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CORAÇÃO ATORMENTADOCORAÇ Ã O ATORMENTADO Devil In Velvet ANNE MATHER
― O que você esperava? — perguntou Harriet, zangada e muito surpresa. — Que eu me emocionasse ao vê -lo outra vez? Que esquecesse o porco egoí sta que você realmente é? — Sem refletir, parou na frente de André e esbofeteou aquele rosto de expressã o fria e zombeteira. Harriet tinha se esforç ado por reconstruir sua vida desde que ele a abandonara, há oito anos. E agora, quando estava instalada num chalé no interior da Franç a, certa de que a beleza e a paz daqueles campos fariam muito bem a seu coraç ã o atormentado, André aparecia outra vez em sua vida. Será que nunca teria paz, que nunca se livraria dele?
Digitalizaç ã o: Ana Cris Revisã o: Ana Ribeiro
CAPÍ TULO I
A porta nã o estava fechada à chave e, assim que a abriu completamente, o cheiro forte de mofo e decadê ncia assaltou as narinas de Harriet. A ú nica mobí lia que havia ali era uma mesa de madeira, ladeada por bancos, uma velha cadeira de balanç o, perto da lareira, e uma pia esmaltada quebrada, com um sistema de bombeamento absolutamente obsoleto. O chã o estava coberto de folhas e outros resí duos, trazidos pelo vento, atravé s das aberturas da janela. Estava frio, considerando-se o calor lá fora, e Harriet sentiu um arrepio ao longo da espinha. O grande buraco enegrecido da lareira nã o tinha sido limpo desde a partida dos ú ltimos locatá rios e as cinzas cobriam tudo com uma fina camada de poeira escura. O coraç ã o de Harriet ficou apertado. Como seria possí vel morar ali, num lugar tã o sujo e ú mido? E o que era aquele som que ela estava ouvindo? Ratos? Involuntariamente ela se apoiava num e noutro pé, reprimindo o desejo de arregaç ar a barra das calç as até os joelhos. Onde estava aquela casa de campo, limpa e mobiliada, que ela esperava encontrar? O retiro pintado de branco, no luxuriante vale da Dordogne, a terra regada a vinho e pâ te de foisgras, como o folheto de publicidade extravagantemente anunciava? Como é que algué m podia vender aquilo como um lugar de descanso, se mais parecia uma ruí na? Seu sangue fervia. Havia deixado Susan no carro, mas agora ouvia os passos da menina atrá s de si. Voltando-se, tentou dissimular a raiva e a frustraç ã o que tinham se apoderado dela. Susan tinha tido de agü entar muito naquelas ú ltimas semahas e Harriet esperava que a visã o daquele lugar nã o piorasse ainda mais as coisas. Tinha-lhe parecido tã o boa idé ia trazer sua sobrinha para a Franç a por alguns meses, dando a ela uma mudanç a completa de ares. Seu patrã o, Charles, tinha sido tã o gentil, dando-lhe tempo livre para isso. E Harriet nã o hesitou em gastar todas as suas economias na compra daquele lugar. Confiara no agente de Paris, que lhe havia assegurado que aquela casa de campo em Rochelac era exatamente o que ela queria; e agora, a mais amarga humilhaç ã o. — E entã o? É este o lugar? — A voz de Susan era confiante. — Infelizmente — concordou Harriet, deixando escapar um pequeno suspiro. — Infelizmente? Por que infelizmente? — Susan passou por ela e entrou. — Por quê? Precisa perguntar? — Está sujo. Mas nã o tem importâ ncia, nã o é mesmo? Quer dizer, a gente pode limpar isso logo. — Susan dava de ombros, despreocupada. Afinal, ela tinha apenas catorze anos. — Está mofado! Será que você nã o enxerga as manchas nas paredes? Já pensou como deve estar lá em cima? E, quanto à mobí lia... — Você já ^ deu uma olhada? Hum, esta deve