Capítulo Onze

Keegan seguiu Cassie e Jacyn atravé s do edifí cio, tentando nã o parecer como o recé m-chegado boquiaberto que ele era. Nã o era fá cil, no entanto. Quando eles tinham dirigido até a antiga fá brica de automó vel nos limites de Flint, dizer que ele tinha sido desapontado era o mí nimo. Velha, com a pintura desbotada e tijolos em ruí nas, o lugar parecia que deveria ter sido condenado anos atrá s. Uma vez lá dentro, ele teve que mudar sua opiniã o.

Os felinos tinha uma instalaç ã o militar de alto ní vel que teria feito Jack Bauer babar de inveja.

O cé rebro Keegan trabalhava rá pido, pegando imagens mentais de tudo ao seu redor. O nú mero de grandes telas de monitores que se alinhavam de ambos os lados da grande aberta construç ã o, o que essas telas tinham nelas. O nú mero de cubí culos que estavam do lado direito, assim como os do esquerdo. O nú mero exato de felinos que passaram enquanto eles caminhavam atravé s da sede. Outra parte menor dele percebeu que apesar de toda a sensaç ã o militar que o lugar tinha, nã o fazia o lugar parecer frio ou austero. Se qualquer coisa, os pisos de madeira e quente decoraç ã o marrom lhe lembravam de um escritó rio de advocacia, que apenas tinha dezenas de homens armados e mulheres correndo em volta.

Keegan quase sentiu como uma estrela rodeada por sua comitiva pela maneira como Jacyn, Cassie e Carson o rodeava por todos os lados, como se fossem do Serviç o Secreto ou algo assim. Toda a seguranç a de proteç ã o parecia um exagero para Keegan, já que ningué m mal olhou para a direç ã o deles.

“Meu escritó rio é ali, ” Carson apontou para a ú ltima porta à esquerda.

Ele estava fechado, sem dú vida trancado e Keegan tinha um profundo desejo de ver o como o interior do santuá rio particular de Carson se parecia. “Você vai me mostrar? ” Keegan perguntou, sua voz um pouco arrastada.

Jacyn nã o estava mentindo quando disse que somente dois analgé sicos seriam suficientes. Embora ele nã o estivesse exatamente dopado, ele nã o se sentia nervoso també m.

“Que tal se nó s examinarmos você na enfermaria primeiro? ” Jacyn sugeriu, quando ele balanç ou a cabeç a como se nã o pudesse acreditar que Keegan tinha se esquecido de seus ferimentos e os cuidados que eles precisavam.

“Eu nã o acho que eu preciso ir. Eu me sinto ó timo. ” Keegan deu de ombros exagerado para mostrar que ele tinha total amplitude de movimento agora.

“Somente até os analgé sicos perder o efeito e entã o você estará desejando que você estivesse inconsciente de novo, ” Jacyn respondeu secamente.

“Só vai demorar alguns momentos, ” Cassie assegurou.

Desde que ele tinha acordado, ela tinha sido completamente mã e dele, chegando ao ponto de colocar um maldito canudo em sua bebida. Poderia ter sido irritante nã o tivesse uma parte secreta dele gostava dela toda preocupada com ele.

Quando eles entraram na enfermaria, Keegan ficou chocado ao ver a limpeza nessa parte do edifí cio deixava muito a desejar. Vá rias camas estavam viradas, os lenç ó is e colchõ es rasgados. Um carrinho estava de lado, todo seu conteú do ele espalhado como uma gigante pirâ mide mé dica. Uma das paredes ainda tinha o que parecia ser um grande conjunto de marcas de garras gravadas no gesso.

“O que diabos aconteceu? ” A boca de Jacyn se abriu em choque quando ele girou lentamente para ver todos os danos.

“Nem sempre se parece assim? ” Keegan piscou enquanto olhava uma das poucas camas intactas. Seria o cé u poder deitar nela agora.

Jacyn se virou para ele. “Nã o, nã o parece. Você acha que nó s irí amos trabalhar no meio de uma á rea de desastre assim? ” Ele fez um gesto para o quarto, seu rosto uma má scara de irritaç ã o.

