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CAPÍTULO IV



CAPÍTULO IV

 

As pernas de Sophie tremiam quando entrou no carro, e ela ficou contente por estar de saia comprida. Jamais teria acreditado que Simon, tão cordato, tão amável, pudesse comportar-se daquela maneira. Robert... bem, Robert era um caso a parte. Ele sempre fora um tanto imprevisível...

Ele dirigiu depressa através da aldeia. Assim que deixaram para trás as últimas casas, pegou um maço de cigarros e acendeu um. Somente então e!a notou que as mãos dele tremiam e isso a tranqüilizou até certo ponto. Não gostava de ver os irmãos brigarem por causa dela.

As janelas do carro estavam abertas, deixando entrar uma brisa agradável. Sophie recostou-se no assento e tentou relaxar. Estava na companhia de Robert e tinham toda à tarde diante de si. Então, por que não estava contente?

Seus movimentos atraíram a atenção de Robert, ele olhou-a de relance e disse:

— O que há com você e Simon? O que ele anda lhe falando a meu respeito?

Sophie sentiu-se chocada.

— Ele não me falou absolutamente nada a seu respeito.

— Não? — Robert parecia cético. — Neste caso, o que ele lhe falou a respeito dele mesmo?

Sophie encarou-o e, ao deparar-se com seus olhos cinza, desviou o olhar.

— O que ele poderia me dizer?

Robert sacudiu a cabeça, fumando nervosamente.

— Ele não é responsável por você, não é mesmo?

— O que você quer dizer com isso?

— Não gosto do modo como ele age em relação a você, como se fosse pessoalmente responsável por seu bem-estar.

— Pois esta manhã você se comportou exatamente assim — disse ela com calma. — Você também não é responsável por mim.

Fez-se um silêncio incômodo durante alguns minutos. Ela notou que ele estava irritado, porque jogou fora o cigarro consumido pela metade, acendeu outro, distraído, e então disse bruscamente:

— Não quero que você se envolva emocionalmente com Simon! Sophie ficou espantada com sua audácia.

— Acho que isto não lhe diz respeito! Robert olhou-a de soslaio.

— Pois farei com que diga. Sophie respirou fundo.

— E isso também se aplica a John Meredith?

— Claro.

— Claro. — Sophie imitou o seu tom. — É claro, você me comunicará quando descobrir alguém suficientemente aceitável para se envolver comigo, não é? — ela indagou com ironia.

— Eu já lhe disse: você é jovem demais para se envolver com quem quer que seja. Oh, pelo amor de Deus, Sophie, como é que pode lhe passar pela cabeça ter um relacionamento com Simon?

— E eu disse que tinha? Seu rosto ficou tenso.

— Não. Mas sei como Simon se sente em relação a você.

— Será que cabe a você me dizer isto? — ela indagou em tom de desafio.

— Por que não? Ele mesmo já lhe disse, não é?

— Como é que você sabe? Robert brecou violentamente.

— Porque ele mesmo me contou — respondeu furioso.

— Percebo. — Sophie olhou para suas mãos. — Bem, seja o que for, não lhe diz respeito. Você tem Emma, não é?

O rosto de Robert assumiu uma expressão selvagem.

— Quem lhe disse isto?

Ela notou sua fúria e voltou novamente à atenção para as mãos, que tornavam a tremer.

— Será que tem importância? É verdade, não é? Você está pensando em ficar noivo dela, não?

— Pensando... em ficar noivo... — Robert repetiu suas palavras como se não as compreendesse e logo se recompôs. — Prefiro não discutir este assunto agora, se você não se incomoda.

— Oh, não. — Sophie olhou para ele com desprezo. — Não tenho o direito de lhe fazer perguntas, não é? Você quer que as coisas aconteçam de acordo com seus desejos. — Disfarçou sua dor por ele não desmentir o noivado. — Pois bem, farei o que eu quiser, ouviu? E se... se seu amigo John Meredith convidar-me para sair novamente, não recusarei!

O silêncio pairou pesadamente entre eles e Sophie se sentiu preocupada. Por que viera com ele? Parecia que era impossível ficarem juntos sem passarem o tempo todo magoando-se um ao outro. Ele, pelo menos, a magoara. Já não tinha mais tanta certeza assim de seu sucesso.