ser a sala. — Susan andava pelo cô modo sem se perturbar com a possí vel presenç a de ratos. Abriu entã o uma porta que Harriet nã o tinha notado. — O salon. Susan, por favor, veja onde pisa. Ouvi ruí dos quando entrei — replicou Harriet, desolada. — Provavelmente sã o ratos do campo. Eles sempre invadem casas vazias. Onde está a escada? — Ora, Susan, eu nã o sei. Eu me pergunto... Acho que foi minha culpa. Devia ter insistido em ver o lugar, antes de pagar. Espere até que eu ponha as mã os em monsieur Frond! — Por que você está tã o nervosa, Harry? Existem duas boas cadeiras de braç o aqui e uma espé cie de armá rio. Isto nã o é o fim do mundo. Acho até que é bem legal. Dá para ver o jardim nos fundos da casa e ainda existe, um rio... — disse Susan, indo para a cozinha. — Já o imagino entupido de ervas daninhas. O jardim quero dizer. E nã o me chame de Harry! Susan sorriu e as sardas de seu rosto ficaram evidentes contra a palidez. As ú ltimas semanas tinham-lhe tirado o pouco de cor que possuí a e era bom vê -la sorrir outra vez. Se a casa podia fazer isso por ela, entã o nã o tinha sido de todo mal. — Olhe, você nã o gosta que eu a chame de tia Harriet, nã o é? — Nã o gosto, é verdade. — Harriet se abrandou. — Preferia que você me chamasse simplesmente de Harriet... — Está bem. Será simplesmente Harriet! — Susan cortou maldosamente e ambas riram. — Mas, falando sé rio, isto nã o está assim tã o feio, nã o é verdade? Eu gosto. Estou enjoada de... coisas convencionais. Sua voz tremia um pouco e, para dar-lhe um momento para se recuperar, Harriet fingiu interessar-se pelos arredores. Havia outras portas e ela abriu uma delas, encontrando uma escada de madeira que dava para o andar superior. — A escada! — anunciou secamente e, respirando fundo, começ ou a subir. Nã o havia corrimã o e era muito í ngreme. Ia dar num quarto quadrado, com o teto caindo abruptamente em direç ã o a pequenas janelas colocadas abaixo da beira do telhado e com o chã o á spero, esburacado, de tá buas desiguais. Havia uma armaç ã o de cama, um capacho esfarrapado e, perto das janelas, um velho lavabo, com um jarro quebrado e uma bacia. O cheiro de fruta podre era forte ali e o calor do sol tinha tirado o ar do quarto, dando-lhe uma atmosfera abafante e opressiva. As janelas estavam intactas, mas, quando Harriet tentou abri-las, resistiram a todos os seus esforç os. Enquanto lutava com a madeira empenada, constatava que, curiosamente, a casa estava mais limpa em cima. Susan a tinha seguido e agora exclamava, excitada: — Veja! Deve haver um só tã o. Existe um alç apã o. Harriet olhou à sua volta, meio impaciente. Susan apontava para uma abertura quadrada, colocada no estuque despedaç ado do teto, e só agora Harriet notava uma escada de madeira apoiada contra a parede, ao lado da cama. Esquecendo-se da janela, colocou-se embaixo do alç apã o, impedindo que Susan fizesse maiores exploraç õ es. — Sã o quase cinco horas! Se pretendemos passar a noite aqui, e eu nã o estou certa de que devê ssemos, temos de pensar em limpar o andar de baixo — disse Harriet, olhando o reló gio. — Você nã o esta pensando em ir embora? — Susan olhou-a, estarrecida. — Nã o é bem assim. Mas você precisa admitir, Sue, que isto nã o é exatamente o que esperá vamos. — A mim nã o incomoda. — Você quer dizer que... — Isso mesmo. É realmente uma aventura. E já dormi em lugares piores. Puxa, quando fui acampar com os Guides... — Bem, eu nã o gastei vá rias centenas de francos numa casa que