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Capítulo II



Capítulo II

 

 

- Isso tudo está me deixando doente – Roberto, o noivo de Fliss resmungou, se aproximando. Ele jogava uma partida de tênis com a mãe.

- Sinto muito por sua mãe – Fliss murmurou, depois de um momento, não sabendo direito o que deveria dizer, pois sabia que ele estava se referindo à descoberta de que Hastings tinha levado uma vida dupla, sem dúvida, e a sra. Hastings não conseguira se livrar, infelizmente, de virar alvo de comentários maldosos na pequena cidade de Sutton Magna.

- Por que? – Robert indagou, revelando um lado do seu caráter eu Fliss até então não conhecera. – se não fosse por ela, o velho não teria procurado prazer em outras companhias. Ela é uma mulher muito fria. Ou será que ainda não percebeu?

Pra ser sincera, Fliss percebera. Sua relação com a sra. Hastings nunca tinha sido exatamente amigável. Amanda Hastings não encorajava nenhuma garota que tentasse se aproximar de seu único filho, ainda mais se ele insinuasse estar pensando em se casar. E apesar de Fliss ser uma presença freqüente naquela casa, era tratada como se não passasse de uma simples visitante casual.

Mesmo assim...

- Imagine ter uma amante chinesa! – Robert exclamou, levando a mão à testa. – meu deus, você acha que ela vai trazer toda a família? Os chineses são muito ligados por laços familiares.

- O sr. Davis não disse nada sobre a garota ter uma família – ela falou, mas Robert não pareceu convencido.

- Humm... Davis...- ele resmungou – o que ele sabe? Onde está a mãe da garotas? Será que espera herdar alguma coisa...como a filha? É o que eu quero saber!

- Tudo o que sabemos é que ela provavelmente deve ser órfã. Por isso seu pai sentiu-se responsável por ela... Rose Chen... É assim que ela se chama?

- Mas e nós? – Robert protestou.- Liss, Dody e eu? Você parece não perceber, Fliss, que meu pai deixou metade de tudo pra ela. A empresa, as lojas... até mesmo essa casa! E se ela quiser vender tudo? Onde iremos morar?

- Acho... – Fliss respondeu, tentando escapar das implicações que aquele pensamento traziam e retornando à realidade- que sua mãe vai querer mudar para um lugar menor. – Conhecendo a sra. Hastings profundamente, fliss duvidava que isso fosse verdade. – Quero dizer, agora que seu pai morreu, ela não vai precisar mais recepcionar tantas pessoas nos fins-de-semana e oferecer tantos jantares como o sr. Hastings estava costumado a fazer.

Robert olhou para ela com impaciência.

- Você não está falando sério.

- E porque não?

- O que quer dizer com isso?- ele indagou, ainda mais irritado.- Como agora eu vou tomar conta das empresas do meu pai, esta casa vai ser minha e não de minha mãe. E, por isso, vou precisar continuar a recepcionar algumas pessoas... pelo menos de vez em quando.

- Sim, eu sei, mas é que...

- Esta vai ser a nossa cãs! Sua e minha – ele repetiu- vamos continuar a tradição de nossa família aqui.

Fliss ficou assustada pela maneira que Robert se expressara. Será que ele estava pensando em morar ali, com a mãe e as duas gêmeas?

- Bem... aconteça o que acontecer, acho que deveríamos começar a vida juntos... numa casa realmente nossa. Não aqui. Nós podemos ter uma casa num mias próximo à cidade... um lugar que possamos decorar, de acordo com nosso gosto.

- O que há de errado com Grange? – Robert perguntou.

- Nada.- Fliss percebeu que precisava ter muito tato pra tocar naquele assunto.- Mas esta é a casa de sua mãe... pelo menos, por enquanto... E é também a casa de Liss e Dody.

Robert olhou fixamente para Fliss, por alguns instantes, como se não acreditasse no que acabar de ouvir.

- Eu não quero mudar daqui – ele declarou,olhando ao redor.

- Talvez não seja necessário – Fliss falou. – Você está dotando esta mulher... Rose Chen... de características que talvez não correspondam à realidade. Ela também deve estar tão abalada com o que aconteceu quanto vocês. Você mesmo disse que o dr. Davis era da opinião de que ela não sabia de toda a verdade, antes do testamento de seu pai ser lido?

Robert encolheu os ombros.