“Eu já estive em alguns ERs que pareciam piores. ”

Keegan deu de ombros, enquanto ele continuava a olhar ansiosamente para a cama novamente.

“Tivemos um pequeno incidente, ” disse um homem enquanto ele caminhava até eles. Alto e magro, com curtos cabelos negros, ele tinha as maç ã s do rosto salientes e tom de pele de um nativo americano.

“Nã o americano, canadense, ” murmurou Keegan, mesmo em seu estado drogado ele percebeu determinadas caracterí sticas faciais que marcaram a heranç a do homem. Ele nã o tinha percebido que ele tinha falado em voz alta até que ele viu todas as expressõ es confusas. “Você é Cree. Certo? Daquela tribo do Canadá, e nã o dos Estados Unidos. ”

“Isso está correto. Como você sabe disso? ”

O rosto do homem era uma mistura de choque e desconfianç a, uma reaç ã o que Keegan tinha se acostumado desde a tenra idade. “Eu —” ele começ ou, mas Carson o interrompeu. “— leu um livro. Isso é ó timo de saber, mas você meio que está enlouquecendo um pouco o Dr. Featherstone. ”

Pegando Keegan pela mã o, Carson começ ou a levá -lo para a cama.

Keegan agradecido foi junto, entã o rastejou sobre o colchã o. Ele se deitou de estô mago e se aconchegou no travesseiro coberto de papel. Mesmo que ele farfalhasse ruidosamente em seu ouvido, ele ainda soltou um suspiro feliz. Jacyn nã o havia mentindo quando ele disse que a droga iria derrubá -lo de bunda.

Enquanto Jacyn dava ao Dr. Featherstone um resumo sobre do que tinha acontecido e do tratamento prestado até agora, Keegan estendeu a mã o e agarrou a mã o de Carson novamente. Ele queria desesperadamente dormir, mas lutava contra, com medo de que se o fizesse, ele acordaria para descobrir que Carson tinha ido embora. “Fique comigo, ” ele pediu.

Ok, talvez ele estivesse um pouco drogado para expressar esse desejo em voz alta. Normalmente seu orgulho o teria impedido de fazer.

“Nã o se preocupe, Filhote. Eles teriam que me arrastar para fora daqui. ”

“Obrigado, e eu nã o me refiro apenas por ficar també m. ” Keegan segurou mais apertado a mã o de Carson.

Seu peito estava cheio de emoç õ es nã o ditas. Durante os ú ltimos dias, a Chita passou a significar tanto para ele e Keegan sabia que ele nunca seria capaz de sobreviver nesta vida sem Carson ao seu lado. Nã o apenas para protegê -lo, mas para lhe ensinar, també m. Nã o, Keegan estava loucamente apaixonado pelo homem. Embora ele pudesse estar drogado, ele nã o estava chapado o suficiente para admitir seus verdadeiros sentimentos em voz alta, poré m.

Em vez disso, ele manteve sua boca fechada e esperava que o dia chegasse logo para que ele pudesse capaz de dizer a verdade a Carson.

* * * * *

Vá rias horas depois, Rat ainda estava sentado ao lado da cama de Keegan.

Embora ele estivesse cansado, com fome e precisando desesperadamente de um banho, ele nunca tinha pensado duas vezes sobre sair do lado da Onç a.

Mesmo que sua teimosia tivesse lhe valido mais do que um olhar raivoso do Doutor enquanto ele rosnava sobre Chitas estú pidas que atrapalhavam a equipe que tentava tratar o paciente.

Depois de um exame minucioso, uma sé rie de raios-x e uma rodada de exames de sangue, Keegan tinha finalmente adormecido. Para ser justo, a alta dose de morfina provavelmente ajudou um pouco. Rat ainda continuou segurando firme a mã o de Keegan, tendo conforto em como sua pele parecia fria. O Doutor tinha advertido que se ele tivesse febre, entã o Keegan poderia ficar em apuros. Parecia que ele iria sair dessa bem.

