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CAPÍTULO OITO



CAPÍTULO OITO

 

Ele era um mentiroso, ela pensou, lamentando como a sua pulsação apressava, cada vez que a olhava. Nunca vira um homem parecendo tão bem de short e, a camise­ta azul-marinho apenas acentuava o bronzeado de sua pele.

Os pés dele também estavam nus, as pernas e ante-braços ligeiramente cobertos de cabelos, a pele brilhan­do, e imaginou que ele estava suando pela caminhada desde a aldeia, de onde parecia vir. Talvez tivesse ido à praia.

Mesmo nunca tendo achado um homem suado atraente, Oliver Ferreira a atraía. Precisava afastar o olhar de seu rosto perturbador, antes que ele pudesse ver algo nos dela, que não queria que visse.

Para seu alívio, percebeu que agora seus membros se moviam e, juntando as pontas do cinto, virou-se para a escada que levava ao terraço.

— Não sabia que você pretendia vir aqui. Tom disse que eu estava aqui?

— Certo — Oliver foi irônico. — Acredite ou não, faz dias que não falo com meu irmão.

Exatamente quatro dias, pensou ela, vendo que aque­la não era a questão.

— Bem, tive a impressão que sua mãe disse que você nunca vinha aqui.

— Ou você não teria? — sugeriu secamente, parando diante dos degraus, de modo que Grace mudou de idéia quanto a subir as escadas. — Eu diria que também não sabia que você estava planejando umas férias.

— Eu não estava. Mas meus pais estão sempre suge­rindo que eu aproveite este lugar.

— Seus pais estão aqui?

— Eu... ainda não. Mas, planejam tirar umas duas se­manas de férias.

Por que tinha de dizer aquilo para ele? Ficou irritada. Ele podia pensar que ela queria que soubesse estar sozi­nha. Ela não queria.

Oliver absorveu seu silêncio e depois, para seu es­panto, desceu a escada em sua direção, movendo-se com facilidade.

Mas agora, felizmente, os olhos dele estavam na pis­cina. Esperando não demonstrar, Grace ficou perto de umas espreguiçadeiras que podiam dar alguma prote­ção.

— Quando chegou aqui? — perguntou-lhe, quando ela começava a esperar que a questão estivesse esque­cida.

— Na noite passada. E você?

— Dois dias atrás — respondeu ele, chegando perto da piscina e molhando a ponta do pé, como ela fizera. — Mas você está certa. Não sou um visitante habitual.

— Ah.

Grace concordou com a cabeça, tentando não perce­ber que a camiseta dele deixava um pedaço de pele escura à mostra quando se inclinara para a água. O short deslizara um pouco para baixo da cintura e ela imaginou se ele era todo bronzeado assim. Parecia.

Então, percebeu que ele tinha se virado para ela e afastou os olhos. Deus, nunca se vira especulando sobre o corpo de um homem.

Mas também, nunca tinha lembrado de cada segundo que passara com um homem. E lembrava de cada mo­mento deles na casa de Tom, em detalhes íntimos. Que­ria ficar perto dele, sentir suas mãos, dar-se a ele de uma maneira que a aterrorizava, de tão intensa.

Não acontecera e não ia acontecer, garantiu-se. Mes­mo que ela se respeitasse tão pouco a ponto de desculpá-lo por como a tratara, era improvável que Oliver mudas­se sua opinião sobre ela.

E quem o culparia? Tom fizera tudo para dar a im­pressão de que tinham um caso, e não podia dizer: "Ei, Oliver, não estou dormindo com Tom."

Importava? Só porque Oliver a beijara, ela imagina­va terem um relacionamento significativo, quando era possível que ele só estivesse usando-a para irritar o ir­mão.

— A água da piscina está fria. Você a usa?

— Às vezes. Você é bem-vindo para usá-la, se qui­ser.

Por que dissera aquilo? Grace engoliu um gemido quando as sobrancelhas dele se juntaram.

— Você não se importaria?

— Por que deveria? — Era indiferente o bastante, não era? — Não é a minha piscina.

— Certo.

— Falo sério. Agora, preciso ir me vestir.

— Por quê?

— Por quê? — Ela esperou soar menos chocada do que se sentia.

— É, por quê? — Ele se aproximou. — Não se vista por mim. Gosto como está.

A respiração de Grace acelerou, mas a lembrança de como ele a abandonara com a chegada do irmão naquela noite, fez com que se controlasse.

Ela disse, secamente:

— Você é muito gentil, mas sei que não pensa assim.

— Penso. — Ele chegou mais perto dela. — Quero dizer isto. Por que pensa o contrário?

— Bem, vejamos, poderia ter algo com você não conseguir esperar para se afastar de mim na noite em que foi à casa de Tom?

— Você me culpa? Prefiro fazer amor sem platéia. Ou você teria gostado que fizéssemos sexo diante dele? Perdoe-me, mas não acho que seria bom, e você?