só serve para acampar! — declarou Harriet firmemente, mas, vendo que o rosto de Susan começ ava a mostrar uma expressã o de choro, acrescentou rapidamente: — Talvez possamos fazer alguma coisa a respeito, mas por hoje acho que devemos encontrar uma pensã o e ficar lá até que eu entre em contato com monsieur Frond. — Mas nó s planejamos acampar aqui! Até trouxemos nossos sacos de dormir — disse Susan, franzindo os lá bios. — Porque eu pensei que as camas precisassem ser arejadas. Como você pode ver, só existe uma cama, onde eu nã o permitiria a um cachorro dormir! Alé m disso, o ar aqui em cima é asqueroso, e, até que a gente consiga abrir aquelas janelas... Ignorando a expressã o do olhar de Susan, ela desceu a escada até a cozinha, cuja atmosfera era infinitamente mais fresca. Susan seguiu-a e, juntas, examinaram o compartimento. — Você tem de admitir que isto aqui é deplorá vel! —Harriet insistiu e Susan deu de ombros. — Onde vamos ficar entã o? E o que você dirá a monsieur Frond, quando o encontrar? Harriet balanç ou a cabeç a. Honestamente, nem ela mesma sabia. Devia ter inspecionado a propriedade antes. Entã o nã o seria enganada por fantasias de contos de fadas, com vinhas e castelos e tardes preguiç osas à beira do rio. — Nã o sei o que fazer — disse, notando o quanto a poeira já tinha manchado sua blusa. Atravessou a sala e saiu para a luz do sol, respirando profundamente e desabotoando um outro botã o, revelando um decote que ela nunca teria ousado mostrar em casa. — A gente vai voltar, nã o vai? — Susan perguntou ansiosamente, enquanto Harriet trancava a casa, olhando para ela tristemente. — Acho que seremos obrigadas. Ou entã o iremos para casa. — Você nã o faria isso! Nó s nã o vamos para casa, vamos? — Os lá bios de Susan tremiam. — Provavelmente nã o. Venha, estou com sede. Acho que há um pouco de suco de lima no carro — disse Harnet, fazendo uma careta resignada. Sentia-se agora cansada e deprimida. Dirigira desde muito cedo, ansiosa para alcanç ar seu destino. Mas tudo tinha ido por á gua abaixo. Mesmo seu ressentimento em relaç ã o a monsieur Frond se dissipava, dando lugar à raiva contra si mesma. Quando é que ia aprender que as pessoas nã o sã o o que parecem? Repartindo a lata de suco de lima com Susan e assumindo um interesse que estava longe de sentir, ela consultou o mapa, abrindo-o sobre a capota do carro e apontando a posiç ã o em que estavam com muita precisã o. — Bem, estamos a cerca de trinta quilô metros de Beynac, a cidade mais pró xima, mas acho que a vila de Rochelac fica mais perto. Você acha que a gente devia ir para lá? — Claro. — Obviamente Susan preferia ficar a uma distâ ncia menor da casa alugada. A vila estava a trê s ou quatro quilô metros apenas. — Talvez nã o haja uma pensã o lá. O que faremos entã o? — Ora, a gente dorme no carro. — Ela parecia tã o despreocupada que Harriet deixou-se levar. Da estrada, era possí vel ver as á rvores que rodeavam a casa. Dava até para ver o teto cinzento e, mais adiante, a ravina sombria onde o rio ia desaguar. A distâ ncia emprestava-lhe encanto, mas Harriet estava muito cansada para apreciar aquelas qualidades agora. Susan, mais excitada, olhava longamente para trá s, mas sua tia pressionou fortemente o pé no acelerador e o pequeno Fiat começ ou a correr. Rochelac parecia pendurada na colina, acima do rio. A vila era tã o pitoresca quanto ela tinha esperado: ruas estreitas, balcõ es com flores, uma pequena praç a e a inevitá vel torre da igreja. Harriet