- Você não acredita, não é, Fliss? Este deveria ser o ano mais feliz de nossas vidas!Íamos nos casar no Natal... Não sei o que vai acontecer agora.

Robert colocou o braço nos ombros de Fliss e puxou-a para mais perto.

- Ainda temos muito tempo- ela tentou conforta-lo, repousando a cabeça no peito de Robert.

“ Realmente”, ela pensou; “ há certas ocasiões em que me sinto mais mãe dele do que sua noiva. Às vezes, Robert me parece tão vulnerável...”

“ Bem, talvez seja exagero de minha parte”, ela continuou pensando. “ Robert é o tipo de pessoa que sempre luta por aquilo que quer... E uem poderia afirmar que logo ele não teria sua meia-irmã chinesa comendo em sua mão?”

- Rob! Rob!- Dody, uma das irmã de Robert, se aproximou, gritando.- Rob, mamãe disse que você precisa ir até a varanda imediatamente! Aquela mulher está chegando! Nossa...irmã! e ela veio acompanhada de um rapaz alto e muito lindo.

 

 

Mesmo acostumada com a maneira exagerada de Dody, Fliss tinha que admitir que Oliver lynch era o homem mais perturbador que já tinha visto em toda sua vida.

Ele tinha uma presença marcante e, como Robert, também era alto.

“ Mas é mais velho”, ela pensou. “Pode não aparentar, mas pela expressão em seu rosto e as linhas ao redor de seus olhos azuis... Deve estar por volta dos quarenta anos”, Fliss concluiu.

À pergunta da sra. Hastings, Oliver respondeu que lutara na Guerra do Vietnã e que a batalha durara quase vinte anos.

Mesmo assim, Fliss continuou pensando, é um homem deslumbrante... e atraente.

Ele não era o que se podia chamar de simpático, assim como Robert, que sempre tinha um sorriso nos lábios. Seu rosto apresentava uma constante ruga na testa, devido à expressão de seriedade.

Mesmo assim, havia algo de masculino e muito sensual em seus olhos, e na maneira como seus lábios se moviam.

Oliver passou a mão direita pelos cabelos, para afastar alguns fios que caíam-lhe na testa. Neste instante, devido à manga arregaçada da camisa, Fliss viu uma cicatriz que ia da altura do cotovelo até o pulso.

Fliss tentava se convencer de que a perturbação que sentira ao ver Oliver, era por conta da associação com aquela mulher, Rosa Chen, e ao que ela representava para Robert. Mas, no fundo, sabia que não era nada disso.

Se fosse honesta, admitiria que Oliver a perturbava de uma forma... estritamente pessoal... uma perturbação física. Só pelo fato de olha-lo, sentia um frio no estômago e um arrepio percorrer-lhe o corpo.

E, quando Rose Chen tocou-o no braço, o que fazia com freqüência, como se quisesse eu todos soubessem que Oliver era sua propriedade, fliss desviou o olhar, como se aquela imagem tivesse o poder de ofende-la.

“ É claro que isso tudo é uma tolice”, ela pensou respirando fundo.

Fliss não sabia porque pensara nele mais de uma vez. Era como se quisesse trocar sua vida pacata por algo mais excitante...

Independentemente da petulância que Robert possuía, ele era ao mesmo tempo, carinhoso e terno, além de paciente.

“ Características que com certeza esse Oliver Lynch não possui.”

De onde estava, do outro da varanda, Fliss podia observa-los , sem atrair a atenção de ninguém.

Todos estão sendo perfeitamente civilizados, ela pensou,lembrando o quanto Robert tinha sido grosseiro antes da chegada de Rose Chen e Oliver Lynch. Mas sua mãe ainda não tinha conhecido Oliver Lynch, nem tinha sido conquistada pelo seu charme e cortesia.

Esforçando-se por tirar sua atenção de Oliver, Fliss perguntou-se o que seu noivo deveria estar pensando.

Em seguida, todos se sentaram e o chá foi fervido. Enquanto eram servidos, Oliver continuou a contar sobre a viagem que tinham feito até ali.

Ninguém poderia ser mais educado ou atencioso do que esse inglês, Fliss pensou. Não se pode negar que Oliver Lynch é um exemplo de diplomacia.

Fliss tentou focalizar sua atenção em Rose Chen.