— Você se vangloria muito — exclamou, inflamada. — O que o faz pensar que eu queria ter sexo com você, em quaisquer circunstâncias?

— Não queria? — Ignorando a tentativa dela de se esconder atrás da cadeira, ele empurrou-a para longe e Grace soltou as pontas do cinto. Então ele se aproxi­mou, estudando seu rosto tenso com olhar sensual. — Acho que queria — ele falou, puxando-a para perto, pelo cinto. — As mulheres gostam de provocar — acrescentou, o hálito quente bafejando-lhe o pescoço. — Você estava tentando deixar Tom com ciúmes? Con­seguiu.

— Eu não estava tentando deixar ninguém com ciú­mes — retorquiu, um pouco sem fôlego, consciente da perna nua dele roçando-lhe o quadril. — Eu não o con­videi para ir a casa naquela noite. Você foi por conta própria.

— Fui. — Olhou-a intensamente, os olhos demoran­do mais em seus lábios. Ele estava tornando impossível ela conseguir respirar normalmente, o seu comporta­mento insinuando a mesma sensualidade daquela noite.

— Devo me vestir — repetiu ela. Mesmo com pouca roupa, ele estava controlado. Ela não. A roupa que usa­va por baixo era leve e o robe, também leve, deslizava pelo ombro. Além do mais, ela sabia que a trança estava se soltando, deixando seus cabelos soltos sobre os om­bros.

— Por que não nadamos? — sugeriu ele, rouco, empurrando-lhe o robe pelo ombro, que caiu no chão. — Você não está usando nada por baixo, o que é conve­niente, e não gosto de nadar sozinho.

Grace estava assombrada, sentindo seu corpo reagir ao convite, mas não pretendia deixá-lo saber.

— Tenho certeza que você nunca faz nada sozinho — declarou, afastando-se. — No entanto, contrariando a opinião que obviamente tem a meu respeito, não nado nua com ninguém.

— Por que não? — perguntou ele, aproximando-se mais e pegando um punhado da blusa, evitando que ela se afastasse. — Não vá dizer que é pudica. Não com um corpo que foi feito para ser visto e admirado. Até a pe­quena tatuagem de rosa. — Os olhos dele escureceram, passando por ela. — Mostre-me novamente.

Ela engoliu em seco, sentindo os nós dos dedos dele, através do tecido.

— Mostrar novamente o quê?

Bem que ela sabia do que ele falava e lembrou onde estava a tatuagem.

— Tire essa blusa e nós dois poderemos ver. — Ela ficou chocada, sentindo a mão dele pegar o seu quadril, bem na bainha do short largo. — Você sabe que quer.

— Não sei.

Ela sabia. O simples toque daqueles dedos longos e frios em sua carne fazia os nervos de suas pernas palpi­tarem, deixando-a ciente de sua excitação no calor úmi­do que pulsava entre suas coxas.

— Não acredito. — Ele se inclinou, a língua passan­do pelos lábios secos, separados. — Você deseja tanto quanto eu. Na outra noite... — ele deu de ombros — ...foi tudo errado. Hora e lugar errados. — Ele soltou a blusa e passou a mão livre pelo pescoço dela, o polegar roçando atrás da orelha. Depois, sua boca tocou a dela num beijo suave. — Isto está certo. É bom. E, provavel­mente, não seremos perturbados.

Grace ergueu uma das mãos para o peito dele, tentan­do sem sucesso, afastá-lo.

— Como... sabe?

— Você disse que seus pais não estavam aqui — ele pareceu surpreso.

— Não estão, mas não significa que estou sozinha — murmurou, sabendo como ele podia interpretar aquilo e suspirou um pouco mais facilmente, quando ele segurou o rosto dela.

— Quem é? — perguntou, passando os polegares pelo rosto corado. —- Tom?

— Não — respondeu ela, resistindo à tentação de passar a mão por baixo da camiseta dele e explorar os músculos fortes que podia sentir sob o tecido. — Ele não é o único amigo que tenho.

— Ah, eu acredito — debochou ele. — Mas algo me diz que está atirando no escuro. — Seus dedos passaram por uma mecha de cabelos avermelhados, passando-a por trás da orelha. — De que você tem medo, Gracie? De poder gostar?

Ela cerrou os dentes, meio com raiva e meio frus­trada.

— Não... me chame de Gracie, não é o meu nome — exigiu, afastando-o com as duas mãos.

— É como Tom a chama.

— E ele também sabe que detesto.

— Certo. Como gostaria que eu a chamasse? Meu bem? Querida? Baby?

— Grace está bom — declarou, duramente, enquanto os lábios dele percorriam sensualmente os ombros que ele desnudara, sentindo-a tremer involuntariamente. — Oliver, por favor...

— Eu tento — murmurou ele, fingindo não entender. As mãos dele deslizaram pelos ombros dela para a curva das costas e, quase instintivamente, ela se arqueou con­tra ele. — Mmm, isto é bom. — Os dedos dele entraram pela cintura dela, deslizando para dentro, tocando seu traseiro nu. — Muito bom.

