...

Fliss não imaginava que aquela tinha sido a primeira vez que ele perdera completamente o controle da situação ed e suas emoções. Ela devia estar pensando que ele a usara, como já acontecera com muitas mulheres antes. E Fliss nunca o perdoaria por isso.

Mas será que Oliver queria mesmo que ela o perdoasse? Não seria melhor, para os dois, que continuasse a pensar que ele não passava de um mau-caráter que havia se aproveitado de sua inocência e ingenuidade.

Oliver não queria sua compreensão. Não queria nenhuma justificativa para o que tinha feito.

Ele não era mais uma criança e deveria ter sido capaz de se controlar, quando percebeu que Fliss não era quem pensava ser.

Mas ele não iria naus vê-la, ele prometeu a si mesmo. Para o próprio bem dela... e para o dele. Independente do prazer que ambos sentiram um com o outro, ela iria se casar com Robert. E, por outro lado, se ele conseguira desapertá-la sexualmente, Robert deveria agradecer-lhe.

Fliss Hayton não era mulher para ele. Oliver Lynch não a merecia.

 

 

- Mas que são estas pessoas, Rob? E por que eu preciso conhece-las? Se é a trabalho...

- Você conheceu os colaboradores de meu pai antes, lembra-se?

- Mesmo assim...- ela insistiu, não querendo se ver envolvida com Rose Chen nem com Oliver.

- Olhe, é o que eu quero. Você deveria estar feliz por eu estar tentando me adaptar ao novo trabalho. Pelo menos, eu sei o que está acontecendo por lá. E todas essas pessoas querem saber com quem estão lidando, afinal.

- Que pessoas?- Fliss perguntou.- E se você os queria divertir, porque não os convidou para irem a Sutton Grange?

- Você faz muitas perguntas!- Robert exclamou, impaciente, na sala de visitas da casa de Fliss.- Qual o problema? Não confia em mim o suficiente para passar a noite comigo? Ou melhor, não confia em mim quando digo que reservei um quarto pra você no hotel?

- Oh, Rob...

- O que está acontecendo, afinal? Será que não me suporta mias? É assim que vai ser, se estivermos pensando em levar uma vida juntos?

Fliss olhou para ele, ansiosa.

- E então? – Robert perguntou.

- Eu não sei se posso – ela tentou argumentar.- Papai pode precisar de mim.

- Eu preciso de você. Por favor, Fliss. Se está mesmo pensando em se casar comigo, precisa saber o que é importante em sua vida.

Fliss mordeu o lábio. Sabia que estava sendo egoísta. Mas o problema era que não queria escolher as coisas importantes. Não mais. Um dia, chegara pensar que poderia deixar o pai, para se casar com Robert, mas agora... em principio, pensara que o casamento pudesse lhe dar tudo o que queria da vida, mas já não tinha tanta certeza disso.

É claro que estava sendo uma tola. Também estava muito claro que não esperava se casar com Oliver Lynch nem mesmo se ele quisesse.

Às vezes, ela se perguntava se Oliver havia contado tudo para Rose Chen e, cada vez que o pensamento lhe vinha à tona, ela se sentia mal.

- Está bem – ela respondeu, depois de hesitar por alguns instantes.- Mas espero que saiba o que está fazendo.

- O que quer dizer?

- Nada – ela disse.- eu só não acredito que trabalhar com aquela mulher está fazendo você feliz.

- Feliz? O que a felicidade tem a ver? Ela vai em fazer um homem rico. É o que importa, não é?

Fliss não tinha tanta certeza. Ela estava com medo de que Robert não conseguisse sustentar sua posição dentro da empresa. Desde o início, ele dizia que o mais importante era o dinheiro que poderia ganhar trabalhando para Rose Chen.

 

 

       O pai de Fliss estava esperando para se despedir da filha. Ele sorriu em aprovação assim que Robert saiu, a fim de levar a mala de Fliss.

- Você vai me ligar assim que chegar ao hotel, não é?- ele pediu, assim que Robert e dirigiu para o carro.- E se tiver qualquer problema, não hesite em me chamar.

- Eu só vou ficar fora uma noite, papai. E tenho certeza de que Rob não vai dirigir se beber alguma coisa.

- É claro, é claro. – matthew hayton tirou as mãos dôo bolsos e abraçou a filha. – sou um velho muito preocupado, é só.

- Tenho certeza de que não precisa se preocupar.- Fliss mordeu o lábio.- Só vou ficar com Rob, você sabe. Você confia nele, não é?

- Acho que sim.- o pai de Fliss olhou-a desconfiado.- Tive a impressão de que você, ultimamente anda tendo umas idéias estranhas...

- Sobre Rob?

- Eu realmente gostaria de saber se Oliver está metido nisso, também. Mas foi só um pensamento...

- Não. Pode ficar tranqüilo.

Nesse instante, a campainha tocou.

- Certo, papai. É melhor eu ir andando. Robert nunca foi muito paciente, você sabe.

A campainha tocou pela terceira vez e o reverendo balançou a cabeça.

- A porta – ele disse, caminhando até lá.

Robert estava visivelmente nervoso com a demora de Fliss.