Cassie entrou na enfermaria e silenciosamente pegou a cadeira do lado oposto da cama. “Como ele está? ”

“Bom, nenhum sinal de febre e Doutor acha que Keegan vai se curar bem depressa por causa de seu DNA felino. ” Se Keegan tivesse capacidade de mudar, a mudanç a em sua estrutura corporal o teria curado instantaneamente. A nã o ser que os felinos estivessem muito feridos, como era o caso de Seth, isso era o que eles faziam naturalmente. Mas já que Keegan ainda estava a dois anos distante de sua primeira mudanç a, essa opç ã o estava descartada. Entã o, eles tinham de recorrer a um tratamento mais semelhante ao humano. Um que era muito lento na opiniã o de Rat. “Você já descobriu quem destruiu a enfermaria? ” Rat perguntou já que ele estava muito focado em Keegan para descobrir por si mesmo.

“Foi um leã o chamado Colby. ” Ela suspirou fortemente enquanto ela estudava Keegan.

“Por que esse nome me parece familiar? ” Rat procurou em sua mente, tentando descobrir de quem ela estava falando.

“Ele é um dos shifters perdidos. Ou eu acho que devia dizer, ele era um deles. ”

“É isso. ” Rat estalou os dedos. “Ele é um leã o, o irmã o mais novo de Thomas. ”

“Sim, isso seria ele. Ele se transformou pela primeira vez e dizer que ele nã o reagiu bem a isso seria um eufemismo. ” Cassie lanç ou seu olhar sobre a sala. Apesar da maioria das coisas terem sido retirados, a parede riscada e colchõ es rasgados ainda prestavam testemunho ao caos que tinha acontecido.

Rat balanç ou a cabeç a, confuso. Alguma coisa nã o fazia sentido. “Como isso é possí vel? Pelo que me lembro, ele está trê s anos adiantado em sua primeira transformaç ã o. ”

“Essa é a pergunta da semana. Parece que a mesma coisa aconteceu ontem, mas foi com um felino que foi criado por nó s, e nã o com os humanos. Pelo que ouvi, esse shifter ficou mentalmente perturbado, també m. Os dois estã o trancados no porã o. ”

“Nas jaulas que temos lá em baixo? ” Rat se sentiu um pouco doente enquanto ele se perguntava como tudo isso deveria estar afetando Thomas. Ele tinha estado tã o ansioso em localizar seu irmã o perdido. Ele provavelmente estria vivendo um inferno, tendo que ver o garoto trancado.

“Eu acho que nã o era uma escolha. Apesar dos dois estarem de volta em suas formas humanas, eles ainda continua agindo selvagens e violentos. ”

“O Doutor saber o que está provocando isso? ” Rat segurou a mã o de Keegan mais apertado. Parte dele desejava pegar sua Onç a e correr. Ir a algum lugar onde a violê ncia e a guerra nã o era uma parte da vida quotidiana. Seria tã o malditamente bom nã o ter que lutar pela sobrevivê ncia do dia a dia. Talvez encontrar uma casa chata, empregos chatos, carros chatos... inferno, até mesmo um cachorro chato. Um que nã o mudasse e falasse.

“Nã o, o Dr. Featherstone nã o consegue descobrir e isso realmente o deprimente pelo que ouvi dizer. ”

Isso nã o foi surpresa para Rat. Ele conhecia o Doutor há sé culos e o felino sempre tinha se dedicado à sua carreira. Quase ao ponto de obsessã o.

Ele tinha ver essa nova ocorrê ncia como um fracasso pessoal.

“É por isso que eles tiraram tanto sangue de Keegan? ” Rat se sentou mais ereto enquanto o medo atravessava seu corpo.

“Provavelmente. ” A expressã o abatida no rosto de Cassie mostrava suas pró prias preocupaç õ es.

“O Doutor nã o pensa que o mesmo pode acontecer com ele, nã o é? ” A essa altura, Rat tinha um aperto mortal na mã o de Keegan, e o homem teria estremecido se estivesse acordado.