estacionou o carro ao lado da padaria, onde o cheiro de pã o fresco dava á gua na boca, e entã o, fechando o carro, ela e Susan desceram pela ladeira í ngreme que levava ao rio. As casas que ladeavam o caminho eram altas e finas, grudadas umas nas outras, como para economizar espaç o. Os tetos altos e pontudos precipitavam-se contra as rochas maciç as, as janelas salientes projetando-se em â ngulos retos. Aqui e ali, cortinas coloridas protegiam as janelas mais altas dos reflexos do sol na á gua brilhante, enquanto o rio fluí a, macio e misterioso. Susan parou à beira do caminho e olhou para baixo, para as profundezas, e Harriet juntou-se a ela, admirando o prazer dos passageiros que navegavam numa lancha, rio abaixo. Entã o, respirando profundamente, disse: — Vamos. Temos de encontrar um lugar para ficar. — Veja! Susan tinha-se voltado e apontava, para alé m da vila, as torres de um castelo que podia ser visto acima das á rvores, no topo de uma escarpa. Elas tinham visto muitos exemplos daquela arquitetura, no caminho para Rochelac. Tinham até parado uma vez, em Beynac, para admirar o castelo que tinha sido do sinistro Mercadier. Durante o reinado de Ricardo Coraç ã o de Leã o, ele saqueou os arredores de Beynac, em nome do rei inglê s, até que Simon de Montfort assumiu o poder em 4. Aquela á rea da Franç a era rica em tais histó rias turbulentas, uma parte de seu atrativo. — Você acha que mora algué m lá? — perguntou Susan, curiosa, mas Harriet só conseguiu sacudir a cabeç a. — Sei lá. Vamos voltar à praç a outra vez. Nã o há hoté is ou pensõ es por aqui. Mas a vila també m parecia nã o ter acomodaç õ es para turistas de passagem e o proprietá rio do ú nico café explicou-lhes que quase ningué m aparecia por ali. Afortunadamente, Harriet tinha um francê s fluente. Por causa de seu trabalho, tinha estado na Franç a mais de uma vez. — E essa, agora? Honestamente, eu nã o tenho a menor vontade de voltar guiando para Beynac — disse a Susan, tentando nã o mostrar impaciê ncia com a garota. Susan fez uma careta e perguntou ao proprietá rio, no francê s que aprendera na escola: — Connaissez-vousquelqu'unquipourraitnoushebergerceí í emuit? O proprietá rio franziu os sobrolhos e em seguida iniciou um longo discurso, do qual Susan só entendeu a palavra chateou. Procurou Harriet com um olhar confuso e, com pena dela, a tia explicou: — Monsieur... hã... monsieur. -. . — Macon — completou o proprietá rio, com ares de importante. Sorrindo-lhe à guisa de agradecimento, Harriet continuou: — Monsieur Macon estava dizendo que, exceto o castelo, as casas por aqui nã o sã o grandes o suficiente para acomodar visitantes. — Entã o o castelo é um hotel? — gritou Susan excitada, obviamente esperando passar a noite num castelo medieval, mas Harriet logo a desiludiu. — Pelo que se sabe, ningué m vive no castelo hoje em dia. O dono nã o podia arcar com as despesas e ele ficou abandonado, como outras propriedades conhecidas. Espere um momento! Harriet pronunciou a ú ltima sentenç a com tal veemê ncia, que Susan e monsieur Macon olharam estarrecidos para ela, que se levantou num salto. — Monsieur Macon, será que o dono do castelo nã o é també m o proprietá rio das fazendas dos arredores? — perguntou ela com determinaç ã o. O proprietá rio pareceu nã o gostar muito da pergunta. Achou que ela tinha ultrapassado os limites do que era correto perguntar e levantou-se vagarosamente da cadeira. — É possí vel, mademoiselle. Agora, se me desculpar... — Por