- Esta campainha não funciona? – ele gritou, antes mesmo de perceber que o pai de Fliss já havia aberto a porta.- eu pensei que estivesse desligada. Toquei mais de dez vezes e ninguém parecia ouvi-la.

- Três vezes, para ser mais preciso – o reverendo murmurou.- Agora lembre-se do que eu disse.- ele falou, beijando a filha. Depois virou-se para Robert: - e você, dirija com cautela.

 

 

- Vocês acham que eu sou um moleque? Viu a maneira como ele falou comigo? – Robert reclamou, assim que o caro entrou na estrada. – E o que ele quis dizer com aquela recomendação toda? Ele tem medo que eu a ataque durante a noite?

- É claro que não.

- Por quê? Será que ele pensa que eu seduziria a minha própria noiva?

- Rob!

- Eu sei que ele não aprova nosso relacionamento, que não gosta muito de mim, portanto não tente disfarçar. Mas espere só até quando estivermos casados. Ele não vai me tratar mais dessa maneira. Você vai ver.

- Rob, papai não é assim.

- Ele é exatamente assim. – Robert cortou a frente de um carro, fazendo com que o outro precisassem frear bruscamente. – E você também! – ele gritou, fazendo um gesto obsceno. – esses motoristas! Pensam que são donos a estrada!

- Ele estava tentando manter uma distância segura do carro da frente, Rob.- Você o fechou.

- Quando eu precisar de instruções, eu peço – Robert respondeu, agressivo. – estou cansado de pessoas me dando ordens. Se você não pode fazer nada agradável, então fique de boca fechada!

Fliss respirou fundo, recusando-se a responder-lhe à altura. Algumas vezes Robert agia como uma criança mimada.

- Mas precisamos conversar sobre umas coisas – ele disse, de repente.

- Por exemplo?

- Bem, estamos pensando em nos casa no Natal, não é? Se adiantarmos um pouco, qual o problema?

- Nós estamos falando em quatro meses! – Fliss exclamou, em pânico. – se realmente precisa ir para Hong-kong, então acho que seria melhor ir antes de nos casarmos. Sempre se pode adiar um casamento, não há nenhuma urgência nisso, não é?

- Não pra você, talvez – ele respondeu.- Meu deus, às vezes eu me pergunto se você tem algum desejo sexual! Além do mais, não é por esse motivo que precisamos nos casar antes de eu ir pra Hong-kong. É muito simples. Eu não sei por quanto tempo vou precisar ficar lá, pois vou ser o gerente. Se tudo der certo, serão apenas alguns meses... anos, até. Naturalmente, você irá comigo. Como minha esposa e...

- Não! E papai?

- O que tem seu pai? – Robert indagou, irônico.- Você certamente sabia que quando nos casássemos ele teria de se cuidar sozinho.

- Sim, mas...

- Mas o quê? Não com você e, Hong-kong, não é? Bem, não posso dizer que estou feliz com a transferência. Eu sempre me imaginei trabalhando num escritório em Londres, como já lhe disse anteriormente. Rose acha que posso cuidar do escritório de representação para Ásia... pelo menos por enquanto. Acho que entendo o ponto de vista dela. Se eu estiver envolvido nos negócios, não haverá motivos para que...- Robert interrompeu bruscamente o que ia dizer e Fliss teve a certeza de que ele procurava as palavras mais indicadas.- eu estarei muito mais bem informado sobre tudo o que estiver acontecendo.

- E quando quer que nos casemos?

- Não sei. Que tal em seis semanas?- ele propôs. Talvez eu precise ir para Hong-kong nesse meio tempo, mas tenho certeza de que será tempo suficiente para arrumar tudo. Além do mais, não precisaremos marcar um horário para conversar com o padre, para escolhermos a hora do casamento na igreja.

Fliss não disse nada. Aquela não era a hora de discutir com Robert. Ela queria conversar com o pai primeiro se isso era uma indicação de seus sentimentos para com Robert, então...

Robert podia ser egoísta e prepotente. Às vezes era agressivo até com o pai de Fliss e, quando o dinheiro estava envolvido na questão, seria capaz de qualquer sacrifício.

Por isso Fliss estava hesitante com relação ao casamento. Não por causa de Oliver Lynch, é claro.

Sua opinião sobre ele que havia mudado. Ela o odiava e o desprezava. Mas sabia que nunca o esqueceria e era a parte mais difícil de sua vida.

 

 

Capítulo XI:

       Oliver acompanhou Rose Chen ao clube naquela noite com uma sensação curiosa de felicidade. Sentado atrás do motorista da limusine, ele olhava pela janela, sem pensar em nada em especial. Sabia que sua missão estava chegando ao fim e sentia-se aliviado por logo poder ser o dono de sua vida novamente.

       No dia anterior, conversara com pai ao telefone e sentira saudades do velho, que parecia emocionado ao ouvir a voz do filho, depois de tanto tempo.

       Oliver estava longe de casa há muito tempo, ele dissera. E quando ouviu o filho dizer que ia visitá-los, mal pôde controlar a alegria que sentia.