“ela é mais velha do que eu tinha pensado”, ela concluiu, depois de olhar por alguns segundos a mulher inegavelmente bonita. “ Será por isso que todos estão sendo gentis e atenciosos com ela? Será que ao descobrirem que Rose Chen não era a garotas indefesa que pensavam, decidiram que ela não representa nenhuma ameaça a Amanda Hastings?

Estava claro que o envolvimento do sr. Hastings com a mãe de Rose Chen tinha sido pelo menos trinta anos atrás. Talvez trinta e cinco. E se foi exatamente isso que aconteceu, Robert não era nem nascido quando o pai arranjou uma amante”

- Acha que ela é amante dele? – Liss sussurrou no ouvido de Fliss, interrompendo-lhe os pensamentos.

- Quem? – ela perguntou, percebendo que Fliss ficara impaciente com a pergunta.

- Oliver Lynch, é claro!- a outra continuou sussurrando.- e não me diga que não pensou nisso. Vi a maneira como olhou pra ele, assim que chegaram.

Fliss engoliu em seco e sentiu o rosto quente. As palavras de Liss tiveram o poder de perturba-la profundamente e fliss não sentiu vontade de explicar o que estava acontecendo.

- ao contrário do que as garotas de sua idade possam pensar, as mulheres mais velhas não costumam especular sobre a vida particular, principalmente sexual, de outras pessoas... principalmente quando acabam de se conhecer- Fliss respondeu, ainda sussurrando.- Talvez seja marido dela.- Pensamento que causou um certo desconforto em Fliss.- Não temos nada a ver com isso.

- Mulheres mais velhas!- Liss exclamou, controlando o tom de voz – Você não é velha, Fliss, e sabe muito bem.

- Tenho vinte e seis anos e às vezes me sinto mais velha do que sua mãe. – fliss retrucou.- Em todos caso, isso não tem nada a ver com Oliver lynch. Não estou interessada nele.

- Mamãe está.- Liss retrucou. – Ela não tira os olhos dele desde que ele e Rose Chen desceram do carro. A propósito, você viu o carro em que eles chegaram? Acho que é uma Ferrari. É grande e muito bonito. Dody quase desmaiou quando viu!

Fliss balançou a cabeça.

- Liss! Seu pai morreu há quase três semanas! Pelo menos demonstre um pouco de respeito!

- Mas não estou desrespeitando!- Liss argumentou. – Não reparou que mamãe está simplesmente vidrada naquele homem? Quanto anos acha que ele deve ter? talvez seja uns oito... dez anos mais novo que mamãe?

- Liss!- Fliss já começava a ficar impaciente com aquela conversa.- vá procurar alguma coisa mais interessante para se fazer! Está me deixando com dor de cabeça.

- Porque está frustrada- Liss retrucou, se levantando.

Fliss se sentiu aliviada por ter conseguido se livrar da irmã de Robert.

Olhou para o grupo conversando animadamente à sua frente e, sabendo que Robert não iria precisar dela pra nada, desejou sair também dali. Já sabia tudo o que seria conversado, pois desde que o testamento do pai tinha sido lido, ninguém mais falava de outra coisa que não fosse a chegada de Rose Chen.

Ela achara que o testamento tinha sido justo, é claro. Afinal, metade de todos os bens que o sr. Hastings deixara já seria suficiente para satisfazer todos os seus herdeiros. Fliss gostava das coisas que o dinheiro podia comprar, mas não entendia como alguns homens podiam sacrificar tudo, até mesmo o auto-respeito, para conseguir mais e mais dinheiro.

O pai de Fliss costumava dizer que tinha muito a ver com o poder que o dinheiro trazia. Mas ela, por causa da influência de sua família, via pouco uso para ele.

- E está mesmo?   

A pergunta a pegou desprevenida e Fliss quase deixou cair a xícara de chá que segurava. Ela não tinha se dado conta de que não estava prestando a menor atenção à conversa.

- Me desculpe...- ela murmurou, descruzando as pernas.- Disse alguma coisa?

- Eu perguntei se está mesmo- Oliver Lynch repetiu, tendo certeza de que Fliss não havia prestado atenção a nada de que tinha se dito.

- Eu o quê? Acho que não sei do que está falando...

Oliver esboçou um sorriso.

- tenho certeza que sim, madame – ele retrucou, formalmente. – a garotas acusou-a de estar frustrada e eu estava me perguntando se você concordava com isso.