favor, um momento... Só uma coisa mais, monsieur. A quem pertence o castelo?. — Por que é que a senhorita deseja saber? Olhando para Susan, Harriet prosseguiu: — Eu... nó s... Bem, compramos uma propriedade a alguns quilô metros daqui e eu estava curiosa para saber quem foi o dono dela. Só isso. Veja, eu a comprei atravé s de um agente, em Paris — acrescentou rapidamente. — Mas você disse que precisava de um lugar para ficar — ele lembrou, olhando-a agora com alguma suspeita. — Bem... é que o lugar precisa ser ventilado. — E, vendo que o homem nã o estava inteiramente convencido, continuou: — Como o senhor estava dizendo... O proprietá rio franziu o sobrolho e olhou vagamente em volta, como se esperasse um cliente a quem devotar sua atenç ã o. Mas o pequeno café estava vazio à quela hora do dia e Harriet achou que ele bem que preferia ter fechado mais cedo naquele dia. — Pelo menos diga-me o nome do castelo — ela pressionou-o, pensando que o nome do lugar nã o seria diferente do nome do proprietá rio. — É o Castelo de Rochefort, mademoiselle. Qualquer um podia informá -la disso — disse ele relutantemente. — Obrigada. — Harriet apanhou a bolsa e o mapa que tinha levado com ela e, junto com Susan, deixou o café. — O que quer dizer tudo isso? O que é que importa saber a quem pertence o castelo? — exclamou Susan, assim que ficaram fora do olhar do homem. — Será que você nã o compreende? Monsieur Frond é um agente trabalhando para os proprietá rios. A casa, a nossa casa, pertenceu provavelmente ao conde de Rochefort, ou o que quer que o dono do castelo se chame. — Ah, bom! Você quer dizer que devemos talvez falar diretamente com ele, é isso? — O rosto de Susan brilhou. — Algo assim. — Mas, quando? Agora? — Por Deus! Nã o. Já sã o quase seis horas. Nã o há por que tentarmos começ ar um processo agora. Melhor deixarmos tudo para amanhã. — O que faremos entã o? — exclamou Susan. — Bem, sinto dizê -lo, mas acho que devemos voltar. — Para a nova casa? — Susan exclamou, deliciada. — Sim, para a nova casa. Mas sugiro que compremos algumas coisas antes. Alguns produtos de limpeza, por exemplo. O carro já estava carregado de comida para uma semana, mas Harriet ainda comprou leite e alguns ovos frescos. — Espero que você compreenda que isto nã o vai ser um piquenique — advertiu ela a Susan, quando percebeu sua sobrinha incapaz de disfarç ar o sorriso do rosto. — Eu nã o acredito que você esteja realmente sentida por voltar, como quer parecer — insistiu a menina e, embora Harriet disfarç asse isso, nã o pô de deixar de sentir prazer quando o Fiat apontou na alameda arborizada. Foi somente quando Harriet parou o carro na frente da casa que ela viu fumaç a vinda da chaminé. Seu coraç ã o palpitou furiosamente, como quando ouvia histó rias de fantasmas. ― A chaminé está fumegante! Harriet, nó s nã o acendemos o fogo! — gritou Susan, alarmada. — Nã o. Nó s nã o o acendemos. — Ao olhar para o rosto de Susan, Harriet voltou a controlar-se, entrando resolutamente na casa. Mesmo assim, suas pernas bambeavam a medida que ela atravessava o estreito corredor. Seu coraç ã o parou na garganta quando uma figura alta apareceu na entrada, com a face ensombrecida pelo sol que lhe batia nos olhos. Ela parou, incerta, perguntando-se se era um vagabundo ou um intruso, ou se seria violento; entã o ele falou e o mundo dissolveu-se a seu redor. — Harriet! MonDieu, Harriet, é você mesmo? — perguntou ele incredulamente.
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