       Oliver esboçou um sorriso. Ele não sabia se voltar para Maple Falls era o que realmente queria. A verdade era que ele queria algo que não tinha. Fliss o havia ensinado que havia mais na vida, além de morte e glória. Havia casa, família, mesmo que Oliver colocasse numa ordem diferente. Com certeza, deveria ser melhor do que tinha sido até agora.

       Seu único consolo era que Fliss não estava envolvida naquele negócio sujo. Se ela já fosse casada com Robert poderia ser acusada de fazer parte do negócio. Mas teria uma chance de reconstruir sua vida, mesmo que não fosse ao lado do homem que amava.

       Oliver supunha que James Hastings havia decidido não envolver o filho por medida de precaução. De qualquer forma, James Hastings não havia considerado a hipótese de seu próprio filho ser candidato à presidente de suas empresas. Rose Chen era muito mais indicada para o cargo e o fato de ser sua filha deve ter facilitado a escolha.

       Certamente, Rose havia provado ser uma perfeita sucessora, Oliver pensou. Ninguém do escritório de Londres questionava suas ordens e isso depois de poucas semanas! O que devia explicar por que o pai a manteve em segredo por tanto tempo. Será que ele tinha medo de que ela o superasse? Rose Chen era, claramente, menos escrupulosa que o pai.

       Não tinha demonstrado hesitação, no momento de contar aos irmãos os fatos da vida. Apesar de Oliver não estar presente à reunião, sabia que a ignorância dele era um perigo. Rose trabalhava com a premissa de que ninguém era tão esperta quanto ela. Oliver tinha certeza que Robert tinha sido alertado que, desafiar Rose era a mesma coisa que desafiar a si mesmo.

       De certa forma, Oliver sentia pena do rapaz. Ele parecia muito doente da última vez que o vira no escritório. Se Robert era tão ignorante do que acontecia ali, como Oliver suspeitava, então deve ter sido muito difícil pra ele. Mas a ignorância não o livraria da cumplicidade.

       O disquete de computador que Oliver copiara, e que já estava a caminho do destinatário, era mais uma prova contundente. Os nomes e valores ali contidos não tinham muito sentido para Oliver, mas fariam grande diferença para as autoridades responsáveis. Era ali no disquete que estavam as informações que Lightfoot precisava e que iriam garantir a liberdade de Oliver.

       Se tinha alguma dúvida, só podia ser em relação á maneira como conseguir o disquete.

       Rose Chen estava no computador e de repente o telefone tocou. Alguém avisou-a de que o navio, que transportava parte das encomendas que fizeram havia sido retido pela Guarda Costeira Real. A última coisa que Rose Chen queria era que fizessem uma busca detalhada naquele navio.

       Imediatamente, saiu do escritório, deixando o disquete que usava no computador. E, aproveitando a oportunidade, Oliver havia pego o disquete, entrado numa das salas vazias e feito uma cópia. Quando Rose retornou, ele já havia recolocado o disquete no lugar e desaparecera dali.

       Em todo caso, Rose ainda confiava nele, não é? Desde que Oliver se convencera de que Fliss jamais o perdoaria, não por ter aproveitado a oportunidade, mas também por ter envolvido Robert naquela confusão, Oliver passara muito tempo tentando convencer Rose de que o relacionamento deles não tinha mudado.

- No que está pensando, amor? – Rose Chen indagou, passando a mão pela perna de Oliver.

Até que conseguisse entrar no avião que o levaria para longe de Hong-kong, Oliver precisaria continuar representando seu papel. Ao poderia levantar nenhuma suspeita.

- Em casa – ele respondeu. – Vou sentir saudades de você quando voltar para Hong-kong.

- Então precisamos ver se conseguimos arranjar alguma coisa pra você fazer, aqui em Londres – Rose murmurou.- Eu já lhe contei que estou mandando Robert para Hong-kong? Ele e sua doce noiva vão antecipar a data do casamento. Robert que leva-la com ele, naturalmente, e eu acho que o pai dela não vai aprovar.

Oliver engoliu em seco e procurou manter a naturalidade.

- Você está mandando Robert para Hong-kong? E é esperto da sua parte fazer isso?

- É providencial – ela respondeu, esboçando um sorriso.- Vou pedir para Sutong ficar de olho neles.

- Tenho certeza de que fará isso – Oliver murmurou, mal escondendo a raiva.

- Não está com ciúme, está? – ela perguntou.

- Ciúme?! De Robert Hastings? Ora, faça-me um favor!

- Do relacionamento dele com a filha do pastor – Rose retrucou impaciente. – Não me diga que não percebeu a garota, porque não acreditarei.

- Isso...

- Sim. Você dormiu com ela?

- Rose! O que pensa de mim?

- Acho que é um homem normal, com desejos iguais aos de um animal – Rose declarou.- E não me olhe assim. Sei que tenho negligenciado você. Mas isto vai mudar.

- Vai? – Oliver não podia acreditar em sua sorte. Rose tinha certeza de que ela o havia negligenciado e não ele!

- Sim – ela murmurou.- estou pensando em transformá-lo em meu assistente pessoal. Assim, poderá ficar comigo em Londres e posso ficar de olho em você.

 

- Mas eu pensei que íamos jantar no hotel! – Fliss protestou, olhando pela janela do táxi.