Finalmente, Robert disse com dificuldade:

— Olhe, temos toda a tarde diante de nós. Vamos tentar nos comportar como gente civilizada e tratar um ao outro com delicadeza? Acho que não vou conseguir agüentar desentendimentos durante muito tempo!

Sophie encarou-o com indiferença estudada, mas as palavras dele atingiram-na profundamente.

— Você não prefere voltar?

Robert então olhou para ela e, retirando a mão do volante, agarrou seu joelho através do tecido fino da saia.

— Não — ele disse com firmeza. — Não quero voltar! Sophie sentiu-se a ponto de chorar e pousou a mão sobre a dele, até que seus dedos se entrelaçaram. Ele não voltou a olhá-la, mas guiou o resto da viagem com uma mão apenas.

Gloucester, à semelhança de Hereford, atraía os turistas, ansiosos para explorar os aspectos antigos da cidade. Casas com telhados de duas-águas e vigas aparentes preservavam a atmosfera da Inglaterra elisabetana, enquanto a catedral refletia todos os estilos da arquitetura gótica. Sophie passara muitas horas felizes na catedral, explorando as capelas, os claustros e os túmulos de pessoas famosas.

Robert colocou o carro no estacionamento diante da catedral e, quando saíram à luz do sol, disse:

— Tenho de dar um pulo até o escritório da companhia, em Henry Street, Sophie. Para você seria um tanto aborrecido-Não quer se distrair com alguma coisa durante uma hora e em seguida iremos a um salão de chá?

Sophie mal conseguiu disfarçar seu desapontamento. Desde que tinham saído do carro Robert não fizera a menor tentativa de tocá-la e agora queria abandoná-la.

— Muito bem — concordou sem entusiasmo.

Ele estendeu a mão e tocou-lhe o rosto.

— Não fique assim — ordenou ele quase impaciente. — Há uma ótima livraria ao lado da catedral. Se você se interessar, voltarei antes que tenha tempo de sentir minha falta.

Sophie sorriu ligeiramente.

— Vamos fazer uma aposta?

Robert parecia a ponto de dizer algo mais e então deu-lhe as costas abruptamente.

— Está certo — resmungou. — Eu me encontro com você na livraria Rhymers às quatro horas. Comporte-se.

Fez um gesto breve com a cabeça e afastou-se.

Por coincidência, Sophie encontrou uma de suas antigas colegas na livraria. Sally Vincent morava em Gloucester, mas deixara a escola no Natal anterior e elas perderam contato.

— Mas que maravilha! — exclamou Sally. — Precisamos trocar nossos endereços, Sophie. Queria lhe telefonar desde que saí da escola, mas você sabe como são essas coisas...

— Sim — sorriu Sophie. — Eu...

— Estivemos viajando pelo exterior, Mamãe tem uma prima distante que se casou com um negociante austríaco, e ficamos hospedados com ele. Foi fantástico. Já esteve na Áustria?

— Não, mas...

— As estações são tão definidas... No inverno, esqui, trenós, todos os esportes e no verão é deliciosamente quente! Você acabou a escola, já decidiu o que vai fazer?

Sophie conseguia encaixar uma palavra ou outra em meio à conversa. Sentiu-se aliviada diante da prosa interminável de Sally, após a tensão precedente e, quando Robert voltou, já tinham trocado endereços e números de telefone. Robert aproximou-se, abrindo caminho por entre os numerosos clientes da livraria, e franziu o cenho ao constatar que Sophie não estava sozinha, Sally olhou admirada para o companheiro da amiga e, cutucando Sophie, disse:

— Você não vai me apresentar?

Sophie fez as apresentações com alguma relutância. Sally era muito atraente e o ciúme apoderou-se dela ao notar que sua amiga intuíra a verdadeira natureza de seu relacionamento. Seus olhos brilharam, intrigados, e ela se pôs a conversar com Robert com a maior desenvoltura, lançando mão de seu encanto. Robert relaxou, parecendo tranqüilo e amável. Sophie, entretanto, sentiu-se completamente à parte desde o momento em que ele apareceu.

— Olhem aqui — exclamou Sally —, por que você e seu... hum... seu irmão não vêm jantar em minha casa hoje à noite, Sophie? Somente papai, mamãe e eu estaremos lá e tenho certeza de que meu pai gostará muito de recebê-los. Os rapazes que saem comigo ou são completamente servis ou têm opinião política contrária à dele. Ele costuma evitá-los, claro... Digam que virão.