Cassie esfregou as mã os sobre o rosto. “Ele nã o sabe. Tudo o que ele me pô de dizer é o exames de sangue pareciam normais, mas isso nã o nos diz nada, uma vez que nã o temos amostras dos outros dois felinos antes da mudanç a. ”

Rat se lembrou de como Keegan estava cansado, como ele comeu como uma mula por toda a viagem. Os dois eram sinais que felinos tinham antes da sua primeira mudanç a. “O que Jacyn diz sobre tudo isso? ”

“Nada, o que só mostra o quanto ele está preocupado. ”

Rat balanç ou a cabeç a, sabendo que quando se tratava de da famí lia e seu amigo costumava ficar quieto, mais preocupado ele estava. “Algué m ligou para Mitchell? ”

“Isso é o que eu acabei de fazer. Ele diz que ele e Brent estã o a caminho agora. Eles devem estar aqui dentro dos pró ximos dois dias. ”

“Você disse a ele sobre mim? ” Rat nã o levantou os olhos de Keegan quando ele fez a pergunta.

“Sim, e dizer que ele estava menos do que excitado seria pouco, ” respondeu ela secamente.

“Eu nã o vou desistir dele, ” Rat surpreendeu a si mesmo ao declarar. Assim que ele disse as palavras, poré m, foi como se um grande peso tivesse sido tirado. Era bom nã o mentir para si mesmo. Keegan era dele e Rat rasgaria em pedaç os qualquer um que ficasse entre eles.

“Eu já disse isso a Mitchell. ” Ela estendeu a mã o e levemente escovou o cabelo da testa Keegan.

“Você já sabia. ” Era uma afirmaç ã o, nã o uma pergunta. Rat tinha percebido como Cassie sempre parecia tã o em sintonia com as emoç õ es de seus irmã os, por isso, apenas fazia sentido ela ser da mesma forma com Keegan.

“Tudo o que eu tinha que fazer era ver a forma como você s dois olham para o outro. ” Ela sorriu, apesar de nunca ter alcanç ado completamente os olhos. “O arrogante, cí nico, mal humorado dor-na-minha-bunda, finalmente caiu de cabeç a perdidamente apaixonado. Algué m precisa equipar Sataná s com um patim de gelo porque o inferno deve ter congelado. ”

“De onde você tira os seus comentá rios horrí veis? ” Rat sorriu, mas nã o estava realmente sentindo isso. Nã o até que eles soubessem que Keegan estava completamente saudá vel. Embora Rat sempre tivesse fantasiado sobre colocar um amante em uma jaula para algum divertimento e jogos, sempre tinha sido em suas condiç õ es, e nã o porque seu parceiro tinha perdido sua sanidade.

“Eu assisto demais Nickelodeon nas noites de sexta-feira. ” Ela passou os dedos pelas costas de Keegan, sua boca se transformando em uma careta. “Ele podia ter se machucado muito pior. Quando eu o vi saindo correndo daquele jeito, eu pensei que eu mijaria nas calç as. ”

Os lá bios Rat se contraí ram em sua vulgaridade. Cassie tinha uma boca que poderia deixar a maioria dos felinos machos envergonhados. “Eu nã o achava que eu seria capaz de chegar a ele rá pido o suficiente. Como fodido é esse? Uma Chita que precisa se mover mais rá pido? ”

“Mas você o alcanç ou e você salvou a vida dele — outra vez, ” sua voz falhou.

“Eu nã o o alcancei rá pido o suficiente. ” Rat deu um olhar de desgosto aos hematomas nas costas de Keegan.

“Deus, Carson, você precisa dar a si mesmo uma pausa de vez em quando. Pelo menos tempo suficiente para você perceber o quanto você é importante para todos nó s. ”

Rat lentamente virou a cabeç a para ver se ela estava brincando com ele. “Você acabou de me chamar de Carson? ”

“Bem, Keegan parecia tã o determinaç ã o sobre isso, quem sou eu para recusar? ”

“Sim, porque você é a garota-propaganda da cooperaç ã o, ” Rat falou lentamente. “Merda, Cassie você poderia levar um polí tico as lá grimas. ”

“Agora existe um pouco do sarcasmo eu passei a adorar. Fico feliz em ver que você nã o perdeu todo o seu charme. ”

“Você sabe o que dizem sobre Chitas. Somos totalmente tranquilos. Agora, sã o as Onç as que tem que lutar com a falta de graç a social, ” ele brincou.