As ruas lhe eram familiar e ela sentiu-se como se tivesse em casa.

- Eu não disse onde íamos almoçar – Robert retrucou, bastante contrariado. Depois, respirando fundo, continuou.- Além do mais, não fui eu que fiz os acertos. Rose decidiu que seria melhor assim. Briguei com ela, se não estiver feliz.

Era da proximidade do encontro com Oliver que Fliss estava com medo.

- Qual é o problema? – ele perguntou, depois de um instante de silêncio, colocando a mão no ombro de Fliss. – Eu já lhe falei que está linda? – ele indagou, deliberadamente mudando de assunto. – Espere até minha mãe vê-la. Ela está sempre perguntando o que eu vi em você. Agora, ela vai saber!

Fliss encolheu-se no banco do carro. Na verdade ela não gostara do vestido que escolhera pra ocasião.

- Eu não sabia que sua mãe estaria lá.

- É claro que estará!- Robert exclamou. – Como uma das mais importantes dentro desse drama, onde mais queria que ela estivesse? Oh, sim, mamãe vai estar presente. Você não acha que ela daria alguma vantagem a Rose, não é?

- Aquela noite em Sutton Grange, sua mãe parecia estar se esforçando para ser amiga...

- Amiga? – Robert indagou. – Oh, Fliss, às vezes você é tão ingênua. Realmente pensou que minha mãe queria ser amiga de uma mulher que acabou com a reputação de seu casamento e com sua vida?

- Não...

- Mas logo você...

- O que quer dizer com isso? por que está me olhando dessa maneira? O que está acontecendo?

- Você vai descobrir – Robert falou e, antes que Fliss pudesse perguntar mais alguma coisa, ele acrescentou: - Chegamos. Pode nos deixar aqui, por favor – ele pediu ao motorista.

Fliss olhou ao redor. Não sabia o que deveria esperar quando Robert lhe dissera que iriam jantar num clube em Chelsea, mas agora entendia por que ele não tinha querido ir com o próprio carro até lá. O lugar, com o rio Tamisa ao fundo, não era a vizinhança a que estavam acostumados. Em vez de um mordomo abrir-lhe a porta, havia apenas um letreiro indicando o nome do local e onde era a porta.

O que estariam fazendo ali? Quem iriam encontrar naquele estranho lugar?

- Venha.

Robert parecia decidido a ir até o fim e Fliss não teve escolha, a não ser segui-lo pela calçada, até a porta de entrada, suja e malcheirosa.

Fliss começou a pensar que estava tendo um pesadelo mas, ao entrar, percebeu que estava num lugar completamente diferente do que esperava. Em vez de um salão enfumaçado, o local estava limpo e uma garota muito bem vestida ofereceu-se para ficar com os seus casacos.

- Não é exatamente o que esperava, não é? – Robert indagou.

- É bem aconchegante – ela balbuciou, sem saber direito o que falar.

Eles encontraram Rose Chen no bar e, ao seu Aldo, estava Oliver Lynch, que mal pôde esconder a surpresa de encontra-la naquele lugar.

Enquanto Rose apresentava dois homens a Robert, Fliss não conseguia tirar os olhos de Oliver. Jamais poderia pensar que iria encontra-lo novamente, muito menos ali!

De repente, Fliss viu Amanda Hastings chegando e, com um suspiro de alívio, esboçou um sorriso à mãe de Robert.

- Bem, você certamente fez um esforço enorme esta noite, Fliss – ela disse, demonstrando surpresa. – Tudo isso é por Robert? Ou achou o sr. Lynch tão fascinante quanto eu achei?

Fliss tentou parecer natural.

- Não sei o que está querendo dizer.

- Não? – a sra. Hastings pareceu não acreditar em Fliss.- Bem, não tem problema. Rose não vai deixa-lo escapar. E você estará mais segura em Hong-kong, enquanto Oliver vai ficar em Londres.

Fliss queria perguntar o que a mulher queria dizer, mas antes que pudesse fazer qualquer pergunta, Robert segurou-a pelo braço. – Minha noiva... – ele disse, olhando para os dois homens a quem tinha apresentado.- Fliss este é...

- Chame-me de Tony – o mais velho deles falou. – E este é Vinny – acrescentou, apontando para o mais novo. – nós somos clientes de seu noivo e família.- ele sorriu. – é muito bom encontrar você, Fliss, não é? Fico feliz por saber que o filho de Jamie tem tão bom gosto quanto o pai.

- Obrigada – ela balbuciou, esboçando um sorriso. Não estava à vontade sendo o centro das atenção e com Rose fitando-a, como se quisesse devora-la.

No fundo, Fliss sabia que aqueles dois homens não eram clientes de Robert. Mas quem seriam?

- O que está fazendo aqui? – uma voz soou às suas costas.

Fliss olhou rapidamente na direção de seu noivo, convencida de que ele devia ter ouvido o que Oliver falara. Mas Robert estava ocupado conversando com seus dois clientes. Ele e Rose pareciam estar competindo para ver quem conseguia atrair mais a atenção dos dois homens.

Ninguém parecia ter notado a aproximação de Oliver.