— Sinto muito, mas não poderemos — desculpou-se Robert. antes que Sophie pudesse dizer alguma coisa. — Nossos pais esperam alguns convidados hoje à noite e teremos que estar lá.

— Oh, que pena! — Sally parecia ter ficado desapontada. Em seguida voltou a sorrir. — Bem, eu anotei o numero do telefone de Sophie, Quem sabe virão outro dia?

— Talvez. — Robert não queria se comprometer, o que deixou Sophie muito aliviada.

— Bem, de qualquer forma — prosseguiu Sally —, foi um prazer vê-la, Sophie. Não devemos perder contato.

— Não. — Sophie agora mostrava-se menos entusiasmada.

— Sinto muito, mas temos de ir — disse Robert, tomando Sophie pelo cotovelo, o que lhe provocou arrepios pelo corpo.

— Oh, é mesmo? — suspirou Sally. — Bem, não tem importância. Eu lhe telefonarei, Sophie. Gostaria muito de conversar sobre os tempos da escola. — Seus olhos, porém, não se despregavam de Robert, e Sophie duvidou de que ela se comportasse com tanto entusiasmo se Robert não tivesse aparecido.

Despediram-se e Sophie e Robert saíram da livraria. Já na rua, Robert respirou fundo e disse:

— Lá dentro estava abafado demais. — Colocara o paletó a fim de visitar o escritório e tentou afrouxar o colarinho. — Como foi que você conseguiu agüentar durante quase uma hora?

— Oh, eu... bem, Sally é quem falava o tempo todo.

— Ela fala um bocado, não é mesmo? — ele comentou secamente, começando a andar em direção à rua principal.

Sophie olhou-o.

— Você acha?

— E você não? Ou será que você nem notou isso? Sophie deu de ombros.

— Notei, sim. Ela é uma pessoa muito cheia de vida.

— Você acha, é?

— Claro.

Robert levantou os olhos para o céu.

— Está certo, se é você quem diz.

— Achei que você devia ter gostado.

— Por quê? Só porque ela se insinuou? — Sacudiu a cabeça. — Pare de ser tão implicante! Se você gosta dela, muito bem. Mas não espere que eu goste de todo mundo.

Os lábios de Sophie tremeram.

— Pois achei que você gostou.

— O quê? Gostei dela?

— Sim... dela.

Nesse momento ele tomou-lhe a mão, entrelaçando seus dedos aos dela, exatamente como Simon havia feito, mas com uma pressão infinitamente maior.

— Oh, Sophie — e!e disse resignadamente. — Conheço dezenas de garotas exatamente como ela. Nosso escritório em Londres está cheio delas.

Sophie olhou-o com adoração e ele, resmungando, disse:

— Vamos tomar chá, está bem? — e apertou o passo. Aquela hora, todos os restaurantes e lanchonetes estavam repletos e, após vinte minutos, Robert consultou o relógio: — Que tal comprarmos algumas latas de cerveja ou refrigerante, uns sanduíches e irmos comê-los nos arredores da cidade?

— Hum, ótimo! — exclamou Sophie mais do que depressa. Robert entrou na primeira lanchonete que encontrou.

Saiu carregando dois sacos e quatro latas e Sophie ajudou-o a levá-los enquanto se dirigiam para o estacionamento.

Era bom sair da cidade e Robert não parecia ter a menor pressa em voltar. Encontraram um lugar ao lado da estrada, à margem de um regato muito pitoresco. Robert tirara novamente o paletó e a gravata e, colocando os pacotes no chão, estendeu-se preguiçosamente sobre o gramado muito verde.

— Aqui é muito melhor que naqueles cafés superlotados — murmurou, contente. — Há tempos não faço um piquenique...

Sophie abria os dois pacotes. Em um deles havia doze pãezinhos recheados com peito de galinha, presunto, ovo, queijo e tomates, enquanto o outro continha dois sorvetes que já estavam começando a derreter. Ela sorriu, reconhecendo seu sorvete favorito. Não esperava que ele fosse se lembrar.

Robert apoiou-se em um cotovelo:

— Sirva-se — disse preguiçosamente. — Dê-me um sanduíche. O que você escolher.