“Vai se foder, Carson. ”

“Veja, agora você apenas provou o meu ponto. Sé rio, Cassie, sua lí ngua até mesmo me faz corar, à s vezes, ” ele expressou com simpatia enquanto ele ironicamente balanç ava a cabeç a.

“Isso vindo do espertalhã o que cantou uma versã o suja do Deck the Halls[14] no Natal passado. ” Ela deu uma risadinha.

“Eu quero que você saiba que foi Brent quem me ensinou as palavras. ”

“Sim, mas você foi o ú nico que cantou no sistema de som, entã o todos na sede teve que sofrer em ouvir. ” Ela tinha uma expressã o maliciosa no rosto. “Você sabe o que dizem sobre Chitas? ”

“Nã o, mas eu tenho uma suspeita furtiva que você está prestes a me dizer. ”

“Que eles nã o podem cantar porcaria nenhuma. ”

“E lá vai você com a linguagem de novo, ” ele repreendeu.

Keegan se agitou, sua testa se franzindo como se estivesse incomodado.

Rat se inclinou mais perto e viu que os olhos da Onç a ainda estavam fechados. “Você está bem, Filhote? ”

Os lá bios de Keegan começ aram a se mover, mas nã o era para responder a Rat. Era como se Keegan estivesse preso em um sonho ou algo assim. Ele apurou os ouvidos, tentando decifrar o que a Onç a estava murmurando, mas tudo que Rat pegou foram algumas palavras esparsas, incê ndio, Mitchell, Mamã e...

“Vá buscar Jacyn, ” Rat ordenou a Cassie.

Ela tinha saltado de pé s, seus olhos arregalados de preocupaç ã o. Dando a ele um breve aceno de cabeç a, ela saiu correndo.

Keegan continuou a se movimentar, seus movimentos ficando mais agitados quando ele começ ou a falar mais rá pido.

Rat esfregou sua cabeç a e deu algumas palavras de conforto. Os murmú rios de Keegan logo se transformaram em uma espé cie de canto. Apesar de Rat ainda nã o conseguir entender exatamente o que ele estava dizendo, a melodia soava vagamente familiar. Baixa e cadenciada, tinha uma qualidade calmante para ele, mesmo que Keegan estivesse fora do tom. Apesar de sua preocupaç ã o, Rat sorriu para si mesmo. Ele preciso se lembrar de nunca pedir para Keegan fazer uma serenata para ele, porque o cara nã o podia cantar para salvar sua vida.

Cassie voltou, Jacyn logo atrá s.

Embora Rat soubesse que ele deveria recuar para dar espaç o para paramé dico fazer o exame, ele se viu relutante a parar de tocar Keegan.

Jacyn nã o reclamou, todo concentrado enquanto verificava os sinais vitais e os ferimentos de Keegan novamente. “Nada parece fora do normal. Sua frequê ncia cardí aca está alta, mas nã o muito. ” Os lá bios de Jacyn ainda estavam apertados de preocupaç ã o.

A canç ã o Keegan ficou mais alta, com a voz ruim piorando.

Cassie respirou fundo enquanto seu rosto ficava tã o pá lido que Rat podia contar suas sardas do outro lado do quarto.

“O que nã o você está nos dizendo, bolinho de canela? ” Rat exigiu, intencionalmente usando um apelido que ele sabia muito bem que ela odiava.

“Essa é a canç ã o que Mamã e costumava cantar para nó s antes de irmos para a cama todas as noites. ” Ela oscilou ligeiramente, agarrando os trilhos da cama para se equilibrar.