- Não acho que seja de sua conta o que estou fazendo aqui – ela retrucou, baixinho.- e não se preocupe. Não vim aqui para dizer à sua namorada que você a traiu!

- Acredite em mim – Oliver sussurrou.- é o que menos me interessa.

- Não espera que eu realmente acredite, não é?

- Acredite em mim, Fliss, por favor. Eu sei o que estou falando!

- Acho que você pensa que Rose está tão enjoada de você, que não se importaria.

- Não.

- Bem, eu não acredito em você, vi a maneira como ela o olha. Se soubesse...

- Fliss! Quer parar de falar de algo sobre o qual você não sabe nada? – ele pediu-lhe.- eu não me importo com o que Rose possa estar pensando. Agora, poderia me dizer o que está fazendo aqui?

Fliss fitou-o por alguns instantes.

- Oliver...

- Pare de me olhar dessa maneira e responda a minha pergunta. Quero saber o que está fazendo aqui. O que Hastings disse para você, pelo amor de Deus! Ele falou quem são estes homens?

- Tony e Vinny... – ela respondeu.

O que ele quis dizer , quando falou quês e preocupava com ela?

- Eu sei os nomes deles. Diga-me se você já os viu antes.

- Mas por quê?

- Diga-me!

- Não. Pelo que sei, eles são apenas clientes. – Fliss hesitou.- Rob parece que gosta dele. E Rose também está se esforçando muito para ser educada.

- Sim, eu percebi.

- Você está com ciúme! – Fliss murmurou.

- Se fosse só isso... – Oliver falou, lançando-lhe um olhar de pena. Depois, enfiou as mãos nos bolsos da calça e, depois de fitá-la por alguns instantes, disse: - Bonito vestido.

 

 

Capítulo XII:

 

       Fliss fechou a porta de seu quarto no hotel e virou a chave com os dedos trêmulos. Depois, jogou a bolsa sobre a cama e caminhou em direção ao banheiro.

       Ela chegou a pia bem a tempo. Estava doente, violentamente doente.

- Oh, Deus! O que vou fazer?

Eles não estavam apenas importando antiguidades... estavam importando heroína! O pai de Robert não tinha feito fortuna vendendo porcelana chinesa e sim com drogas!

Fliss não podia acreditar naquilo. Não queria acreditar.

Compradores, negociantes... palavras que pertenciam a um outro mundo que não o da família Hastings! Aqueles homens eram bandidos, que exploravam as pessoas, fazendo-as se tornarem viciadas. Eles corrompiam a vida das pessoas!

E não havia nada que um cidadão honesto pudesse fazer contra eles, pois tinham a lei em suas mãos.

Pessoas como ela, pessoas que viviam uma vida decente e honesta, não queriam se envolver naquilo. Eles liam diariamente nos jornais matutinos, discutiam durante o café da manhã... mas não entendiam o que estava acontecendo.

Deus!

Ela respirou fundo. Não era possível que as pessoas como os Hastings, que pareciam ser tão respeitáveis, que viviam num vilarejo onde todos os admiravam e convidavam para jantar, o juiz local, além de outras pessoas notáveis, pudessem fazer parte da sujeira. E pensar que James hastings sempre parecera ser o tipo de homem honesto e cumpridor de seus deveres para com a família. Um respeitável cidadão de Sutton Magna...

Ninguém jamais desconfiara de nada. Ninguém suspeitara que ele pudesse que ele pudesse ser outra coisa alem do que parecia. Mas James Hastings obviamente reconhecera que seu filho não era o mais indicado para seguir-lhe os passos. Que pena Rose Chen não fosse igual... se ela não tivesse envolvido Robert, ele não a teria envolvido...

Fliss respirou fundo novamente e prendeu a respiração por alguns instantes. Olhou-se no espelho e viu as linhas marcando-lhe o rosto.

Céus, estava horrível!

Fliss duvidava que até seu pai fosse capaz de reconhece-la, se pudesse vê-la agora. Ela estava pálida e seus olhos eram emoldurados por duas grandes olheiras escuras.

Fliss tinha quase certeza de que Robert não queria ter sido tão indiscreto, ma durante o encontro bebera mais do que podia suportar.

Rose Chen havia percebido o perigo. Bem antes de Tony e Vinny declararem que esperavam que a noite fosse mais agitada, ela deu algumas insinuações do tipo:

- Acho que Fliss não está bem.

- Fliss parece tão cansada...

- Creio que já está um pouco tarde...

Ela dera as oportunidades para que Robert levasse Fliss de volta ao hotel. Mas Robert estava se divertindo e não queria leva-la embora.

E ele não dissera nada que pude incrimina-lo, Fliss recordou-se. Com o olhar de Oliver cobre ele o tempo todo, Robert tinha sido cuidadoso para não fazer nada errado. Em todo caso, Fliss continuou prestando atenção a tudo que Robert falava. Mas tinha percebido alguma coisa estranha no ar, uma espécie de tensão... como se a noite não fosse terminar bem.

Por ela, tinha ido embora. O jantar, os vinhos e as bebidas importadas, não significavam nada para Fliss. Era o jogo perigoso que Oliver estava fazendo que a deixava em pânico e ocupava todos os seus pensamentos. E por que, quando ele admitiu que Rose Chen pagava todas as suas contas, ela se sentiu daquela maneira?