- É mesmo? – Fliss indagou, não acreditando n que acabara de ouvir. – Não espera mesmo que eu responda a esta pergunta, não é? – Fliss olhou em direção ao jardim à sua frente. – Humm... é a primeira vez que vem à Inglaterra?- ela perguntou, querendo mudar logo de assunto.

- Não.- Oliver respondeu, friamente.

“ ele não está sendo nada receptivo”, ela pensou, procurando se ajeitar melhor na cadeira. “ Será que somente tentando me deixar embaraçada? Ou, quem sabe, entediado com minha companhia?”

- O senhor é americano? – fliss observou, tentando conversar sobre um assunto neutro.- Mas mora em Hong-Kong. Tem negócios por lá?

- Podemos dizer que sim.- Oliver respondeu casualmente e Fliss teve certeza de que tinha sido muito particular.

O que deveria dizer a um homem que tinha o poder de deixa-la completamente atordoada? Fliss sabia que não levava muito jeito para entabular uma conversa animada, com quer que fosse, mas naquele momento sentiu-se ainda mais despreparada.

- A senhorita mora em Sutton Magna?- Oliver indagou, depois de alguns instantes, para alívio de Fliss. – Mandy disse que você vai se casar com Robert. – ele acrescentou. – É isso mesmo?

Mandy?

Depois de um segundo, Fliss percebeu que Oliver se referia a sra. Hastings.

- Humm... sim – ela respondeu, hesitante.- Eu moro em Sutton Magna e vou me casar com Robert. Meu pai é o pastor da igreja local. Talvez você e sua... amiga queiram visitar a igreja enquanto estiverem aqui. Ela foi construída no começo do século XII e é muito bonita.

- Não sou turista, srta. Hayton – Oliver Lynch retrucou, num tom de voz visivelmente hostil.

“Mas que diabos eu disse?”, ela se perguntou. Só tentei manter a conversa interessante. Não há nenhum motivo pra ele se irritar com isso.

Mas a educação não permitiu que Fliss respondesse à altura.

- Eu... sinto muito – ela murmurou – Não quis dizer isso...

Os olhos de Oliver Lynch percorreram o rosto de Fliss e ao perceber que ela havia ficado completamente ruborizada, fez com que ele quase se arrependesse de ter sido grosseiro.

- Esqueça – ele disse. – Eu não sou nenhum ignorante, mas acho que já me esqueci como me devo comportar quando estou em companhia de uma pessoa educada.

E agora? O que isso quer dizer?

Fliss passou a ponta da língua nos lábios. Ela não sabia o que dizer e desejou que a mãe de Robert viesse em seu auxílio.

- Eu... quer que eu o sirva de mais chá gelado, sr. Lynch? – ela perguntou, um pouco mais aliviada. – É uma tarde muito quente e tenho certeza de que ainda deve estar com sede.

- E estou mesmo – Oliver concordou, esboçando um sorriso.- Mas não para tomar chá. Se tiver uma cerveja... eu prefiro – ele disse, a tocando no braço.

Fliss livrou-se daquele contato, como se tivesse levado um choque. Ao mesmo tempo, começou a imaginar como seria ser tocada por ele no corpo, na cintura, nos seios...

Fliss respirou fundo. A simples possibilidade de ser tocada por ele era fascinante e sentiu-se enlevada por aqueles pensamentos.

- Vejo que já se apresentou a minha noiva, sr. Lynch?- a voz de Robert soou aos ouvidos de Fliss, trazendo-a de volta à realidade. – O que disse que deixou-a com esta expressão de culpa?

- Oh... estávamos discutindo sobre a utilidade do chá... entre outras coisas – Oliver respondeu – Como um estranho em seu país, não estou acostumado a certos... costumes.

Robert pareceu perceber que havia duplo sentido nas palavras de Oliver.

- Espero que Fliss tenha satisfeito sua curiosidade – Robert falou. – Naturalmente faremos o possível para tornar sua estada aqui a mais agradável possível.

Oliver esboçou um sorriso.

- Sua noiva foi muito simpática e atenciosa. Acho que deve gostar muito dela.

- Oh, sim...- Robert murmurou, pegando-a pela mão.- fliss é u dos meus vícios- ele acrescentou- Ela me tem em suas mãos, no momento que quiser.

Fliss ficou envergonhada pelas palavras de Robert e pela maneira como Robert olhava pra ela.

- Você é um homem de sorte – Oliver observou, pensando que se Robert tinha alguma intenção de intimida-lo, ficaria desapontado.

 



  

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