Sophie, cujo apetite diminuíra ao ter de enfrentar o contratempo de achar um restaurante, apreciou aquele piquenique improvisado. O único som que se ouvia era o trinado dos pássaros e o zumbido de alguns insetos à sua volta, além do barulho ocasional de um carro na estrada. Eles não tinham por que falar. Estar na companhia de Robert era mais do que suficiente.

Robert pegou uma lata de cerveja e bebeu com sofreguidão. Em seguida jogou-a fora e esticou-se novamente.

Sophie bebeu o refrigerante e juntou os sacos vazios. Pôs de lado as duas latas que não haviam usado e estendeu-se a seu lado. Não importava que o capim lhe manchasse a saia. Robert parecia estar muito à vontade e ela também. O sol estava forte e a comida a deixara sonolenta. Não queria dormir, perder um momento daquela tarde maravilhosa, mas não conseguiu se controlar...

Quando voltou a abrir os olhos, Robert passava de leve um talo de grama em seu nariz.

— Você sabe que horas são? Quase seis e meia — ele disse bem-humorado.

Sophie prendeu a respiração.

— Seis e meia? — Afastou a mão de Robert. — Mas os Page vão chegar às sete horas e sua mãe gosta de servir o jantar às quinze para as oito!

Robert assentiu.

— Eu sei. — Ele, entretanto, não parecia estar perturbado.

— Nós vamos chegar atrasados!

— Demais — ele concordou. Ela o encarou.

— Você não se importa?

— Não muito. — Ele deslizou os dedos por seu queixo, sua garganta, a curva dos seios e o ventre. Seus olhos ficaram sombrios e havia um toque de desespero em sua voz:

— Você não gostaria de jantar só comigo? Por aqui existe um velho restaurante que serve o melhor pato do mundo...

— Mas, Robert, você disse a Sally que...

— Que não poderíamos jantar com ela? Sei. E você queria? — O tom com que ele se exprimia mudou ligeiramente.

— Você sabe muito bem que não! — ela exclamou, sentindo os dedos dele na pele de seu ventre. — E sua mãe?

Robert abaixou a cabeça e beijou-lhe o rosto.

— Não quero passar a noite com minha mãe, mas sim com você.

— Mas, Robert... — Sophie tinha dificuldade em encontrar alguma coerência em tudo aquilo. — Quando viemos para cá...

— Quando viemos para cá eu já estava com vontade de me comportar como estou me comportando agora — ele declarou, mordendo-lhe a orelha. — Mas talvez esta seja a última... — Interrompeu-se abruptamente. — Sophie, pare de tentar encontrar razões para tudo. Beije, apenas... não, não, assim não. Assim... — Seus lábios obrigaram os dela a se abrirem, e seu corpo rijo pressionou o de Sophie de encontro ao gramado macio.

Robert beijou-a muitas vezes — beijos longos e embriagadores que a faziam tremer, cheia de uma emoção que ela não compreendia. Tinha a sensação de que estava sonhando com tudo aquilo e que no final ia despertar bruscamente. Ele jamais a beijara daquele jeito antes e, apesar de ela sentir que o que estavam fazendo era errado, não entendia as razões disso. Ele a beijava, disposto a excitá-la, e ela colava seu corpo ao dele, com um desejo que jamais sentira por ninguém. E então, quando ela tinha perdido toda inibição e estava quase a ponto de se entregar, ele desprendeu-se dela, e se sentou na grama.

Sophie demorou a compreender que, se ele não tivesse se afastado naquele momento, o que ela mais desejava teria acontecido. Teria sido incapaz de lhe recusar o que quer que fosse, e o fato de ele não lhe ter tirado a inocência era para ela demonstração do respeito que Robert sentia por ela.

Ela se sentou, finalmente, e foi engatinhando até ele, rodeando-lhe os ombros com os braços. Ele resistiu durante alguns segundos e finalmente deixou que suas mãos percorressem seu peito coberto de pêlos abundantes, apertando-se de encontro a ela. Ela pousou o queixo em seu ombro e disse suavemente:

— Eu o amo, Robert. Sinto muito, mas não posso evitá-lo. Robert inclinou a cabeça e pousou os lábios em seu braço.

— Eu também sinto muito, Sophie — ele murmurou. — Eu também sinto muito, mas a amo!

Sophie contemplou seu rosto cheio de paixão.

— Oh, Robert — disse, ofegante —, não sinta, não! Robert afastou-a gentilmente, mas com firmeza, e ficou de pé, limpando a calça.