“Entã o, talvez seus pais adotivos cantassem para ele. ” Jacyn deu de ombros enquanto enrolava seu estetoscó pio de volta ao redor de seu pescoç o.

“Pelo pouco que Keegan disse sobre eles, eu nã o acho. Nã o, a menos que ela tivesse uma babá ou empregada domé stica que fizesse isso, ao invé s, ” Rat nã o tentou esconder o nojo de sua voz. Ele, como ningué m, sabia como era ter uma mã e da alta sociedade que gostava de deixar que os outros criassem seu filho.

“Carson está certo. Nã o há nenhuma maneira que seus pais adotivos tivessem cantado para ele. ” Cassie sacudiu a cabeç a enquanto ela mordiscava forte o lá bio inferior.

Rat meio que esperava ver sangue. “Vamos, bolinho de aç ú car, o que mais está escondendo? ” Rat se calou enquanto dava um olhar de aviso para Cassie. Embora ele realmente gostasse dela, nada era mais importante do que o bem-estar de Keegan.

“Mamã e fez essa mú sica apenas para nó s. Portanto, é impossí vel que algué m que nã o seja ela pudesse ter cantado para ele. Ele está se lembrando de seu passado. ”

Jacyn e Rat olharam para ela, o quarto tenso com medo e preocupaç ã o. Os ú nicos sons eram o barulho das má quinas, as vozes distantes de Felinos em outras partes da sede e a canç ã o de Keegan.

“Como isso é possí vel? Os Falcõ es limparam nossas memó rias logo depois deles nos salvarem, ” Jacyn finalmente disse. Ele olhava atentamente para Keegan, como se estivesse buscando as respostas de seu irmã o inconsciente.

“Eu nã o sei, mas nã o é a primeira vez que ele disse algo suspeito, ” Cassie respondeu.

“Quando está vamos no carro e ele te chamou Cass-Cass, ” Rat parou, de repente se lembrando da tensa reaç ã o dela ao nome.

“Sim. ” Um sorriso triste e estranho veio em seu rosto enquanto ela olhava para Keegan. “É assim que os trigê meos costumavam me chamar. ”

Agora, tanto Jacyn quanto Cassie estavam jogando olhares preocupados ao redor e por alguma razã o, isso chegou debaixo da pele de Rat. “Qual é o grande problema? Você está falando de um cara que poderia recitar palavra por palavra de livro depois de apenas folhear as pá ginas uma vez. Ele tem uma assustadora boa memó ria, entã o, por que deveria ser diferente com sua infâ ncia? Quem sabe, assim que ele ficou em torno de todos nó s, as coisas começ aram a se encaixar e ele atravessou qualquer que seja o feitiç o que os Falcõ es colocaram sobre ele. ”

Quando eles ainda hesitaram, mesmo indo tã o longe a ponto de compartilhar um olhar de medo, Rat realmente explodiu. “Isso nã o tem nada a ver com o que aconteceu com os outros dois shifters, ” ele quase gritou. Ele estremeceu quando viu Keegan saltar. Ele percebeu que sua discussã o alta deveria ter acordado a Onç a.

Keegan soltou um gemido suave e lentamente abriu os olhos. “Ei, Carson. ” Keegan sorriu sonhadoramente para ele.

Toda a raiva instantaneamente abandonou o corpo de Rat porque ele derreteu mais uma vez com a forma como Keegan disse seu nome. “Como você está se sentindo? ” ele perguntou, acariciando suavemente a bochecha de Keegan. Deus, ele achava que ele jamais se cansaria de tocar o seu homem.

“Na verdade, eu estou muito melhor. Quando eu posso sair daqui? ”

“O Doutor disse assim que você se acordasse eu poderia tirar o IV e você poderia ir para o nosso apartamento, ” Jacyn disse, já arrancando a fita no braç o de Keegan que estava segurando o cateter IV no lugar.

“Entã o, eu vou ficar com você s? ” Keegan estremeceu quando Jacyn tirou o cateter.