Ela queria interrompê-lo, queria dizer que não im­portava quão experiente ele se achasse não era tão livre para se comportar como ele pensava. E com qualquer outra pessoa, teria sido fácil. Fora bem fácil no passado, mas à época sempre estivera no controle. Agora não es­tava. Agora seu corpo a traía.

Mesmo lutando para encontrar as palavras, para dizer que estava errado, os lábios dele reivindicaram os dela, num beijo que nada tinha de leve ou controlado. O calor explodiu entre eles, o contato se aprofundando instanta­neamente, atingindo uma sensualidade que enfraqueceu seus joelhos e fez com que colasse nele.

Ela ouviu-o gemer, como se não esperasse tal nível de intimidade e, silenciosamente, ecoou seu lamento. Temia que, se ele não estivesse segurando seu traseiro, ela teria desmoronado no chão.

Estava ciente de cada movimento dele: sua língua mergulhando possessivamente em sua boca, o peito dele apertava-lhe os seios, as pernas nuas dele roçando as dela, a ereção dura em seu ventre. Ele não podia es­conder a necessidade primitiva que sentia, tanto quanto ela, e era uma pequena compensação pelo efeito devas­tador que causava nas suas emoções.

— Droga, Grace — murmurou, encostando a testa nela. — Você tem alguma idéia do que quero fazer com você?

Ela podia imaginar e, surpreendentemente, não se importava como devia. Na verdade, neste exato mo­mento, não tinha nada que desejasse mais do que deixá-lo fazer o que quisesse, e não sabia o que dizer, se ele não tivesse escolhido aquele momento para baixar a ca­beça para o seu seio.

Seus mamilos estavam duros e intumescidos, os pi­cos claramente visíveis através do fino tecido, e quando ele mergulhou um na boca, ela sentiu, até os pés, uma necessidade sexual. Nem a roupa era barreira para os dentes dele, e o gemido que deu traiu a sua rendição.

Ela agarrou a cintura do short dele, adorando a textu­ra da pele dos quadris suaves sob os dedos. Queria des­lizar as mãos para dentro do short, como ele fizera, mas não se atrevia. Ao invés, contentou-se em erguer um dos pés descalços, roçando-lhe a perna, sentindo a reação dele no tremor convulsivo de seu corpo.

— Você vai me dizer o que queria fazer — ela lem­brou-o, enquanto ele afastava a camiseta molhada pela sua boca, tomando o seu mamilo já molhado novamente na boca. Ela prendeu a respiração em ondas de sensa­ções brutas que a assolaram. Depois, num esforço para mostrar que ainda podia pensar por si própria, sussur­rou: — Acho que devíamos sair do sol.

Oliver respirou trêmulo e ela imaginou que ele tam­bém não conseguia pensar com coerência. Seus lábios suavizaram e se afastaram hesitantes.

— Sair do sol? — Ele repetiu, rouco, a mão indo para onde seus lábios estavam, o polegar e o indicador aper­tando, quase dolorosamente, o mamilo intumescido. — É o que quer?

— Isto... é muito público — murmurou ela. — Você... me viu pelas árvores. Alguém também pode ver.

— É, certo. — Oliver suspirou e, com claro esforço, as mãos se moveram para os quadris dela, afastando-a dele. Balançando a cabeça, ele parecia confuso. — Eu devo estar louco. Você... me deixa louco. Não sei o que estava pensando.

Grace olhou-o ansiosa.

— Achei... que estava pensando em mim.

— Estava. — Mas Oliver não parecia orgulhoso por admitir. Baixou as mãos. — Mas você estava certa em me parar. — Ele se afastou e, quando falou novamente, seu tom era duro. — Obrigado.

— Eu não disse para você parar. Eu disse...

— Sei o que disse e sou grato. Não estou negando nada. Mas... não devia ter acontecido.

— Por que não? — Ela estava indignada, insegura com o que ele queria dizer e desesperada para se justi­ficar. — Somos... dois adultos, não somos? Por que não...?

— Porque não sou livre — respondeu ele duramente, e o queixo de Grace caiu.

— Pensei que você e Sophie...

— Não Sophie. Há... outra pessoa. Alguém com quem tenho saído faz algum tempo. Desculpe.

— Então por que você...?

— Eu disse por quê. Você me deixa louco.

— E deixei-o louco na noite em que foi à casa de Tom? — perguntou ela friamente.

Oliver fez um gesto.

— Imagino que sim. Não estou orgulhoso.

— Nenhum de nós dois. — Grace tremeu, a humilha­ção fechando a sua garganta. — Ah... vá embora, sim? Vá embora. Você me deixa doente.

— Grace...

— Vá embora daqui — exigiu e, virando-se, subiu os degraus e entrou na casa.

 

 



  

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