— Vamos indo. Precisamos de luzes, música e gente, não é mesmo? Este lugar é muito isolado, principalmente diante do modo como eu me sinto no momento.

Jantaram no pequeno restaurante indicado por Robert. As mesas já estavam todas reservadas, mas ele devia ser muito conhecido lá, pois providenciaram uma mesa para os dois. A comida era deliciosa. Tomaram um vinho branco e seco, delicioso, e Sophie nunca fora tão feliz. O fato de que sua saia comprida de algodão e a blusa simples de jérsei contrastassem com a roupa da maioria das mulheres que lá estavam, elegantemente trajadas, não lhe fazia a menor diferença, pois Robert a devorava com os olhos.

Lavara o rosto e as mãos e penteara os cabelos antes do jantar. Sua pele dourada como mel e seus cabelos sedosos não exigiam outros enfeites. Atraíra os olhares de numerosos homens e Robert não pôde deixar de ignorar o fato.

Não tiveram a menor pressa em tomar o café, depois saíram para a noite perfumada e caminharam sem pressa até o carro. Sophie sentia-se ridiculamente feliz e triste ao mesmo tempo. Durante o jantar conversaram sobre vários assuntos, todos eles muito impessoais, sem mencionar aquilo que estava por trás de todos os seus pensamentos. Ela esperava que ele desse maiores indicações sobre a natureza de seus sentimentos em relação a ela; nunca tivera a menor dúvida no que dizia respeito a seus próprios sentimentos, e sua primitiva relutância em admitir seu amor por ela fora o único senão daquele dia perfeito.

Já no carro ele se concentrou em dar a partida e Sophie prendeu o cinto de segurança com dedos nervosos. Certamente ele diria algo, agora que estavam a sós.

Mas ele não o fez. O trajeto para casa foi quase silencioso e, apesar de ela achar que era um silêncio carregado de significações, pairava um certo constrangimento no ar.

O carro dos Page ainda estava lá e Robert pareceu irritado. — Só faltava essa! — disse bruscamente.

Sophie desapertou o cinto.

— Obrigada por esta noite incrível — ela começou a dizer, mas nesse momento os dedos de Robert acariciaram-lhe o pescoço, puxando-a para junto dele.

— Não me agradeça, Sophie — ele murmurou apaixonadamente, enterrando o rosto em seus cabelos. — Meu Deus, quanta vontade de fazer amor com você. Eu jamais devia ter começado com isso. Sabia que não haveria de querer parar...

Seus lábios eram famintos e possessivos, seu hálito carregava o perfume do vinho. Sophie se sentia tonta, seu corpo doía, tão grande era o desejo de colar-se a ele. Cobria seu rosto de beijos quando a porta do carro se abriu e uma corrente de ar frio interrompeu aquele idílio.

— Robert, seu porco! — disse Simon indignado, iluminando-os com a lanterna. — Você não conseguiu mesmo deixá-la em paz, não é?

Robert afastou Sophie e desceu lentamente do carro. Sophie fez o mesmo, certa de que desta vez haveria uma briga, e ficou aterrorizada por ambos.

— Simon, por favor... — ela suplicou, agarrando-o pelo braço, mas ele a repeliu.

— Vá para dentro, Sophie. Isto é assunto para Rob e eu resolvermos.

— Não! Não é. — Sophie dirigiu-se a Robert, ao ver que ele se encaminhava para Simon, — Robert! Robert, não faça nada de que você venha a se arrepender mais tarde.

Robert encarou o irmão.

— Foi você quem quis que as coisas terminassem assim, Simon.

— É mesmo? — Simon parecia disposto a desafiá-lo. — Uma só mulher não lhe basta, não é mesmo? Você também precisa conquistar a minha.

Sophie o interrompeu.

— Não sou sua mulher, Simon!

— De qualquer modo, agora você não vai ter oportunidade de ajustar contas com quem quer que seja — ele prosseguiu com amargura. — Você tem companhia. Oh, não se trata dos Page, não, apesar de eles estarem aí, loucos para saber onde você e Sophie estiveram durante toda a noite. Não, sua noiva é quem está aqui, Robert: Emma! Não acha que deve entrar e dar-lhe um alô antes que ela, exatamente como eu, comece a imaginar o que faz você ficar tanto tempo aqui no jardim?

 


 



  

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