Depois, a caminho de casa, na limusine que Tony emprestara a eles, seu mundo parecia que ia desabar?

Foi uma noite decepcionante. O ressentimento de Robert com relação a seu pai atingira o ponto máximo e ele disse com todas as palavras o que pensava do reverendo Matthew Hayton.

- Aquele pastor vai ficar doente quando souber quem realmente é Robert Hastings, o quanto sou importante! – ele exclamara, depois da milésima taça de vinho.- Ele não passa de um simples padreco de um vilarejo qualquer! Eu sou mais poderoso que ele!

No fundo Fliss sabia que Robert se sentiria mal na manhã seguinte, quando acordasse e visse a confusão que havia criado.

Mas então, o comportamento dele mudou subitamente, a caminho do hotel. Ele tirou de dentro do bolso da jaqueta uma caixinha pequena, e, na claridade, parecia que havia um desenho na tampa.

Balançando na frente de Fliss, ele aproximou a caixinha do nariz.

- Quer experimentar esse negócio? – ele perguntara, olhando desafiadoramente para o motorista, através do espelho retrovisor.

Fliss, que até então tinha tentado mantê-lo calmo, permanecendo no controla da situação, tomou a caixinha da mão de Robert.

- Abra! – Robert ordenou e o cheiro forte de álcool invadiu as narinas de Fliss que, obediente, achou melhor abrir logo.

Ela não sabia o que iria encontrar ali dentro. Talvez uma jóia, pensou. De qualquer forma, não estava particularmente interessada quando a abriu.. mas, ao ver o pó branco, ficou sem saber o que dizer.

- Tenha cuidado, certo? – ele alertou-a

Fliss nunca havia visto uma substância narcótica na sua forma mais pura, antes, mas já tinha visto na televisão e nos jornais e revistas. E a maneira como Robert a olhava só a fez confirmar suas suspeitas.

- Isso é?...

- O que acha? – Robert, perguntou, impaciente, quando viu que o motorista olhava com curiosidade.- Cem por cento pura! É o verdadeiro ar da vida para um pobre bastardo!

Fliss não se lembrava direito do que havia acontecido em seguida. A descoberta de que Robert e sua família estavam envolvidos com tráfico de drogas parecia inacreditável demais para ser verdade. Ela achava que tinha olhado para Robert com o horror estampado no rosto, e Robert parecia ter percebido que tinha ido longe demais.

Depois de balançar a cabeça vigorosamente, ele colocara a caixinha novamente dentro do bolso da jaqueta e continuo falando sobre um assunto qualquer.

Quando o motorista os deixou no hotel, Fliss quase não acreditou em tudo o que tinha acontecido.

Quase...

Assim que Robert deixou-a, alegando que precisava de um último gole, pois o bar do hotel ainda estava aberto, a seriedade do que acontecera tomou proporções enormes para ela, que saiu correndo para o quarto, sentindo uma náusea crescente.

Será que ele sabe o que fez?, Fliss se perguntou. Ou está cheio demais de uísque para se importar? Será que vai se lembrar de tudo quando acordar, pela manhã? Se ela o acusasse de alguma coisa e ele negasse, Fliss precisaria ter provas.

Fliss olhou para roupa que tinha acabado de tirar.

Será que o pó havia caído em sua roupa? Mesmo se fosse até a polícia, seria a palavra dela contra a dele!

Fliss estremeceu, diante de um novo ataque de náusea. Se Robert estava implicado, Oliver devia estar, também. E é claro, Rose Chen parecia estar no controle de tudo. E qualquer um que conviva com ela necessariamente deveria saber o que está acontecendo.

Fliss suspirou longamente.

- Oh, Deus! Será que foi um sonho, quando pensei que o único problema seria dizer a Robert que não queria mais casar c ele? – Fliss perguntou-se, olhando no espelho. Como vou lhe dizer agora? O que Robert vai dizer? Não vai querer me deixar ir embora, agora que sei de tudo. Não é possível que isso esteja acontecendo comigo que só quero ter uma vida tranqüila e sem problemas...

Fliss desejou poder culpar Oliver por tudo, quem sabe se sentisse melhor.

Era certo que até o momento em que Rose Chen havia aparecido em Sutton Magna, sua vida era calam e tranqüila. Mas foi James Hastings quem realmente começou tudo.

James Hastings, cuja morte havia desencadeado aquela confusão.

Fliss lavou o rosto de tentou coordenar os pensamentos..

Há quanto tempo Robert sabia sobre os negócios do pai?

- Não muito tempo – ela mesma respondeu, lembrando-se da reunião em Londres e da maneira como tinha ficado quando contara que tinha sido convidado para fazer parte da diretoria.

O pai de Fliss tinha dito que James hastings nunca levara o filho a sério. Ou talvez ele nunca tinha confiado que ele pudesse manter a boca fechada.

A descoberta de que Oliver a tinha feito de boba, não uma, mas diversas vezes, era o que mais doía em seu peito. Assim que se afastou do espelho e se jogou na cama, Fliss se perguntou se ele ainda se lembrava do que havia acontecido entre eles.