“É claro que você vai. Toda a famí lia mora lá, já que Mitchell é o lí der e ele está sempre de plantã o. Os outros felinos vivem fora da base, poré m, ” Cassie simplesmente respondeu, como se a discussã o fosse desnecessá ria em sua opiniã o.

Rat nã o perdeu o olhar de esguelha de preocupaç ã o que Keegan lhe deu. Isso quase o fez sorrir quando ele percebeu a Onç a nã o queria que eles ficassem separados.

Nã o que Rat deixaria isso acontecer, mas era bom saber que o sentimento era mú tuo.

“Antes mesmo de perguntar, sim Carson pode vir també m. ” Cassie revirou os olhos.

Rat podia dizer que ela realmente nã o estava irritada.

“Embora você s dois estejam por conta pró pria, quando Mitchell puxar uma arma quando ele chegar em casa. ”

“Eu vou pedir uma pizza para o jantar e encontrar você lá, ” Jacyn se ofereceu. Se inclinando perto, ele falou em um sussurro alto, “Keegan, você me deve por nã o permitir que Cassie cozinhe. ”

“Como eu iria querer ficar escrava sobre um fogã o quente para você s, pedaç os de lixo, ” Cassie retrucou enquanto ela lentamente levantava seu dedo mé dio para Jacyn.

Keegan soltou uma risada baixa, o som aquecendo Rat de dentro para fora. Era o primeiro sorriso verdadeiro que ele tinha visto da Onç a desde encontro deles na cova. Certo, a maior parte do tempo desde entã o, Keegan estava com uma dor incrí vel, mas Rat sabia que muito do estresse que Keegan tinha era devido a encontrar sua famí lia.

Keegan começ ou a se sentar.

Rat correu para ajudá -lo, colocando um braç o em volta dos ombros do homem mais jovem. Quando Keegan nã o estremeceu de dor, ele sentiu como uma pequena vitó ria.

“Eu nã o estou mais machucado, ” disse Keegan como se estivesse lendo sua mente. “O que o Dr. Featherstone fez, ajudou. Alé m disso, eu sempre me curei muito rá pido. ”

“Eu vou correr rá pido para casa e pegar algumas roupas, ” Rat disse. Na verdade, chamar seu despejo de uma casa era um grande exagero, já que realmente era apenas um pequeno apartamento em um dos piores partes de Flint.

Ele nunca tinha se preocupado com isso, poré m, desde que a maioria do seu tempo era passada em seu escritó rio.

“Você tem que ir? Tenho certeza de que você poderia pedir algo de meus irmã os, ” a voz de Keegan tinha pâ nico apenas o suficiente para fazer Rat precisar confortá -lo.

Inclinando-se, ele pressionou seus lá bios contra os de Keegan. Com um gemido suave, Keegan relaxou de imediato, separando seus lá bios em um apelo para mais. Sem pressa, Rat prolongou o beijo, empurrando sua lí ngua para frente, enquanto saboreava a sensaç ã o da resposta urgente de Keegan. Um puxã o de relutâ ncia o fez gemer quando ele o interrompeu. “Eu acho que é o melhor que Mitchell nã o volte para casa e me encontre vestindo suas roupas. ”

“Sim, já é ruim o suficiente que ele já está vestido com o seu cheiro. Nenhuma necessidade de incitar ainda mais a raiva do Alfa. ” Cassie revirou os olhos.

“Ele nã o vai ficar bravo com você por minha causa, nã o é? ” Os olhos Keegan ficaram largos de pâ nico antes de seu rosto de repente ficar duro. “Se ele tentar manter você longe de mim, entã o eu vou sair e ir morar com você. Eu nã o vou desistir de você. ”

Rat nã o podia falar atravé s do nó em sua garganta. Ningué m — ningué m jamais tinha sido disposto a abrir mã o de tanta coisa por sua defeituosa e miserá vel pele. No entanto, Keegan nã o hesitara um segundo. Incapaz de se segurar, ele puxou Keegan para outro beijo.

Desta vez Rat nã o se reteve, esperando que cada carí cia, beliscã o e lambida projetassem o quã o profundo era seu amor por Keegan.

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