A menos que tenha sido a maneira que Oliver encontrou para ferir Robert. Ele deve ter ficado muito satisfeito por ter tido o que Robert nunca teve e nem teria mais...

De repente, Fliss escutou alguém batendo à porta. Imediatamente, sentou-se e percebeu que seu coração batia acelerado, fazendo-a sentir falta de ar.

A última coisa que esperava era que Robert lhe trouxesse problema á noite. Afinal, ele não estava em condições de conversar, quanto mais...

Alguém bateu novamente á porta, mais insistente dessa vez e Fliss percebeu que não conseguiria fingir que estava dormindo.

- Não é o Robert – uma mulher respondeu e nesse instante Fliss reconheceu a voz de Rose Chen. – Preciso falar com você. Abra a porta..

Fliss sentiu o suor escorrendo-lhe na testa.

- Nós não temos nada para conversar.

- Eu não concordo – Rose insistiu, tentando abrir a porta. – abra a porta, Fliss, a menos que queira que eu faça uma cena. Estou preparada para gritar que você é minha amante e não quer me deixar entrar.

- Você não faria isso.

Fliss encostou-se na porta, sentindo os batimentos cardíacos ainda mais acelerados.

- Será que não? Quer correr o rico? – Rose Chen indagou.- por favor, Fliss, abra a porta. Eu não vou machuca-la.

Fliss sentiu um estremecimento.

- O que você quer?

- Deixe-me entrar e eu lhe direi.

- Robert não está aqui.

- U sei- Rose murmurou, impaciente.- Você pediu-lhe que fosse embora, lembra-se? E antes que pergunte, ele não está comigo aqui.

- Onde ele está?

- Realmente importa? – Rose falou.- Talvez esteja no bar, afundando as mágoas. Não é o que ele costuma fazer quando está com problemas?

- Com problemas?

- Abra a porta. É sua última oportunidade, Fliss. Se demorar mais vou começar a gritar.

Fliss respirou fundo e, antes que Rose Chen começasse a fazer um escândalo, abriu a porta, temerosa.

Rose estava sozinha.

- Feche a porta – ela ordenou, entrando.

Sem pensar duas vezes Fliss obedeceu, com medo de que Oliver também estivesse por ali.

- Meu Deus! Você está péssima! – Rose exclamou, olhando-a atentamente. – Se eu não a conhecesse melhor, diria que está desesperada por alguma coisa.

- E você sabe por que estou assim, não é?

- Sei? Será que meu irmãozinho cometeu alguma indiscrição?

Fliss respirou fundo e tentou manter as idéias em ordem.

Não importava o quanto Rose Chen fosse provocativa, ela iria se manter sob controle.

- Você não sabe o que diz – Fliss murmurou.- O que quer? O que está fazendo aqui? Estou cansada e gostaria de ir dormir.

- É mesmo? Bem, nem sempre nós podemos ter aquilo que queremos. Pelo menos, não da maneira que queremos.

Fliss sentiu um tremor percorrer-lhe a espinha.

- O que quer dizer?

- Não banque a espertinha comigo, fliss. Você não sabe nenhuma das respostas.

Fliss tentou parecer confiante.

- E você sabe, eu suponho.

- Mais do que você – Rose Chen retrucou. – Apesar de não pretender saber tudo.

- Você me surpreende.

- Espere até ouvir tudo o que tenho pra lhe dizer, antes que faça mais besteiras! Não acho que seja tão ingênua assim. Você tem muito a perder...

- É uma ameaça?

- Não. É a verdade – Rose respondeu – Acho que seu noivo está bêbado demais para... uma noite de romance.

Fliss sentiu o rosto vermelho e quente.

- Portanto suspeito que alguma coisa aconteceu, para deixa-lo nesse estado. Apesar de pensar numa centena de coisas que meu irmão possa ter dito, você deve conhece-lo melhor, pois, afinal, vai se casar com ele.

Vou?

Fliss teve vontade de falar alto, mas já tinha cometido um erro, eu tinha sido deixar Rose entrar em seu quarto. Não iria cometer o segundo, pois se era realmente verdade que todos estavam envolvidos no tráfico de drogas...

- Ele disse alguma coisa não é? – Rose insistiu, depois de uma pequena pausa.

- Talvez – Fliss respondeu, sentando-se numa cadeira.

- Você não precisa mentir pra mim, Fliss – Rose pediu, esboçando um sorriso.- Joe, o motorista, ele ouviu tudo. O idiota mostrou-lhe a caixinha, não é? Eu o alertei para que esperasse até que vocês se casassem, mas Robert nunca teve bom senso. Se soubesse que o pai dele, ou melhor, o que meu pai costumava falar dele! – Rose deu um passo na direção de Fliss. – Um dia você ainda vai em contar o que viu nele. Eu realmente gostaria de saber.

Fliss permaneceu em silêncio.

Rose era esperta.

- E então? Estou certa? Robert mostrou-lhe a caixa e você não consegue entender, não é?

Fliss respirou fundo.

- Você precisa me dar um tempo...- ela murmurou.- Foi um choque pra mim.

- Aposto que sim.

Fliss esperou que Rose dissesse mais alguma coisa, mas ela ficou em silêncio.

- Eu nunca suspeitei... O pai de Robert era tão discreto...

- Percebe agora por que quero você e Robert em Hong-kong, não é? Acho que isso vai lhe fazer muito bem.

Ou muito mal, Fliss pensou, entrando em pânico.

- Ele falou, sim. – Fliss admitiu, desejando que Rose não lhe pedisse uma resposta. Oh, Deus, o que vou fazer?

- Bom. – para seu alivio, Rose pareceu aceitar a aceitar a resposta simples.- Fico feliz que esteja agindo com inteligência e astúcia. Odiaria precisar envolver seu pai. Pelo que Oliver diz, ele é um homem muito bom.

Fliss engoliu em seco.

- O que meu pai tem a ver com isso? – ela perguntou, se esquecendo por um momento que havia decidido não dizer nada mais rude.

- Ele é nosso escudo, claro- Rose Chen falou, ajeitando o casaco. – Nosso passaporte para a fortuna – acrescentou, friamente. – Vou manter Oliver e olho nele, enquanto vocês estiverem a milhas de distância daqui.

 

Capítulo XIII:

 

- Não!- A palavra saiu dos lábios de Fliss , sem que se desse conta. Era impossível imaginar-se casando com Robert, depois de tudo o que descobrira.- Isto é... – ela tentou manter o controle.- meu pai não está envolvido nisso. Não gostaria que ele ficasse sabendo de nada.

- Oh, ele não vai saber – Rose respondeu, gargalhando.- pelo menos não enquanto você for uma boa menina. Robert pode ser um tolo, mas tenho certeza que você não é. Seu pai gosta de Oliver e eles vão ser bons amigos.

Fliss sentiu náuseas novamente.

- Você acha? – ela indagou. Por isso Oliver havia se insinuado em suas vidas? Em sua vida?

- O que quer dizer? – Rose indagou, ameaçadora.

Fliss mordeu o lábio.

- Não sei do que está falando – ela murmurou. – se já falou o que tinha para falar, eu gostaria que fosse embora.

- Aposto que sim.- Rose deu mais um passo na direção de Fliss e, para seu desespero, segurou-a pelo braço.- o que quis dizer quando insinuou que não haveria amizade entre Oliver e seu pai? E melhor me dizer logo, porque de uma forma ou de outra, eu vou descobrir! E será pior pra você!

- Me solte! – Fliss ordenou, tentando se livrar dos dedos que a apertavam.

- Quando eu quiser – Rose apertou com mais força o braço de Fliss. – Agora, me conte a verdade! O que está escondendo?

- Nada!- Mas Fliss estava assustada e sua voz saiu trêmula. Ela podia imaginar o que Rose faria se soubesse que ela e Oliver...

- Não acredito em você! Se eu desconfiar que seu pai sabe de alguma coisa...

- Papai? Você não está falando sério, está? Ele não sabe de nada. É apenas um pastor.

Rose não estava convencida.

- Você pensava que Jay-Jay era somente um vendedor de obra-de-arte. Poucos de nós somos quem aparentamos ser..

- Quem era Jay-Jay? – Fliss indagou.

- O pai de Robert, claro. Portanto, se seu pai é somente um pastor como afirma, por que eu não acreditaria em Oliver, quando me disse que seu pai é um...comerciante?

Fliss sentiu o sangue correr veloz em suas veias.

O que Rose estava falando. O que Oliver havia dito sobre seu pai?

- Eu não disse que não deveria acreditar – Fliss murmurou, querendo ganhar tempo.

Mas Rose estava furiosa, e num acesso de raiva, apertou-a ainda cm mais força.

- Eu sei. – ela disse, mudando o tom de voz.- Tem medo de que eu descubra sobre seu romance com Oliver, não é? Oh, Fliss, você ainda tem muito o que aprender. Eu sei tudo sobre o que aconteceu!

Fliss sentiu que iria vomitar ali mesmo.

Então Oliver havia contado tudo! Havia dito a Rose sobre aquela noite sórdida! Oh, deus, como ele pôde? E ainda disse que se preocupava com ela.

Fliss não sabia o que dizer,por isso achou melhor ficar em silêncio. Mas aquele silencio, para Rose, era uma confissão de que jogara certo.

- Eu sabia!- E Rose gritou!.- Eu sabia que aquele bastardo não ficaria longe da sua cama! – e, num aceso de fúria, deu uma bofetada em Fliss, fazendo-a cair da cadeira.

- Eu não faria isso novamente.

A voz masculina soou atrás de Rose, fazendo-a ficar sem ação por alguns instantes. Depois, reassumindo o controle, ela se virou, ainda mais furiosa, quando percebeu que era Oliver.

Ele, que estava parado na porta e que, lentamente a fechava atrás de si.

Oliver...

Fliss não sabia há quanto tempo Oliver estivera ali, mas ele não parecia perturbado pelas últimas palavras de Rose.

Ele é um bastardo!, ela pensou, levando as mãos ao rosto. E parece estar gostando do que está acontecendo aqui.

- Por que não fica calma, Rose? Assim



  

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